Existe a pessoa comum que precisa minimamente de atenção e validação, existe o narcisista e existe a Signe, protagonista desse filme.
Não tem como sair ileso dessa história, em que a protagonista vai além de todos os limites para obter uma atenção genuína de todos que a rodeiam e além.
De início há uma apresentação simples de sua vida comum partilhada com um namorado narcisista que coloca sua carreira em foco a todo instante e está sempre minimizando os interesses da relação a dois e se colocando no centro das atenções. Até aí, apesar do desconforto que isso causa, ok, até que algo acontece e desperta na protagonista essa vontade absurda por empatia, atenção, pena, qualquer sentimento possível que se assemelhe com compaixão.
Aqui a questão é tratada de forma muito objetiva, sem rodeio, com uma fotografia clara e sem trilha sonora, e vai escando sutilmente, quando se percebe as coisas já estão num nível inimaginável que claramente mostra que ela não está doente, ela é doente.
Impressionante a história, a naturalidade das atuações e a direção impecável que apesar de estabelecer diversos assuntos em tela a se pensar, dá espaço para cada pessoa absorver interpretar como lhe convém, de acordo com sua visão de mundo e experiências, sem ser tendenciosa quanto a julgamentos.
Daqueles filmes que ficam na sua mente por um tempo, excelente.
A narrativa começa bem, ambientando cada uma das personagens que compõem o trio que vamos acompanhar, com um fotografia limpa, ampla e fria que mostra a realidade diferente de cada uma delas, até o encontro em que irão iniciar a jornada juntas... mas isso dura uns 5 minutos e a partir daí é só ladeira abaixo: Não existe uma construção que justifique a conexão delas, não há entrosamento, a conversa é mínima e por todo o filme ficamos procurando a motivação daquilo, quem são, como chegaram até alí, para onde estão indo e o porquê.
Claro que nem todo filme precisa de tudo isso de forma clara para funcionar, mas aqui a existência de um fio condutor é zero, não há um desenvolvimento e profundidade da história, das personagens, e assim torna a atividade de se importar minimamente com quem está na tela, quase impossível.
Enfim, falta substância, tudo é muito raso e a direção tenta se sustentar apenas na beleza natural do ambiente e em longos takes contemplativos, mas falha miseravelmente. Uma pena, podia ser bem melhor!
Esta é uma história sobre compaixão, fraternidade e empatia, sobre sobreviver às adversidades que surgem na vida apesar de. Um filme adorável do Aki Kaurismaki com seu estilo único que evidencia uma certa inespressividade e contraditoriamente enche a tela com sentimentos tão singelos, que mostram que quando se quer, tudo tem um jeito quando se tem um punhado de amigos, um pouco de dinheiro, um amor e um pouco de falta de memória rsrsrs
Este é um filme sobre culpa e o processo de vida-morte-vida.
A narrativa inicialmente é rodeada de sombras, de falsas reações, maquiada externamente com floreios e positividade ensaiada. É notável logo de cara um desconforto, um mix de sentimentos contraditórios em ebulição na protagonista, disfarçados num sorriso singelo e aceno amigável, com pequenos momentos de alegria genuína.
Estabelecido o ambiente, a jornada segue frenética e a fusão da realidade com o elemento fantástico traz uma euforia e dinamismo à trama, tornando tudo muito imersivo, curioso e instigante, ao passo que vai inserindo, despretensiosamente, elementos que vão dar profundidade a personagem e seu processo.
O clímax é catártico, toda a loucura invade a vida da protagonista é elevada e de repente mergulha fundo no processo de culpa, de ressentimento, de julgamento e, em certos casos, de autoperdão.
Um filme que você começa se divertindo com a apreensão que os aliens causam, com a atuação firme da protagonista, mas termina olhando para a parede, pensando nos seus traumas. -- Às vezes é preciso olhar as coisas com certo distanciamento, se desprender das opiniões externas, morrer algumas vezes e se permitir encarar a redenção e ter coragem de ser feliz apesar de tudo. Nem todo mundo consegue, mas o importante é tentar, porque de fato, ninguém vai te salvar.
Este é um filme sobre transição entre as fases da vida, despertar para uma nova realidade e aceitação. Com uma sensibilidade e delicadeza, o enredo constrói sem pressa um ambiente de exibição/descrição de filmes para deficientes visuais e nesse contexto há uma diversidade de personalidades, em que é possível observar várias nuances e fases da vida de quem enxerga, quem está perdendo a visão e quem já aceitou a cegueira. O filme traz, sem ser piegas, a profunda mensagem de enxergar além do que se ver, de sentir e admirar o que se tem, a aceitar, mesmo que seja doloroso, a própria realidade e encontrar a felicidade nas coisas que importam e estão ao seu alcance. Mesmo com uma carga dramática bem desenvolvida, o filme peca em introduzir um romance entre os personagens principais, fugindo um pouco das questões que importam, tornando a situação um pouco forçadam sem necessidade, pois apenas uma história de amizade conseguiria abranger tudo o que o filme aborda de forma muito mais verossímil.
Mister Lonely é sobre insegurança, falta de perspectiva e o medo do julgamento alheio. A história se apresenta por meio de um homem que frente à percepção de que era diferente das outras pessoas, ao invés de explorar sua autenticidade, decidiu ser alguém que já existia, o Michael Jackson. Toda a duração é bem melancólica, tudo parece estar imerso numa sombra de frustração sem fim, até mesmo nos "momentos felizes" não se sabe se é para rir ou para chorar. A história é contada de uma forma um tanto esquisita com diversas situações absurdas e várias conveniências no roteiro, com personagens caóticos, sem tridimensionalidade e motivações bem duvidosas, que a todo instante deixam a sensação: o que que tá acontecendo aqui? O único ponto interessante que pode ser percebido no meio do caos que é esse filme, é a questão da vida vazia dos covers, que pode ser um profissional como a história mostra, ou simplesmente nós mesmos aqui na vida real, utilizando uma máscara para emular um comportamento que não é naturalmente nosso, anulando a autenticidade em prol da aceitação ou puramente pelo medo de ser.
Este é um filme relacionamentos, suas complicações, expectativas, anseios e conexão real entre as pessoas.
Visualmente o filme é muito bonito, todo o figurino de época e o glamour da alta sociedade são muito bem construidos e contribuem positivamente para a imersão e compreensão do contexto.
A construção do romance é feita de maneira muito gostosa de assistir, uma trama envolvente, mas sem o clichê meloso de que tudo dá certo para o casal... na verdade tem um quê de cotidiano, vida real, apesar de ser uma história um tanto peculiar e que traz todo um charme e veracidade em retratar as escolhas dos personagens que tendem a se priorizar, colocar suas preferências em primeiro lugar e seguir por um caminho que lhes parece ser o melhor racionalmente. Um ótimo filme.
O filme conta a história de uma homem que se vê sem esperanças a respeito de seu futuro no mundo, então se propõe a morrer, mas não consegue fazer isso sozinho e busca ajuda. Nesse contexto é possível perceber os desdobramentos dessa história e um pouco da angústia do personagem descobrir em sua caminhada uma nova motivação para viver, mas não conseguir desfazer seu acordo inicial que findará sua vida.
A história traz uma mensagem interessante sobre lidar com os problemas que a vida coloca no caminho de um adulto comum, como ser resiliente diante das situações e manter calma para não tomar decisões precipitadas... mas a execução deixa a desejar.
Apesar de uma ambientação bem interessante, trazendo um ar de submundo, a não há profundidade nos personagens e tudo vai acontecendo de forma meio confusa, com situações por vezes desconexas que não contribuem para o desenvolvimento da história, apenas numa tentativa de ser divertido, mas acaba sendo irritante, distanciando o sentimento de empatia que deveriamos nutrir pelo personagem. Chato.
O filme mescla romance e mistério de uma forma completamente fora do convencional, por vezes confusa, abordando de uma forma bem peculiar a solidão, a necessidade de relacionar-se e o estilo de vida de pessoas que não se encaixam no contexto da sociedade que vivem.
A premissa é bem interessante, causa um estranhamento e um desconforto que parecem querer nos colocar numa posição de reflexão e mergulhar na complexidade da alma humana, trazendo o tema da solidão de uma forma muito sensível, mas não senti firmeza nas atuaçãoes para que isso de fato fosse concretizado, a execução é bem cansativa, arrastada e parece guiar tudo para lugar nenhum.
Este é um filme sobre transformação, mudanças e adaptação. A história mostra o período de preparação de uma bailarina que irá realizar uma cirurgia de readequação de gênero. A forma como tudo é contado traz toda a sensibilidade que o assunto exige, desde a fotografia suave e luminosa, a graciosidade da dança e dos movimentos rítmicos que trazem beleza, mas também tanta dor e angústia, até as atuações tão minunciosas e significativas, com uma delicadeza e desenvoltura em expressar sentimentos com pouquíssimos diálogos, que são o ponto forte da trama e tornam tudo intenso e visceral. A forma como é colocada a relação de pai e filha é exemplar, com um apoio incondicional por parte do pai que não costumamos ver na vida real, mas que deveria ser o normal... O que chama a atenção também é a pouca existência de bullying no convívio dos adolescentes, o que faz pensar um pouco... Estaríamos tão acostumados com as críticas preconceituosas que chega a ser estranho a aceitação natural, a ponto de tornar as coisas um pouco iverossímeis? Ou é um reflexo de que essa realidade parece ser muito distante e utópica?
Este é um filme sobre o sensacionalismo, o poder das fake news e todos os desdobramentos que um mundo conectado pela internet traz para a sociedade, numa abordagem claramente atual.
Toda a narrativa é construida de uma forma muito sólida, cada elemento apresentado tem seu significado e faz a história seguir em frente. Tudo é muito dinâmico, muita coisa acontecendo mas de uma forma muito bem dirigida, sem causar confusão.
Todos esses acontecimentos que são mostrados, despertam diversos sentimentos, mas o personagem principal parece não demostrar nenhum, vai apenas seguindo seu plano, o que não sei até onde isso é bom ou não.
O mais interessante é que a história não defende uma posição política ou uma forma correta (ou não) de fazer e lidar com as consequências do alcance que a internet proporciona nesse contexto, vai apenas mostrando os desdobramentos e as circunstâncias, deixando o espectador tomar suas própias conclusões.
Um filme bem contemporâneo, capaz de despertar diversas discursões e reflexões.
Este é um filme sobre o luto e os "fantasmas" psicológicos que esse tipo de experiência pode deixar na mente das pessoas. Grace, que é a personagem principal, está estreitanto os laços com seus enteados e nisso é perceptível o esforço dela em se adaptar, em ser amigável, trazendo uma conexão muito crível que esse tipo de situação exige. Desta forma, a estadia em um chalé inicia como uma ponte para desenvolver conexões familiares, mas acaba por despertar sentimentos e angústias que estavam ocultas nos personagens. Com essa perspectiva, o filme estabelece um clima de tensão e terror que se sustenta bem, tendo além da construção dos personagens, toda a ambientação convergindo para tal: um clima frio durante uma nevasca, uma localização isolada, desencontros de informações. Todo esse conjunto faz, de uma forma não clichê, com que a todo instante haja o sentimento de alerta e questionamentos acerca do que se passa... É tudo brutalmente real ou apenas imaginário?
Este é um terror argentino que cumpre com excelência o seu papel de assustar, causar tensão e prender do início ao fim. A forma como a história é montada, focando não só em uma família mas em vários casos paranormais desperta a curiosidade em descobrir em que tudo aquilo se sustenta, de onde vem as criaturas e fenômenos paranormais que causam terror, que muda a vida das pessoas envolvidas e desperta o interesse de estudiosos do assunto. O clima de terror é bem construído, e se estabele uma linha de raciocínio interessante colocando em destaque a questão de quem consegue visualizar as criaturas e a diferença de perpectiva que torna isso possível. Apesar disso, não é um filme para se esperar uma boa construção de personagem ou uma complexidade no desenvolvimento da história, pois ele foca muito no ambiente e nas criaturas e se perde um pouco até sua conclusão... Então só pegue sua pipoca, apague a luz, desligue o cérebro e curta a viagem.
Este é um filme sobre a vida adulta, mágoas, ressentimentos e amizades de longa data. Dentro desse contexto acompanhamos um homem em meio a uma crise existencial que no dia de seu aniversário pretende ficar só, mas é surpreendido com a presença de velhos amigos que retornam a sua vida. O filme é a continuação do "Até a Eternidade (2010)" e logo no começo é notório o desconforto do cara com a presença dos "amigos", passando um clima de constrangimento, deixando um sentimento de que "nada é como era antes" e se desenvolvendo rumo a resolução de mágoas passadas. É muito interessante como logo logo já se tem o sentimento de intimidade com os personagens, a direção é muito objetiva e traz uma complexidade dos relacionamentos de forma primorosa. A trilha sonora do filme também se destaca, contribuindo para o sentimento de pertencimento do espectador com os personagens, é imersiva, desperta emoções, é possível se sentir parte daquele núcleo, de cada acontecimento, cada decisão e cada consequência. Um filme que dá vontade de ficar acompanhando além de sua duração, de tão gosto que é de assistir.
Este é um filme que retrata a vida miserável e vazia de um homem solitário, que anseia pela vida que um dia já teve ao lado da esposa que agora pede o divórcio. Diante das circunstâncias do homem de estar no local errado, na hora errada, ele é tirado da monotonia de sua vida e arremessando para uma situação complicada, causando um sentimento de remorso que o assombra a ponto do medo fazê-lo misturar o real e o imaginário. Todo o filme tem um clima frio, sombrio, em meio a neve e chuva, deixando a ambientação bem imersiva e despertando o sentimento de que algo ruim está prestes a acontecer e também simulando todo o sentimento vivido pelo personagem principal. A história se desenvolve de forma interessante, com um bom ritmo, mas algumas decisões que vão sendo tomadas durante o desenvolvimento acabam tirando um pouco da força do enredo.
O filme traz um pouco de reflexão sobre o "capitalismo selvagem" e a cultura de competição exarcebada dentro das empresas, que ultrapassam o limite e jogam seus funcionários uns contra os outros. Apesar desse contexto, o mais interessante do filme é todo o clima de desespero, tensão e medo que os funcionários da empresa são colocados ao serem trancafiados na organização numa espécie de experimento social, comandados por uma voz misteriosa que dita as "regras do dia". Um filme enxuto, empolgante, que mantém a tensão do começo ao fim, sem muita complexidade na construção dos personagens, mas que entrega o que se propõe com qualidade e sem enrolação. Se você acha que seus dias de trabalho são estressantes, precisa ver esse filme e parar de reclamar rsrsrs.
A Pixar sempre traz filmes cheios de camadas, que divertem as crianças com qualidade e fazem os adultos refletirem sobre diversas questões de uma forma primorosa, com Soul não podia ser diferente. O filme tem uma delicadeza ímpar para retratar assuntos complexos como a formação de personalidade, morte, depressão, propósito de vida... Tudo é muito colorido, divertido e lógico, trazendo o sentimento de que viver não é algo programado, que você acha a fórmula e pronto, enfatiza a importancia da jornada de cada pessoa em busca de uma vida com realizações, dar mais atenção a beleza dos pequenos detalhes do dia a dia. Um filme sem defeitos, uma animação que surpreende crianças e adultos.
O filme retrata um cenário pouco visto nos filmes nacionais: As plataformas petrolíferas. Isso de cara já chama a atenção, desperta a curiosidade em saber como as coisas se desenrolarão, principalmente pela sensação causada, de que algo está prestes a acontecer. A trama retrata o processo de declive da mente diante de uma sucessão de acontecimentos e consequências das escolhas na vida de um homem que até então, aparentemente, tinha a vida sob controle em diversos aspectos: trabalho, família e amigos. Embora a ambientação seja interessantemente diferente e ter um elenco bem competente, só ficamos na camada superficial, deduzindo umas coisas, tentado entender certas motivações... o que é uma pena, visto que o terceiro ato do filme traz resoluções que poderiam ter sido melhor aprofundadas se o tempo fosse melhor utilizado, se a direção nos permitisse uma maior aproximação dos pensamentos do protagonista. Um filme que traz pontos de vista interessantes, mas executado de uma maneira mediana.
Este é um filme sobre traumas não curados, somatizados, em que constrói-se a partir de personagens criadas pela rigidez de um pai que não expressa sentimento e mantém sua família sob o véu da religião. A história é bem construída, traz uma protagonista complexa e cada personagem tem seu drama pessoal mostrado no momento certo, com atuações bem convincentes. A forma como são exibidos os elementos sacros e a expressão de cada pessoa cultiva uma tensão e suspense de forma muito eficaz, causando um certo desconforto do início ao fim. Um filme cheio de expressão, que vai desabrochando conforme o tempo passa, se transforma e finaliza de uma forma impactante.
O filme tem uma proposta diferenciada, em que mistura o Live Action com animação de uma forma bem interessante, trazenedo uma estética única com uma traço diferenciado e neons que funcionam muito bem. O contexto traz três histórias que se entrelaçam, com personagens que fogem do convencional e em meio a seus desenvolvimentos vão se descobrindo e despertando interesse, hora por serem óbvios, hora por ser imprevisível. Sem dúvidas o filme é uma experiência, com elementos bem diferentes, por seu modo inusitado de entrelaçar as linhas temporais e seus personagens, mas peca em seu desfecho, a sensação que dá é que os realizadores se esqueceram que mesmo toda loucura precisa de uma pitada de noção para trazer credibilidade... uma pena, por que os elementos que o tonam diferente são muito bons.
Esse é um filme sobre angústia silenciada, luto, perda e traumas psicológicos que isso causa, em que tudo é retrato de maneira sutil, sem pressa, porém de uma forma que tudo parece meio sem alma, sem a emoção que os acontecimentos exigem, causando tédio na maior parte do filme, o tornando interminável. É notório como é retratada a fuga da protagonista, a fuga do sentimento, se escondendo no acalanto da religião, sem de fato se deixar viver a dor que toda a situação de sua vida exige, sendo necessário paciência para absorver isso, pois tudo se arrasta e parece não ter fim. Uma história boa contada de uma forma chata.
O filme constrói um ambiente de suspense bem interessante e diferente, com uma "brincadeira" de matemáticos que buscam provar sua genialidade resolvendo enigmas vindos de uma fonte desconhecida, culminando em um encontro enigmático e empolgante. O clima cláustrofóbico é bem construído, e o que parece ser, na verdade não é bem assim.. Tudo vai acontecendo muito rápido e causa uma certa euforia, quando vê, já foi. Roteiro diferente, sem grandes atuações, mas bem fiel ao que se propõe.
Este é um filme sobre o limite da humanidade e o quanto uma dificuldade pode fazer as pessoas realizarem acordos absurdos para mudarem suas situações. O filme traz a temática de "jogos mortais", que desperta uma curiosidade em conhecer um pouco de cada personagem, de observar suas reações e motivações. Quando o jogo inicia e há violência, até causa certa aflição, porém de uma forma que não causa conexão com os personagens, muito por eles serem rasos e um pouco desprovidos de inteligência e o tempo de duração é mal distribuido. Não é um filme ruim, dá para passar o tempo, mas faltou sair da zona do clichê do gênero, o que o torna esquecível.
Rasga coração surpreende pela simplicidade e profundidade dos relacionamentos que são desenvolvidos ao longo da história. Um drama familiar bem cotidiano embalado por uma trilha sonora ímpar que ajuda o enredo a retratar um posicionamento político e a relação de pai e filho, no dilema de um filho seguir os passos do pai ou tomar seu próprio rumo. Toda a relação é bem construída e é possível sentir os porquês dos posicionamentos de cada personagem, entrando num ponto muito interessante: A luta de um jovem de classe média por ideais trabalhistas de uma realidade que ele nem vive, se rebelando contra o sistema, mas não sendo capaz de assumir as consequências de seus próprios atos. É muito fácil ir "contra o sistema" quando se tem um papai pra voltar quando as coisas não saem como planejado... Enfim, a hipocrisia. Excelente.
Doente de Mim Mesma
3.9 95 Assista AgoraExiste a pessoa comum que precisa minimamente de atenção e validação, existe o narcisista e existe a Signe, protagonista desse filme.
Não tem como sair ileso dessa história, em que a protagonista vai além de todos os limites para obter uma atenção genuína de todos que a rodeiam e além.
De início há uma apresentação simples de sua vida comum partilhada com um namorado narcisista que coloca sua carreira em foco a todo instante e está sempre minimizando os interesses da relação a dois e se colocando no centro das atenções. Até aí, apesar do desconforto que isso causa, ok, até que algo acontece e desperta na protagonista essa vontade absurda por empatia, atenção, pena, qualquer sentimento possível que se assemelhe com compaixão.
Aqui a questão é tratada de forma muito objetiva, sem rodeio, com uma fotografia clara e sem trilha sonora, e vai escando sutilmente, quando se percebe as coisas já estão num nível inimaginável que claramente mostra que ela não está doente, ela é doente.
Impressionante a história, a naturalidade das atuações e a direção impecável que apesar de estabelecer diversos assuntos em tela a se pensar, dá espaço para cada pessoa absorver interpretar como lhe convém, de acordo com sua visão de mundo e experiências, sem ser tendenciosa quanto a julgamentos.
Daqueles filmes que ficam na sua mente por um tempo, excelente.
Para ter onde ir
3.5 12 Assista AgoraMuita imagem bonita para pouca história.
A narrativa começa bem, ambientando cada uma das personagens que compõem o trio que vamos acompanhar, com um fotografia limpa, ampla e fria que mostra a realidade diferente de cada uma delas, até o encontro em que irão iniciar a jornada juntas... mas isso dura uns 5 minutos e a partir daí é só ladeira abaixo: Não existe uma construção que justifique a conexão delas, não há entrosamento, a conversa é mínima e por todo o filme ficamos procurando a motivação daquilo, quem são, como chegaram até alí, para onde estão indo e o porquê.
Claro que nem todo filme precisa de tudo isso de forma clara para funcionar, mas aqui a existência de um fio condutor é zero, não há um desenvolvimento e profundidade da história, das personagens, e assim torna a atividade de se importar minimamente com quem está na tela, quase impossível.
Enfim, falta substância, tudo é muito raso e a direção tenta se sustentar apenas na beleza natural do ambiente e em longos takes contemplativos, mas falha miseravelmente.
Uma pena, podia ser bem melhor!
O Homem Sem Passado
3.8 46Esta é uma história sobre compaixão, fraternidade e empatia, sobre sobreviver às adversidades que surgem na vida apesar de.
Um filme adorável do Aki Kaurismaki com seu estilo único que evidencia uma certa inespressividade e contraditoriamente enche a tela com sentimentos tão singelos, que mostram que quando se quer, tudo tem um jeito quando se tem um punhado de amigos, um pouco de dinheiro, um amor e um pouco de falta de memória rsrsrs
Ninguém Vai Te Salvar
3.2 559 Assista AgoraEste é um filme sobre culpa e o processo de vida-morte-vida.
A narrativa inicialmente é rodeada de sombras, de falsas reações, maquiada externamente com floreios e positividade ensaiada.
É notável logo de cara um desconforto, um mix de sentimentos contraditórios em ebulição na protagonista, disfarçados num sorriso singelo e aceno amigável, com pequenos momentos de alegria genuína.
Estabelecido o ambiente, a jornada segue frenética e a fusão da realidade com o elemento fantástico traz uma euforia e dinamismo à trama, tornando tudo muito imersivo, curioso e instigante, ao passo que vai inserindo, despretensiosamente, elementos que vão dar profundidade a personagem e seu processo.
O clímax é catártico, toda a loucura invade a vida da protagonista é elevada e de repente mergulha fundo no processo de culpa, de ressentimento, de julgamento e, em certos casos, de autoperdão.
Um filme que você começa se divertindo com a apreensão que os aliens causam, com a atuação firme da protagonista, mas termina olhando para a parede, pensando nos seus traumas.
--
Às vezes é preciso olhar as coisas com certo distanciamento, se desprender das opiniões externas, morrer algumas vezes e se permitir encarar a redenção e ter coragem de ser feliz apesar de tudo. Nem todo mundo consegue, mas o importante é tentar, porque de fato, ninguém vai te salvar.
Esplendor
3.6 40 Assista AgoraEste é um filme sobre transição entre as fases da vida, despertar para uma nova realidade e aceitação.
Com uma sensibilidade e delicadeza, o enredo constrói sem pressa um ambiente de exibição/descrição de filmes para deficientes visuais e nesse contexto há uma diversidade de personalidades, em que é possível observar várias nuances e fases da vida de quem enxerga, quem está perdendo a visão e quem já aceitou a cegueira.
O filme traz, sem ser piegas, a profunda mensagem de enxergar além do que se ver, de sentir e admirar o que se tem, a aceitar, mesmo que seja doloroso, a própria realidade e encontrar a felicidade nas coisas que importam e estão ao seu alcance.
Mesmo com uma carga dramática bem desenvolvida, o filme peca em introduzir um romance entre os personagens principais, fugindo um pouco das questões que importam, tornando a situação um pouco forçadam sem necessidade, pois apenas uma história de amizade conseguiria abranger tudo o que o filme aborda de forma muito mais verossímil.
Mister Lonely
3.8 104Mister Lonely é sobre insegurança, falta de perspectiva e o medo do julgamento alheio. A história se apresenta por meio de um homem que frente à percepção de que era diferente das outras pessoas, ao invés de explorar sua autenticidade, decidiu ser alguém que já existia, o Michael Jackson.
Toda a duração é bem melancólica, tudo parece estar imerso numa sombra de frustração sem fim, até mesmo nos "momentos felizes" não se sabe se é para rir ou para chorar.
A história é contada de uma forma um tanto esquisita com diversas situações absurdas e várias conveniências no roteiro, com personagens caóticos, sem tridimensionalidade e motivações bem duvidosas, que a todo instante deixam a sensação: o que que tá acontecendo aqui?
O único ponto interessante que pode ser percebido no meio do caos que é esse filme, é a questão da vida vazia dos covers, que pode ser um profissional como a história mostra, ou simplesmente nós mesmos aqui na vida real, utilizando uma máscara para emular um comportamento que não é naturalmente nosso, anulando a autenticidade em prol da aceitação ou puramente pelo medo de ser.
Café Society
3.3 530 Assista AgoraEste é um filme relacionamentos, suas complicações, expectativas, anseios e conexão real entre as pessoas.
Visualmente o filme é muito bonito, todo o figurino de época e o glamour da alta sociedade são muito bem construidos e contribuem positivamente para a imersão e compreensão do contexto.
A construção do romance é feita de maneira muito gostosa de assistir, uma trama envolvente, mas sem o clichê meloso de que tudo dá certo para o casal... na verdade tem um quê de cotidiano, vida real, apesar de ser uma história um tanto peculiar e que traz todo um charme e veracidade em retratar as escolhas dos personagens que tendem a se priorizar, colocar suas preferências em primeiro lugar e seguir por um caminho que lhes parece ser o melhor racionalmente. Um ótimo filme.
Contratei Um Matador Profissional
3.7 33 Assista AgoraO filme conta a história de uma homem que se vê sem esperanças a respeito de seu futuro no mundo, então se propõe a morrer, mas não consegue fazer isso sozinho e busca ajuda.
Nesse contexto é possível perceber os desdobramentos dessa história e um pouco da angústia do personagem descobrir em sua caminhada uma nova motivação para viver, mas não conseguir desfazer seu acordo inicial que findará sua vida.
A história traz uma mensagem interessante sobre lidar com os problemas que a vida coloca no caminho de um adulto comum, como ser resiliente diante das situações e manter calma para não tomar decisões precipitadas... mas a execução deixa a desejar.
Apesar de uma ambientação bem interessante, trazendo um ar de submundo, a não há profundidade nos personagens e tudo vai acontecendo de forma meio confusa, com situações por vezes desconexas que não contribuem para o desenvolvimento da história, apenas numa tentativa de ser divertido, mas acaba sendo irritante, distanciando o sentimento de empatia que deveriamos nutrir pelo personagem. Chato.
Aloys
3.2 18O filme mescla romance e mistério de uma forma completamente fora do convencional, por vezes confusa, abordando de uma forma bem peculiar a solidão, a necessidade de relacionar-se e o estilo de vida de pessoas que não se encaixam no contexto da sociedade que vivem.
A premissa é bem interessante, causa um estranhamento e um desconforto que parecem querer nos colocar numa posição de reflexão e mergulhar na complexidade da alma humana, trazendo o tema da solidão de uma forma muito sensível, mas não senti firmeza nas atuaçãoes para que isso de fato fosse concretizado, a execução é bem cansativa, arrastada e parece guiar tudo para lugar nenhum.
Tinha potencial, mas acaba sendo mediano.
Girl
3.8 161 Assista AgoraEste é um filme sobre transformação, mudanças e adaptação.
A história mostra o período de preparação de uma bailarina que irá realizar uma cirurgia de readequação de gênero. A forma como tudo é contado traz toda a sensibilidade que o assunto exige, desde a fotografia suave e luminosa, a graciosidade da dança e dos movimentos rítmicos que trazem beleza, mas também tanta dor e angústia, até as atuações tão minunciosas e significativas, com uma delicadeza e desenvoltura em expressar sentimentos com pouquíssimos diálogos, que são o ponto forte da trama e tornam tudo intenso e visceral.
A forma como é colocada a relação de pai e filha é exemplar, com um apoio incondicional por parte do pai que não costumamos ver na vida real, mas que deveria ser o normal...
O que chama a atenção também é a pouca existência de bullying no convívio dos adolescentes, o que faz pensar um pouco... Estaríamos tão acostumados com as críticas preconceituosas que chega a ser estranho a aceitação natural, a ponto de tornar as coisas um pouco iverossímeis? Ou é um reflexo de que essa realidade parece ser muito distante e utópica?
Rede de Ódio
3.7 362 Assista AgoraEste é um filme sobre o sensacionalismo, o poder das fake news e todos os desdobramentos que um mundo conectado pela internet traz para a sociedade, numa abordagem claramente atual.
Toda a narrativa é construida de uma forma muito sólida, cada elemento apresentado tem seu significado e faz a história seguir em frente.
Tudo é muito dinâmico, muita coisa acontecendo mas de uma forma muito bem dirigida, sem causar confusão.
Todos esses acontecimentos que são mostrados, despertam diversos sentimentos, mas o personagem principal parece não demostrar nenhum, vai apenas seguindo seu plano, o que não sei até onde isso é bom ou não.
O mais interessante é que a história não defende uma posição política ou uma forma correta (ou não) de fazer e lidar com as consequências do alcance que a internet proporciona nesse contexto, vai apenas mostrando os desdobramentos e as circunstâncias, deixando o espectador tomar suas própias conclusões.
Um filme bem contemporâneo, capaz de despertar diversas discursões e reflexões.
O Chalé
3.3 723 Assista AgoraEste é um filme sobre o luto e os "fantasmas" psicológicos que esse tipo de experiência pode deixar na mente das pessoas.
Grace, que é a personagem principal, está estreitanto os laços com seus enteados e nisso é perceptível o esforço dela em se adaptar, em ser amigável, trazendo uma conexão muito crível que esse tipo de situação exige. Desta forma, a estadia em um chalé inicia como uma ponte para desenvolver conexões familiares, mas acaba por despertar sentimentos e angústias que estavam ocultas nos personagens.
Com essa perspectiva, o filme estabelece um clima de tensão e terror que se sustenta bem, tendo além da construção dos personagens, toda a ambientação convergindo para tal: um clima frio durante uma nevasca, uma localização isolada, desencontros de informações. Todo esse conjunto faz, de uma forma não clichê, com que a todo instante haja o sentimento de alerta e questionamentos acerca do que se passa... É tudo brutalmente real ou apenas imaginário?
Aterrorizados
3.0 254Este é um terror argentino que cumpre com excelência o seu papel de assustar, causar tensão e prender do início ao fim.
A forma como a história é montada, focando não só em uma família mas em vários casos paranormais desperta a curiosidade em descobrir em que tudo aquilo se sustenta, de onde vem as criaturas e fenômenos paranormais que causam terror, que muda a vida das pessoas envolvidas e desperta o interesse de estudiosos do assunto.
O clima de terror é bem construído, e se estabele uma linha de raciocínio interessante colocando em destaque a questão de quem consegue visualizar as criaturas e a diferença de perpectiva que torna isso possível.
Apesar disso, não é um filme para se esperar uma boa construção de personagem ou uma complexidade no desenvolvimento da história, pois ele foca muito no ambiente e nas criaturas e se perde um pouco até sua conclusão... Então só pegue sua pipoca, apague a luz, desligue o cérebro e curta a viagem.
Estaremos Sempre Juntos
3.5 14 Assista AgoraEste é um filme sobre a vida adulta, mágoas, ressentimentos e amizades de longa data.
Dentro desse contexto acompanhamos um homem em meio a uma crise existencial que no dia de seu aniversário pretende ficar só, mas é surpreendido com a presença de velhos amigos que retornam a sua vida.
O filme é a continuação do "Até a Eternidade (2010)" e logo no começo é notório o desconforto do cara com a presença dos "amigos", passando um clima de constrangimento, deixando um sentimento de que "nada é como era antes" e se desenvolvendo rumo a resolução de mágoas passadas.
É muito interessante como logo logo já se tem o sentimento de intimidade com os personagens, a direção é muito objetiva e traz uma complexidade dos relacionamentos de forma primorosa.
A trilha sonora do filme também se destaca, contribuindo para o sentimento de pertencimento do espectador com os personagens, é imersiva, desperta emoções, é possível se sentir parte daquele núcleo, de cada acontecimento, cada decisão e cada consequência.
Um filme que dá vontade de ficar acompanhando além de sua duração, de tão gosto que é de assistir.
O Tiro
2.9 47 Assista AgoraEste é um filme que retrata a vida miserável e vazia de um homem solitário, que anseia pela vida que um dia já teve ao lado da esposa que agora pede o divórcio.
Diante das circunstâncias do homem de estar no local errado, na hora errada, ele é tirado da monotonia de sua vida e arremessando para uma situação complicada, causando um sentimento de remorso que o assombra a ponto do medo fazê-lo misturar o real e o imaginário.
Todo o filme tem um clima frio, sombrio, em meio a neve e chuva, deixando a ambientação bem imersiva e despertando o sentimento de que algo ruim está prestes a acontecer e também simulando todo o sentimento vivido pelo personagem principal.
A história se desenvolve de forma interessante, com um bom ritmo, mas algumas decisões que vão sendo tomadas durante o desenvolvimento acabam tirando um pouco da força do enredo.
Dia de Trabalho Mortal
3.1 309O filme traz um pouco de reflexão sobre o "capitalismo selvagem" e a cultura de competição exarcebada dentro das empresas, que ultrapassam o limite e jogam seus funcionários uns contra os outros.
Apesar desse contexto, o mais interessante do filme é todo o clima de desespero, tensão e medo que os funcionários da empresa são colocados ao serem trancafiados na organização numa espécie de experimento social, comandados por uma voz misteriosa que dita as "regras do dia".
Um filme enxuto, empolgante, que mantém a tensão do começo ao fim, sem muita complexidade na construção dos personagens, mas que entrega o que se propõe com qualidade e sem enrolação.
Se você acha que seus dias de trabalho são estressantes, precisa ver esse filme e parar de reclamar rsrsrs.
Soul
4.3 1,4KA Pixar sempre traz filmes cheios de camadas, que divertem as crianças com qualidade e fazem os adultos refletirem sobre diversas questões de uma forma primorosa, com Soul não podia ser diferente.
O filme tem uma delicadeza ímpar para retratar assuntos complexos como a formação de personalidade, morte, depressão, propósito de vida... Tudo é muito colorido, divertido e lógico, trazendo o sentimento de que viver não é algo programado, que você acha a fórmula e pronto, enfatiza a importancia da jornada de cada pessoa em busca de uma vida com realizações, dar mais atenção a beleza dos pequenos detalhes do dia a dia.
Um filme sem defeitos, uma animação que surpreende crianças e adultos.
O Olho e a Faca
2.3 21O filme retrata um cenário pouco visto nos filmes nacionais: As plataformas petrolíferas. Isso de cara já chama a atenção, desperta a curiosidade em saber como as coisas se desenrolarão, principalmente pela sensação causada, de que algo está prestes a acontecer. A trama retrata o processo de declive da mente diante de uma sucessão de acontecimentos e consequências das escolhas na vida de um homem que até então, aparentemente, tinha a vida sob controle em diversos aspectos: trabalho, família e amigos.
Embora a ambientação seja interessantemente diferente e ter um elenco bem competente, só ficamos na camada superficial, deduzindo umas coisas, tentado entender certas motivações... o que é uma pena, visto que o terceiro ato do filme traz resoluções que poderiam ter sido melhor aprofundadas se o tempo fosse melhor utilizado, se a direção nos permitisse uma maior aproximação dos pensamentos do protagonista.
Um filme que traz pontos de vista interessantes, mas executado de uma maneira mediana.
Ninho de Musaranho
3.7 333Este é um filme sobre traumas não curados, somatizados, em que constrói-se a partir de personagens criadas pela rigidez de um pai que não expressa sentimento e mantém sua família sob o véu da religião.
A história é bem construída, traz uma protagonista complexa e cada personagem tem seu drama pessoal mostrado no momento certo, com atuações bem convincentes. A forma como são exibidos os elementos sacros e a expressão de cada pessoa cultiva uma tensão e suspense de forma muito eficaz, causando um certo desconforto do início ao fim.
Um filme cheio de expressão, que vai desabrochando conforme o tempo passa, se transforma e finaliza de uma forma impactante.
Zoom
3.3 127O filme tem uma proposta diferenciada, em que mistura o Live Action com animação de uma forma bem interessante, trazenedo uma estética única com uma traço diferenciado e neons que funcionam muito bem. O contexto traz três histórias que se entrelaçam, com personagens que fogem do convencional e em meio a seus desenvolvimentos vão se descobrindo e despertando interesse, hora por serem óbvios, hora por ser imprevisível.
Sem dúvidas o filme é uma experiência, com elementos bem diferentes, por seu modo inusitado de entrelaçar as linhas temporais e seus personagens, mas peca em seu desfecho, a sensação que dá é que os realizadores se esqueceram que mesmo toda loucura precisa de uma pitada de noção para trazer credibilidade... uma pena, por que os elementos que o tonam diferente são muito bons.
Sol Secreto
4.0 30Esse é um filme sobre angústia silenciada, luto, perda e traumas psicológicos que isso causa, em que tudo é retrato de maneira sutil, sem pressa, porém de uma forma que tudo parece meio sem alma, sem a emoção que os acontecimentos exigem, causando tédio na maior parte do filme, o tornando interminável.
É notório como é retratada a fuga da protagonista, a fuga do sentimento, se escondendo no acalanto da religião, sem de fato se deixar viver a dor que toda a situação de sua vida exige, sendo necessário paciência para absorver isso, pois tudo se arrasta e parece não ter fim.
Uma história boa contada de uma forma chata.
A Sala de Fermat
3.5 80O filme constrói um ambiente de suspense bem interessante e diferente, com uma "brincadeira" de matemáticos que buscam provar sua genialidade resolvendo enigmas vindos de uma fonte desconhecida, culminando em um encontro enigmático e empolgante.
O clima cláustrofóbico é bem construído, e o que parece ser, na verdade não é bem assim.. Tudo vai acontecendo muito rápido e causa uma certa euforia, quando vê, já foi.
Roteiro diferente, sem grandes atuações, mas bem fiel ao que se propõe.
Would You Rather
3.0 452Este é um filme sobre o limite da humanidade e o quanto uma dificuldade pode fazer as pessoas realizarem acordos absurdos para mudarem suas situações. O filme traz a temática de "jogos mortais", que desperta uma curiosidade em conhecer um pouco de cada personagem, de observar suas reações e motivações.
Quando o jogo inicia e há violência, até causa certa aflição, porém de uma forma que não causa conexão com os personagens, muito por eles serem rasos e um pouco desprovidos de inteligência e o tempo de duração é mal distribuido. Não é um filme ruim, dá para passar o tempo, mas faltou sair da zona do clichê do gênero, o que o torna esquecível.
Rasga Coração
3.5 54Rasga coração surpreende pela simplicidade e profundidade dos relacionamentos que são desenvolvidos ao longo da história. Um drama familiar bem cotidiano embalado por uma trilha sonora ímpar que ajuda o enredo a retratar um posicionamento político e a relação de pai e filho, no dilema de um filho seguir os passos do pai ou tomar seu próprio rumo.
Toda a relação é bem construída e é possível sentir os porquês dos posicionamentos de cada personagem, entrando num ponto muito interessante: A luta de um jovem de classe média por ideais trabalhistas de uma realidade que ele nem vive, se rebelando contra o sistema, mas não sendo capaz de assumir as consequências de seus próprios atos. É muito fácil ir "contra o sistema" quando se tem um papai pra voltar quando as coisas não saem como planejado... Enfim, a hipocrisia.
Excelente.