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Agrada-me ver a vida como uma série de acontecimentos inesperados que, dependendo da forma como ocorrem e do momento em que se dão, nos tornam felizes ou infelizes. O que mais eu poderia dizer? Os surpreendentes e inesperados acontecimentos que têm me ocorrido estão me fazendo muito mais feliz do que eu esperava ser, tornando-me um homem melhor, menos egoísta e mais romântico. Na verdade, nunca fui muito romântico. Nunca me deixei ser. Apenas fiz o que tinha de ser feito, no momento em que devia ser feito, como uma missão que eu mesmo me havia imposto.
Mas se, por outro lado, eu não tivesse feito o que tinha de ser feito, nos momentos em que deveria ser feito, cairia sobre mim um arrependimento inestimável e eu sofreria terrivelmente. Por tudo isso é que, ao surgir um impulso de dentro, que nos estimula a realizar alguma façanha, talvez até alguma loucura - e na maioria das vezes é mesmo -, não podemos virar às costas a uma força tão grande, que nasceu dentro de nós. Pelo contrário: precisamos ser o que devemos ser e fazer aquilo que os nossos instintos nos direcionam a realizar, pois, de outro modo, estaríamos nos conformando com o atual estado das coisas ou viveríamos com um arrependimento incalculável por tudo aquilo que deixamos de fazer. E todo mundo sabe: não há coisa pior do que se conformar ou viver com arrependimentos.
No entanto, talvez o maior de todos os problemas ainda não resida no arrependimento, mas sim na conformação. Pois ser autor de um ato vil, baixo, indecoroso e, no entanto, arrepender-se dessa atitude, isto é, admitir o erro, ainda constitui uma nobreza de caráter, uma presença de espírito autêntica. Por outro lado, quem erra, corrompe, devasta – com o verdadeiro conhecimento do estado atual das coisas – e, entretanto, mesmo assim se conforma com tudo que fez, avaliando tudo como imutável, mil vezes pode ser considerado mais baixo e vil que aquele que se arrependeu de seus atos. Pois no arrependimento subentende-se o reconhecimento do erro e a ultrapassagem do orgulho, ao passo que na conformação denota-se a superestimação do próprio ego e a presença de um complexo de grandeza no julgamento de seus próprios erros.
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