MELDELS Tô defecando de rir só de lembrar da vez em que eu e a lenda sarcástica Tassia Ty Shangô Aganjú tivemos que alugar essa palhaçada chamada O Mensageiro, de quando o Kevin Costner tava no auge do delírio ególatra. Bixo Esse filme fede mais que All Star de nerd de 13 anos de idade largado na beira da janela ao sol. Não basta retratar um mundo pós-apocalíptico arenoso onde a ausência do imperialismo americano traz desolação e caos (snif! Chorei, mas foi pelo cu!), tem que por o próprio Kevin Costner como uma especie de Jesus Cristo americano louro de olhos azuis e galopeiro, o híbrido entre os maiores símbolos da bondade e da justiça, né amebinhas? 🤢 🤕 🤮 🤢 Se a gente já tinha se acabado de rir na cena em que esse creiço salvador da pátria atravessa um campo de batalha empunhando a bandeira americana em cima de um cavalo, nada nos preparou para o que viria a seguir. Um maltrapilho que devia feder mais que pinto de adolescente chega e diz: "Não me aliarei a você, pois você não acredita em nadahhh!!" Ai o Kévio Creiçoner faz cara de Bill Pullman e diz todo solene, ao som daquelas marchinhas militares que fariam Basil Poledouris se mijar de rir: "EU ACREDITO NOS ESTADOS UNIIIIDOS DA AMERICAAAAAHHH!!@@%#!!!!" BICHO... Eu e a Tassia nem fizemos esse trabalho eu acho. Jorrava lágrimas, as pernas tremiam foi o caos! Mas tu pensa que acabou? Não, nobre vagabundo... Creyvin Custner não trabalha assim. Obviously que ele arrumou um jeito de seu personagem jacu morrer gloriosamente pela pátria e deixar uma jeca com a cara de quem tem menos ambição que as cabra da tia Cremilda de Pomerode grávida, pra que seu legado (kkkkk) fosse levado adiante. Ai veio o ápice: Nasce uma menina e alguém pergunta: Qual u nomi dela?? Aí a creyssah respond com cara de Baby Consuelo alucinada em 1972: O nome dela será... ESPERANÇA Véio... Nois se joguemo no chão! Era berro! Era choro! Era soco no assoalho! Obrigado, Babakevin Chucrutner pela melhor comédia de todos os tempos. #OMensageiro #ThePostman #KevinCostner #Cinema
Levei literalmente meses para conseguir encontrar uma boa cópia de Spiders (que como de praxe no gênero ganhou um título ridículo no Brasil), de Gary Jones. Essa bobagem, que assisti em VHS há mais de 20 anos, é um glorioso filme B, fiel representante das subculturas camp, trash, kitsch e pulp.
O pessoal que não faz a menor ideia do que estou falando pode me chamar de burro o quanto quiser. Afinal, quem assistiu a essa tranqueira propositalmente absurda, caricata e mal acabada e percebeu que ela emula o cinema de gênios como Jack Arnold, John Carpenter, Brian Yuzna, Chuck Russell, Stuart Gordon, David Cronnenberg, Ridley Scott, James Cameron e Paul Verhoeven fui eu.
Perto do fim, a protagonista mocoronga do nada vira uma verdadeira Ramba, especialista em artes marciais, bombas, helicópteros e bazucas. Se eu vibrei quando ela disse "Suck on it, bitch!" ao explodir uma aranha gigante, é porque saquei umas dez razões para que essa bobagem fosse incluída no filme.
Quer saber? Significa que quem fez essa tranqueira tem muito mais referência e conhecimento cinematográfico que quem se limita a reforçar o fato de que ela não pretende atender aos critérios convencionais pelos quais se classifica obras culturais, principalmente as marginalizadas.
MANO Ontem eu e a Grasy Schmitt resolvemos dar um tempo nos dramalhões para ver o novo filme da Xuxa. Bicho... A gente se cagou de rir e não foi por desdém, como era o esperado. Até pouco mais da metade o filme é uma coleção bem amarrada de piadas cheias de referências que só adultos vão entender, para caracterizar o choque de gerações criado pela visita de uma fada que foi congelada nos anos 80 a uma adolescente dos dias atuais. Claro que a tal fada é a Xuxa e, na boa: ela está muito engraçada e carismática, rindo de si mesma e encarnando ícones como Cyndi Lauper, Boy George, Clara Nunes e Madonna. As melhores cenas são aquelas em que ela incorpora a She-ha para tentar ajudar a menina que sofre bullying a se impor. Depois o filme descamba pras aparentemente obrigatórias lições de moral e perde bastante a graça, mas ao menos aborda temas importantes para a molecada, como o cyberbullying, a cultura do cancelamento e o distanciamento social da era digital. A cena final é ridícula e cafona até para os padrões da Xuxa, mas ao menos ela vem depois de a própria nos ter lembrado do quanto sabe ser debochada e divertida. #Xuxa #UmaFadaVeioMeVisitar #Cinema
BICHO! Só hoje assisti à primeira parte da adaptação de Denis Villeneuve para Duna,o clássico da ficção científica criado por Frank Herbert e publicado em 1965. O motivo do delay meus amigos com certeza sabem sem nem eu ter falado: não gosto muito dos outros filmes do Villeneuve. Acho que ele é um cineasta habilidoso, mas que poda o potencial de suas habilidades, talvez por insegurança em relação às demandas da indústria em que se insere. Até certo ponto de Duna, pensei estar vendo mais um filme em que ele se escora numa equipe maravilhosa para deixar que seus atores contem a história através dos diálogos (e é irônico que o próprio tenha recentemente dado uma declaração sobre como odeia diálogos e acha que o cinema deve se basear no impacto das imagens). Felizmente (e inesperadamente), a partir de certo momento o filme me fisgou e não largou mais. Além das imagens maravilhosas, que poderiam ser emolduradas e expostas em galerias de arte, o filme é um dos retratos mais desoladores e, de certa maneira, singulares de um futuro distópico, em que os seres humanos remanescentes ainda precisam lutar contra as forças do fascismo, da exploração e da ignorância. O ritmo bastante lento, que fez algumas pessoas declararem-se incapazes de ver o filme até o fim, é apenas uma preparação para o que vem a seguir. A partir do instante em que o filme permite-se incluir uma pequena explosão dramática, transforma-se numa jornada eletrizante de tragédia, guerra, sacrifício e descoberta. Um deleite para um cara que cresceu na base da cultura nerd, como eu. Agora, preciso ser justo e enfático: Mesmo contando com um elenco estelar, o filme tem um dono. Timothée Chalamet é uma verdadeira potência em cena. A cena em que seu personagem é mentalmente torturado e ele precisa lutar contra a dor e, posteriormente, enfatizar seu espírito de resistência, utilizando apenas suas expressões faciais, me deixou imensamente impressionado. Esse moleque não completou nem 30 anos de idade, mas já é uma das maiores estrelas de cinema de nosso tempo. Que surpresa, bicho! Não esperava nada desse Duna, mas agora estou ansiosíssimo para ver a parte dois. #Duna #Cinema
Na adolescência, tive o privilégio de ver As Bruxas de Salém (The Crucible), de Nicholas Hytner, também com meus pais. Esse foi um dos decisivos para a formação de muitas de minhas posturas. É chocante a história das garotas acusadas de bruxaria que acabam revertendo a situação ao retransmitirem as acusações para outros inocentes, e o filme a trata com seriedade. O que realmente me revolta sempre que vejo As Bruxas de Salém é perceber que a crendice, o fanatismo e o autoritarismo religioso ainda estão presentes em nossa sociedade e continuam determinando o destino das pessoas, muitas vezes de maneira calamitosa. As ações da personagem de Winona Ryder – atriz que adoro e acredito ser merecedora de mais reconhecimento – me fascinam por um motivo curioso: ela se salva utilizando o mesmo mal que recaiu sobre ela. É a irônica prova de que, naquele contexto, as crenças que quase a condenaram à morte não passam de uma arma, algo puramente destrutivo. O destino do personagem de Daniel Day Lewis – perfeito, como sempre – me desperta a mais profunda dor, no que toca ao senso de justiça e humanidade que creio existir em algum lugar dentro de mim. O final, com os condenados recitando o Pai Nosso antes de serem enforcados, é outra triste ironia, reveladora de uma realidade tão repugnante – e persistente – que sequer consigo traduzir em palavras o que me faz sentir.
SOCORRO! Mano.... O que foi isso? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Eu CHOREI de rir umas 6 vezes vendo essa merda geneticamente modificada pra feder 475 vezes mais! MELDELS Cara... Eu nunca vi tanta gente inútil reunida. Essa bosta tem uns 40 personagens e nenhum serve pra nada (além de me fazer rachar o bico). A protagonista é uma jacu do rabo de cavalo pro lado, com uma cara de mocoronga que já dá raiva na primeira cena. Umazora aparece um playboy de merda que basicamente tá ali pra fazer uma brincadeira jacu e morrer pateticamente dois minutos depoos. Paumole do KRL! Sem comentários pra jeca da lojinha de antiguidades, a mulé tem a cadeça 7 vezes maior que o chapéu! Vai pra casa se esconder pra evitar constrangimento sua sem noção! E a tiriça da peruca loira? MELDELS! A tosca usa uma jaqueta inexplicável que ela deve ter encontrado no lixo por cima de um vestido branco e calçando uma bota preta de paquita que quase chega nas coxa! PALHAÇA! E ahora que essa idiota fica 3 ano olhando prum sangue que tá pingando na mão dela e ainda diz: "di ondi vem issu" SAI DAÍ SUA CREIÇA!! Os efeitos especiais são outro destaque. Xuxa e os Duendes 2 gostaria de ser tão podre, fétido e bolorento quante esse cocô radioativo! E os cromaqui? Chora Nosso Lar! Esse filme te supera com folga. A podreira é tão grande que nem me impactei com a fantasia de saco de lixo do Creeper. Obra-prima ao contrário! Adorei, nota 0,1 #OlhosFamintos4 #FilmesDeTerror #JeepersCreepers #Cinema
Mesmo que eu não soubesse do envolvimento de Jacu Wan (é James?) nessa palhaçada eu sacaria facilmente que esse chorume saiu da cabeça daquele infeliz.
A boneca Megan é toda legalzona, estilozona, descoladona, antenadona, de maneira que é quase impossível não se apegar a ela. Truque básico: ao mesmo tempo, todos os outros personagens são um bando de idiotas, insuportáveis e desprezíveis. Dessa maneira, mesmo com os ataques extremamente sádicos que Megan promove, o filme utiliza todo e qualquer artifício para que o espectador sinta que as vítimas "mereceram" o que tiveram. O diretorzinho mequetrefe contratado para o trabalho sujo reforça esse "conceito" (força de expressão, hehe) ao sempre retratar Megan desfilando, dançando, posando ao som de sintetizadores modernosos enquanto persegue ou mutila seus alvos.
A lógica é a mesma da moralmente indefensável cinessérie Jogos Mortais, aquela glorificação desavergonhada da tortura, criada por... James Wan, claro.
"Ah, mas o filme critica o consumismo". Tu caiu nessa, Pedrinho? A boneca sanguinária dessa porcaria acaba se apresentando como uma solução, uma /'limpeza". Ela elimina, por exemplo, a vizinha inútil que cometeu o crime de ser feia e chata. Tá rindo? A culpa não é minha. É esse o tipo de mensagem que essa desgraça vende.
No fim das contas, esse Megan é a cara dos tempos atuais mesmo. Ao contrário dos filmes de terror com viés sociológico que marcaram a história do cinema, no entanto, aqui não é o que o suposto vilão causa que traduz o filme como um retrato da época em que foi feito. A própria Megan simboliza o público para o qual foi criada:
Dissimulada, manipuladora, ardilosa, falsamente humanizada e, por detrás da embalagem, perversa.
Ele tem o cheiro pior que o daquela ricotinha que dá no pinto quando tu é adolescente e fica dois dia sem tomar banho!
Como assim agora o Christpher Robbins é um piazote feio pacaraio com sotaque cockney misturado com redneck e burro pra KCT que fica ajoelhado falando um monte de paumolice enquanto a namorada mocoronga tá morrendo na fente dele?
Minhas bola caiu do saco e cada uma fez um gol num continente diferente com essa paumolage!
O casting é tão bom que reuniu um grupo de cinco guria, uma mais tiriça que a outra! A nerdzona dos óculos de Velma parece que tá o tempo inteiro loca de LSD, vontade de pagar um ingresso do Burning Man pra ela ir e pular na fogueira. E a outra que tem a testa maior que a cara e ainda usa uma calça bizarramente justa acima do umbigo que parece que vai partir a guria ao meio igual o Darth Maul? Achei moda desconstruída.
Mas nada supera a melhor cena desse cu flambado disfarçado de filme:
NUNCA torci tanto pra alguém morrer como na cena da idiota que caiu na piscina sem motivo algum e ficou lá no meio berrando igual uma gralha enquanto o ursinho dumal se aproximava.
JURO que eu gritei:
"Ai... MATE!!"
Morreu foi pouco! Devia ter ressuscitado pra morrer de novo umas 14 vezes.
Essa palhaça!
E o outro paumole que tava amarrado, todo fudido e decidiu dar palestra ao invés de dar um jeito de se soltar e esmagar a cabeça do cosplayer de ursinho com alguma coisa?
PAUMOLE!!!
Sifudeu e merecia mais.
Sem comentários também pras tentativas de seriedade.
Na cena em que uma LÁGRIMAAAAAAAAAAA saiu do olho do ursinho dumal eu pensei:
"Espero que todos os mlk que passaram meses me enchendo o saco pra ver essa desgraça passem mel no rabo e fiquem de quatro esperando esse ursinho pooh dumal aparecer com a marreta pra fazer o quiser com a bunda desses FDP!"
Sério...
Sentar num cacto e depois pular numa piscina de álcool de cozinha deve ser uma experiência melhor que se submeter a esse filme.
A palavra desgraça foi criada para definir essa diarreia cinematográfica.
O Clube dos Cinco, do mitológico John Hughes, completou 40 anos essa semana.
Surreal, como apenas a realidade pode ser.
Permanece um clássico absoluto em diversos sentidos e quem discorda que organize protestos contra o American Film Institute, que colocou a obra entre os 100 Maiores Filmes de Todos os Tempos.
Além de um sublime registro da época em que foi feito (moda, música, comportamento, a influência do neoliberalismo da Era Reagan na moralidade conservadora que aprisiona os jovens) o filme é de fato a obra mais universal e essencial sobre as dores da adolescência, ainda hoje. Sua influência é quase inevitável em qualquer coisa produzida sobre o tema posteriormente, pelo fato de que esse filme inverteu a lógica pela qual o tema costumava ser abordado:
O jovem aqui não é analisado por alguém que olha de cima. É ele quem abre seu coração e sua mente, sem reservas, sem medo, sem culpa, esperando nada além de uma idealizada compreensão.
Se os desabafos e queixas desses inesquecíveis personagens soam pequenos, bobos, desimportantes, o próprio filme explica de maneira destruidora:
"Quando você cresce, seu coração morre."
A vida é muito maior do que dramas adolescentes, mas poucas coisas são tão poéticas e dolorosas quanto um adolescente descobrindo a dor do existencialismo.
Juro que tentei assistir ao infame Drive Thru - Fastfood da Morte, que deixei passar em 2007. Lá por 25 minutos falei: CHEGA!
Obviamente eu sabia que era um filme ruim, mas achava que poderia der um BOM FILME RUIM, saca? O negócio não se garante nem na piada que vem embutida no título, já que até onde vi näo gozei nenhuma vez com ofensas ao McDonald's e Cia.
A fantasia do assassino (um palhaço, oh!) parece figurino de vilão dos Power Rangers (a bota eu tenho certeza que roubaram do camarim do Gene Simmons e tingiram com spray de 1,99). Os ataques do vilão são patéticos, preguiçosamente encenados e editados.
O elenco inicialmente ameaçou me empolgar, já que conta com a icônica Leighton Meester, na época do auge de Gossip Girl (a original, não a versão falida da geração cancelamento...) e o sensacional Nicholas D'Agosto. Pois bem: Leighton passa o filme todo com a mesma cara de prisão de ventre da Kristen Stewart em Crepúsculo e Nicholas pela primeira vez não salva um dos filmes ruins que precisou fazer no início da carreira.
De positivo, há ao menos aqueles diálogos deliciosos que só poderiam estar num filme como esse:
"Tenho certeza de que você vai me largar e eu vou acabar pobre, gorda e republicana, numa cidade do interior."
Que coisa deliciosa esse filme The Final Girls (cujo título em português é tão patético que vou fingir não saber) de Todd Strauss-Schulson, lançado em 2015 e já é consideravelmente cultuada na comunidade mundial de horror freaks.
Trata-se basicamente de um exercício de metalinguagem que suga um grupo de jovens para dentro da tela de um cinema de rua, onde participarão ativamente de um clássico do cinema slasher (e a maneira como o nerd do grupo, hilariamente vivido por Thomas Middleditch, demonstra conhecer todo e qualquer detalhe sobre o filme é impagável). Um deles, a protagonista vivida por Thaissa Farmiga, encontrará nessa experiência uma maneira de se reconectar a algo que perdeu na vida real, como a redefinir sua função na ficção e na vida real.
Esse tipo de ideia não é nada fácil de ser trabalhada e o filme consegue extrair dezenas de situações curiosas, inesperadas, várias delas francamente hilárias dessa simples premissa. Mesmo que seja fácil perceber as claras influências de John Carpenter (À Beira da Loucura deve ser uma das obsessões do diretor e do roteirista), Wes Craven (armadilhas, o final ambíguo) e, acima de tudo, Sexta Feira 13, o filme se impõe como um trabalho de notável inventividade, realizado com evidente paixão e pulsante energia.
Diálogos impagáveis ("Uma lenda? Adoro lendas! Lago Ness, Pé Grande, Bon Jovi. Todas elas!", diz a gostosona do grupo). Cenas catárticas para qualquer fã desses filmes, como essa mesma gata fazendo uma performance "sexy" (só vendo pra sacar as aspas) e usando os peitos como isca para atrair o assassino a uma armadilha. Essa doida, aliás, tem todas as melhores falas. O que dizer de "Estamos testemunhando um assassinato ao vivo? Isso aqui é Detroit?
O filme é também tocante na maneira como retrata uma pessoa tentando se curar por meio de uma manifestação cultural marginalizada. As "final girls" do título são uma instituição sagrada no gênero, as sobreviventes em histórias onde todos morrem. Sei há décadas que essa é a razão do apego de milhões de atormentados a esses filmes: tornar-se um com a final girl e vencer o monstro, ao menos na ficção.
Como tô dopado de remédio a semana toda, queria ver algum filme que não exigisse muita concentração. Por algum motivo escolhi ver pela primeira vez o remake de Simon West para When a Stranger Calls, cultuado filme de Fred Walton. O original é influente até hoje, só basicamente por seus primeiros 15 minutos (e o resto é um porre mesmo). Essa versão "modernizada" (ô termozinho, hein?) já comete o primeiro erro ao tentar transformar aqueles 15 minutos num filme de 1h30.
Trata-se basicamente de uma babá cuidando dos filhos de um casal de ricaços e sendo ameaçada por telefonemas bizarros de algum desocupado. "Vazio", "sem história", diriam alguns. Que nada! A partir de premissas básicas como essa é possível criar inesquecíveis filmes de suspense que extraem todo o potencial de uma situação claustrofóbica que se agrava gradativamente até explodir no clímax. Simon West, conhecido por filmes de ação fanfarrões como o impagável Con Air, até tenta utilizar os artifícios básicos do suspense em favor de seu filme, mas o roteiro faz questão de sabotar seus esforços a todo momento com bobagens hilárias e soluções preguiçosas.
Para quem cresceu vendo esses filmes nos anos 80 e 90, no entanto, há alguns motivos para ao menos se divertir com esse erro cinematográfico, como a cena em que a protagonista idiota interpretada por Camilla Belle ouve um barulho, abre a porta, não vê nada e grita:
TIFFANNY?
MANO, berrei de rir.
Mostra que talvez alguém estivesse ao menos tentando honrar o gênero nessa joça.
Já a cena final também me fez rir, mas não sei se foi por diversão ou pena:
É digna dos piores capítulos de Sexta Feira 13, Halloween e Hellraiser, um atestado de desleixo e talvez até desrespeito pelo público.
Quer saber?
Foda-se. Ao menos me diverti vendo essa enorme bunda suja disfarçada de filme.
Acabo de conferir Carnaval Sangrento, de Renan Cordeiro. Trata-se de um fan film inspirado na icônica cinessérie Pânico e rodado em Curitiba, com algumas cenas gravadas no @thebowie.cwb.
Eis um autêntico trabalho de fã: as locações soturnas, as escolhas de enquadramentos e movimentos de câmera frontalmente referenciais a Wes Craven, os diálogos e situações cheios de gags, one liners e referências de cultura pop, como nos textos de Kevin Williamson, as cenas de suspense que torturam o espectador ao adiar suas conclusões além do limite, o equilíbrio entre o humor e o horror, as situações cartunescas e, claro, a metalinguagem.
Tudo aqui só poderia ter sido criado por verdadeiros fãs de Pânico e do cinema de horror em geral.
A grande revelação aqui é Jonny Lopes, extremamente carismático, engraçado e intenso no papel do protagonista.
Ao final, a obrigatória reviravolta surge muito mais esperta e significativa do que poderia ter sido, além de deixar espaço aberto para possíveis continuações.
Se depender de mim, que venham várias. O trabalho dessa molecada realmente me impressionou.
Estou sem energia para escrever um grande texto, só quero dizer que recomendo veementemente que todos assistam ao belíssimo Os Rejeitados, novo trabalho do querido Alexander Payne.
As qualidades estão por toda a parte, mas o show é completamente roubado pelo trio de protagonistas. Da'Vine Joy Randolph é daquelas pessoas duronas, claramente machucadas por dores passadas, mas que arranca suspiros com sutis gestos de carinho. Paul Giamatti está montsruoso como o professor afeito a tradições que, no convívio íntimo com a dupla de coadjuvantes, reaprende a deixar-se viver os prazeres da vida. Na meia hora final do filme, Giamatti tem momentos tão preciosos em cena que arrisco apontar esse trabalho como o maior de sua carreira. Agora, o que dizer de Dominic Sessa? Que tremendo acerto da equipe de casting! O moleque é de um magnetismo impressionante, garantindo a maior parte dos risos e emoções. Um verdadeiro achado.
"Compreender o passado é entender o presente", afirma o personagem de Giamatti, em clara alusão à alienação de gerações inteiras que desprezam o conhecimento. É curioso que o personagem não demonstre perceber o quando essa ideia simboliza o que ele e os dois grandes amigos que conhece durante a história vivenciam juntos.
Alexander Payne faz um trabalho de notável delicadeza aqui, construindo lentamente a narrativa, completamente conduzida pelas relações entre os personagens. Lá pelo meio, eu já queria ter os três na minha vida. A vida, afinal, é sobre as pessoas. Ao menos foi isso o que esse precioso filme reforçou a mim.
É possível analisar Saltburn, novo filme da excelente diretora Emerald Fennell sob prismas diversos. Ao término da sessão, já suspeitava que o filme não abandonaria meus pensamentos tão cedo. Pois bem, estou aqui pensando nele doze horas depois.
Em menos de cinco minutos, Fennell já havia me sugado para dentro de seu universo de ambiguidades, opressão, ambição, melancolia e ilusão. Todos os elementos técnicos parecem minuciosamente mixados à narrativa, criando uma unidade que ruiria se um único detalhe estivesse fora do lugar. A palheta de cores, dos cenários, das paisagens, dos figurinos, da iluminação, transforma a mansão do título num ambiente sempre opressivo, até mesmo nos momentos em que uma farsesca felicidade parece se instalar. A câmera passeia pelos cômodos opulentos daquele palácio espalhafatoso de luxo e ostentação, mas em nenhum momento me senti seduzido pela ideia de viver por lá. Me pareceu tão triste, despedaçado, perdido e destacado da realidade quanto os miseráveis personagens que o habitam. Através dos olhos de Oliver, o protagonista interpretado à beira da genialidade por Barry Keoghan, o lugar, seus habitantes e as relações de classe, poder, justiça e luta que brotam de todos os signos que constroem a trama tomam outros contornos. Alguns permanecem ambíguos e enigmáticos, mesmo após o fim do filme.
Além dos aspectos técnicos, da direção primorosa, do elenco afiadíssimo e do ótimo roteiro estruturado a partir de um plot novelesco que aos poucos se revela cada vez mais avesso ao convencional, o filme seduz o espectador com a pulsante tensão sexual que brota até das situações mais desprezíveis, nojentas e doentias, muitas vezes ao som de uma nostálgica e empolgante coleção de hoje clássicas canções que embalaram a vida noturna no início dos anos 2000.
A sensacional sequência que encerra o filme já surge antológica, tanto por conta de sua ambiguidade moral quanto pela convergência explosiva de todos os elementos que celebrei neste pequeno texto. Quem a eleva à estratosfera, no entanto, carrega o nome que será a principal razão pela qual esse filme será lembrado:
Corrigi o erro de nunca ter assistido a Return To Sleepaway Camp, continuação da cultuada série de filmes (franquia é o lixo que tu come no shopping center, Enzo!) Acampamento Sinistro.
Bicho...
Que filme satisfatório!
Reviravolta: a não ser que você seja o espectador que se baseia em Rotten Tomatoes, IMDB, Metacritic e na frasezinha "Aprovado pela Boscov", para escolher o que ver (e o que pensar, não é?).
Tudo o que um filme dessa série precisa está aqui. Atuações pavorosas, recusa ao plot (Syd Field é tudo o que cinema classe B mais despreza: PADRONIZAÇÃO), críticas sociais escancaradas (aqui reforçadas pelas cores azul e vermelho presentes em quase todas as cenas) e situações abdurdas.
No lugar das "qualidades" que agradariam ao espectador apegado à ditadura do bom gosto, há aqui uma coleção de situações francamente geniais em sua extrema criatividade, crueldade e questionamento moral frontalmente direcionado ao espectador.
Obviamente, todas elas são encenadas de maneira grosseira, rudimentar, avessa ao que os critérios convencionais de avaliação exigem.
Coisa que só um filme B tem permissão para fazer.
A reviravolta no final eu pude prever com alguns minutos de antecedência, mas não da maneira como aconteceu.
Vibrei.
Qualquer um que tenha algum apego a essa série, ao cinema B ou às subculturas em geral vibraria.
Não.
Eu não disse em momento nenhum que o filme é "bom".
Não é isso que a cultura marginalizada tem que ser.
O Retorno de Mary Poppins, que acaba de ser exibido na Sessão da Tarde, obviamente passa a anos luz de se equiparar ao clássico original estrelado por Julie Andrews em 1964.
Ainda assim, esse é um filme importante.
Numa época em que as crianças são bombardeadas com estímulos puramente consumistas como as inúteis aventuras do Sonic, esse é um filme que se concentra no lúdico, no impossível, na importância da fantasia e da imaginação.
A direção de arte e os figurinos são um deleite, uma perfeita combinação de cores que ajudam a contar a história e a transformar cada quadro numa expressão de deslumbre e assombro.
Frank Marshall é assumidamente um diretor que segue protocolos, mas aqui ele soube extrair o melhor possível do briefing que recebeu.
Esse peido fílmico tenta emular John Carpenter, Ridley Sott, Jack Arnold e Steven Spielberg.
Até parece, Arnaldo!
Um martírio interminável de personagens nulos, situações enfadonhas, fotografia escura que impossibilita sequer saber o que está acontecendo, monstrinhos digitais capengas e cenas em que o diretorzinho jacu inventa desculpas para mostrar Kristen Stewart seminua.
O final ainda tenta transformar a protagonista creiça em mártir como Ellen Ripley em Alien 3.
Em dez minutos, esse filmeco com Julia Roberts que está sendo exibido na outrora preciosa Sessão da Tarde já se estabelece como um autêntico exemplo da pior face da indústria cultural.
"Antes de ela surgir, o povo vivia feliz e sorridente", sussurra sensualmente a narração introdutória.
Em seguida descobrimos que a missão de Creiça de Neve é "fazer o povo voltar a estar sempre cantando e dançando".
Querido alienadinho:
Nunca existiu monarquia onde o povo estava sempre feliz, cantante e louco de doce.
Monarquia sempre foi sinônimo de miséria, fome, tortura, barbárie e abuso de poder.
"Aiii mas é só um filme", diz o jacu que nunca leu uma linha Humberto Eco, Joseph Campbell, Susan Sontag, Ariel Dorfman, Slavoj Zizek, Armand Matellard, Pauline Kael, Luiz Carlos Merten, John Kenneth Muir e tantas outras centenas de intelectuais que dedicaram a vida inteira ao estudo da indústria cultural e sua influência sobre o inconsciente coletivo.
Produtos culturais como esse, principalmente os vendidos massivamente, são a razão pela qual a humanidade idolatra seus algozes ao invés de combatê-los.
É assim que a morte de uma desgraçada como Elizabeth II vira motivo de homenagens e não de celebração.
Foi por completo acaso que eu e a Grasy Schmitt assistimos ao precioso Alerta de Spoiler, de Michael Showalter.
Rapaz...
Estou sem forças.
O enredo trata de um roteirista de televisão vivido por Jim Parsons (sim, o insuportável Sheldon Cooper. Fight me!) que se se involve sentimentalmente com um fotógrafo (sim, outro homem! Oh!!!) interpretado magistralmente por Ben Aldridge.
Dois artistas com visões tão particulares quanto opostas sobre a vida (um enxerga todo e qualquer acontecimento como narrativa dramática, o outro acredita no poder do momento, do registro, da memória) que vivem uma história de alegrias e dramas... supérfluos.
Até que a inesperada descoberta de uma doença aparentemente impossível de ser combatida os obriga a encarar a vida real, nua e crua.
A ideia básica certamente inspiraria (ou já inspirou) os babacas que tomaram conta do mundo a fazerem comentários medíocres como "se fosse um homem e uma mulher não teria nada demais nessa história".
Colega: essa história jamais poderia ser contada com um casal hetero como protagonista. Quando o roteiro inclui determinado artifício dramático já utilizado no horrendo Um Amor Para Recordar, perto do fim, a situação vem com o peso de um direito fundamental conquistado por décadas de árdua luta da comunidade LGBT, ao contrário do moralismo conservador nojento daquele filme e de seus semelhantes.
Há ainda a preciosa figura da lendária Sally Field como a mãe do personagem de Parsons, uma mulher que cresceu numa realidade completamente diferente daquela em que os personagens jovens vivem, mas que se permite externar o melhor de si ao estender o alcance de seu instinto material para além do filho legítimo.
Agora, mais do que tudo:
Quem eleva esse filme simples, mas eficiente, acima de qualquer nível imaginável para uma produção como essa é Ben Aldridge.
Estou completamente impactado pela presença, carisma e poder dramático da performance desse moleque.
Assisti cheio de preconceitos e posso dizer que em certos quesitos quebrei a cara. Não gosto do estilo de Zack Snyder (embora ame sua adaptação de Watchmen, que é para mim seu melhor trabalho), mas me surpreendi ao notar que ele dedicou a primeira metade inteira de Rebel Moon à apresentação dos personagens e do universo em que estão inseridos, evitando suas conhecidas punhetagens constantes (embora tenha estragado o primeiro embate da heroína contra os vilões ao engessar as lutas com o slow motion pelo qual é conhecido).
Essa primeira hora do filme flui com muita naturalidade e é claramente alusiva ao cinema western. Impossível também não lembrar de Os Sete Samurais, de Akira Kurosawa, que inspirou Sete Homens e um Destino e dezenas de outros clássicos do gênero. O grande barato desse filme é esse mesmo: tem aqui Star Wars, Avatar, Blade Runner, Fuga de NY, Alien, Ghost in the Shell e diversas outras referências que evidenciam o caráter nerd do filme e de seu realizador. Snyder parece estar realizando um sonho de moleque aqui. Só posso sorrir e respeitar.
Outra surpresa foi o quanto Snyder priorizou os significados simbólicos que essa história permite. Há claras alusões aos crimes da igreja católica, ao nazismo (e o nazifascismo), ao patriarcado e até sutis paralelos com a história do império romano. O tema maior, claro, é a rebelião contra um sistema opressor. Acho importante que a molecada de hoje possa se conectar com uma história mítica tão evocativa e ainda contada através dos olhos de uma heroína forte e destemida. O trabalho de maquiagem e os figurinos maravilhosos contribuem para realçar essas ideias.
Estou dizendo que o filme é muito bom? Não necessariamente. Há aqui um roteiro bastante frágil, insuficiente em relação às ambições do projeto. Zack Snyder também continua incacaz de extrair dramaticidade dos textos com os quais trabalha, mas este trabalho me parece ser a coisa mais honesta que ele fez no cinema.
E, bem: qualquer coisa com Charlie Hunnam merece ser assistida.
PS: Estou aguardando a parte 2, anunciada nos créditos finais. Espero que corrija os defeitos e faça essa mitologia crescer.
Não, apressadinho. Não tô dizendo que It's A Wonderful Knife é um filme comovente. É que é triste ver um filme com tanto potencial se transformar numa joça onde não há uma única cena que não possa ser classificada como "patética".
O roteiro de Michael Kennedy é cheio de ideias bacaninhas que evidenciam sua clara intenção de reproduzir a energia satírica, referencial e autoconsciente dos cultuados textos de Kevin Williamson, mas infelizmente a melhor piada do filme está no título (clara referência ao clássico natalino A Felicidade Não Se Compra, de Frank Capra, que originalmente se chamava It's a Wonderful Life).
Em relação ao suspense e ao horror, Kennedy inclui diversas situações já conhecidas, mas que funcionaram várias vezes em filmes de John Carpenter, Tobe Hooper. Steve Miner e no hoje cult Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado, de Jim Gillespie (explicitamente referenciado de maneira até legalzinha), mas que aqui não surtem qualquer efeito além de bocejos.
Aí entra o único nome que merece ser lembrado nessa história: Tyler MacIntyre, o diretor dessa tremenda porcaria. Se o roteirista quis ser Williamson, MacIntyre claramente pensa ser capaz de reproduzir o horror cartunesco de Wes Craven, especialmente nos clássicos A Hora do Pesadelo e Pânico.
A única razão pela qual eu recomendaria esse horrendo filme é justamente a confirmação de que tentar copiar a gênios sempre resulta na inevitável evidência da superioridade de quem motivou tal intenção.
A sessão foi ontem, mas até agora não parei de pensar nesse grandioso trabalho do diretor Marcus Baldini.
Baseado numa história real que só não teve uma recerpussão muito maior por motivos que o filme aborda espertamente, O Sequestro do Voo 375 é um dos filmes mais tensos, angustiantes e, em certo momento, desesperadores que assisti em minha vida. Me contorci na poltrona, gritei, lacrimejei de angústia em alguns momentos.
Baldini demonstra um domínio não apenas surpreendente, mas impressionante da linguagem cinematográfica e, principalmente, das convenções do suspense. Como ensinou Hitchcock, ele bota a plateia inteira para roer as unhas muito antes de as fatalidades acontecerem, pelo exímio exercício da manipulação das expectativas.
O resultado não é eficiente, é brilhante.
O belíssimo roteiro de Lusa Silvestre e Mikael de Albuquerque é outro achado, bem sucedido tanto em suas funcionalidades, quanto em suas sutilezas. Contextualiza o filme no Brasil machucado de 1988 ao mesmo tempo em que permite que todos os temas abordados surjam fatalmente atuais e ameaçadores em 2023. Melhor: o faz sem didatismos, pregação e artifícios melodramáticos.
E o elenco? Jorge Paz transmite toda a fúria angustiada do sequestrador, Roberta Gualda está maravilhosa como uma personagem que se vê obrigada a sacrificar o dever em nome de seus princípios humanos.
A alma do filme, no entanto, é Danilo Grangheia, no papel do corajoso e humanizado comandante Fernando Murilo de Lima e Silva. É ele quem define O Sequestro do Voo 375 como um filme sobre como o Brasil é um país que, além de fomentar a violência através do abandono do cidadão, não reconhece seus verdadeiros herois. Suspeito que nunca esquecerei do desempenho desse extraordinário ator nesse filme.
Vejo algumas pessoas comentando que O Sequestro do Voo 375 "não deve nada para os gringos".
Vou além:
Esse é um dos melhores filmes de ação e suspense que assisti na minha vida.
Quando toda a construção que acompanhamos desde a primeira cena explode no clímax, eu já não estava mais pensando em nada, estava completamente atordoado pela experiência.
O Mensageiro
3.1 73 Assista AgoraMELDELS
Tô defecando de rir só de lembrar da vez em que eu e a lenda sarcástica Tassia Ty Shangô Aganjú tivemos que alugar essa palhaçada chamada O Mensageiro, de quando o Kevin Costner tava no auge do delírio ególatra.
Bixo
Esse filme fede mais que All Star de nerd de 13 anos de idade largado na beira da janela ao sol.
Não basta retratar um mundo pós-apocalíptico arenoso onde a ausência do imperialismo americano traz desolação e caos (snif! Chorei, mas foi pelo cu!), tem que por o próprio Kevin Costner como uma especie de Jesus Cristo americano louro de olhos azuis e galopeiro, o híbrido entre os maiores símbolos da bondade e da justiça, né amebinhas?
🤢 🤕 🤮 🤢
Se a gente já tinha se acabado de rir na cena em que esse creiço salvador da pátria atravessa um campo de batalha empunhando a bandeira americana em cima de um cavalo, nada nos preparou para o que viria a seguir.
Um maltrapilho que devia feder mais que pinto de adolescente chega e diz:
"Não me aliarei a você, pois você não acredita em nadahhh!!"
Ai o Kévio Creiçoner faz cara de Bill Pullman e diz todo solene, ao som daquelas marchinhas militares que fariam Basil Poledouris se mijar de rir:
"EU ACREDITO NOS ESTADOS UNIIIIDOS DA AMERICAAAAAHHH!!@@%#!!!!"
BICHO...
Eu e a Tassia nem fizemos esse trabalho eu acho. Jorrava lágrimas, as pernas tremiam foi o caos!
Mas tu pensa que acabou?
Não, nobre vagabundo...
Creyvin Custner não trabalha assim.
Obviously que ele arrumou um jeito de seu personagem jacu morrer gloriosamente pela pátria e deixar uma jeca com a cara de quem tem menos ambição que as cabra da tia Cremilda de Pomerode grávida, pra que seu legado (kkkkk) fosse levado adiante.
Ai veio o ápice:
Nasce uma menina e alguém pergunta:
Qual u nomi dela??
Aí a creyssah respond com cara de Baby Consuelo alucinada em 1972:
O nome dela será...
ESPERANÇA
Véio...
Nois se joguemo no chão!
Era berro! Era choro! Era soco no assoalho!
Obrigado, Babakevin Chucrutner pela melhor comédia de todos os tempos.
#OMensageiro #ThePostman #KevinCostner #Cinema
Aranhas Assassinas
2.1 35Levei literalmente meses para conseguir encontrar uma boa cópia de Spiders (que como de praxe no gênero ganhou um título ridículo no Brasil), de Gary Jones. Essa bobagem, que assisti em VHS há mais de 20 anos, é um glorioso filme B, fiel representante das subculturas camp, trash, kitsch e pulp.
O pessoal que não faz a menor ideia do que estou falando pode me chamar de burro o quanto quiser. Afinal, quem assistiu a essa tranqueira propositalmente absurda, caricata e mal acabada e percebeu que ela emula o cinema de gênios como Jack Arnold, John Carpenter, Brian Yuzna, Chuck Russell, Stuart Gordon, David Cronnenberg, Ridley Scott, James Cameron e Paul Verhoeven fui eu.
Perto do fim, a protagonista mocoronga do nada vira uma verdadeira Ramba, especialista em artes marciais, bombas, helicópteros e bazucas. Se eu vibrei quando ela disse "Suck on it, bitch!" ao explodir uma aranha gigante, é porque saquei umas dez razões para que essa bobagem fosse incluída no filme.
Quer saber? Significa que quem fez essa tranqueira tem muito mais referência e conhecimento cinematográfico que quem se limita a reforçar o fato de que ela não pretende atender aos critérios convencionais pelos quais se classifica obras culturais, principalmente as marginalizadas.
Bom demais, apesar de ruim pra cacete.
A sorte é toda de quem compreende.
#Spiders #FilmesB #Cinema
Guerra Civil
3.8 228A aula onde a professora da quinta série explicou as figuras de linguagem foi a mais gazeada de todos os tempos, aparentemente.
Uma Fada Veio me Visitar
3.0 35 Assista AgoraMANO
Ontem eu e a Grasy Schmitt resolvemos dar um tempo nos dramalhões para ver o novo filme da Xuxa.
Bicho...
A gente se cagou de rir e não foi por desdém, como era o esperado.
Até pouco mais da metade o filme é uma coleção bem amarrada de piadas cheias de referências que só adultos vão entender, para caracterizar o choque de gerações criado pela visita de uma fada que foi congelada nos anos 80 a uma adolescente dos dias atuais.
Claro que a tal fada é a Xuxa e, na boa: ela está muito engraçada e carismática, rindo de si mesma e encarnando ícones como Cyndi Lauper, Boy George, Clara Nunes e Madonna. As melhores cenas são aquelas em que ela incorpora a She-ha para tentar ajudar a menina que sofre bullying a se impor.
Depois o filme descamba pras aparentemente obrigatórias lições de moral e perde bastante a graça, mas ao menos aborda temas importantes para a molecada, como o cyberbullying, a cultura do cancelamento e o distanciamento social da era digital.
A cena final é ridícula e cafona até para os padrões da Xuxa, mas ao menos ela vem depois de a própria nos ter lembrado do quanto sabe ser debochada e divertida.
#Xuxa #UmaFadaVeioMeVisitar #Cinema
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraBICHO!
Só hoje assisti à primeira parte da adaptação de Denis Villeneuve para Duna,o clássico da ficção científica criado por Frank Herbert e publicado em 1965.
O motivo do delay meus amigos com certeza sabem sem nem eu ter falado: não gosto muito dos outros filmes do Villeneuve. Acho que ele é um cineasta habilidoso, mas que poda o potencial de suas habilidades, talvez por insegurança em relação às demandas da indústria em que se insere.
Até certo ponto de Duna, pensei estar vendo mais um filme em que ele se escora numa equipe maravilhosa para deixar que seus atores contem a história através dos diálogos (e é irônico que o próprio tenha recentemente dado uma declaração sobre como odeia diálogos e acha que o cinema deve se basear no impacto das imagens).
Felizmente (e inesperadamente), a partir de certo momento o filme me fisgou e não largou mais. Além das imagens maravilhosas, que poderiam ser emolduradas e expostas em galerias de arte, o filme é um dos retratos mais desoladores e, de certa maneira, singulares de um futuro distópico, em que os seres humanos remanescentes ainda precisam lutar contra as forças do fascismo, da exploração e da ignorância.
O ritmo bastante lento, que fez algumas pessoas declararem-se incapazes de ver o filme até o fim, é apenas uma preparação para o que vem a seguir. A partir do instante em que o filme permite-se incluir uma pequena explosão dramática, transforma-se numa jornada eletrizante de tragédia, guerra, sacrifício e descoberta. Um deleite para um cara que cresceu na base da cultura nerd, como eu.
Agora, preciso ser justo e enfático:
Mesmo contando com um elenco estelar, o filme tem um dono.
Timothée Chalamet é uma verdadeira potência em cena.
A cena em que seu personagem é mentalmente torturado e ele precisa lutar contra a dor e, posteriormente, enfatizar seu espírito de resistência, utilizando apenas suas expressões faciais, me deixou imensamente impressionado. Esse moleque não completou nem 30 anos de idade, mas já é uma das maiores estrelas de cinema de nosso tempo.
Que surpresa, bicho!
Não esperava nada desse Duna, mas agora estou ansiosíssimo para ver a parte dois.
#Duna #Cinema
As Bruxas de Salém
3.6 332Na adolescência, tive o privilégio de ver As Bruxas de Salém (The Crucible), de Nicholas Hytner, também com meus pais. Esse foi um dos decisivos para a formação de muitas de minhas posturas. É chocante a história das garotas acusadas de bruxaria que acabam revertendo a situação ao retransmitirem as acusações para outros inocentes, e o filme a trata com seriedade. O que realmente me revolta sempre que vejo As Bruxas de Salém é perceber que a crendice, o fanatismo e o autoritarismo religioso ainda estão presentes em nossa sociedade e continuam determinando o destino das pessoas, muitas vezes de maneira calamitosa. As ações da personagem de Winona Ryder – atriz que adoro e acredito ser merecedora de mais reconhecimento – me fascinam por um motivo curioso: ela se salva utilizando o mesmo mal que recaiu sobre ela. É a irônica prova de que, naquele contexto, as crenças que quase a condenaram à morte não passam de uma arma, algo puramente destrutivo. O destino do personagem de Daniel Day Lewis – perfeito, como sempre
– me desperta a mais profunda dor, no que toca ao senso de justiça e humanidade que creio existir em algum lugar dentro de mim. O final, com os condenados recitando o Pai Nosso antes de serem enforcados, é outra triste ironia, reveladora de uma realidade tão repugnante – e persistente – que sequer consigo traduzir em palavras o que me faz sentir.
#AsBruxasDeSalém #TheCrucible #Cinema
Olhos Famintos: Renascimento
1.1 216 Assista AgoraSOCORRO!
Mano....
O que foi isso?
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Eu CHOREI de rir umas 6 vezes vendo essa merda geneticamente modificada pra feder 475 vezes mais!
MELDELS
Cara...
Eu nunca vi tanta gente inútil reunida. Essa bosta tem uns 40 personagens e nenhum serve pra nada (além de me fazer rachar o bico).
A protagonista é uma jacu do rabo de cavalo pro lado, com uma cara de mocoronga que já dá raiva na primeira cena.
Umazora aparece um playboy de merda que basicamente tá ali pra fazer uma brincadeira jacu e morrer pateticamente dois minutos depoos. Paumole do KRL!
Sem comentários pra jeca da lojinha de antiguidades, a mulé tem a cadeça 7 vezes maior que o chapéu! Vai pra casa se esconder pra evitar constrangimento sua sem noção!
E a tiriça da peruca loira? MELDELS! A tosca usa uma jaqueta inexplicável que ela deve ter encontrado no lixo por cima de um vestido branco e calçando uma bota preta de paquita que quase chega nas coxa!
PALHAÇA!
E ahora que essa idiota fica 3 ano olhando prum sangue que tá pingando na mão dela e ainda diz:
"di ondi vem issu"
SAI DAÍ SUA CREIÇA!!
Os efeitos especiais são outro destaque. Xuxa e os Duendes 2 gostaria de ser tão podre, fétido e bolorento quante esse cocô radioativo!
E os cromaqui? Chora Nosso Lar! Esse filme te supera com folga.
A podreira é tão grande que nem me impactei com a fantasia de saco de lixo do Creeper.
Obra-prima ao contrário!
Adorei, nota 0,1
#OlhosFamintos4 #FilmesDeTerror #JeepersCreepers #Cinema
M3gan
3.0 799 Assista AgoraMesmo que eu não soubesse do envolvimento de Jacu Wan (é James?) nessa palhaçada eu sacaria facilmente que esse chorume saiu da cabeça daquele infeliz.
A boneca Megan é toda legalzona, estilozona, descoladona, antenadona, de maneira que é quase impossível não se apegar a ela. Truque básico: ao mesmo tempo, todos os outros personagens são um bando de idiotas, insuportáveis e desprezíveis. Dessa maneira, mesmo com os ataques extremamente sádicos que Megan promove, o filme utiliza todo e qualquer artifício para que o espectador sinta que as vítimas "mereceram" o que tiveram. O diretorzinho mequetrefe contratado para o trabalho sujo reforça esse "conceito" (força de expressão, hehe) ao sempre retratar Megan desfilando, dançando, posando ao som de sintetizadores modernosos enquanto persegue ou mutila seus alvos.
A lógica é a mesma da moralmente indefensável cinessérie Jogos Mortais, aquela glorificação desavergonhada da tortura, criada por... James Wan, claro.
"Ah, mas o filme critica o consumismo". Tu caiu nessa, Pedrinho? A boneca sanguinária dessa porcaria acaba se apresentando como uma solução, uma /'limpeza". Ela elimina, por exemplo, a vizinha inútil que cometeu o crime de ser feia e chata. Tá rindo? A culpa não é minha. É esse o tipo de mensagem que essa desgraça vende.
No fim das contas, esse Megan é a cara dos tempos atuais mesmo. Ao contrário dos filmes de terror com viés sociológico que marcaram a história do cinema, no entanto, aqui não é o que o suposto vilão causa que traduz o filme como um retrato da época em que foi feito. A própria Megan simboliza o público para o qual foi criada:
Dissimulada, manipuladora, ardilosa, falsamente humanizada e, por detrás da embalagem, perversa.
Que filme chulérento!
#Megan #FilmesDeTerror #Cinema
Ursinho Pooh: Sangue e Mel
1.4 195 Assista AgoraMANO...
Tipo...
mano...
é que...
MANO...
MANO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Que peido foi esse?
Bicho...
Esse filme FEDE!
Ele tem o cheiro pior que o daquela ricotinha que dá no pinto quando tu é adolescente e fica dois dia sem tomar banho!
Como assim agora o Christpher Robbins é um piazote feio pacaraio com sotaque cockney misturado com redneck e burro pra KCT que fica ajoelhado falando um monte de paumolice enquanto a namorada mocoronga tá morrendo na fente dele?
Minhas bola caiu do saco e cada uma fez um gol num continente diferente com essa paumolage!
O casting é tão bom que reuniu um grupo de cinco guria, uma mais tiriça que a outra! A nerdzona dos óculos de Velma parece que tá o tempo inteiro loca de LSD, vontade de pagar um ingresso do Burning Man pra ela ir e pular na fogueira. E a outra que tem a testa maior que a cara e ainda usa uma calça bizarramente justa acima do umbigo que parece que vai partir a guria ao meio igual o Darth Maul? Achei moda desconstruída.
Mas nada supera a melhor cena desse cu flambado disfarçado de filme:
NUNCA torci tanto pra alguém morrer como na cena da idiota que caiu na piscina sem motivo algum e ficou lá no meio berrando igual uma gralha enquanto o ursinho dumal se aproximava.
JURO que eu gritei:
"Ai... MATE!!"
Morreu foi pouco! Devia ter ressuscitado pra morrer de novo umas 14 vezes.
Essa palhaça!
E o outro paumole que tava amarrado, todo fudido e decidiu dar palestra ao invés de dar um jeito de se soltar e esmagar a cabeça do cosplayer de ursinho com alguma coisa?
PAUMOLE!!!
Sifudeu e merecia mais.
Sem comentários também pras tentativas de seriedade.
Na cena em que uma LÁGRIMAAAAAAAAAAA saiu do olho do ursinho dumal eu pensei:
"Espero que todos os mlk que passaram meses me enchendo o saco pra ver essa desgraça passem mel no rabo e fiquem de quatro esperando esse ursinho pooh dumal aparecer com a marreta pra fazer o quiser com a bunda desses FDP!"
Sério...
Sentar num cacto e depois pular numa piscina de álcool de cozinha deve ser uma experiência melhor que se submeter a esse filme.
A palavra desgraça foi criada para definir essa diarreia cinematográfica.
Que filme bunda!
#Pooh #FilmesDeTerror #Cinema
Clube dos Cinco
4.2 2,6K Assista AgoraBicho!
Que melancolia boa, apesar de angustiante.
O Clube dos Cinco, do mitológico John Hughes, completou 40 anos essa semana.
Surreal, como apenas a realidade pode ser.
Permanece um clássico absoluto em diversos sentidos e quem discorda que organize protestos contra o American Film Institute, que colocou a obra entre os 100 Maiores Filmes de Todos os Tempos.
Além de um sublime registro da época em que foi feito (moda, música, comportamento, a influência do neoliberalismo da Era Reagan na moralidade conservadora que aprisiona os jovens) o filme é de fato a obra mais universal e essencial sobre as dores da adolescência, ainda hoje. Sua influência é quase inevitável em qualquer coisa produzida sobre o tema posteriormente, pelo fato de que esse filme inverteu a lógica pela qual o tema costumava ser abordado:
O jovem aqui não é analisado por alguém que olha de cima. É ele quem abre seu coração e sua mente, sem reservas, sem medo, sem culpa, esperando nada além de uma idealizada compreensão.
Se os desabafos e queixas desses inesquecíveis personagens soam pequenos, bobos, desimportantes, o próprio filme explica de maneira destruidora:
"Quando você cresce, seu coração morre."
A vida é muito maior do que dramas adolescentes, mas poucas coisas são tão poéticas e dolorosas quanto um adolescente descobrindo a dor do existencialismo.
Esse filme é simplesmente lindo.
❤️
#OClubeDosCinco #TheBreakfastClub #JohnHughes #BratPack #Cinema
Drive-Thru: Fast Food da Morte
1.9 235EU TENTEI!
Juro que tentei assistir ao infame Drive Thru - Fastfood da Morte, que deixei passar em 2007. Lá por 25 minutos falei: CHEGA!
Obviamente eu sabia que era um filme ruim, mas achava que poderia der um BOM FILME RUIM, saca? O negócio não se garante nem na piada que vem embutida no título, já que até onde vi näo gozei nenhuma vez com ofensas ao McDonald's e Cia.
A fantasia do assassino (um palhaço, oh!) parece figurino de vilão dos Power Rangers (a bota eu tenho certeza que roubaram do camarim do Gene Simmons e tingiram com spray de 1,99). Os ataques do vilão são patéticos, preguiçosamente encenados e editados.
O elenco inicialmente ameaçou me empolgar, já que conta com a icônica Leighton Meester, na época do auge de Gossip Girl (a original, não a versão falida da geração cancelamento...) e o sensacional Nicholas D'Agosto. Pois bem: Leighton passa o filme todo com a mesma cara de prisão de ventre da Kristen Stewart em Crepúsculo e Nicholas pela primeira vez não salva um dos filmes ruins que precisou fazer no início da carreira.
De positivo, há ao menos aqueles diálogos deliciosos que só poderiam estar num filme como esse:
"Tenho certeza de que você vai me largar e eu vou acabar pobre, gorda e republicana, numa cidade do interior."
Disso eu tenho certeza que não vou esquecer.
#DriveThruFastoodDaMorte #FilmesDeTerror #Cinema
Terror Nos Bastidores
3.4 447 Assista AgoraQue coisa deliciosa esse filme The Final Girls (cujo título em português é tão patético que vou fingir não saber) de Todd Strauss-Schulson, lançado em 2015 e já é consideravelmente cultuada na comunidade mundial de horror freaks.
Trata-se basicamente de um exercício de metalinguagem que suga um grupo de jovens para dentro da tela de um cinema de rua, onde participarão ativamente de um clássico do cinema slasher (e a maneira como o nerd do grupo, hilariamente vivido por Thomas Middleditch, demonstra conhecer todo e qualquer detalhe sobre o filme é impagável). Um deles, a protagonista vivida por Thaissa Farmiga, encontrará nessa experiência uma maneira de se reconectar a algo que perdeu na vida real, como a redefinir sua função na ficção e na vida real.
Esse tipo de ideia não é nada fácil de ser trabalhada e o filme consegue extrair dezenas de situações curiosas, inesperadas, várias delas francamente hilárias dessa simples premissa. Mesmo que seja fácil perceber as claras influências de John Carpenter (À Beira da Loucura deve ser uma das obsessões do diretor e do roteirista), Wes Craven (armadilhas, o final ambíguo) e, acima de tudo, Sexta Feira 13, o filme se impõe como um trabalho de notável inventividade, realizado com evidente paixão e pulsante energia.
Diálogos impagáveis ("Uma lenda? Adoro lendas! Lago Ness, Pé Grande, Bon Jovi. Todas elas!", diz a gostosona do grupo). Cenas catárticas para qualquer fã desses filmes, como essa mesma gata fazendo uma performance "sexy" (só vendo pra sacar as aspas) e usando os peitos como isca para atrair o assassino a uma armadilha. Essa doida, aliás, tem todas as melhores falas. O que dizer de "Estamos testemunhando um assassinato ao vivo? Isso aqui é Detroit?
O filme é também tocante na maneira como retrata uma pessoa tentando se curar por meio de uma manifestação cultural marginalizada. As "final girls" do título são uma instituição sagrada no gênero, as sobreviventes em histórias onde todos morrem. Sei há décadas que essa é a razão do apego de milhões de atormentados a esses filmes: tornar-se um com a final girl e vencer o monstro, ao menos na ficção.
Lindo.
#TheFinalGirls #FilmesDeTerror #Cinema
Quando um Estranho Chama
2.9 649 Assista AgoraCara...
Tô rindo sozinho aqui.
Como tô dopado de remédio a semana toda, queria ver algum filme que não exigisse muita concentração. Por algum motivo escolhi ver pela primeira vez o remake de Simon West para When a Stranger Calls, cultuado filme de Fred Walton. O original é influente até hoje, só basicamente por seus primeiros 15 minutos (e o resto é um porre mesmo). Essa versão "modernizada" (ô termozinho, hein?) já comete o primeiro erro ao tentar transformar aqueles 15 minutos num filme de 1h30.
Trata-se basicamente de uma babá cuidando dos filhos de um casal de ricaços e sendo ameaçada por telefonemas bizarros de algum desocupado. "Vazio", "sem história", diriam alguns. Que nada! A partir de premissas básicas como essa é possível criar inesquecíveis filmes de suspense que extraem todo o potencial de uma situação claustrofóbica que se agrava gradativamente até explodir no clímax. Simon West, conhecido por filmes de ação fanfarrões como o impagável Con Air, até tenta utilizar os artifícios básicos do suspense em favor de seu filme, mas o roteiro faz questão de sabotar seus esforços a todo momento com bobagens hilárias e soluções preguiçosas.
Para quem cresceu vendo esses filmes nos anos 80 e 90, no entanto, há alguns motivos para ao menos se divertir com esse erro cinematográfico, como a cena em que a protagonista idiota interpretada por Camilla Belle ouve um barulho, abre a porta, não vê nada e grita:
TIFFANNY?
MANO, berrei de rir.
Mostra que talvez alguém estivesse ao menos tentando honrar o gênero nessa joça.
Já a cena final também me fez rir, mas não sei se foi por diversão ou pena:
É digna dos piores capítulos de Sexta Feira 13, Halloween e Hellraiser, um atestado de desleixo e talvez até desrespeito pelo público.
Quer saber?
Foda-se. Ao menos me diverti vendo essa enorme bunda suja disfarçada de filme.
#QuandoUmEstranhoChama #WhenAStrangerCalls #FilmesDeTerror #Cinema
Carnaval Sangrento
2.7 10Rapaz!
Acabo de conferir Carnaval Sangrento, de Renan Cordeiro. Trata-se de um fan film inspirado na icônica cinessérie Pânico e rodado em Curitiba, com algumas cenas gravadas no @thebowie.cwb.
Eis um autêntico trabalho de fã: as locações soturnas, as escolhas de enquadramentos e movimentos de câmera frontalmente referenciais a Wes Craven, os diálogos e situações cheios de gags, one liners e referências de cultura pop, como nos textos de Kevin Williamson, as cenas de suspense que torturam o espectador ao adiar suas conclusões além do limite, o equilíbrio entre o humor e o horror, as situações cartunescas e, claro, a metalinguagem.
Tudo aqui só poderia ter sido criado por verdadeiros fãs de Pânico e do cinema de horror em geral.
A grande revelação aqui é Jonny Lopes, extremamente carismático, engraçado e intenso no papel do protagonista.
Ao final, a obrigatória reviravolta surge muito mais esperta e significativa do que poderia ter sido, além de deixar espaço aberto para possíveis continuações.
Se depender de mim, que venham várias. O trabalho dessa molecada realmente me impressionou.
@carnavalsangrento
#CarnavalSangrento #Cinema #Curitiba #FilmesdeTerror
Os Rejeitados
4.0 319 Assista AgoraEstou sem energia para escrever um grande texto, só quero dizer que recomendo veementemente que todos assistam ao belíssimo Os Rejeitados, novo trabalho do querido Alexander Payne.
As qualidades estão por toda a parte, mas o show é completamente roubado pelo trio de protagonistas. Da'Vine Joy Randolph é daquelas pessoas duronas, claramente machucadas por dores passadas, mas que arranca suspiros com sutis gestos de carinho. Paul Giamatti está montsruoso como o professor afeito a tradições que, no convívio íntimo com a dupla de coadjuvantes, reaprende a deixar-se viver os prazeres da vida. Na meia hora final do filme, Giamatti tem momentos tão preciosos em cena que arrisco apontar esse trabalho como o maior de sua carreira. Agora, o que dizer de Dominic Sessa? Que tremendo acerto da equipe de casting! O moleque é de um magnetismo impressionante, garantindo a maior parte dos risos e emoções. Um verdadeiro achado.
"Compreender o passado é entender o presente", afirma o personagem de Giamatti, em clara alusão à alienação de gerações inteiras que desprezam o conhecimento. É curioso que o personagem não demonstre perceber o quando essa ideia simboliza o que ele e os dois grandes amigos que conhece durante a história vivenciam juntos.
Alexander Payne faz um trabalho de notável delicadeza aqui, construindo lentamente a narrativa, completamente conduzida pelas relações entre os personagens. Lá pelo meio, eu já queria ter os três na minha vida. A vida, afinal, é sobre as pessoas. Ao menos foi isso o que esse precioso filme reforçou a mim.
#OsRejeitados #TheHoldovers #Cinema
Saltburn
3.5 857É possível analisar Saltburn, novo filme da excelente diretora Emerald Fennell sob prismas diversos. Ao término da sessão, já suspeitava que o filme não abandonaria meus pensamentos tão cedo. Pois bem, estou aqui pensando nele doze horas depois.
Em menos de cinco minutos, Fennell já havia me sugado para dentro de seu universo de ambiguidades, opressão, ambição, melancolia e ilusão. Todos os elementos técnicos parecem minuciosamente mixados à narrativa, criando uma unidade que ruiria se um único detalhe estivesse fora do lugar. A palheta de cores, dos cenários, das paisagens, dos figurinos, da iluminação, transforma a mansão do título num ambiente sempre opressivo, até mesmo nos momentos em que uma farsesca felicidade parece se instalar. A câmera passeia pelos cômodos opulentos daquele palácio espalhafatoso de luxo e ostentação, mas em nenhum momento me senti seduzido pela ideia de viver por lá. Me pareceu tão triste, despedaçado, perdido e destacado da realidade quanto os miseráveis personagens que o habitam. Através dos olhos de Oliver, o protagonista interpretado à beira da genialidade por Barry Keoghan, o lugar, seus habitantes e as relações de classe, poder, justiça e luta que brotam de todos os signos que constroem a trama tomam outros contornos. Alguns permanecem ambíguos e enigmáticos, mesmo após o fim do filme.
Além dos aspectos técnicos, da direção primorosa, do elenco afiadíssimo e do ótimo roteiro estruturado a partir de um plot novelesco que aos poucos se revela cada vez mais avesso ao convencional, o filme seduz o espectador com a pulsante tensão sexual que brota até das situações mais desprezíveis, nojentas e doentias, muitas vezes ao som de uma nostálgica e empolgante coleção de hoje clássicas canções que embalaram a vida noturna no início dos anos 2000.
A sensacional sequência que encerra o filme já surge antológica, tanto por conta de sua ambiguidade moral quanto pela convergência explosiva de todos os elementos que celebrei neste pequeno texto. Quem a eleva à estratosfera, no entanto, carrega o nome que será a principal razão pela qual esse filme será lembrado:
Barry Keoghan
O moleque é uma estrela nata.
#Saltburn #BarryKeoghan #Cinema
Retorno ao Acampamento Sinistro
2.2 51MANO!!!
Corrigi o erro de nunca ter assistido a Return To Sleepaway Camp, continuação da cultuada série de filmes (franquia é o lixo que tu come no shopping center, Enzo!) Acampamento Sinistro.
Bicho...
Que filme satisfatório!
Reviravolta: a não ser que você seja o espectador que se baseia em Rotten Tomatoes, IMDB, Metacritic e na frasezinha "Aprovado pela Boscov", para escolher o que ver (e o que pensar, não é?).
Tudo o que um filme dessa série precisa está aqui. Atuações pavorosas, recusa ao plot (Syd Field é tudo o que cinema classe B mais despreza: PADRONIZAÇÃO), críticas sociais escancaradas (aqui reforçadas pelas cores azul e vermelho presentes em quase todas as cenas) e situações abdurdas.
No lugar das "qualidades" que agradariam ao espectador apegado à ditadura do bom gosto, há aqui uma coleção de situações francamente geniais em sua extrema criatividade, crueldade e questionamento moral frontalmente direcionado ao espectador.
Obviamente, todas elas são encenadas de maneira grosseira, rudimentar, avessa ao que os critérios convencionais de avaliação exigem.
Coisa que só um filme B tem permissão para fazer.
A reviravolta no final eu pude prever com alguns minutos de antecedência, mas não da maneira como aconteceu.
Vibrei.
Qualquer um que tenha algum apego a essa série, ao cinema B ou às subculturas em geral vibraria.
Não.
Eu não disse em momento nenhum que o filme é "bom".
Não é isso que a cultura marginalizada tem que ser.
#SleepawayCamp #AcampamentoSinistro #FilmesdeTerror #CulturaTrash #Subcultura #CinemaB #Cinema #Filmes
O Retorno de Mary Poppins
3.5 343 Assista AgoraO Retorno de Mary Poppins, que acaba de ser exibido na Sessão da Tarde, obviamente passa a anos luz de se equiparar ao clássico original estrelado por Julie Andrews em 1964.
Ainda assim, esse é um filme importante.
Numa época em que as crianças são bombardeadas com estímulos puramente consumistas como as inúteis aventuras do Sonic, esse é um filme que se concentra no lúdico, no impossível, na importância da fantasia e da imaginação.
A direção de arte e os figurinos são um deleite, uma perfeita combinação de cores que ajudam a contar a história e a transformar cada quadro numa expressão de deslumbre e assombro.
Frank Marshall é assumidamente um diretor que segue protocolos, mas aqui ele soube extrair o melhor possível do briefing que recebeu.
Uma fofura de filme.
#MaryPoppins #Cinema #Fantasia
Ameaça Profunda
3.0 629 Assista AgoraMano...
Pra quê?
Esse peido fílmico tenta emular John Carpenter, Ridley Sott, Jack Arnold e Steven Spielberg.
Até parece, Arnaldo!
Um martírio interminável de personagens nulos, situações enfadonhas, fotografia escura que impossibilita sequer saber o que está acontecendo, monstrinhos digitais capengas e cenas em que o diretorzinho jacu inventa desculpas para mostrar Kristen Stewart seminua.
O final ainda tenta transformar a protagonista creiça em mártir como Ellen Ripley em Alien 3.
A nota 2 é por caridade.
#Underwater #AmeaçaProfunda #Cinema
Espelho, Espelho Meu
2.8 1,8K Assista AgoraEm dez minutos, esse filmeco com Julia Roberts que está sendo exibido na outrora preciosa Sessão da Tarde já se estabelece como um autêntico exemplo da pior face da indústria cultural.
"Antes de ela surgir, o povo vivia feliz e sorridente", sussurra sensualmente a narração introdutória.
Em seguida descobrimos que a missão de Creiça de Neve é "fazer o povo voltar a estar sempre cantando e dançando".
Querido alienadinho:
Nunca existiu monarquia onde o povo estava sempre feliz, cantante e louco de doce.
Monarquia sempre foi sinônimo de miséria, fome, tortura, barbárie e abuso de poder.
"Aiii mas é só um filme", diz o jacu que nunca leu uma linha Humberto Eco, Joseph Campbell, Susan Sontag, Ariel Dorfman, Slavoj Zizek, Armand Matellard, Pauline Kael, Luiz Carlos Merten, John Kenneth Muir e tantas outras centenas de intelectuais que dedicaram a vida inteira ao estudo da indústria cultural e sua influência sobre o inconsciente coletivo.
Produtos culturais como esse, principalmente os vendidos massivamente, são a razão pela qual a humanidade idolatra seus algozes ao invés de combatê-los.
É assim que a morte de uma desgraçada como Elizabeth II vira motivo de homenagens e não de celebração.
#EspelhoEspelhoMeu #MirrorMirror #Cinema #IndústriaCultural #Ignorância
Alerta de Spoiler
3.9 37 Assista AgoraFoi por completo acaso que eu e a Grasy Schmitt assistimos ao precioso Alerta de Spoiler, de Michael Showalter.
Rapaz...
Estou sem forças.
O enredo trata de um roteirista de televisão vivido por Jim Parsons (sim, o insuportável Sheldon Cooper. Fight me!) que se se involve sentimentalmente com um fotógrafo (sim, outro homem! Oh!!!) interpretado magistralmente por Ben Aldridge.
Dois artistas com visões tão particulares quanto opostas sobre a vida (um enxerga todo e qualquer acontecimento como narrativa dramática, o outro acredita no poder do momento, do registro, da memória) que vivem uma história de alegrias e dramas... supérfluos.
Até que a inesperada descoberta de uma doença aparentemente impossível de ser combatida os obriga a encarar a vida real, nua e crua.
A ideia básica certamente inspiraria (ou já inspirou) os babacas que tomaram conta do mundo a fazerem comentários medíocres como "se fosse um homem e uma mulher não teria nada demais nessa história".
Colega: essa história jamais poderia ser contada com um casal hetero como protagonista. Quando o roteiro inclui determinado artifício dramático já utilizado no horrendo Um Amor Para Recordar, perto do fim, a situação vem com o peso de um direito fundamental conquistado por décadas de árdua luta da comunidade LGBT, ao contrário do moralismo conservador nojento daquele filme e de seus semelhantes.
Há ainda a preciosa figura da lendária Sally Field como a mãe do personagem de Parsons, uma mulher que cresceu numa realidade completamente diferente daquela em que os personagens jovens vivem, mas que se permite externar o melhor de si ao estender o alcance de seu instinto material para além do filho legítimo.
Agora, mais do que tudo:
Quem eleva esse filme simples, mas eficiente, acima de qualquer nível imaginável para uma produção como essa é Ben Aldridge.
Estou completamente impactado pela presença, carisma e poder dramático da performance desse moleque.
Que talento incomum!
Chorei alto.
#SpoilerAlert #AlertaDeSpoiler #BenAldridge #Cinema
Rebel Moon - Parte 1: A Menina do Fogo
2.6 304 Assista AgoraAssisti cheio de preconceitos e posso dizer que em certos quesitos quebrei a cara. Não gosto do estilo de Zack Snyder (embora ame sua adaptação de Watchmen, que é para mim seu melhor trabalho), mas me surpreendi ao notar que ele dedicou a primeira metade inteira de Rebel Moon à apresentação dos personagens e do universo em que estão inseridos, evitando suas conhecidas punhetagens constantes (embora tenha estragado o primeiro embate da heroína contra os vilões ao engessar as lutas com o slow motion pelo qual é conhecido).
Essa primeira hora do filme flui com muita naturalidade e é claramente alusiva ao cinema western. Impossível também não lembrar de Os Sete Samurais, de Akira Kurosawa, que inspirou Sete Homens e um Destino e dezenas de outros clássicos do gênero. O grande barato desse filme é esse mesmo: tem aqui Star Wars, Avatar, Blade Runner, Fuga de NY, Alien, Ghost in the Shell e diversas outras referências que evidenciam o caráter nerd do filme e de seu realizador. Snyder parece estar realizando um sonho de moleque aqui. Só posso sorrir e respeitar.
Outra surpresa foi o quanto Snyder priorizou os significados simbólicos que essa história permite. Há claras alusões aos crimes da igreja católica, ao nazismo (e o nazifascismo), ao patriarcado e até sutis paralelos com a história do império romano. O tema maior, claro, é a rebelião contra um sistema opressor. Acho importante que a molecada de hoje possa se conectar com uma história mítica tão evocativa e ainda contada através dos olhos de uma heroína forte e destemida. O trabalho de maquiagem e os figurinos maravilhosos contribuem para realçar essas ideias.
Estou dizendo que o filme é muito bom? Não necessariamente. Há aqui um roteiro bastante frágil, insuficiente em relação às ambições do projeto. Zack Snyder também continua incacaz de extrair dramaticidade dos textos com os quais trabalha, mas este trabalho me parece ser a coisa mais honesta que ele fez no cinema.
E, bem: qualquer coisa com Charlie Hunnam merece ser assistida.
PS: Estou aguardando a parte 2, anunciada nos créditos finais. Espero que corrija os defeitos e faça essa mitologia crescer.
#RebelMoon
#ZackSnyder
#Cinema
Um Conto Fatal
2.4 24Nossa Senhora da Desgraça: que filme triste!
Não, apressadinho. Não tô dizendo que It's A Wonderful Knife é um filme comovente. É que é triste ver um filme com tanto potencial se transformar numa joça onde não há uma única cena que não possa ser classificada como "patética".
O roteiro de Michael Kennedy é cheio de ideias bacaninhas que evidenciam sua clara intenção de reproduzir a energia satírica, referencial e autoconsciente dos cultuados textos de Kevin Williamson, mas infelizmente a melhor piada do filme está no título (clara referência ao clássico natalino A Felicidade Não Se Compra, de Frank Capra, que originalmente se chamava It's a Wonderful Life).
Em relação ao suspense e ao horror, Kennedy inclui diversas situações já conhecidas, mas que funcionaram várias vezes em filmes de John Carpenter, Tobe Hooper. Steve Miner e no hoje cult Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado, de Jim Gillespie (explicitamente referenciado de maneira até legalzinha), mas que aqui não surtem qualquer efeito além de bocejos.
Aí entra o único nome que merece ser lembrado nessa história: Tyler MacIntyre, o diretor dessa tremenda porcaria. Se o roteirista quis ser Williamson, MacIntyre claramente pensa ser capaz de reproduzir o horror cartunesco de Wes Craven, especialmente nos clássicos A Hora do Pesadelo e Pânico.
A única razão pela qual eu recomendaria esse horrendo filme é justamente a confirmação de que tentar copiar a gênios sempre resulta na inevitável evidência da superioridade de quem motivou tal intenção.
#ItsAWonderfulKnife #FilmesdeTerror #Cinema
O Sequestro do Voo 375
3.8 193 Assista AgoraA sessão foi ontem, mas até agora não parei de pensar nesse grandioso trabalho do diretor Marcus Baldini.
Baseado numa história real que só não teve uma recerpussão muito maior por motivos que o filme aborda espertamente, O Sequestro do Voo 375 é um dos filmes mais tensos, angustiantes e, em certo momento, desesperadores que assisti em minha vida. Me contorci na poltrona, gritei, lacrimejei de angústia em alguns momentos.
Baldini demonstra um domínio não apenas surpreendente, mas impressionante da linguagem cinematográfica e, principalmente, das convenções do suspense. Como ensinou Hitchcock, ele bota a plateia inteira para roer as unhas muito antes de as fatalidades acontecerem, pelo exímio exercício da manipulação das expectativas.
O resultado não é eficiente, é brilhante.
O belíssimo roteiro de Lusa Silvestre e Mikael de Albuquerque é outro achado, bem sucedido tanto em suas funcionalidades, quanto em suas sutilezas. Contextualiza o filme no Brasil machucado de 1988 ao mesmo tempo em que permite que todos os temas abordados surjam fatalmente atuais e ameaçadores em 2023. Melhor: o faz sem didatismos, pregação e artifícios melodramáticos.
E o elenco? Jorge Paz transmite toda a fúria angustiada do sequestrador, Roberta Gualda está maravilhosa como uma personagem que se vê obrigada a sacrificar o dever em nome de seus princípios humanos.
A alma do filme, no entanto, é Danilo Grangheia, no papel do corajoso e humanizado comandante Fernando Murilo de Lima e Silva. É ele quem define O Sequestro do Voo 375 como um filme sobre como o Brasil é um país que, além de fomentar a violência através do abandono do cidadão, não reconhece seus verdadeiros herois. Suspeito que nunca esquecerei do desempenho desse extraordinário ator nesse filme.
Vejo algumas pessoas comentando que O Sequestro do Voo 375 "não deve nada para os gringos".
Vou além:
Esse é um dos melhores filmes de ação e suspense que assisti na minha vida.
Quando toda a construção que acompanhamos desde a primeira cena explode no clímax, eu já não estava mais pensando em nada, estava completamente atordoado pela experiência.
Que filmaço!
#OSequestroDoVoo375 #CinemaBrasileiro #Cinema