Assisti ao primeiro capítulo. É uma obra de essência hollywoodiana. Talvez fosse boa se tivesse sido dirigida por David Lynch, o mestre em representar atmosferas oníricas por meio audiovisual, transformar o absurdo em algo palpável e oferecer uma experiência sensorial marcante.
Para quem já leu os quadrinhos, recomendo que fique com eles e dispense essa adaptação.
Uma série de nível médio para fraco. Tem ideias interessantes, mas parece que foi escrita por adolescentes. Então, dependendo, você até vai curtir e se distrair, mas no geral é bem "bobinha".
A forma como é apresentada no trailer divulgado pela Netflix leva a crer que será um série repleta de mistérios, intrigas e reviravoltas construída com meticulosidade e gradação.
Infelizmente, apesar do início promissor, a série começa a se perder a partir do quarto episódio,
onde ocorre um tiroteio digno de final de temporada, ou seja, a despeito da sua qualidade técnica, o evento localiza-se num momento inapropriado do ponto de vista narrativo, tendo sido, inclusive, desencadeado de forma repentina, atabalhoada e pouco convincente envolvendo um grupo mafioso do qual mal ouvimos falar.
Individualmente, cada personagem é marcante e possui fortes conflitos internos para resolverem. Todavia, a relação entre eles soa forçada e implausível.
A forma como os irmãos Mori, a filha/sobrinha Taki, a policial Sarah e o garoto de programa Rodney se agarram uns aos outros como uma espécie de família é algo digno de série adolescente. Aliás, me pergunto qual a função narrativa do personagem de Rodney, cujas ações pouco ou nada influem no andamento da trama principal.
Fora os problemas de roteiro apontados, Giri / Haji possui seus momentos mais inspirados em termos de direção de arte, havendo cenas mais visualmente interessantes, enquanto que outras parecem menos inspiradas. Nesse sentido, Breaking Bad ainda é a série de referência quando falamos em direção meticulosa em séries. Em seus melhores momentos, Giri / Haji mostra que possui talento, mas deixa de utilizá-lo por, creio eu, ter pressa de encerrar um ciclo logo na primeira temporada.
Assim, o ritmo segue crescendo gradativamente até atingir o referido tiroteio. depois do qual somos jogados numa morosidade cansativa até a conclusão do último episódio, dando a impressão de que foi cancelada logo depois do seu lançamento.
Em suma, é uma série que possui seus méritos e suas qualidades, mas deixa a desejar no geral.
Dica: ao terminar de assistir a série, comece a vê-la novamente. Há cenas no início (muitas que nem nos lembramos) com detalhes que são muito mais impactantes depois que você conhece o final.
Não chega a ser intragável, mas é uma daquelas séries pra se ver depois que tudo o que presta já foi assistido.
O que o roteiro não tem de confuso, ele tem de forçado. Se o argumento fosse melhor trabalhado e a série fosse filmada com mais meticulosidade, poderia até render umas boas temporadas. Agora, com esse roteiro raso e com essas atuações capengas, ainda bem que foi só uma minissérie mesmo.
Poderia-se argumentar que foi exatamente o fato de ser uma minissérie (portanto, tendo menos tempo para desenvolver sua trama e seus personagens) é que ela ficou capenga, mas isso não é verdade. Pelo teor como as revelações acontecem e os eventos se sucedem (pouco preocupados com o envolvimento ou convencimento do espectador), uma versão alongada seria apenas um inchaço do que já está aí.
Uma produção com fins exclusivamente lucrativos que se aproveita de ideias anteriormente estabelecidas por Matrix, Black Mirror e Lost sem fazer nada com elas.
A "inventividade" da série é apenas suposta, porque, analisando com um olhar mais objetivo, há de se notar que muito se fala sem que nada seja realmente dito. Assim, vemos vários personagens, em múltiplas versões temporais, esbarrando uns com os outros e passando informações "importantíssimas" sem jamais explicar coisa alguma.
Temo pela forma como essa série vai terminar, visto que o tema "viagem no tempo" é um dos mais difíceis (senão "o" mais difícil) de amarrar pontas, basicamente pelo paradoxo de Bootstrap.
No entanto, a série ganha pontos pela edição, pela trilha sonora e pelos personagens, que se mantêm envolventes e carismáticos mesmo no caos do roteiro. Esses elementos tornam a série agradável de assistir, apesar de ser completamente confusa na sua trama.
Ultimamente, tenho começado séries com muita expectativa para terminar assistindo elas "por cima do ombro". Eis aqui uma série em que foi o oposto. Comecei a vê-la não esperando nada de espetacular, e no fim não conseguia fazer outra coisa enquanto assistia ela. Um série que realmente te faz querer assisti-la por completo. Realista na medida certa, fantasiosa na medida certa, ótima fotografia, ótimas atuações e personagens marcantes.
Finalmente, termino de assistir a essa agradável surpresa que foi Peaky Blinders. Infelizmente, essa última temporada acaba ficando enfraquecida por conta do roteiro por motivos que não consigo explicar sem incorrer em alguns spoilers significativos.
Antes disso, porém, minha avaliação geral da série certamente a coloca acima da média dentre as séries. Eu gostei muito de Boardwalk Empire (da HBO), que também contava a história de um gângster no período Pós Primeira Guerram só que nos EUA. Peaky Blinders se passa no mesmo período na Inglaterra, numa cidade chamada Birmingham. A gangue mais dominante nessa cidade são so Peaky Blinders, cuja fundação e chefia pertence à família Shelby.
Assim, como ocorria em The Boardwalk Empire, Peaky Blinders acompanha seus protagonistas ao longo de temporadas, em cada qual há um vilão explícito que consiste no novo desafio da organização.
A série peca por nem sempre nos fazer simpatizar pelos seus protagonistas. Alguns poderão argumentar que isso é de se esperar por se tratarem de gângsters, e eu concordaria, não fosse The Boardwalk Empire ou O Poderoso Chefão não padecerem nem um pouco desse mesmo problema.
Por outro lado, a série ganha muitos pontos pelo seu quadro de antagonistas. Começando pelo mais fraco, o inspetor Campbell é uma figura interessante na sua controvérsia em tratar com o crime e frequentemente levar os desafios de sua profissão para o lado pessoal.
e a forma simplória com que Thomas dá cabo dele é patética do ponto de vista de roteiro e um anticlímax comparado à ameaça que Billy representava até então.
A partir da segunda temporada, somos presenteados com a presença intensa de Tom Hardy interpretando Alfie Solomons, um gângster judeu com um jeito hilário de conversar com quem quer que seja. Sou capaz de dizer que ele vale a série e tenho uma sensação muito dúbia com relação ao desfecho desse personagem.
Não tão bem aproveitado, mas impactante nos breves momentos que teve, Noah Taylor confere um peso a Darby Sabini muito maior que o tempo de tela desse personagem. Um personagem que tem os seus momentos, mas é subaproveitado.
Na terceira temporada, os russos e suas relações com políticos locais aumentam o tom de ameaça sobre os Peaky Blinders que dificilmente seria equiparado na temporada seguinte. Essa terceira temporada foi a que mais me levou a ter simpatia pelos protagonistas.
Finalmente, a quarta temporada promete muito e entrega pouco. A agradável surpresa da ilustre presença de Adrien Brody numa interpretação impecável de Luca CHangretta é descompensada pelo medo dos roteiristas de permitir que o antagonista seja realmente perigoso.
Passamos a quarta temporada inteira ouvindo os personagens falarem sobre como a máfia italiana de Nova York é perigosa e sobre como todos eles estão à beira da morte, mas os acontecimentos não corroboram esse blábláblá do roteiro. Roteiro, aliás, que peca por não ter coragem de sacrificar seus personagens, como se eles fossem queridinhos demais para terem finais trágicos. O resultado disso, é que jamais somos convencidos de que o Luca irá sequer chegar perto de acabar com os Shelby. A despeito da ameaça que Adrien Brody consegue evocar, o roteiro não parece disposto a ceder. Apenas oferece o pálido sacrifício de John Shelby, que foi morto mais por acaso do que por uma habilidosa investida dos seus inimigos, que sequer foram capazes de matar Michael, que estava logo ao lado de John.
Confesso que a primeira aparição de Luca foi uma experiência um tanto frustrante para mim, porque, logo de cara, desejei que ele matasse todo mundo e saísse vitorioso ao mesmo tempo que sabia que isso jamais ocorreria. Todavia, sequer permitir que Arthur fosse morto depois de nos fazer acreditar que ele havia sido é pura malandragem de roteiro.
Enfim, não é a melhor série que você vai assistir, mas é entretenimento garantido. Deixa de ser excepcional pelos motivos expostos acima, mas é muito bem filmada e certamente tem lá os seus momento.
A nova temporada de Black Mirror traz três episódios. Nenhum deles faz jus à série.
A série ficou famosa por explorar de forma orgânica, por vezes visceral e frequentemente catártica a maneira como a tecnologia está moldando a sociedade e as relações pessoais.
Essa nova temporada não faz nada disso e apenas usa elementos de ficção científica como pano de fundo para histórias mornas.
O episódio 1 (Striking Vipers) é até bacana, mas não há nada de Black Mirror nele, e sua história poderia muito bem ser contada sem aquele vídeogame.
O episódio 2 (Smithereens) possui um roteiro ridículo na sua resolução. A motivação do personagem para executar aquele sequestro é simplesmente tola e ilógica, e nada tem a ver com o impacto das redes sociais na vida das pessoas (tema muito melhor explorado em episódios como "Hated in The Nation" e "Nosedive").
O episódio 3 (Rachek, Jack and Ashley Too) também possui uma história que começa morna e culmina no ridículo.
A ideia de fazer uma reprodução digital perfeita de uma consciência já foi usada, primeiramente, em Be Right Back, reexplorada de forma inovadora em White Christmas, reutilizada sob outra perspectiva em USS Callister, reutilizada em Hang the DJ (embora só saibamos disso no seu desfecho, e que foi uma surpresa decepcionante para mim, mas divago...) e reaproveitada em Black Museum. Seja como for, este capítulo não usa essa ideia em qualquer sentido crítico sobre como a tecnologia nos afeta. O roteiro dá indícios de tratar do uso do mundo virtual e dos simulacros por adolescentes solitários, mas logo abandona a ideia para dar lugar a uma aventura pastelão digna de Sessão da Tarde.
Creio que dificilmente veremos episódios impactantes e surpreendentes como foram outrora.
Dostoiévski morreu sem terminar o terceiro livro da trilogia de "Os Irmãos Karamázov". Kafka não terminou seu livro "O Castelo". Lars von Trier deixou de executar a terceira temporada da sua série de terror, "Ridget", depois que 5 atores envolvidos faleceram. Por questões comerciais, David Fincher não deu continuidade à trilogia de "Millenium, os homens que não amavam suas mulheres". Enfim, houveram grandes obras que ficaram inacabadas. Não seria tão desonroso se assim tivesse sido com House of Cards.
Ao invés disso, a Netflix força a barra e coloca sua tão celebrada obra na lista das séries com as piores "resoluções" (nome técnico para "final").
É como disse Abraham Lincoln (ex-presidente dos EUA, coincidência?): "Às vezes é melhor ficar quieto e deixar que pensem que você é um idiota do que falar e dar a certeza disso. " Para nos presentear com essa temporada fraquíssima, teria sido melhor não ter feito nada. Pareceu com aquelas redações de vestibular que você começa escrevendo com minuciosa escolha de palavras e extremo esmero na construção dos parágrafos. Daí, quando percebe que não apenas o tempo, mas também as linhas estão se esgotando, você começa a atropelar tudo e faz uma salada no final.
A última temporada de House of Cards vai do insosso ao caótico. Se as tramas políticas já são difíceis de acompanhar em virtude da sua complexidade, a série em geral foi competente em nos manter bem informados. Contudo, nessa última temporada, diversas vezes fiquei me perguntando "mas o que isso significa?" Simplesmente não era capaz de entender o motivo ou a relevância das ações dos personagens.
Nunca compreendemos de fato como Claire conseguiu levar tão longe a questão da "ameaça nuclear". Na sala de emergência e enunciava que a "inteligência americana" havia passado as informações. Oras, quem está passando essas informações a ela? Ela as está inventando? Por acaso não há ninguém da inteligência presente na "sala de emergência" para desmentir? E o corpo de Thomas Yates que estava sob a posse do vice presidente? E os três assassinatos que a presidente comete com muito mais eficiência e que o próprio Francis?? Até que ponto a jornalista Skorsky chega com sua investigação (antes iniciada por Hammerschmidt??? Que fim levam os Shepherds???? E a filha dela?????
O último episódio tem o mesmo ritmo de qualquer outro, exceto pela ridícula cena final, que conta com atuações dignas de uma novela mexicana. Assim, House of Cards é encerrada como se tivesse acabado pela metade, deixando um monte de perguntas sem respostas e um monte de respostas sem esclarecimentos.
Os atores, por sua vez, dão o melhor de si, fazendo o (im)possível com o roteiro que tinham em mãos. Mas, apesar de sua indubitável competência, todos pareciam constrangidos em atuar numa série sem a presença do personagem que era o pilar central dela (como se fossem convidados de uma festa e obrigados a continuar se divertindo mesmo depois do anfitrião ter sido expulso da casa).
Não vou entrar no mérito dos acontecimentos externos que levaram a Netflix a chegar a essa sinuca de bico, mas é certo que os roteiristas tiveram uma péssima experiência ao ter de adaptar esse roteiro.
Há mutos comentários aqui criticando a série por ser infiel à realidade, mas a verdade é que ela nunca se comprometeu a isso. Logo no início há um aviso claro dizendo que a série alterou várias coisas em nome da dramatização. Pode-se até criticá-la por querer "dramatizar" (brincar com?) um assunto tão sério (principalmente quando esse assunto sequer terminou), mas parece evidente que os produtores estavam mais interessados no retorno financeiro que ela daria do que em serem fieis aos fatos.
Dito isso (e a despeito dos fatos sobre os quais se inspira), a série é bem fraca. Ela parece algo como feita às pressas e sem muita meticulosidade. Essa série mostra que o Brasil ainda está engatinhando na produção de thrillers policiais.
E claro, sem prejuízo do direito dos produtores executarem um série inspirada em fatos reais sem qualquer comprometimento, perde-se uma grande chance de se criar algo fenomenal. Mas não que essa chance não possa ser resgatada futuramente.
O final foi muito ruim. Quem olhar minhas classificações verão que no início Lost era brilhante e foi piorando com o tempo. Os roteiristas deixaram, não poucas, como eu já esperava, mas muitas pontas soltas. Deram extrema atenção a certos fatos e coisas que foram displicentemente ignoradas posteriormente. Alguns dizem que os mistérios não eram o mais importante. Bem, foi por causa deles que a maioria de nós começou a assistir a série, então eles eram sim importantes. Até mesmo os personagens que nos cativaram ficaram patéticos no final. Em suma, a série deixou de ser um thriller de mistério e suspense pra virar uma novela mágica. Muito decepcionado com os roteiristas.
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Blockbuster (1ª Temporada)
2.5 33 Assista AgoraDos mesmos produtores de Brookling 99, mas está looonge de ser Brookling 99.
Dahmer: Um Canibal Americano
4.0 671 Assista AgoraPassando aqui pra dizer que a voz do protagonista é idêntica à do Johnny Depp.
Sandman (1ª Temporada)
4.1 590 Assista AgoraAssisti ao primeiro capítulo. É uma obra de essência hollywoodiana. Talvez fosse boa se tivesse sido dirigida por David Lynch, o mestre em representar atmosferas oníricas por meio audiovisual, transformar o absurdo em algo palpável e oferecer uma experiência sensorial marcante.
Para quem já leu os quadrinhos, recomendo que fique com eles e dispense essa adaptação.
Para quem não leu, recomendo que leia.
Alice in Borderland (1ª Temporada)
3.8 285 Assista AgoraUma série de nível médio para fraco. Tem ideias interessantes, mas parece que foi escrita por adolescentes. Então, dependendo, você até vai curtir e se distrair, mas no geral é bem "bobinha".
P.S.:
No final, estão Arisu e Usagi juntos ao loiro que sabotou eles entregando-os para a milícia da Praia como se nada tivesse acontecido. Enfim...
The Midnight Gospel (1ª Temporada)
4.5 455 Assista AgoraAnimação criativa e conteúdo filosófico.
Mas é muito difícil prestar atenção na animação e na legenda ao mesmo tempo, motivo pelo qual recomendo assistir dublado.
(Assisti dublado só no último episódio e percebi que devia ter feito isso nos demais.)
Giri / Haji (1ª Temporada)
3.8 18 Assista AgoraA forma como é apresentada no trailer divulgado pela Netflix leva a crer que será um série repleta de mistérios, intrigas e reviravoltas construída com meticulosidade e gradação.
Infelizmente, apesar do início promissor, a série começa a se perder a partir do quarto episódio,
onde ocorre um tiroteio digno de final de temporada, ou seja, a despeito da sua qualidade técnica, o evento localiza-se num momento inapropriado do ponto de vista narrativo, tendo sido, inclusive, desencadeado de forma repentina, atabalhoada e pouco convincente envolvendo um grupo mafioso do qual mal ouvimos falar.
Individualmente, cada personagem é marcante e possui fortes conflitos internos para resolverem. Todavia, a relação entre eles soa forçada e implausível.
A forma como os irmãos Mori, a filha/sobrinha Taki, a policial Sarah e o garoto de programa Rodney se agarram uns aos outros como uma espécie de família é algo digno de série adolescente. Aliás, me pergunto qual a função narrativa do personagem de Rodney, cujas ações pouco ou nada influem no andamento da trama principal.
Fora os problemas de roteiro apontados, Giri / Haji possui seus momentos mais inspirados em termos de direção de arte, havendo cenas mais visualmente interessantes, enquanto que outras parecem menos inspiradas. Nesse sentido, Breaking Bad ainda é a série de referência quando falamos em direção meticulosa em séries. Em seus melhores momentos, Giri / Haji mostra que possui talento, mas deixa de utilizá-lo por, creio eu, ter pressa de encerrar um ciclo logo na primeira temporada.
Assim, o ritmo segue crescendo gradativamente até atingir o referido tiroteio. depois do qual somos jogados numa morosidade cansativa até a conclusão do último episódio, dando a impressão de que foi cancelada logo depois do seu lançamento.
Em suma, é uma série que possui seus méritos e suas qualidades, mas deixa a desejar no geral.
Chernobyl
4.7 1,4K Assista AgoraDica: ao terminar de assistir a série, comece a vê-la novamente. Há cenas no início (muitas que nem nos lembramos) com detalhes que são muito mais impactantes depois que você conhece o final.
The I-Land (1ª Temporada)
2.6 111 Assista AgoraNão chega a ser intragável, mas é uma daquelas séries pra se ver depois que tudo o que presta já foi assistido.
O que o roteiro não tem de confuso, ele tem de forçado. Se o argumento fosse melhor trabalhado e a série fosse filmada com mais meticulosidade, poderia até render umas boas temporadas. Agora, com esse roteiro raso e com essas atuações capengas, ainda bem que foi só uma minissérie mesmo.
Poderia-se argumentar que foi exatamente o fato de ser uma minissérie (portanto, tendo menos tempo para desenvolver sua trama e seus personagens) é que ela ficou capenga, mas isso não é verdade. Pelo teor como as revelações acontecem e os eventos se sucedem (pouco preocupados com o envolvimento ou convencimento do espectador), uma versão alongada seria apenas um inchaço do que já está aí.
Uma produção com fins exclusivamente lucrativos que se aproveita de ideias anteriormente estabelecidas por Matrix, Black Mirror e Lost sem fazer nada com elas.
Dark (2ª Temporada)
4.5 897A "inventividade" da série é apenas suposta, porque, analisando com um olhar mais objetivo, há de se notar que muito se fala sem que nada seja realmente dito. Assim, vemos vários personagens, em múltiplas versões temporais, esbarrando uns com os outros e passando informações "importantíssimas" sem jamais explicar coisa alguma.
Temo pela forma como essa série vai terminar, visto que o tema "viagem no tempo" é um dos mais difíceis (senão "o" mais difícil) de amarrar pontas, basicamente pelo paradoxo de Bootstrap.
No entanto, a série ganha pontos pela edição, pela trilha sonora e pelos personagens, que se mantêm envolventes e carismáticos mesmo no caos do roteiro. Esses elementos tornam a série agradável de assistir, apesar de ser completamente confusa na sua trama.
Trapped (1ª temporada)
4.1 86 Assista AgoraUltimamente, tenho começado séries com muita expectativa para terminar assistindo elas "por cima do ombro". Eis aqui uma série em que foi o oposto. Comecei a vê-la não esperando nada de espetacular, e no fim não conseguia fazer outra coisa enquanto assistia ela. Um série que realmente te faz querer assisti-la por completo. Realista na medida certa, fantasiosa na medida certa, ótima fotografia, ótimas atuações e personagens marcantes.
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (4ª Temporada)
4.4 252 Assista AgoraFinalmente, termino de assistir a essa agradável surpresa que foi Peaky Blinders. Infelizmente, essa última temporada acaba ficando enfraquecida por conta do roteiro por motivos que não consigo explicar sem incorrer em alguns spoilers significativos.
Antes disso, porém, minha avaliação geral da série certamente a coloca acima da média dentre as séries. Eu gostei muito de Boardwalk Empire (da HBO), que também contava a história de um gângster no período Pós Primeira Guerram só que nos EUA. Peaky Blinders se passa no mesmo período na Inglaterra, numa cidade chamada Birmingham. A gangue mais dominante nessa cidade são so Peaky Blinders, cuja fundação e chefia pertence à família Shelby.
Assim, como ocorria em The Boardwalk Empire, Peaky Blinders acompanha seus protagonistas ao longo de temporadas, em cada qual há um vilão explícito que consiste no novo desafio da organização.
A série peca por nem sempre nos fazer simpatizar pelos seus protagonistas. Alguns poderão argumentar que isso é de se esperar por se tratarem de gângsters, e eu concordaria, não fosse The Boardwalk Empire ou O Poderoso Chefão não padecerem nem um pouco desse mesmo problema.
Por outro lado, a série ganha muitos pontos pelo seu quadro de antagonistas. Começando pelo mais fraco, o inspetor Campbell é uma figura interessante na sua controvérsia em tratar com o crime e frequentemente levar os desafios de sua profissão para o lado pessoal.
(E a paixão que ocorre entre ele e sua espião, e também entre esta e Thomas Shelby, por mais plausível que sejam, soam cafonas)
e a forma simplória com que Thomas dá cabo dele é patética do ponto de vista de roteiro e um anticlímax comparado à ameaça que Billy representava até então.
A partir da segunda temporada, somos presenteados com a presença intensa de Tom Hardy interpretando Alfie Solomons, um gângster judeu com um jeito hilário de conversar com quem quer que seja. Sou capaz de dizer que ele vale a série e tenho uma sensação muito dúbia com relação ao desfecho desse personagem.
Não tão bem aproveitado, mas impactante nos breves momentos que teve, Noah Taylor confere um peso a Darby Sabini muito maior que o tempo de tela desse personagem. Um personagem que tem os seus momentos, mas é subaproveitado.
Na terceira temporada, os russos e suas relações com políticos locais aumentam o tom de ameaça sobre os Peaky Blinders que dificilmente seria equiparado na temporada seguinte. Essa terceira temporada foi a que mais me levou a ter simpatia pelos protagonistas.
Finalmente, a quarta temporada promete muito e entrega pouco. A agradável surpresa da ilustre presença de Adrien Brody numa interpretação impecável de Luca CHangretta é descompensada pelo medo dos roteiristas de permitir que o antagonista seja realmente perigoso.
Passamos a quarta temporada inteira ouvindo os personagens falarem sobre como a máfia italiana de Nova York é perigosa e sobre como todos eles estão à beira da morte, mas os acontecimentos não corroboram esse blábláblá do roteiro. Roteiro, aliás, que peca por não ter coragem de sacrificar seus personagens, como se eles fossem queridinhos demais para terem finais trágicos. O resultado disso, é que jamais somos convencidos de que o Luca irá sequer chegar perto de acabar com os Shelby. A despeito da ameaça que Adrien Brody consegue evocar, o roteiro não parece disposto a ceder. Apenas oferece o pálido sacrifício de John Shelby, que foi morto mais por acaso do que por uma habilidosa investida dos seus inimigos, que sequer foram capazes de matar Michael, que estava logo ao lado de John.
Confesso que a primeira aparição de Luca foi uma experiência um tanto frustrante para mim, porque, logo de cara, desejei que ele matasse todo mundo e saísse vitorioso ao mesmo tempo que sabia que isso jamais ocorreria. Todavia, sequer permitir que Arthur fosse morto depois de nos fazer acreditar que ele havia sido é pura malandragem de roteiro.
Enfim, não é a melhor série que você vai assistir, mas é entretenimento garantido. Deixa de ser excepcional pelos motivos expostos acima, mas é muito bem filmada e certamente tem lá os seus momento.
Black Mirror (5ª Temporada)
3.2 962A nova temporada de Black Mirror traz três episódios. Nenhum deles faz jus à série.
A série ficou famosa por explorar de forma orgânica, por vezes visceral e frequentemente catártica a maneira como a tecnologia está moldando a sociedade e as relações pessoais.
Essa nova temporada não faz nada disso e apenas usa elementos de ficção científica como pano de fundo para histórias mornas.
O episódio 1 (Striking Vipers) é até bacana, mas não há nada de Black Mirror nele, e sua história poderia muito bem ser contada sem aquele vídeogame.
O episódio 2 (Smithereens) possui um roteiro ridículo na sua resolução. A motivação do personagem para executar aquele sequestro é simplesmente tola e ilógica, e nada tem a ver com o impacto das redes sociais na vida das pessoas (tema muito melhor explorado em episódios como "Hated in The Nation" e "Nosedive").
O episódio 3 (Rachek, Jack and Ashley Too) também possui uma história que começa morna e culmina no ridículo.
A ideia de fazer uma reprodução digital perfeita de uma consciência já foi usada, primeiramente, em Be Right Back, reexplorada de forma inovadora em White Christmas, reutilizada sob outra perspectiva em USS Callister, reutilizada em Hang the DJ (embora só saibamos disso no seu desfecho, e que foi uma surpresa decepcionante para mim, mas divago...) e reaproveitada em Black Museum. Seja como for, este capítulo não usa essa ideia em qualquer sentido crítico sobre como a tecnologia nos afeta. O roteiro dá indícios de tratar do uso do mundo virtual e dos simulacros por adolescentes solitários, mas logo abandona a ideia para dar lugar a uma aventura pastelão digna de Sessão da Tarde.
Creio que dificilmente veremos episódios impactantes e surpreendentes como foram outrora.
House of Cards (6ª Temporada)
3.1 201 Assista AgoraDostoiévski morreu sem terminar o terceiro livro da trilogia de "Os Irmãos Karamázov". Kafka não terminou seu livro "O Castelo". Lars von Trier deixou de executar a terceira temporada da sua série de terror, "Ridget", depois que 5 atores envolvidos faleceram. Por questões comerciais, David Fincher não deu continuidade à trilogia de "Millenium, os homens que não amavam suas mulheres". Enfim, houveram grandes obras que ficaram inacabadas. Não seria tão desonroso se assim tivesse sido com House of Cards.
Ao invés disso, a Netflix força a barra e coloca sua tão celebrada obra na lista das séries com as piores "resoluções" (nome técnico para "final").
É como disse Abraham Lincoln (ex-presidente dos EUA, coincidência?): "Às vezes é melhor ficar quieto e deixar que pensem que você é um idiota do que falar e dar a certeza disso. " Para nos presentear com essa temporada fraquíssima, teria sido melhor não ter feito nada. Pareceu com aquelas redações de vestibular que você começa escrevendo com minuciosa escolha de palavras e extremo esmero na construção dos parágrafos. Daí, quando percebe que não apenas o tempo, mas também as linhas estão se esgotando, você começa a atropelar tudo e faz uma salada no final.
A última temporada de House of Cards vai do insosso ao caótico. Se as tramas políticas já são difíceis de acompanhar em virtude da sua complexidade, a série em geral foi competente em nos manter bem informados. Contudo, nessa última temporada, diversas vezes fiquei me perguntando "mas o que isso significa?" Simplesmente não era capaz de entender o motivo ou a relevância das ações dos personagens.
Nunca compreendemos de fato como Claire conseguiu levar tão longe a questão da "ameaça nuclear". Na sala de emergência e enunciava que a "inteligência americana" havia passado as informações. Oras, quem está passando essas informações a ela? Ela as está inventando? Por acaso não há ninguém da inteligência presente na "sala de emergência" para desmentir? E o corpo de Thomas Yates que estava sob a posse do vice presidente? E os três assassinatos que a presidente comete com muito mais eficiência e que o próprio Francis?? Até que ponto a jornalista Skorsky chega com sua investigação (antes iniciada por Hammerschmidt??? Que fim levam os Shepherds???? E a filha dela?????
O último episódio tem o mesmo ritmo de qualquer outro, exceto pela ridícula cena final, que conta com atuações dignas de uma novela mexicana. Assim, House of Cards é encerrada como se tivesse acabado pela metade, deixando um monte de perguntas sem respostas e um monte de respostas sem esclarecimentos.
Os atores, por sua vez, dão o melhor de si, fazendo o (im)possível com o roteiro que tinham em mãos. Mas, apesar de sua indubitável competência, todos pareciam constrangidos em atuar numa série sem a presença do personagem que era o pilar central dela (como se fossem convidados de uma festa e obrigados a continuar se divertindo mesmo depois do anfitrião ter sido expulso da casa).
Não vou entrar no mérito dos acontecimentos externos que levaram a Netflix a chegar a essa sinuca de bico, mas é certo que os roteiristas tiveram uma péssima experiência ao ter de adaptar esse roteiro.
O Mecanismo (1ª Temporada)
3.5 526Há mutos comentários aqui criticando a série por ser infiel à realidade, mas a verdade é que ela nunca se comprometeu a isso. Logo no início há um aviso claro dizendo que a série alterou várias coisas em nome da dramatização. Pode-se até criticá-la por querer "dramatizar" (brincar com?) um assunto tão sério (principalmente quando esse assunto sequer terminou), mas parece evidente que os produtores estavam mais interessados no retorno financeiro que ela daria do que em serem fieis aos fatos.
Dito isso (e a despeito dos fatos sobre os quais se inspira), a série é bem fraca. Ela parece algo como feita às pressas e sem muita meticulosidade. Essa série mostra que o Brasil ainda está engatinhando na produção de thrillers policiais.
E claro, sem prejuízo do direito dos produtores executarem um série inspirada em fatos reais sem qualquer comprometimento, perde-se uma grande chance de se criar algo fenomenal. Mas não que essa chance não possa ser resgatada futuramente.
Lost (6ª Temporada)
3.9 998 Assista AgoraO final foi muito ruim. Quem olhar minhas classificações verão que no início Lost era brilhante e foi piorando com o tempo.
Os roteiristas deixaram, não poucas, como eu já esperava, mas muitas pontas soltas. Deram extrema atenção a certos fatos e coisas que foram displicentemente ignoradas posteriormente.
Alguns dizem que os mistérios não eram o mais importante. Bem, foi por causa deles que a maioria de nós começou a assistir a série, então eles eram sim importantes. Até mesmo os personagens que nos cativaram ficaram patéticos no final.
Em suma, a série deixou de ser um thriller de mistério e suspense pra virar uma novela mágica. Muito decepcionado com os roteiristas.