Depois do verdadeiro lixo que foi a temporada final de Game of Thrones, a HBO conseguiu se redimir rapidamente. Primeiro com a impecável minissérie Chernobyl e agora com a primeira temporada do estonteante Euphoria! É tranquilamente a obra audiovisual definitiva sobre a adolescência pós moderna, o retrato mais descaradamente explícito de como são os jovens ocidentais nos dias de hoje.
Depressão, abuso de drogas, mega exposição nas redes sociais, sexualidade, aborto e muito mais. Praticamente todos os temas "polêmicos" da sociedade são abordados aqui com muita sinceridade e sem poréns, indo além da superficialidade com que a maioria das séries e filmes costumam abordar. E quando eu digo que é tudo explícito, é literalmente. A série não se esconde e mostra tudo o que tem que mostrar e quando tem que mostrar, é realmente louvável o bom senso da produção na montagem de cada episódio.
A linguagem da série é outro ponto de se aplaudir de pé. Frenética, lúdica, tensa, vibrante e absolutamente hipnotizante. Logo no primeiro episódio você já fica com a sensação de estar diante de uma obra prima, algo muito acima do comum. Eles não vacilam um momento sequer nos 8 episódios da primeira temporada, não há momento gratuito ou que nos faça perder o foco.
Como se não bastasse tudo isso, ainda temos um elenco afinadíssimo. Sempre achei a Zendaya inexpressiva, mas aqui ela dá aula de atuação na pele de uma viciada depressiva que luta para se livrar do vício e superar traumas do passado enquanto descobre mais sobre sua sexualidade. Mas não é só ela que brilha, temos pelo menos uns 5 ou 6 personagens interessantíssimos. Jules, Fez, Kat, McKay, Maddy e principalmente o antagonista Nate Jacobs são incríveis, há muito o que se falar sobre eles e só não farei isso agora porque o texto ficaria grande demais.
Poucas séries tem um título que fazem tanto sentido com o conteúdo como Euphoria. Se isso aqui tivesse saído pela Netflix com certeza teria se tornado o novo fenômeno do momento, mas pela HBO passou batido por muita gente. Se você tem filhos adolescentes, é jovem ou simplesmente está afim de algo visceralmente entusiasmante, comece a assistir Euphoria agora mesmo!
Na segunda temporada as trambicagens da família Shelby sobem de escala e desafio agora é estabelecer seus negócios em Londres. Entram em cena a máfia italiana e judia. O personagem do Tom Hardy já se destaca logo de cara, graças ao carisma do ator. Já o líder da máfia italiana tem um ar meio besta e prepotente, apesar de ser pintado como a grande ameaça para os Peaky Blinders.
Os membros da família ganham mais camadas, especialmente Arthur e a tia Polly, que finalmente encontra seu filho. Aliás o filho dela foi uma boa adição na trama. A irmã comunista continua chata e desinteressante, assim como John, que de todos os irmãos é o mais insignificante.
O desafio final na pista de corrida foi realmente empolgante, além de dar fim a trama do inspector Campbell que eu particularmente já tava de saco cheio. A resolução de tudo foi relativamente plausível e deu a dimensão do quanto na merda os Peaky Blinders estão afundados. Se por um lado eles conquistam cada vez mais fama e poder, por outro ficam presos a forças ainda mais poderosas.
Só pra finalizar, a transformação de Grace de espiã em dona de casa tirou toda a graça da personagem. Esse romance entre ela e o Tommy não me convence muito, o lance dele com a domadora de cavalos estava bem mais interessante...
Considerando que séries e filmes sobre mafiosos costumam ser muito boas, Peaky Blinders se mantém na média. O que se destaca logo de cara é o carisma do protagonista interpretado pelo Cillian Murphy. Thomas Shelby é frio, procura estar sempre um passo à frente de todos e não hesita em fazer o que tem que ser feito. O elenco de coadjuvantes também está afiado, cada um dos membros da família Shelby tem seu desenvolvimento.
A fotografia e os diálogos são muito bons também, mas nem tudo são flores nesta primeira temporada. O roteiro tem algumas soluções fáceis que tiram um pouco o brilho da obra. O twist final é bem morno e a temporada ainda acaba com o cliffhanger digno de séries como The Walking Dead. Mas no geral a série começou bem, ainda mais por se tratar de uma história baseada em fatos.
Pra quem não sabe, essa é uma antologia de animações ao melhor estilo Animatrix. São 18 estórias curtas com variados temas relacionados ao título da série. Algumas são fracas (como "O Lixão" e "Ponto Cego"), outras são médias (como "A Vantagem da Sonnie" e "Sugador de Almas"), temos também as boas (como "Quando o Iogurte Assumiu o Controle" e "Os Três Robôs") e por fim as espetaculares (como "Zima Blue" e "Para Além da Fenda de Àquila"). Algumas são pretenciosas, outras rasas demais, mas no geral é um antologia de muita qualidade.
Sobre a parte técnica, as animações são impecáveis e em alguns casos hipnotizantes. É de cair o queixo o tamanho da qualidade. Além disso, muitas das estórias mostradas em 10 minutos poderiam tranquilamente se tornar um longa-metragem. Existe muito potencial e eu desde já estou ansioso por mais temporadas.
Euphoria (1ª Temporada)
4.3 893Depois do verdadeiro lixo que foi a temporada final de Game of Thrones, a HBO conseguiu se redimir rapidamente. Primeiro com a impecável minissérie Chernobyl e agora com a primeira temporada do estonteante Euphoria! É tranquilamente a obra audiovisual definitiva sobre a adolescência pós moderna, o retrato mais descaradamente explícito de como são os jovens ocidentais nos dias de hoje.
Depressão, abuso de drogas, mega exposição nas redes sociais, sexualidade, aborto e muito mais. Praticamente todos os temas "polêmicos" da sociedade são abordados aqui com muita sinceridade e sem poréns, indo além da superficialidade com que a maioria das séries e filmes costumam abordar. E quando eu digo que é tudo explícito, é literalmente. A série não se esconde e mostra tudo o que tem que mostrar e quando tem que mostrar, é realmente louvável o bom senso da produção na montagem de cada episódio.
A linguagem da série é outro ponto de se aplaudir de pé. Frenética, lúdica, tensa, vibrante e absolutamente hipnotizante. Logo no primeiro episódio você já fica com a sensação de estar diante de uma obra prima, algo muito acima do comum. Eles não vacilam um momento sequer nos 8 episódios da primeira temporada, não há momento gratuito ou que nos faça perder o foco.
Como se não bastasse tudo isso, ainda temos um elenco afinadíssimo. Sempre achei a Zendaya inexpressiva, mas aqui ela dá aula de atuação na pele de uma viciada depressiva que luta para se livrar do vício e superar traumas do passado enquanto descobre mais sobre sua sexualidade. Mas não é só ela que brilha, temos pelo menos uns 5 ou 6 personagens interessantíssimos. Jules, Fez, Kat, McKay, Maddy e principalmente o antagonista Nate Jacobs são incríveis, há muito o que se falar sobre eles e só não farei isso agora porque o texto ficaria grande demais.
Poucas séries tem um título que fazem tanto sentido com o conteúdo como Euphoria. Se isso aqui tivesse saído pela Netflix com certeza teria se tornado o novo fenômeno do momento, mas pela HBO passou batido por muita gente. Se você tem filhos adolescentes, é jovem ou simplesmente está afim de algo visceralmente entusiasmante, comece a assistir Euphoria agora mesmo!
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (2ª Temporada)
4.4 261 Assista AgoraNa segunda temporada as trambicagens da família Shelby sobem de escala e desafio agora é estabelecer seus negócios em Londres. Entram em cena a máfia italiana e judia. O personagem do Tom Hardy já se destaca logo de cara, graças ao carisma do ator. Já o líder da máfia italiana tem um ar meio besta e prepotente, apesar de ser pintado como a grande ameaça para os Peaky Blinders.
Os membros da família ganham mais camadas, especialmente Arthur e a tia Polly, que finalmente encontra seu filho. Aliás o filho dela foi uma boa adição na trama. A irmã comunista continua chata e desinteressante, assim como John, que de todos os irmãos é o mais insignificante.
O desafio final na pista de corrida foi realmente empolgante, além de dar fim a trama do inspector Campbell que eu particularmente já tava de saco cheio. A resolução de tudo foi relativamente plausível e deu a dimensão do quanto na merda os Peaky Blinders estão afundados. Se por um lado eles conquistam cada vez mais fama e poder, por outro ficam presos a forças ainda mais poderosas.
Só pra finalizar, a transformação de Grace de espiã em dona de casa tirou toda a graça da personagem. Esse romance entre ela e o Tommy não me convence muito, o lance dele com a domadora de cavalos estava bem mais interessante...
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (1ª Temporada)
4.4 461 Assista AgoraConsiderando que séries e filmes sobre mafiosos costumam ser muito boas, Peaky Blinders se mantém na média. O que se destaca logo de cara é o carisma do protagonista interpretado pelo Cillian Murphy. Thomas Shelby é frio, procura estar sempre um passo à frente de todos e não hesita em fazer o que tem que ser feito. O elenco de coadjuvantes também está afiado, cada um dos membros da família Shelby tem seu desenvolvimento.
A fotografia e os diálogos são muito bons também, mas nem tudo são flores nesta primeira temporada. O roteiro tem algumas soluções fáceis que tiram um pouco o brilho da obra. O twist final é bem morno e a temporada ainda acaba com o cliffhanger digno de séries como The Walking Dead. Mas no geral a série começou bem, ainda mais por se tratar de uma história baseada em fatos.
Amor, Morte e Robôs (Volume 1)
4.3 673 Assista AgoraPra quem não sabe, essa é uma antologia de animações ao melhor estilo Animatrix. São 18 estórias curtas com variados temas relacionados ao título da série. Algumas são fracas (como "O Lixão" e "Ponto Cego"), outras são médias (como "A Vantagem da Sonnie" e "Sugador de Almas"), temos também as boas (como "Quando o Iogurte Assumiu o Controle" e "Os Três Robôs") e por fim as espetaculares (como "Zima Blue" e "Para Além da Fenda de Àquila"). Algumas são pretenciosas, outras rasas demais, mas no geral é um antologia de muita qualidade.
Sobre a parte técnica, as animações são impecáveis e em alguns casos hipnotizantes. É de cair o queixo o tamanho da qualidade. Além disso, muitas das estórias mostradas em 10 minutos poderiam tranquilamente se tornar um longa-metragem. Existe muito potencial e eu desde já estou ansioso por mais temporadas.
Os Animais do Bosque dos Vinténs
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