François Ozon ainda não possui, propriamente, uma marca visual registrada, contudo, a insipiente estilística não representa uma falta de originalidade em sua obra. A sua narrativa cinematográfica, tanto em termos visuais quanto em termos de argumento e enredo são bastante surpreendentes.
A predileção de Ozon por temos afetos ao circuito LGBT remota desde o início de sua carreira, quando a temática sequer era tão comercial – basta lembrar do delicioso curta Un robe d’été e Swimming Pool, obras que não podem ser tidas como menores. Em Une Nouvelle Amie, a delicadeza do olhar do cineasta francês, mais uma vez, prepondera, de modo que o tema é muito bem desenvolvido e construído.
Existem detalhes em Une Nouvelle Amie que, num primeiro momento, passam desapercebidos. Tais delicadezas apenas reforçam o caráter sensível e cuidadoso do trabalho de Ozon, já que há uma solução estética e narrativa original para o tema. Cito algumas cenas: a câmera que gira no encontro do casal com a Virgínia na mesa de jantar, representando a circularidade dos afetos naquela mesa; o despertar da maturidade sexual da personagem central com todas suas fantasias nada convencionais.
Insisto na personagem feminina central e suas fantasias eróticas. É bem interessante perceber que a transexualidade não é a única descoberta sexual que ocorre no filme, isto porque Claire também passa por um processo profundo de amadurecimento e de descoberta de si mesma.
Afirmar que o término do filme, no qual Virgínia termina com Claire ocorre em razão da união que a falecida Laura produz entre as personagens centrais é bastante ingênuo. Uma ligação profunda é construída entre os dois e está bem além da presença de Laura na vida de ambos: esta funciona tão somente como um aproximador – ou talvez um catalizador. Ademais, as fantasias sexuais criativas dela evidenciam bem como a sexualidade humana é complexa e não se limita ao padrão por ela vivido no início do filme.
Outro aspecto que é digno de nota é que a obra busca afastar o elemento do suspense: desde já se descobre a transexualidade da personagem – ainda que nem ela mesmo ponha nestes termos no início do filme, já que neste bildungfilm apenas no final da trajetória que ela se entende como tanto. Seria uma solução bastante simplista suspender a sexualidade ou a descoberta da mesma para o final do filme: mas não, sabemos, junto com a outra personagem, do processo em questão.
No entanto, em que pese tantos acertos, o quarto final do filme possui soluções narrativas um tanto clichês e que beiram o pieguismo. Porém, estes deslizes estéticos não comprometem a obra, sobretudo porque a solução final não é tão previsível quanto parece. François Ozon, neste filme, se torna em uma antiga amiga nossa, que é, com delicadeza e sensibilidade, permanece.
Desde o primeiro momento do filme, pode-se notar que é Almodóvar; cada detalhe do filme é almodovariano: o cenário kitsch, a explosão feminina, os ângulos retos, as cores. Contudo, este filme não funciona. A evolução da história é similar a de outros filmes, o argumento também, porém, neste alguma coisa falta. Em Kika, é mais explícita a associação de Almodóvar entre sexo e violência -
Paul Bazzo é um ator pornô e estupra Kika, e ela parece não se importar tanto com isso; sendo que Bazzo estuprava também animais, mulheres de sua vila e sua própria irmã; bem como Pierce é apresentado como homme fatale, no sentido mais literal possível
. Entretanto, Almodóvar não dá a seriedade que a questão do estupro merece. E temas como mídia sensacionalista e a fusão entre autor e personagem não são bem exploradas. Ambas temáticas discutem o limite do real: quem escreve sobre quem? Qual é a realidade exibida na televisão? Outro destaque, relacionado com isto, é a fixação voyeur, afinal, existe uma profunda diferença entre ler uma estória ou assistir televisão e observar a vida dos vizinhos? De qualquer jeito, não é um bom filme, apenas Victoria Abril está interessante e a beleza de Alex Casanovas também. Kika não vale apena nem por diversão. Eventualmente, os mestres cometem erros, e Kika é um deles.
Não há como não se emocionar com esse filme: delicado, tenro e contido. Apesar de algumas pequenas confusões e de ser um pouco truncado às vezes, o roteiro é maravilhoso, sendo o ponto alto de todo filme! Repleto de detalhes encantadores, de personagens marcantes e de uma acurácia história incrível, Longtime Companion em nada deixa a desejar. Há de se ressaltar a inteligente trilha sonora que, além de ser ótima, é extremamente coerente, indo ao encontro do roteiro. Iniciando com Tide is High do Blondie e terminando com Post Mortem Bar de Zane Campbell, percebe-se dois momentos diferentes a respeito da própria vida: da celebração hedonista de ser o número um às paredes repletas de memórias daqueles que se foram que precisam ser apagadas. Tratou-se da Aids sem ser piegas, melodramático, sem possuir um teor higienista, muito menos moralista julgando o caráter de alguém. A última cena é digna de lágrimas - que se vão sempre que a assisto.
Em uma resposta portuguesa à Piaf, o Hino do Amor; Amália Rodrigues é representada nas telas, porém repleto de clichês, Amália, o Filme em nenhum momento funciona, não existindo sequer um aspecto positivo a ser ressaltado a respeito da película. A edição do filme é terrível e aliado a um péssimo roteiro, que, por sua vez, é repleto de falhas históricas e biográficas, além de não ser coerente em si mesmo, o conjunto do filme é confuso, são várias de cenas desconexas entre si, inexistindo qualquer coesão. Outra negação é a direção de arte e a cenografia que transformam o Portugal de 1940 igual àqueles de 1950 e 1960, os mesmos trajes, os mesmos objetos, os mesmos comportamentos, estes, por sua vez, eram extremamente desconexos à realidade histórica, já que vemos uma Amália contemporânea. Ao se fazer um filme biográfico ou histórico, não se pode pintar o passado com as matizes do presentes, caso contrário, teremos o que temos nesse filme: uma Amália do presente vivendo no passado. A carreira e a música da Amália são postos em último plano, e não é porque existe um número razoável de músicas (mal interpretadas pela Sandra Belo) no filme que haveria um "foco" satisfatório à sua carreira. Ademais, a família esteve muito certa em tentar evitar que esse filme fosse rodado e exibido, afinal, a Amália retratada nada condiz com aquela que existiu e com toda sua trajetória musical: transformaram a Dama do Fado na Dama da Lotação.
Prima facie, A primavera de uma Solteirona é um filme simples. Entretanto, afastando de sua superficialidade e se agarrando a estruturas mais profundas de seu texto, reparam-se inúmeros aspectos de interessante relevo, sobretudo políticos.
Miss Brodie é a própria encarnação do espírito romântico, tanto assim o é que a mesma se alinha ao fascismo. Este, por sua vez, não se faz presente, em Brodie, apenas nas suas opiniões artísticas e políticas, mas se faz presente em seu próprio procedere: ao se por como Il Dulce para suas meninas, na alienação de si para elas. É a própria Miss Brodie, naquele seu universo, Benito Mussolini, com sua devoção àquela educação. Todavia, é essa devoção seu auto-de-fé ou seria um escapismo?
O posicionamento de líder para aquelas meninas, em determinados momentos, mais se apresentam um escapismo as suas frustrações (a morte de seu amado, o fato de Teddy ser casado) do que, talvez, crença completa nos ideais românticos-fascistas. Vejamos que a dedicação ao fascismo de Miss Brodie cresce na medida em que crescem suas decepções, ademais, o próprio fato de Brodie idealizar o relacionamento entre Jenny e Teddy, aos moldes dos romances românticos cuja diferença de idade é alta, representa uma abstenção da realização concreta do seu desejo (de ter Teddy), frente a impossibilidade, porém, ao induzir tal relacionamento, na realidade, não é a busca do ideal de beleza romântica que Brodie desejava, mas sim a sublimação de seu desejo por Teddy, vez que Brodie se personifica em Jenny.
Desse modo, o fascismo de Miss Brodie mais aparenta, às vezes, uma persona criada para se defender e enganar-se de sua realidade: alienando-se de si. Alienação esta propugnada pelos regimes fascistas ao defenderem a irracionalidade, a eugenia, além de seus próprios sensos arbitrário de justiça (sendo que todos esses elementos são defendidos, (in)diretamente, por Brodie em seu discurso, inclusive, em sua "derrocada" final frente a Sandy ao apelar para sua descendência - mais uma vez, o fascismo dela se apresentando como escudo).
Ademais, há de se atentar a personagem de Sandy que, ao ver a falta de reciprocidade de seu relacionamento com Miss Brodie, tem o seu comportamento mudado. Todavia, essas mudanças que, inicialmente, parece-nos que é a sensatez que tanto nos fala Brodie, são, na verdade, mágoas de um desejo não correspondido que, frente à negação, surgem da transformação do amor em ódio. É, do princípio ao fim, Miss Brodie aquilo que Sandy deseja e aquilo que Sandy quer ser. Nesse sentido, a denúncia da educação fascista feita por Sandy é apenas um artifício para atingir aquilo que ela deseja, mas nega que deseja.
Além de um roteiro maravilhoso, a interpretação de Maggie Smith, que faz Miss Brodie ser um personagem inesquecível, sendo ainda que facilmente podemos nos ver simpatizando com ela, e Pamela Franklin são ótimas! direção boa, fotografia e montagem adequadas, mas sem nada a serem ressaltadas. É um filme impecável.
Uma Nova Amiga
3.7 120 Assista AgoraUma velho amigo: François Ozon.
François Ozon ainda não possui, propriamente, uma marca visual registrada, contudo, a insipiente estilística não representa uma falta de originalidade em sua obra. A sua narrativa cinematográfica, tanto em termos visuais quanto em termos de argumento e enredo são bastante surpreendentes.
A predileção de Ozon por temos afetos ao circuito LGBT remota desde o início de sua carreira, quando a temática sequer era tão comercial – basta lembrar do delicioso curta Un robe d’été e Swimming Pool, obras que não podem ser tidas como menores. Em Une Nouvelle Amie, a delicadeza do olhar do cineasta francês, mais uma vez, prepondera, de modo que o tema é muito bem desenvolvido e construído.
Existem detalhes em Une Nouvelle Amie que, num primeiro momento, passam desapercebidos. Tais delicadezas apenas reforçam o caráter sensível e cuidadoso do trabalho de Ozon, já que há uma solução estética e narrativa original para o tema. Cito algumas cenas: a câmera que gira no encontro do casal com a Virgínia na mesa de jantar, representando a circularidade dos afetos naquela mesa; o despertar da maturidade sexual da personagem central com todas suas fantasias nada convencionais.
Insisto na personagem feminina central e suas fantasias eróticas. É bem interessante perceber que a transexualidade não é a única descoberta sexual que ocorre no filme, isto porque Claire também passa por um processo profundo de amadurecimento e de descoberta de si mesma.
Afirmar que o término do filme, no qual Virgínia termina com Claire ocorre em razão da união que a falecida Laura produz entre as personagens centrais é bastante ingênuo. Uma ligação profunda é construída entre os dois e está bem além da presença de Laura na vida de ambos: esta funciona tão somente como um aproximador – ou talvez um catalizador. Ademais, as fantasias sexuais criativas dela evidenciam bem como a sexualidade humana é complexa e não se limita ao padrão por ela vivido no início do filme.
Outro aspecto que é digno de nota é que a obra busca afastar o elemento do suspense: desde já se descobre a transexualidade da personagem – ainda que nem ela mesmo ponha nestes termos no início do filme, já que neste bildungfilm apenas no final da trajetória que ela se entende como tanto. Seria uma solução bastante simplista suspender a sexualidade ou a descoberta da mesma para o final do filme: mas não, sabemos, junto com a outra personagem, do processo em questão.
No entanto, em que pese tantos acertos, o quarto final do filme possui soluções narrativas um tanto clichês e que beiram o pieguismo. Porém, estes deslizes estéticos não comprometem a obra, sobretudo porque a solução final não é tão previsível quanto parece. François Ozon, neste filme, se torna em uma antiga amiga nossa, que é, com delicadeza e sensibilidade, permanece.
O Pássaro Sangrento
3.5 85olha, surreal esse spoilerzão na sinopse, vou te contar pqp
Kika
3.5 359 Assista AgoraDesde o primeiro momento do filme, pode-se notar que é Almodóvar; cada detalhe do filme é almodovariano: o cenário kitsch, a explosão feminina, os ângulos retos, as cores. Contudo, este filme não funciona. A evolução da história é similar a de outros filmes, o argumento também, porém, neste alguma coisa falta. Em Kika, é mais explícita a associação de Almodóvar entre sexo e violência -
Paul Bazzo é um ator pornô e estupra Kika, e ela parece não se importar tanto com isso; sendo que Bazzo estuprava também animais, mulheres de sua vila e sua própria irmã; bem como Pierce é apresentado como homme fatale, no sentido mais literal possível
A Caça
4.2 2,0K Assista Agoraé um excelente filme, o único pesar do mesmo acredito que seja a misoginia que é latente
Glória - A Mulher
2.8 58 Assista AgoraAcho que mais da metade dos comentários desse filme foi de quem assistiu o filme ontem...
tbm assisti ontem ):
Meu Querido Companheiro
3.6 34Não há como não se emocionar com esse filme: delicado, tenro e contido. Apesar de algumas pequenas confusões e de ser um pouco truncado às vezes, o roteiro é maravilhoso, sendo o ponto alto de todo filme! Repleto de detalhes encantadores, de personagens marcantes e de uma acurácia história incrível, Longtime Companion em nada deixa a desejar. Há de se ressaltar a inteligente trilha sonora que, além de ser ótima, é extremamente coerente, indo ao encontro do roteiro. Iniciando com Tide is High do Blondie e terminando com Post Mortem Bar de Zane Campbell, percebe-se dois momentos diferentes a respeito da própria vida: da celebração hedonista de ser o número um às paredes repletas de memórias daqueles que se foram que precisam ser apagadas. Tratou-se da Aids sem ser piegas, melodramático, sem possuir um teor higienista, muito menos moralista julgando o caráter de alguém. A última cena é digna de lágrimas - que se vão sempre que a assisto.
Amália, o Filme
3.1 11Em uma resposta portuguesa à Piaf, o Hino do Amor; Amália Rodrigues é representada nas telas, porém repleto de clichês, Amália, o Filme em nenhum momento funciona, não existindo sequer um aspecto positivo a ser ressaltado a respeito da película. A edição do filme é terrível e aliado a um péssimo roteiro, que, por sua vez, é repleto de falhas históricas e biográficas, além de não ser coerente em si mesmo, o conjunto do filme é confuso, são várias de cenas desconexas entre si, inexistindo qualquer coesão. Outra negação é a direção de arte e a cenografia que transformam o Portugal de 1940 igual àqueles de 1950 e 1960, os mesmos trajes, os mesmos objetos, os mesmos comportamentos, estes, por sua vez, eram extremamente desconexos à realidade histórica, já que vemos uma Amália contemporânea. Ao se fazer um filme biográfico ou histórico, não se pode pintar o passado com as matizes do presentes, caso contrário, teremos o que temos nesse filme: uma Amália do presente vivendo no passado. A carreira e a música da Amália são postos em último plano, e não é porque existe um número razoável de músicas (mal interpretadas pela Sandra Belo) no filme que haveria um "foco" satisfatório à sua carreira. Ademais, a família esteve muito certa em tentar evitar que esse filme fosse rodado e exibido, afinal, a Amália retratada nada condiz com aquela que existiu e com toda sua trajetória musical: transformaram a Dama do Fado na Dama da Lotação.
A Primavera de uma Solteirona
4.0 32Prima facie, A primavera de uma Solteirona é um filme simples. Entretanto, afastando de sua superficialidade e se agarrando a estruturas mais profundas de seu texto, reparam-se inúmeros aspectos de interessante relevo, sobretudo políticos.
Miss Brodie é a própria encarnação do espírito romântico, tanto assim o é que a mesma se alinha ao fascismo. Este, por sua vez, não se faz presente, em Brodie, apenas nas suas opiniões artísticas e políticas, mas se faz presente em seu próprio procedere: ao se por como Il Dulce para suas meninas, na alienação de si para elas. É a própria Miss Brodie, naquele seu universo, Benito Mussolini, com sua devoção àquela educação. Todavia, é essa devoção seu auto-de-fé ou seria um escapismo?
O posicionamento de líder para aquelas meninas, em determinados momentos, mais se apresentam um escapismo as suas frustrações (a morte de seu amado, o fato de Teddy ser casado) do que, talvez, crença completa nos ideais românticos-fascistas. Vejamos que a dedicação ao fascismo de Miss Brodie cresce na medida em que crescem suas decepções, ademais, o próprio fato de Brodie idealizar o relacionamento entre Jenny e Teddy, aos moldes dos romances românticos cuja diferença de idade é alta, representa uma abstenção da realização concreta do seu desejo (de ter Teddy), frente a impossibilidade, porém, ao induzir tal relacionamento, na realidade, não é a busca do ideal de beleza romântica que Brodie desejava, mas sim a sublimação de seu desejo por Teddy, vez que Brodie se personifica em Jenny.
Desse modo, o fascismo de Miss Brodie mais aparenta, às vezes, uma persona criada para se defender e enganar-se de sua realidade: alienando-se de si. Alienação esta propugnada pelos regimes fascistas ao defenderem a irracionalidade, a eugenia, além de seus próprios sensos arbitrário de justiça (sendo que todos esses elementos são defendidos, (in)diretamente, por Brodie em seu discurso, inclusive, em sua "derrocada" final frente a Sandy ao apelar para sua descendência - mais uma vez, o fascismo dela se apresentando como escudo).
Ademais, há de se atentar a personagem de Sandy que, ao ver a falta de reciprocidade de seu relacionamento com Miss Brodie, tem o seu comportamento mudado. Todavia, essas mudanças que, inicialmente, parece-nos que é a sensatez que tanto nos fala Brodie, são, na verdade, mágoas de um desejo não correspondido que, frente à negação, surgem da transformação do amor em ódio. É, do princípio ao fim, Miss Brodie aquilo que Sandy deseja e aquilo que Sandy quer ser. Nesse sentido, a denúncia da educação fascista feita por Sandy é apenas um artifício para atingir aquilo que ela deseja, mas nega que deseja.
Além de um roteiro maravilhoso, a interpretação de Maggie Smith, que faz Miss Brodie ser um personagem inesquecível, sendo ainda que facilmente podemos nos ver simpatizando com ela, e Pamela Franklin são ótimas! direção boa, fotografia e montagem adequadas, mas sem nada a serem ressaltadas. É um filme impecável.
Pokémon, O Filme 1: Mewtwo vs Mew
3.7 667 Assista AgoraMelhor filme do mundo ponto
Mortal Kombat
3.0 600 Assista AgoraNa minha infância, era um dos meus filmes favoritos, sinto que desencantará após eu assistir ):