Coco, também conhecida como Ana Beatriz e Lady Of Shalott é uma jovem diretora cearense, desenhista e poeta, também amante de várias artes, suas produções sempre são aguçadas por suas visões de fim de tarde, como a chuva caindo contra a janela ou rachaduras que riscam a superfície de grossas paredes. Começou seus trabalhos cedo, estudando biomedicina, sentia falta de um espaço para criação e interpretação, assim decidiu gravar “Terror On Fear” em 2017, uma produção de menos de um minuto, imagem preta e branca com formigas caminhando pela tela; hora animais, hora seres humanamente reunidos. Após isto, apostou em um curta mais sofisticado, “Uma Tarde Num Dia Inteiro Pagar-se-há As Pragas Da Tua Língua: Me Perdoe, Me Perdoe, Me Perdoe (aka Flowey the Flower)” de 2018, recheado de poesia atípica e passagens por uma rotina próxima — por vezes distante —, tendo como centro um cenário urbano. Desde então, suas obras passaram pelos mais diversos gêneros, podendo ser uma visão leve da praia como “Giro Pré-Central” de 2019 até um terror moderado e presente como “Amanhã Não É Nada Disso” do mesmo ano. Ainda produzirá por cerca de mil anos, sem qualquer pressão de público ou puramente comercial, tendo uma linhagem sentimental repleta de imagens surtidas do coração ou de sonhos. Nos seus traçados naturalistas e por vezes, oníricos, apresenta uma clara ambição por transmutar passagens que só podem ser vistas na mente, mantendo-se original mesmo contraposta com tantas inspirações. Ver sua arte é como visualizar algo puro, estreitando-se entre caminhos de espinhos e flores.