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Nascimento: 18 de Novembro de 1948 (36 years)

Falecimento: 8 de Setembro de 1985

Havana - Cuba

Ana Mendieta foi uma performer, escultora, pintora e vídeo artista cubana, que é mais conhecida por suas obras de arte "corpo-terra" ("earth-body"). Nascida em Havana, Mendieta chegou aos Estados Unidos como refugiada em 1961, dois anos após o líder revolucionário Marxista Fidel Castro depor o então presidente cubano, Fulgêncio Batista.

Mendieta nasceu em Havana, Cuba, em uma família de políticos proeminentes. Aos 12 anos de idade, a fim de escapar do regime de Fidel Castro, Ana e sua irmã, Raquelin, de 14 anos foram enviadas aos Estados Unidos por seus pais para viver em Iowa, fazendo parte de um programa patrocinado pelo governo para remover e realocar crianças cubanas, sob o regime de Castro. Através da Operação Peter Pan, um programa colaborativo do governo americano com a organização Catholic Charities, Mendieta e sua irmã passaram suas primeiras semanas em campos de refugiados antes de passarem por várias instituições e em casas de famílias adotivas em Iowa. Em 1966, Mendieta re-encontrou sua mãe e seu irmão mais novo; seu pai se juntou a eles em 1979, passando 18 anos em prisão política em Cuba, por envolvimento com a invasão da Baía dos Porcos.

Mendieta estudou na Universidade de Iowa onde recebeu um BA e um MA em Pintura e um MFA em Intermídia sob a orientação do aclamado artista Hans Breder. Ao longo de sua carreira, criou obras em Cuba, México, Itália e nos Estados Unidos.

A obra de Mendieta era, geralmente, autobiográfica e focada em temas que incluem feminismo, violência, vida, morte, lugar e pertencimento. Seus trabalhos, geralmente, estão associados aos quatro elementos básicos da natureza. Mendieta frequentemente remetia a uma conexão física e espiritual com a Terra. Mendieta unia seu corpo com a terra para se tornar inteira. "Através das minhas esculturas de terra/corpo, eu me torno uma com a terra... Eu me torno uma extensão da natureza e a natureza se torna uma extensão do meu corpo. Este ato obsessivo de reafirmar meus laços com a terra é realmente uma reativação das minhas crenças primitivas... [em] uma força feminina onipresente, a imagem posterior se engloba dentro do útero, é uma manifestação da minha sede de viver." Durante sua vida, Mendieta produziu mais de 200 obras de arte usando a terra como o meio para escultura. A Silueta Series (1973–1980) envolveu a criação de silhuetas femininas na natureza - em barro, areia e grama - com materiais naturais, de folhas e galhos a sangue, criando marcas de corpos ou pintanso sua silhueta ou de outros em paredes.

Em uma declaração de 1981, Mendieta diz: "I have been carrying out a dialogue between the landscape and the female body (based on my own silhouette). I believe this has been a direct result of my having been torn from my homeland (Cuba) during my adolescence. I am overwhelmed by the feeling of having been cast from the womb (nature). My art is the way I re-establish the bonds that unite me to the universe. It is a return to the maternal source."

Em 1978, Ana Mendieta passou a integrar o Artists In Residence Inc (A.I.R. Gallery) em Nova York, que foi a primeira galeria para mulheres fundada nos Estados Unidos. A iniciativa possibilitou a Mendieta encontrar com outras artistas mulheres da vanguarda do movimento feminista. Nesta época, Mendieta também se envolveu ativamente na administração e manutenção do A.I.R. Em uma declaração não publicada, Mendieta anotou que: "É crucial para mim ser parte de todas as minhas obras de arte. Como resultado de minha participação, minha visão se torna uma realidade e parte de minhas experiências." Ao mesmo tempo, após dois anos de seu envolvimento na A.I.R., ela concluiu que: "O Feminismo Americano, como está, é basicamente um movimento da classe média branca", e buscou desafiar os limites dessa perspectiva através da sua arte. Ela conheceu seu futuro marido Carl Andre na galeria quando ele participou de um painel chamado "How has women's art practices affected male artist social attitudes?"

Em 2009, Mendieta recebeu o prêmio Lifetime Achievement Award pela Cintas Foundation. A obra de Ana Mendieta é atualmente gerenciada pela Galerie Lelong em Nova York.

Em 1979, Mendieta apresentou uma exibição solo de suas fotografias na A.I.R. Gallery em Nova York. Também foi curadora e escreveu o catálogo introdutório de uma exibição na A.I.R. em 1981 intitulada Dialectics of Isolation: An Exhibition of Third World Women Artists of the United States, que destacou a obra de artistas como Judy Baca, Senga Nengudi, Howardena Pindell e Zarina. O New Museum of Contemporary Art, em Nova York, recebeu a primeira exibição de pesquisa de Mendieta em 1987. Desde sua morte, Mendieta tem sido reconhecida com retrospectivas internacionais solo em museus, como "Ana Mendieta", Art Institute of Chicago (2011) e "Ana Mendieta in Context: Public and Private Work", De La Cruz Collection, Miami (2012). Em 2004, o Hirshhorn Museum and Sculpture Garden em Washington, D.C., organizou o "Earth Body, Sculpture and Performance", uma grande retrospectiva que viajou pelo Whitney Museum of American Art, New York, Des Moines Art Center, Iowa e Miami Art Museum, Flórida (2004).

A obra de Mendieta aparece em muitas coleções públicas importantes, incluindo o Solomon R. Guggenheim Museum, Metropolitan Museum of Art, Whitney Museum of American Art, Museum of Modern Art, New York, Art Institute of Chicago, Centre Pompidou, Paris, Musée d'Art Moderne et Contemporain, Genebra e Tate Collection, em Londres.

Ana Mendieta morreu em 8 de setembro de 1985, em Nova York, após cair do 34º andar do seu apartamento na 300 Mercer Street, em Greenwich Village, onde ela viveu com seu marido por oito meses, o escultor minimalista, Carl Andre. Ela caiu sobre o teto de uma loja. Logo antes de sua morte, vizinhos escutaram uma briga violenta entre o casal. Não houve nenhuma testemunha ocular dos eventos que levaram à morte de Mendieta. Numa gravação de uma chamada de Carl para o 911, ele diz: "Minha esposa é uma artista e eu sou um artista e nós tivemos uma disputa sobre o fato de que eu era mais, eh, expus mais ao público do que ela. Ela foi para o quarto e eu fui depois dela e ela se jogou da janela." Em 1988, Carl Andre foi acusado e absolvido de seu assassinato. Durante o processo, que durou três anos, o advogado de Andre descreveu a morte de Mendieta como um possível acidente ou suicídio. O juri considerou Andre inocente por dúvida razoável.

A absolvição causou furor entre as feministas do mundo da Arte e permanece controversa até os dias de hoje. Em 2010, um simpósio chamado Where Is Ana Mendieta aconteceu na New York University para comemorar o 25º aniversário de sua morte. Em maio de 2014, o grupo de protestos feminista No Wave Performance Task Force realizou um protesto em frente à retrospectiva de Carl Andre na Dia Art Foundation. O grupo depositou pilhas de sangue e vísceras de animais em frente ao estabelecimento e a frase "I Wish Ana Mendieta Was Still Alive" written on them.

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