Humor negro suntuoso. Esplêndido, faustoso, magnífico. Luxurioso. O diretor português Nuno Sá Pessoa traveste Bílis Negra - texto para teatro de Uarlen Becker- com magnificência. O curta-metragem homônimo é transposto em forte fotografia amalgamada por roxo e preto. A trilha sonora conversa com a imagem, tanto no humor quanto na tensão, de modo tarantinesco. O defunto a debutar gases, assim como o médico legista em traje de gala feminino dão o tom do que está por vir. Travestido de terror, Bílis Negra tem um quê de bílis amarela e transita entre terror e comédia, tensão e humor, sem conseguir alcançar nenhum dos dois gêneros - assim como o médico. Além de hipérboles minimalistas, há também indícios de meta filme no curta. "Qual a causa de tua morte?", pergunta o legista procurando evidências no cadáver.