É uma diretora de cinema e roteirista francesa. Ela ganhou reconhecimento internacional com seu primeiro longa-metragem de 2017, Revenge, pelo qual recebeu prêmios de vários festivais de cinema independentes. Isso foi seguido por seu segundo longa, The Substance (2024), um filme satírico de terror corporal estrelado por Demi Moore, exibido na competição principal do Festival de Cinema de Cannes de 2024, onde Fargeat ganhou o prêmio de Melhor Roteiro.

Fargeat lista David Cronenberg, John Carpenter, David Lynch e Michael Haneke como cineastas que a influenciaram, além de creditar vários cineastas sul-coreanos como inspiração estilística.

Vida pregressa
Fargeat nasceu e foi criada em Paris. Ela decidiu ser cineasta quando tinha 16 ou 17 anos. Fargeat estudou na Sciences Po antes de começar a trabalhar em sets de filmagem. Mais tarde, ela frequentou La Fémis, uma prestigiosa escola de cinema em Paris. Enquanto estava lá, ela foi selecionada para estar no Atelier Scénario, um workshop de roteiro de um ano, onde lhe disseram que seu roteiro nunca seria feito por ser violento e gráfico.

Enquanto frequentava La Fémis, Fargeat e um grupo de seus amigos diretores criaram um coletivo chamado La Squadra, onde todos tentavam editar seus filmes juntos, enfrentando dificuldades semelhantes, pois cada um queria criar filmes de gênero. Eles se reuniam duas vezes por semana e convidavam cineastas e profissionais da indústria para compartilhar suas histórias de sucesso com eles, o que os ajudou a obter uma compreensão mais realista do mundo do cinema, como ele funciona e a logística de como contar suas histórias.

Carreira
O primeiro curta-metragem de Fargeat, Le télégramme, foi lançado em 2003, um filme sobre duas mulheres aguardando a entrega de um carteiro durante a Segunda Guerra Mundial. O filme ganhou 13 prêmios em vários festivais de cinema.

Em 2007, Fargeat co-criou Les Fées cloches com Anne-Elisabeth Blateau, uma minissérie de comédia que ela também dirigiu.

Fargeat lançou seu curta-metragem de acompanhamento Reality+ em 2014. O conto de ficção científica recebeu uma indicação ao Prêmio do Júri no Festival de Cinema de Tribeca.

O primeiro longa-metragem de Fargeat foi Revenge (2017), um thriller feminista de vingança sobre uma jovem agredida e deixada para morrer. Inspirado por filmes de vingança como Kill Bill, Rambo e Mad Max, Fargeat estava interessado em explorar uma personagem que pareceria "fraca" para os outros ou para o público, mas durante o filme passaria por uma transformação em uma "espécie de super-heroína" que partiria para se vingar. O filme teve sua estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto de 2017 na seção Midnight Madness do festival, e foi selecionado para ser exibido em 23 festivais de cinema adicionais.

Em 2022, Fargeat dirigiu um episódio da série The Sandman da Netflix.

O segundo longa-metragem de Fargeat foi The Substance (2024), um filme de terror corporal feminista estrelado por Demi Moore, Margaret Qualley e Dennis Quaid. O filme estreou em competição no Festival de Cinema de Cannes de 2024 com uma forte recepção crítica. Fargeat ganhou o prêmio de Melhor Roteiro do festival pelo filme.

Fargeat é membro e um dos signatários fundadores do Collectif 50/50, um grupo criado com o propósito de trabalhar pela igualdade de género na indústria cinematográfica.

Estilo e ideologia de produção cinematográfica
Fargeat é fascinada pela suspensão da descrença e é fã do uso de imagens e símbolos para expressar algo simples de uma forma poderosa. Ela é fascinada por filmes que conseguem criar seu próprio mundo e conseguem existir fora do reino da realidade, citando filmes de vingança como Kill Bill e Rambo como exemplos disso.

Ao fazer filmes gráficos ou cheios de sangue, Fargeat descobre que equilibrar cenas violentas com humor torna a violência mais tolerável.

Fargeat acredita que filmes que se enchem de homenagens e referências podem afastar o espectador da capacidade de se identificar com o filme. Ela descreve essa separação como "momentos de segundo grau" e opta por ficar longe de referências excessivas. Fargeat acha crucial abordar o cinema e a produção cinematográfica com uma visão genuína e sincera, afirmando que tenta "abraçar [seu] assunto em suas escolhas, seus preconceitos, seus excessos, em suas falhas também" para conseguir isso.

Durante a pré-produção de Revenge, ela afirmou que a atriz Matilda Lutz foi escolhida para o papel em parte por causa de sua grande confiança em Fargeat, algo que era importante para ela na criação do filme.