David Bailey é um ícone cultural que está no limite da arte contemporânea há 50 anos. De fotógrafo da revista de moda Vogue para cineasta, pintor e escultor, Bailey é um londrino da classe trabalhadora que ficou amigo das celebridades (Mick Jagger, Andy Warhol, Jack Nicholson, Roman Polanski), casou com suas musas (Jean Shrimpton, Catherine Deneuve, Marie Helvin) e captura o espírito e elegância de sua época com um olhar simples e refrescantemente irônico.
Ele é também o homem cuja vida e trabalho inspiraram um dos mais cultuados filmes da década de 60, “Blow Up” (Depois daquele beijo), de Michelangelo Antonioni, e também aquele que viajou constantemente pelo mundo seja com lindas modelos ou fazendo a crônica da realidade contemporânea de Papua-Nova Guiné, Brasil, Vietnã, Afeganistão e outros países com reportagens devastadoras. Acima de tudo, Bailey é um romântico com um maravilhoso senso de humor que se aproxima dos 73 anos e não parece dar sinal de parar.
O diretor Jérôme de Missolz parte com ele de seu estúdio em Londres até sua terra natal, Devon, Inglaterra, onde, rodeado pela família e amigos, continua a criar uma das mais variadas e pertinentes coleções de arte moderna. Com entrevistas a críticos de arte, à sua ex-mulher Catherine Deneuve, sua atual mulher há mais de 20 anos, Catherine Dyer, e amigos íntimos, o documentário de Jérôme de Missolz é um retrato fiel desse homem peculiar que viveu as décadas vibrantes de 1960 e 1970 com seus filmes e fotografias. Centrado, aberto, honesto e ferozmente criativo, Bailey faz arte como Count Basie tocava jazz: Compasso quaternário e sem nenhuma trapaça.