Sabe um filme onde cada detalhe, cada ação dos personagens, cada reles segundo não é gratuito, está tudo amarrado no desenrolar da história fazendo um perfeito paralelo com a nossa vida, com as escolhas que fazemos no dia-a-dia que encaminham o nosso futuro em certa direção. Pois bem, este é o filme, de um roteiro tão simples e genial ao mesmo tempo nem parece que é ficção. E sem sombra alguma de dúvida a atuação de Javier Drolas e Pilar López são, em boa parte, o bom do filme, tamanha a naturalidade que transparecem ao interpretar seus personagens cheios de fobias e neuras.

Outro ponto que aprimora o decorrer da estória é a fotografia, simples, mas bem feita, que dá lugar ao personagem título do filme Buenos Aires que é representada de uma forma que nós brasileiros pouco vemos, principalmente se não se tem o olhar arquitetônico de uma cidade (que por sinal me lembrou muito a minha São Paulo). Nessa triangulação de personagens misturada as ótimas direções (minha adoração eterna ao diretor de continuação) cria um filme excepcional, uma comédia dramática que em nada deve ao cinema de primeiro mundo e deixa um orgulho ao saber que veio do nosso vizinho hermano que há muito vem dando lições sobre cinema que nós brasileiros continuamos a ignorar, seja por um monopólio, seja por descaso, ou por uma busca por gordas bilheterias.

Enfim, um dos melhores filmes que já vi nos últimos anos, entra com louvor na minha lista de favoritos e sigamos cada um procurando por seu Wally...