A história verídica dos últimos anos do eminente escritor português do século XIX, Camilo Castelo Branco. Esta evocação baseia-se, fundamentalmente, em algumas das suas cartas. Os textos são, poderemos dizê-lo, o fio condutor da evolução dramática de um homem viril, polêmico e romântico que contrastava com o espírito funesto, instável e irresignado. Camilo afunda-se sem remissão num conflito íntimo, ou melhor, interno, "um drama em gente", como diria Fernando Pessoa, pois que, substancialmente, se passa entre e ele. O escritor vinha sofrendo dos olhos e, um dia, acordou cego. Alma torturada como era a dele, havia de ser a cegueira o impulsor para o ato final da sua vida.