Um ano depois de lançar a pergunta Alguém Ainda Morre de Aids? no curta-metragem homônimo selecionado também para esta mostra, a diretora Louise Hogarth realizou este outro documentário perturbador. Os protagonistas e as situações que integram a fita têm denominações dissimuladas como bug chasers, gift givers e convention parties, até então restritas a uma parcela fechada e discreta da comunidade gay. A revelação desse mundo sombrio dos que querem ser contaminados pelo vírus HIV (o presente) surpreende, principalmente, pela lógica torta adotada. Ao buscar a doença voluntariamente e encontrá-las nos "doadores" em potencial (os gift givers soropositivos) nas chamadas festas de conversão, os bug chasers pretendem disseminar a doença e torná-la a regra e não a exceção. Assim, acreditam, poupam a si mesmos e os homossexuais em geral do medo da infecção e das preocupações com o sexo seguro. Nos depoimentos colhidos de soropositivos ativos, de "vítimas" que se infectaram deliberadamente --- há o caso de um jovem arrependido e aterrorizado --- ou de grupos de terapia expõem-se preocupações como a convivência atual com a doença, que colabora também para gerar idéias distorcidas e equivocadas.