A Paixão de Cristo é o maior espetáculo sadomasô da cristandade; um campo de tortura numa bela praia cubana é o pior espetáculo da democracia americana. Então porque não representá-los em filmes leather com as tintas da imaginação? Uma forma possível de compreender os mistérios da fé e os mistérios da democracia é ver com naturalidade a reincidência do homem no prazer da dor e na privação da liberdade.
Em um cenário de uma grande cidade americana, num terraço tendo ao fundo um skyline noturno de prédios e luzes, o diretor, von Fistenberg, faz o papel de São Mateus, o evangelista, com um laptop escrevendo o roteiro do próprio Passio. A primeira seqüência de sexo envolve Brock Hatcher, como o Guardião da Fraternidade dos Homens, e Hank Dutch, como o Pupilo da Fraternidade dos Homens. É uma cena de arrancar cabaço e qualquer semelhança do figurino dos personagens com o Dalai-Lama não é contrapropaganda chinesa.