Programa Ensaio - Celly Campello

A cantora canta seus maiores sucessos e fala sobre sua carreira em programa exibido na década de 1990.

Celly Campello, foi uma adolescente sorridente que incendiava os brotos na virada dos anos 50 para os 60. Mas o programa "Ensaio", da TV Cultura, mostra outras imagens, ainda mais raras.

Numa gravação com o irmão Tony Campello, em 1993, Celly aparece como senhora de meia-idade (muito bonita ainda), por volta dos 50 anos, e cantando ainda uma vez o passado roqueiro alegre de "Estúpido Cupido", "Banho de Lua", "Broto Legal"...

Celly se apresenta tímida e recatada, mas reconta suas histórias de adolescência. A gola da camisa está fechada até o pescoço, mas o batom vermelho e o olho pintado flagram uma velha vaidade ainda viva.

Tony se dedica mais a relembrar os rocks pioneiros de língua inglesa. Quando fala, Celly se irrita com ele ao divergirem nas versões de historietas passadas. O clima tenso se apropria dos irmãos que fundaram o rock brasileiro.

O diretor oculto Fernando Faro insta-a a ir ainda mais fundo no passado.

Ela conta que admirava Angela Maria e Doris Monteiro; ele a faz cantar trechos de canções das inspiradoras. Pálida de pudor, ela arrisca "Lábios de Mel", do repertório de Angela, e "Dó-Ré-Mi", do de Doris. Soa infantil como sempre, mas as interpreta com precisão, com uma voz de boa, em músicas dificílimas. Os olhos se fixam no horizonte.

Já ao finalzinho, Faro pergunta sobre o abandono do estrelato pop-rock ainda durante a adolescência, em 1962. "Eu me casei", diz. E se põe a rir, tímida, constrangida, desconfortável. "E parei...", completa. "Estou casada ainda", e ri mais um pouco, envergonhada.

Refere-se carinhosamente ao marido, Eduardo, que conta ter sido seu namorado desde que ela tinha 14 anos. Celly canta a saudosista "Anos 60", que ela apanhara de Sá, Rodrix e Guarabyra, na breve volta que fez em 76. E o programa se acaba e grande estilo, mas tem muito mais...