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- Brasil

Seu Osvaldo, considerado como o primeiro DJ do Brasil.

Era 1958, quando Seu Osvaldo Pereira, o primeiro DJ do Brasil, começou a tocar profissionalmente no Edifício Martinelli, em São Paulo. Mas seu interesse pela música vem de antes, quando seu Osvaldo era criança e vivia em Muzambinho, no sul de Minas Gerais. “Nos aniversários, mesmo casamentos, eu dava sempre um jeito de encostar na vitrola. Eu fazia questão, falava assim: ‘não, pode dançar. Deixa que eu boto as músicas’”, diz ele.

Aos 80 anos (seu registro oficial é de 4 de abril de 1934, mas sua data de nascimento é 15 de dezembro de 1933), o discotecário é o pioneiro no Brasil na arte de chacoalhar uma pista de dança. Sem fone de ouvido, mixer ou qualquer outra ferramenta que deixa a vida do DJ mó mamão, Seu Osvaldo abusava da precisão. “Era tudo no olhômetro”.

As festas começaram a rolar por causa da grana mesmo, afinal nunca foi e nunca será barato contratar uma orquestra. No lugar de 20 músicos, técnicos de som e mais uma pá de profissionais, a galera percebeu que com meia dúzia de pessoas dava pra ter o mesmo resultado. “O pessoal viu que o baile mecânico dava dinheiro. Porque você só precisava de cinco ou seis pessoas para montar um clube. No dia da festa, você se organizava pra chapelaria, portaria. O mesmo grupo fazia tudo”, comenta Seu Osvaldo que também constrói equipamentos sonoros como caixas amplificadas, potências e outros bichos.

Uma dessas engenhocas, aliás, é uma espécie de crossover que lhe permitia trabalhar melhor as frequências do som. “O meu sobrinho, o Grandmaster Ney, diz que naquela época eu já fiz um crossover, porque eu fiz um aparelho com três canais: graves, médios e agudos. Nessa divisão você tem mais ganho”, manda Seu Osvaldo. Outra invenção quase lhe rendeu uma boa dor de cabeça. No melhor espírito do “som não pode parar”, juntou dois toca-discos e fez uma espécie de mixer para virar o disco de um lado para o outro sem dar aquela costumeira pausa da época. Mas a ousadia deu ruim e, na época, foi feita apenas uma vez. Sem intervalos entre as músicas os cavalheiros e as damas não conseguiam mudar seus pares e eram obrigados a dançar com a mesma pessoa a noite toda. “Eles me falaram: ‘Ó, Osvaldo. Não faz mais isso”.

A Orquestra Invisível Let’s Dance, ou o Seu Osvaldo e seu toca-discos, começava seu DJ set atrás das cortinas que aos poucos iam se abrindo e revelavam o pequeno homem negro de muita elegância nas pick-ups. Hoje ele se modernizou, usa seu fonezinho de ouvido e possantes pick-ups para discotecar as mesmas canções de Ray Anthony ou Elza Soares, Miltinho e Jamelão. Diariamente ele se recolhe em uma pequena sala na garagem de sua casa na Zona Norte de São Paulo e ouve, treina e aprimora sua técnica no …. serato. Pois é, Seu Osvaldo abre seu computador, encaixa um disco na antiga Technics outro na rodada Gemini e manda um “Camaro Amarelo”. “Essa é pras menininhas”, brinca ele.

No clã Pereira, tão impactante quanto a família Gracie do Jiu-Jitsu, tem pelo menos 30 disc jóqueis e curiosos da música. Na ativa mesmo são oito membros fiéis e competentes. O mai famoso deles é o lendário Grandmaster Ney, sumidade nas pistas de black, funk, soul.

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