Somnambuul

Outono de 1944, Estônia. Dezenas de milhares de pessoas deixam sua terra natal com medo de se aproximar da linha da frente. Algumas aldeias costeiras permanecem completamente vazias. Uma jovem com enormes olhos cinzentos sai do barco. Eetla sai do último barco, abrindo mão de sua última chance de escapar. Desafiando o vento frio e a chuva de setembro, ela retorna ao farol, o que é inesperado para seu pai, Gottfrid, o faroleiro, e para ela mesma. O retorno de Eetla se torna seu auto-encontro e auto-reconhecimento. Por que Eetla tem medo da realidade? Por medo do amanhã, ansiedade pelo imprevisível amanhã. Eetla busca refúgio em seus sonhos, sonhados ou não sonhados, contando-os ao pai ou a um jovem médico, a uma refugiada de guerra, Kasper, ou a ela mesma. Não importa para quem. A recitação mantém vivo o momento entre o que passou e o que virá, entre ontem e ignorância. Como uma oração movida pelo medo de perder o equilíbrio. O equilíbrio entre estar acordado e dormindo. Esse medo de ceder é o medo de Eetla. "Sonambulância" é um drama psicológico sobre o medo de perder o equilíbrio... OU... Uma bela e fascinante meditação sobre a violência das incursões russas na Estônia, no século XX. Conta a história por meio de três atores, vivendo no litoral da Estônia. As interações desses 3 são comentários metafóricos sobre as lutas políticas e sociais entre a Rússia e a Estônia... OU... As lutas libidinosas, vividas ou sonhadas, da protagonista, misto de culpa, raiva e revolta, sob o ambiente agreste, ventoso e nebuloso da costa do Mar Báltico... Poderoso arquétipo, é o mínimo que podemos qualificar...