Longe vão os tempos em que um jogador de basquetebol vivia apenas dos números que conseguia em campo. Larry Bird era incrível: marcava muitos pontos (24,3 de média), ganhava ressaltos com fartura (dez por jogo) e ainda servia os colegas (6,3 assistências de média). Mas aquela figura - um gigante loiro, da cor do leite, e com uns calções curtos - passava muito bem por camionista ou agricultor. Mesmo assim, Bird marcou uma era na NBA.

Em 1992, quando o extremo dos Boston Celtics terminou a carreira, um grupo de cinco jogadores brilhava na Universidade do Michigan. Chris Webber, Jalen Rose, Juwan Howard, Jimmy King e Ray Jackson eram apenas caloiros, mas já tinham começado uma revolução no basquetebol. Não foi pela campanha até à final do campeonato universitário desse ano - onde perderam com Duke -, apesar de terem sido o primeiro cinco inicial só de caloiros a consegui-lo.

Os Fab Five, como ficaram conhecidos, destacavam-se pela diferença. Jogavam com alegria, como se estivessem na rua. Não seguiam as tácticas que vêm nos livros. E criaram um novo estilo que hoje é regra no basquetebol. Antes não havia calções largos ou meias e ténis pretos. Ninguém rapava o cabelo. O hip-hop ainda não tinha o espaço e a ligação com a modalidade que hoje todos reconhecem. Foi na década de 90, com Webber, Rose, Howard, King e Jackson, que tudo mudou. A geração que hoje é rainha na NBA começou por olhar para eles. Eram os exemplos que todos queriam imitar.