Um filme sobre o desaparecimento de uma criança em que o foco é nos adultos – suas relações, traumas e abusos (com o outro e consigo). A criança tem pouco tempo de tela, apenas o suficiente para fazer sentir a frieza e o descaso com que é criada.
Ao mostrar a relação de Zhenya com a mãe e de Boris com o trabalho, o filme entrega como a família de Alyosha foi formada – suas razões e motivações egoístas. A maior preocupação de Boris é em manter seu trabalho, o que exige ter uma família. Zhenya nunca soube o que era afeto por parte de sua mãe e viu no casamento a chance de fuga. Seriam esses bons motivos para formar e manter uma família?
Em dado momento é mostrado rapidamente a relação de Macha (nova esposa de Boris) com a mãe – Comprando roupinhas para o bebê que vai chegar – e do namorado de Zhenya com a filha – declarando saudades em uma chamada de vídeo. Ambos verbalizam o amor que sentem, o que parece nunca ter acontecido a Alyosha.
Durante as buscas chama a atenção as tomadas no prédio abandonado: frio, escuro, com goteiras e alagamentos, sujo e esquecido – A metáfora perfeita para a vida que o menino levava. O pai encontra lá o casaco do filho, mas não a criança, afinal, quem suportaria viver ali por mais tempo?
Ao se depararem com a possibilidade da morte, os pais desabam e a mãe admite que jamais daria o filho, como sugere no início do filme. Mas essa única reação emotiva evidencia que havia amor naquela relação?
Sem resolução para o desaparecimento, os dois seguem suas vidas perpetuando o ciclo de distanciamento e solidão em seus novos relacionamentos. Boris negligenciando o novo bebê, e Zhenya entediada vendo as notícias na TV ao lado do namorado, enquanto rola o infinito feed de vidas aparentemente perfeitas nas redes sociais. Só lhe resta correr (sem sair do lugar) no gélido inverno Russo.
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Sem Amor
3.8 319 Assista AgoraUm filme sobre o desaparecimento de uma criança em que o foco é nos adultos – suas relações, traumas e abusos (com o outro e consigo). A criança tem pouco tempo de tela, apenas o suficiente para fazer sentir a frieza e o descaso com que é criada.
Ao mostrar a relação de Zhenya com a mãe e de Boris com o trabalho, o filme entrega como a família de Alyosha foi formada – suas razões e motivações egoístas. A maior preocupação de Boris é em manter seu trabalho, o que exige ter uma família. Zhenya nunca soube o que era afeto por parte de sua mãe e viu no casamento a chance de fuga. Seriam esses bons motivos para formar e manter uma família?
Em dado momento é mostrado rapidamente a relação de Macha (nova esposa de Boris) com a mãe – Comprando roupinhas para o bebê que vai chegar – e do namorado de Zhenya com a filha – declarando saudades em uma chamada de vídeo. Ambos verbalizam o amor que sentem, o que parece nunca ter acontecido a Alyosha.
Durante as buscas chama a atenção as tomadas no prédio abandonado: frio, escuro, com goteiras e alagamentos, sujo e esquecido – A metáfora perfeita para a vida que o menino levava. O pai encontra lá o casaco do filho, mas não a criança, afinal, quem suportaria viver ali por mais tempo?
Ao se depararem com a possibilidade da morte, os pais desabam e a mãe admite que jamais daria o filho, como sugere no início do filme. Mas essa única reação emotiva evidencia que havia amor naquela relação?
Sem resolução para o desaparecimento, os dois seguem suas vidas perpetuando o ciclo de distanciamento e solidão em seus novos relacionamentos. Boris negligenciando o novo bebê, e Zhenya entediada vendo as notícias na TV ao lado do namorado, enquanto rola o infinito feed de vidas aparentemente perfeitas nas redes sociais. Só lhe resta correr (sem sair do lugar) no gélido inverno Russo.