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Últimas opiniões enviadas

  • Luiza

    Ah, sessão nostalgia boa!
    A Netflix está com o filme "Blue Hawaii" (Feitiço Havaiano) de 1961. Fiz uma viagem sem escalas, direto para as Sessões da Tarde da minha infância! Com Elvis Presley - um colírio para meus olhos (ele, no auge da beleza e sucesso) -, e com músicas ótimas, como "Can't Help Falling In Love" e "Rock-a-Hula Baby". O filme também traz a ótima Angela Lansbury, sempre muito expressiva. Lansbury, que interpreta a mãe do personagem de Elvis, tinha 35 anos na época das filmagens, apenas 10 a mais que o cantor...!
    Inicialmente, quem interpretaria Maile Duval (a namorada de Elvis no filme) seria a atriz Juliet Prowse, que estrelou "Saudades de um Pracinha" ("G.I. Blues") ao lado dele. Mas o papel acabou ficando com a bela morena de olhos azuis Joan Blackman.
    Quando eu assistia aos filminhos do Elvis nos anos 70, não podia imaginar que os veria novamente, quase 40 anos depois, em uma tela widescreen de mais de 40 polegadas e em HD...
    Claro que a imagem está com aqueles pontinhos brancos, típicos de filmes antigos (e isso tornou o "programa-nostalgia" ainda mais gostoso!). Mas as cores estão maravilhosas e a fotografia é muito linda. As cenas clichês, os estereótipos e o humor ingênuo da trama foi uma curtição para a minha noite de sábado.
    É bom viajar no tempo assim.

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  • Luiza

    "Está confundindo apostas com casamento, Madame. É preciso honrar uma aposta." (Visconde Sébastien de Valmont se dirigindo à Marquesa Isabelle de Merteuil). >>
    >> Perdi a conta de quantas vezes assisti a esse maravilhoso trabalho de Milos Forman! E, por favor, este filme não é um "remake" de "Ligações Perigosas", de Stephen Frears! "Valmont" é mais uma adaptação do clássico da literatura francesa "Les Liaisons Dangereuses", de Pierre-Ambroise-François Choderlos de Laclos (1741 - 1803). Além de "Valmont", foram produzidos mais 10 longas para o cinema baseados neste romance!
    A trama mostra as relações de um grupo de aristocratas (no livro, a história é contada através de cartas, pois trata-se de um romance epistolar) na época imediatamente anterior à Revolução Francesa, quando nobres ociosos, fúteis e sem escrúpulos dedicavam-se prazerosamente a destruir as reputações das pessoas de seus círculos. O enredo tem como foco o Visconde de Valmont e a Marquesa de Merteuil, que manipulam e humilham as restantes personagens através de intrigas e jogos de sedução.
    Milos Forman filmou seu longa em 1989, logo depois do "Ligações Perigosas" de Stephen Frears (que fez grande sucesso). Infelizmente, "Valmont" não foi bem recebido pelas críticas, o que eu realmente não compreendo. Eu ADORO este filme! Milos Forman realizou mais um belíssimo trabalho (também adoro "Hair", "Um Estranho no Ninho", "Amadeus", "Os Fantasmas de Goya"). Simplesmente amo "Valmont", que é um filme mais leve do que a adaptação de Frears e tem linda fotografia, sem falar no sublime figurino (venceu o César nesta categoria, além de vencer também a de melhor desenho de produção). Os cenários são primorosos, tão cheios de detalhes que eu não canso de observar, lindos ambientes internos, as mansões, as decorações, e a fotografia das locações filmadas na França também são belíssimas! Com roteiro do crítico francês Jean-Claude Carrière, o longa de Forman traz Annette Bening e Colin Firth nos papéis principais, que combinaram muito bempara interpretar a dupla de libertinos inescrupulosos – gosto deles mais do que da dupla Glenn Close/John Malkovich. Estes últimos são maravilhosos atores, mas não consigo acha-los sedutores. No filme de Frears, gosto muito é da suavidade de Michelle Pfeiffer como Madame Marie de Tourel... Aliás, a título de curiosidade, Michelle Pfeiffer foi convidada para interpretar a Marquesa de Merteuil em "Valmont" ao mesmo tempo que lhe foi oferecido o papel de Madame de Tourvel em "Ligações Perigosas"... Mas, whatever, Meg Tilly e Fairuza Balk ficaram tão perfeitas como Marie de Tourel e Cécile de Volanges que não ficaram devendo nada às loiras (Thurman e Pfeiffer) do filme de Frears. Realmente adoro o elenco de "Valmont". Mas farei depois rápidos comentários sobre minhas personagens preferidas do filme de "Valmont" sem ater-me a comparações. Cada filme, um filme.
    Mas, como eu disse, "Valmont" é uma versão menos "Hollywoodiana" desse belo romance do século XVIII. É centrado na figura de um fidalgo mulherengo, o Visconde de Valmont, que Colin Firth interpretou de um jeito tão sedutor que me conquistou totalmente. Porém, a grande estrategista da história é Marquesa de Merteuil (Annette Bening). Ela é maquiavélica e tem, ao mesmo tempo, um incrível charme. Sob o verniz da amizade e da "disposição em ajudar", ela não passa da mais falsa das companhias. Ambos os personagens, embora perversos, conquistam o afeto do público enquanto mostram as sujeiras e as falsas relações da nobreza da época. A hipocrisia, as mentiras e segredos, embora estejam personificados com força em Merteuil e Valmont, estão presentes também nas relações de Madame de Volanges e sua filha Cécile, no casamento da mulher que trai o marido "debaixo de seu nariz" na casa de Madame de Rosemond, dos criados "protegendo" os patrões, enfim, até quem começa a história com o selo da honestidade acaba por trair, ainda que com doses de culpa... O ambiente é aquele onde reinam o ócio, a aparência e a libertinagem.
    Embora o desfecho seja dramático, Forman usa a ironia como instrumento principal para transmitir a decadência moral da nobreza. Há cenas divertidíssimas ao som de Mozart, Haydn ou Charpentier, coroadas com a fotografia maravilhosa de Miroslav Ondrícek.
    Sim, considero "Valmont" um grande filme de época em todos os quesitos, muitíssimo bem filmado e dirigido!
    Colin Firth está jovem e bonito, muito bem no papel do libertino. Se não me engano, este foi o primeiro longa estrelado por Firth. Depois, vim a me apaixonar por ele em outros filmes excelentes (adoro "Simplesmente Amor", "Moça com Brinco de Pérola", "O Discurso do Rei"... e ele está delicioso em "O Diário de Bridget Jones", embora este último, na minha opinião, não seja um grande filme.) Mas, enfim, gosto do Valmont de Colin Firth, ele é mais humano, brinca com as situações, ri de si mesmo, é bem humorado e sabe realmente lidar com as mulheres. Uma tomada que deixa isso claro é quando ele dança com as senhoras presentes na casa de sua tia, a simpática Srª Rosemond. Seu jeito de dançar com cada uma delas individualmente demonstra que, dependendo da dama que ele tem ao lado, ele é um Valmont diferente: delicado, brincalhão, sedutor ou apaixonado... Por outro lado, o filme nos leva a entender que o Visconde não acumula amigos (até para testemunhas de um duelo, o nobre precisou "contratar" vagabundos desconhecidos – cena ótima...
    Madame de Rosemond é uma graça de personagem, uma das minhas preferidas. Tia de Valmont, e uma das poucas pessoas que adora o moço, é muito meiga dançando com o sobrinho, divertida nas cenas em que acorda e não encontra as pessoas ao seu redor (ela vive cochilando), e bastante lúcida em suas observações diante de situações, digamos, embaraçosas. Em uma das cenas finais,

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    quando Cécile confessa estar grávida de Valmont: a emoção no semblante da senhora nos informa que, para ela, aquela gravidez é uma benção que vale mais do que qualquer reputação.

    Todas as reações da anciã demonstram ser ela uma mulher experiente, com visão realista de mundo e, com certeza, uma senhora à frente de sua época (gostaria de saber se, no livro, ela também tem essa característica).
    Cecile de Volanges está magnificamente interpretada por Fairuza Balk. Em todas o momentos, podemos perceber seu jeito definitivamente infantil. Mesmo quando tenta imitar os gestos da marquesa, vemos que tudo não passa de pose. Balk está realmente muito natural neste papel, além de lindinha. Ela tem os gestos e as expressões perfeitos de uma menina assustada, insegura, ansiosa quando corre como uma criança pela casa (chega a cair quando vai apressada pegar a carta de Danceny), ri abertamente enquanto dança e brinca com Valmont... As cenas são muito bem arrumadas para nos transmitir essa ideia. Seu par romântico, Chevalier de Danceny (Henry Jackson Thomas Jr.) é um garoto de apenas 17 anos, que faz pose de homem sério, mas também não passa de mais uma vítima ingênua nessa rede de intrigas. Adoro o momento em que, após ter sido flagrado com a carta de amor, Danceny tenta retirar-se com dignidade da presença de Madame de Volanges, mas sai derrubando e batendo em tudo ao redor com sua enorme harpa, deixando cair apetrechos e parafernálias musicais... São cenas como esta que faz do filme de Forman um tanto mais leve do que outras adaptações.
    Annette Bening, com magistral interpretação é, além disso, belíssima. Sou apaixonada pela atriz, seu rosto, elegância e gestos femininos são incomparáveis – considero a estrela mais feminina de Hollywood. (Sou fã dela também em "Bugsy" e em "Love Story", ambos protagonizados ao lado do marido Warren Beaty que, embora mulherengo famoso, acabou casando-se com ela em 1992 – estão casados até hoje). Benning parece que nasceu para vestir um longo glamouroso ou roupas de época! Na verdade, ela é elegante usando qualquer coisa. Por exemplo, é de uma sensualidade tremenda a cena dela banhando-se languidamente na antessala de seu quarto, usando uma finíssima camisola enquanto conversa cheia de naturalidade com Valmont sobre a "aposta" que fizeram. Seu gestos são diáfanos, suas mãos parecem flutuar, seu jeito de olhar e sorrir nunca perde o charme, mesmo ao responder com indignação às cobranças do ex-amante. Ela levanta-se da banheira devagar, notamos a transparência do tecido molhado, ela segue com seu jeito sarcástico e inabalável e deita-se na cama de pernas abertas provocando o Visconde, ao mesmo tempo em que o despreza... Maravilhosa cena! A personagem de Benning é fantástica e riquíssima de significados. É uma mulher vivida, segura de si, uma viúva que sabe o que é ser casada, mas que, ao enviuvar, conquistou o privilégio de ser novamente dona de seu próprio corpo e própria vontade, usufruindo da beleza, dinheiro e posição social como respaldos. Nada parece abalá-la... É uma mulher sem dúvida egoísta, um tanto perversa às vezes, fútil e de vida ociosa... Mas também uma mulher à frente de seu tempo, que não se ilude com o amor romântico, com o comportamento dos homens de sua sociedade e tempo ("Os homens podem mudar, sim. Para pior."), nem tampouco intimida-se com ameaças ou cobranças. Não sei se no livro ela é realmente assim, acima da opinião dos outros, mas no filme de Milos Forman, certamente, ela é superior a julgamentos alheios. No romance de Choderlos de Laclos, há uma carta que retrata a vida da Marquesa de Merteuil e mostra os motivos pelos quais ela se tornou tão vil.
    Meg Tilly é uma doçura em todas as cenas. (Confesso que não consigo deixar de pensar nela interpretando Agnes de Deus, pois a atriz está quase que literalmente divina no papel da noviça Agnes! Aliás, recomendo também esse maravilhoso filme de 1985, dirigido por Norman Jewison, que também traz no elenco a bela Jane Fonda). No papel da esposa fiel Marie de Tourel, ela transmite a profundidade e a angústia do sentimento que passa a nutrir por Valmont, e todo seu "mal estar" por sofrer aquele imenso amor culpado.
    Um dos momentos mais interessantes do filme acontece quando a apaixonada Marie de Tourel vai ao mercado e compra pães, vinho, especiarias, flores, e mil e um artigos deliciosos para um banquete com Valmont. A gula fazendo um paralelo com a luxúria:
    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    ela está completamente enlevada pela noite que teve na cama com o Visconde; no mercado, movimenta-se com rapidez e vivacidade, vestindo uma capa (com gorro) na cor vermelho-sangue. Naquela cena, sua imagem é tão semelhante à figura de "Chapeuzinho Vermelho" (o jeito e o rosto ingênuos da personagem vestindo aquele capuz vermelho-vivo e ainda trazendo consigo uma cesta de comida – e não faltam nem as flores!) que me pergunto, enfim, se o diretor não pensou nessa analogia ao filmar a cena. Chapeuzinho-Vermelho/Tourel, que acabou de ser seduzida e "devorada" pelo Lobo-Mau/Valmont. Bem, eu pensei nisso. Não creio que tenha sido apenas coincidência, especialmente diante do contexto.


    Não li "Les Liaisons Dangereuses", e isso é uma "falta" que preciso corrigir. O livro é considerado uma obra-prima do gênero. Laclos, no romance, pretendeu fazer uma crítica à nobreza francesa e aprofundou-se na mente e nas emoções das personagens que criou. Expôs seus medos, seus desejos, suas malícias. No início de seu romance, o autor cita J.J.Rousseau: "J'ai vu les moeurs de mon temps, & j'ai publié ces Lettres" [Vi os costumes de meu tempo, e publiquei estas cartas]. A leitura da obra que inspirou tantos diretores a levarem Merteuil e Valmont à telonas enriqueceria qualquer comentário feito aqui...
    Mas fica para a próxima vez. :-)

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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