A segunda temporada de fato não se equipara a primeira, mas dá pra entender porque... afinal a 1 foi baseada no livro de Liane Moriarty, que não tem continuação, e por isso é uma história completa. A segunda temporada, apesar de também co-escrita pela autora é mais uma análise das consequências do que aconteceu antes. Como as personagens lidam com a mentira.
O especial da temporada 2 todos sabem é Meryl Streep, não só a partipação da atriz como a personagem Mary Louise em si e gostei bastante das cenas dela versus Celeste no tribunal, apesar de achar que estenderam demais esse storyline e no fim, meio que em vão. Outro adendo importante está na personagem Bonnie, que vemos com muito mais profundidade. Achei a história dela e de sua mãe a mais interessante da temporada, mas também parece que ficou faltando algo no final...
Enquanto a temporada 1 é bem entremeada e dinâmica, com o mistério e a perspectiva dos cidadãos anônimos de Monterey costurando nossa visão sobre as cinco mulheres da história, essa nova - e não duvido ser a última - temporada, apesar de nos aproximar mais delas, acaba nadando e nadando e morrendo na praia (de nada pelo trocadilho).
De qualquer maneira vale muito a pena assistir pois a força das personagens principais continua intacta.
Eu comecei curtindo muito a trama, que traz perspectiva e ideias novas pro gênero história de super-heróis, mas a medida que fui assistindo eles me fizeram ser capaz de odiar todos os personagens - odeio menos o 5, Allison, Klaus, Hazel e Cha-Cha (gente é a MARY J BLIDGE. MARY J BLIGDE!!!!!!). Mas mesmo assim tem horas que a gente torce é pro apocalipse chegar e destruir logo esses bando de idiota.
No ep 3 eu já entendi que a responsável pelo apocalipse era Vanya. E eles demoram a porra de DEZ episódios pra juntar as peças?? Como é que a Allison não se tocou que é que Vanya destrói o mundo ao saber dos seus poderes, e mandou todo mundo ficar de boa com a menina??; Não, ao invés disso eles decidem trancar ela na masmorra, porque isso ia ser muito útil em controlar o humor louco dela. E a porra do macaco sabia o tempo todo dos poderes dela e nao se incomodou em dizer isso sabendo que o mundo podia acabar porque aquele velho mandou????
Apesar dos pesares acima, eu suponho que quero sim que a segunda temporada chegue logo.
Uma coisa que me incomoda nessa adaptação da Netflix é a continuidade desse velho estigma que associa bruxas a Satã. O diabo é uma concepção Cristã, a Bruxaria não considera o Mal dessa forma, e nem honra um deus Chifrudo por ele ser "das trevas". Essa ideia foi fomentada pela Igreja Católica que quis transformar o deus pagão Cernunnos ou Pã em algo maléfico, fazendo dele o vilão de sua religião. Mais tarde essa associação foi transformada em algo "pop" por Hollywood com filmes como Bebê de Rosemary, e por isso temos deformações estranhas de conceitos como acontece nessa série. Sabrina aborda temas feministas e LGBTQ mas a figura da Bruxa - por si um dos símbolos mais poderosos do poder feminino - associada ao mal e ao diabo é uma tática do patriarcado para diminuir a liberdade das mulheres. E aí temos uma história com bruxas modernas que idolatram um deus ~masculino~ criado pela religião que elas próprias chamam de "Falsa religião" e que abdicam de seu livre-arbitrio para servi-lo. Ou seja: essas bruxas também servem ao patriarcado (???????). A série é bem produzida, entretém, acho até interessante que os personagens sejam todos obscuros pois isso nos ajuda a lidar com nossa própria obscuridade mas sinceramente já cansei de Igreja Católica se metendo em paganismo e de bruxas serem consideradas demoníacas. Se for para fazer uma série pagã, vamos fazer direito.
Gente que maravilha..! E agora imagine o quanto de material maravilhoso nós não perdemos porque a mídia não investia/investe em histórias onde as mulheres são seres humanos reais e complicados! Gillian Flynn (a autora do livro) e a Marti Noxon (que co-escreveu a série e produziu) são gênias! Jean-Marc Vallé, então, nem se fala. Eu assisti Big Little Lies, que ele também dirigiu e tem esse mesmo toque onde tudo dentro da cena importa - os sons, os gestos, os flashes de memória que aparecem de repente. O estilo do diretor foi perfeito para essa história de mistério com uma protagonista tão complexa, com uma profundidade delicada de luz e trevas dentro de si.. Vi em entrevistas a autora dizendo que começou a escrever o livro pois nunca via histórias onde a violência era tratada sob a perspectiva feminina. A maneira que ela escolheu, com as personagens que criou, para tratar desse tema é muito interessante para nos fazer refletir sobre isso. Sobre o que significa maternidade - principalmente parando de mistificá-la - o que significa sobreviver, perdoar, seguir em frente. E o final me fez quase ter uma convulsão porque realmente, realmente não esperava AQUILO. O QUE FOI AQUILO. Apenas palmas palmas e palmas. (Ah sim, Amy Adams deusa ruiva das estrelas).
Big Little Lies (2ª Temporada)
4.2 480A segunda temporada de fato não se equipara a primeira, mas dá pra entender porque... afinal a 1 foi baseada no livro de Liane Moriarty, que não tem continuação, e por isso é uma história completa. A segunda temporada, apesar de também co-escrita pela autora é mais uma análise das consequências do que aconteceu antes. Como as personagens lidam com a mentira.
O especial da temporada 2 todos sabem é Meryl Streep, não só a partipação da atriz como a personagem Mary Louise em si e gostei bastante das cenas dela versus Celeste no tribunal, apesar de achar que estenderam demais esse storyline e no fim, meio que em vão. Outro adendo importante está na personagem Bonnie, que vemos com muito mais profundidade. Achei a história dela e de sua mãe a mais interessante da temporada, mas também parece que ficou faltando algo no final...
Enquanto a temporada 1 é bem entremeada e dinâmica, com o mistério e a perspectiva dos cidadãos anônimos de Monterey costurando nossa visão sobre as cinco mulheres da história, essa nova - e não duvido ser a última - temporada, apesar de nos aproximar mais delas, acaba nadando e nadando e morrendo na praia (de nada pelo trocadilho).
De qualquer maneira vale muito a pena assistir pois a força das personagens principais continua intacta.
The Umbrella Academy (1ª Temporada)
3.9 566Eu comecei curtindo muito a trama, que traz perspectiva e ideias novas pro gênero história de super-heróis, mas a medida que fui assistindo eles me fizeram ser capaz de odiar todos os personagens - odeio menos o 5, Allison, Klaus, Hazel e Cha-Cha (gente é a MARY J BLIDGE. MARY J BLIGDE!!!!!!). Mas mesmo assim tem horas que a gente torce é pro apocalipse chegar e destruir logo esses bando de idiota.
No ep 3 eu já entendi que a responsável pelo apocalipse era Vanya. E eles demoram a porra de DEZ episódios pra juntar as peças?? Como é que a Allison não se tocou que é que Vanya destrói o mundo ao saber dos seus poderes, e mandou todo mundo ficar de boa com a menina??; Não, ao invés disso eles decidem trancar ela na masmorra, porque isso ia ser muito útil em controlar o humor louco dela. E a porra do macaco sabia o tempo todo dos poderes dela e nao se incomodou em dizer isso sabendo que o mundo podia acabar porque aquele velho mandou????
Apesar dos pesares acima, eu suponho que quero sim que a segunda temporada chegue logo.
O Mundo Sombrio de Sabrina (Parte 1)
4.0 645Uma coisa que me incomoda nessa adaptação da Netflix é a continuidade desse velho estigma que associa bruxas a Satã. O diabo é uma concepção Cristã, a Bruxaria não considera o Mal dessa forma, e nem honra um deus Chifrudo por ele ser "das trevas". Essa ideia foi fomentada pela Igreja Católica que quis transformar o deus pagão Cernunnos ou Pã em algo maléfico, fazendo dele o vilão de sua religião. Mais tarde essa associação foi transformada em algo "pop" por Hollywood com filmes como Bebê de Rosemary, e por isso temos deformações estranhas de conceitos como acontece nessa série. Sabrina aborda temas feministas e LGBTQ mas a figura da Bruxa - por si um dos símbolos mais poderosos do poder feminino - associada ao mal e ao diabo é uma tática do patriarcado para diminuir a liberdade das mulheres. E aí temos uma história com bruxas modernas que idolatram um deus ~masculino~ criado pela religião que elas próprias chamam de "Falsa religião" e que abdicam de seu livre-arbitrio para servi-lo. Ou seja: essas bruxas também servem ao patriarcado (???????).
A série é bem produzida, entretém, acho até interessante que os personagens sejam todos obscuros pois isso nos ajuda a lidar com nossa própria obscuridade mas sinceramente já cansei de Igreja Católica se metendo em paganismo e de bruxas serem consideradas demoníacas. Se for para fazer uma série pagã, vamos fazer direito.
Objetos Cortantes
4.3 833 Assista AgoraGente que maravilha..! E agora imagine o quanto de material maravilhoso nós não perdemos porque a mídia não investia/investe em histórias onde as mulheres são seres humanos reais e complicados! Gillian Flynn (a autora do livro) e a Marti Noxon (que co-escreveu a série e produziu) são gênias! Jean-Marc Vallé, então, nem se fala. Eu assisti Big Little Lies, que ele também dirigiu e tem esse mesmo toque onde tudo dentro da cena importa - os sons, os gestos, os flashes de memória que aparecem de repente. O estilo do diretor foi perfeito para essa história de mistério com uma protagonista tão complexa, com uma profundidade delicada de luz e trevas dentro de si.. Vi em entrevistas a autora dizendo que começou a escrever o livro pois nunca via histórias onde a violência era tratada sob a perspectiva feminina. A maneira que ela escolheu, com as personagens que criou, para tratar desse tema é muito interessante para nos fazer refletir sobre isso. Sobre o que significa maternidade - principalmente parando de mistificá-la - o que significa sobreviver, perdoar, seguir em frente. E o final me fez quase ter uma convulsão porque realmente, realmente não esperava AQUILO. O QUE FOI AQUILO. Apenas palmas palmas e palmas. (Ah sim, Amy Adams deusa ruiva das estrelas).