Concordo, em parte, com muita gente que achou o filme um pouco longo demais e que por isso perdeu um pouco da força narrativa. Mas um diretor que já dirigiu obras primas como I stand alone e Irreversível não iria fazer isso à toa. Acredito que a intenção desse segundo ou terceiro longo ato seria passar
o sentimento de uma alma que vagueia pelo mundo antes de reencarnar, através da sensação de vazio que a falta de um corpo trás. Até que, no fim, assim como no começo a câmera em primeira pessoa passa a percepção de estarmos no lugar do Alex, o expectador é transportado para dentro de uma vagina por meio de uma ejaculação e, como um espermatozoide, participa da corrida da vida pela fecundação do óvulo.
Mais uma vez, Gaspar Noé surpreende com a condução da câmera, sendo um dos diretos mais interessantes da atualidade.
em que os nazistas observavam de uma sala os prisioneiros sendo castigados. Antes de um dos soldados desligarem o rádio, o locutor citou o nome de Ezra Pound, uma das maiores figuras do movimento modernista do séc. XX; as imagens da sodomização eram observadas através de um binóculo situado em uma sala ornada por pinturas igualmente modernas (cubistas ou com múltiplas perspectivas). Esperava uma interpretação lacaniana da obra de Sade, em que o prazer é libertador das múltiplas formas de apressão assim como a desconstrução das convenções socialmente criadas.
No entanto, Pasolini como marxista se mostrou por demais ortodoxo ao estabelecer um vínculo entre a sociedade pós-moderna - que questiona as metanarrativas e busca a liberdade - e o prazer pela via da opressão não consensual.
Enter The Void: Viagem Alucinante
4.0 870Concordo, em parte, com muita gente que achou o filme um pouco longo demais e que por isso perdeu um pouco da força narrativa. Mas um diretor que já dirigiu obras primas como I stand alone e Irreversível não iria fazer isso à toa. Acredito que a intenção desse segundo ou terceiro longo ato seria passar
o sentimento de uma alma que vagueia pelo mundo antes de reencarnar, através da sensação de vazio que a falta de um corpo trás. Até que, no fim, assim como no começo a câmera em primeira pessoa passa a percepção de estarmos no lugar do Alex, o expectador é transportado para dentro de uma vagina por meio de uma ejaculação e, como um espermatozoide, participa da corrida da vida pela fecundação do óvulo.
Mais uma vez, Gaspar Noé surpreende com a condução da câmera, sendo um dos diretos mais interessantes da atualidade.
Salò, ou os 120 Dias de Sodoma
3.2 1,0KAo longo das quase 2 hrs nada em especial me chamou a atenção, com exceção do ato final,
em que os nazistas observavam de uma sala os prisioneiros sendo castigados. Antes de um dos soldados desligarem o rádio, o locutor citou o nome de Ezra Pound, uma das maiores figuras do movimento modernista do séc. XX; as imagens da sodomização eram observadas através de um binóculo situado em uma sala ornada por pinturas igualmente modernas (cubistas ou com múltiplas perspectivas).
Esperava uma interpretação lacaniana da obra de Sade, em que o prazer é libertador das múltiplas formas de apressão assim como a desconstrução das convenções socialmente criadas.
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