O bom de não pesquisar nada sobre o que vai assistir e nem por expectativas em cima é que as chances de decepção diminui. Pois bem, fui assistir Dark esperando um terrorzinho interessante e me deparei com uma série alemã sobre viagem no tempo.
Artisticamente a série é impecável. O design de produção com as diferentes épocas, figurinos, fotografia fúnebre, enfim, é um trabalho extremamente bonito; você consegue ver o cuidado em filmar os episódios, as tomadas aéreas, os planos sequências, todos a serviço de onde a trama quer te levar. Aliás, por alguns momentos tive a sensação de que a série tentava empurrar algumas mensagens através das cores em tela, vide Breaking Bad, mas sinceramente eu não peguei nada em específico, só a sensação. Quem entenda mais do que eu, por favor, conte-me se estou louco.
Vale ressaltar também a abertura que é bastante imersiva, te apresenta o clima da série; o idioma maravilhoso da série - alemão -; e o elenco. Não me lembro de um filme ou série com um elenco tão gigantesco e tão competente em proporção. Não há uma atuação sequer que tenha deixado a desejar, e, claro, destaque máximo pro cuidado do diretor na escolha dos atores (impressionante a semelhança de todos que interpretam os mesmos personagens em idades diferentes).
Falando do enredo, a série tem os primeiros quatro episódios extremamente arrastados, com um suspense pouco envolvente que só vai começar a chamar a atenção lá pro quinto episódio e como estamos falando de cinquenta minutos em média por capítulo, o início é penoso. Contudo, ela te recompensa do meio pro final com uma narrativa amarrada - em quase tudo -, os diálogos extensos e maravilhosos sobre viagem no tempo e o paradoxo temporal, onde a série trabalha sua trama.
A trilha sonora, embora seja incrível, com cordas dissonantes e incômodas, não combina muito com o clima da série. A trilha soa assustadora demais para o que acontece na tela. Além disso, o final soa um pouco forçado, os acontecimentos dos dois últimos episódios deixam de ser naturais, deixando a sensação de tudo só estar acontecendo para o diretor chegar na resolução que pretende. Recomendo, apesar dos apesares.
A série apresenta uma pegada sarcástica que me agrada muito, isso facilitou as coisas pra mim. Com oito episódios de pouco mais de vinte minutos, da pra dizer que é quase um filme, e de fato o andamento da série lembra um filme (não é comum um seriado girar em torno de uma única trama, pelo menos uma única verdadeiramente desenvolvida).
Dito isso, The End of the F***ing World te coloca em um universo presumido pelos dois primeiros episódios e depois começa a te surpreender, te tirando de um ponto e jogando em outro de forma gradativa e suave, o que é bom. Tudo isso orquestrada por uma trilha sonora recheada de excelentes músicas, quase todas "rock" da década de 90'.
A química entre os dois personagens principais, Alissa e James, funciona muito bem, inclusive destaque pra Jéssica Barden e Adam Brown que brilharam nessa série. Contudo, embora seja agradável vê-los atuando, o fato da série inteira girar em cima de uma única trama me passou a sensação dela ser um pouquinho longa, ainda que com episódios extremamente curtos eu cortaria um ou dois e a deixaria mais redonda (especialmente o episódio cinco que foi o único que de fato que não gostei). A série também não desenvolve os personagens que cercam os protagonistas e isso me incomoda um pouco.
Apesar dos apesares, a série encontra um desfecho justo e sincero, o que me deixou aliviado, pois achei que iriam errar a mão no final. The End of the F***ing World é uma bela aventura em cima do desenvolvimento de um relacionamento de dois completos desconhecidos. Joinha pra Netflix. Recomendo.
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Dark (1ª Temporada)
4.4 1,6KO bom de não pesquisar nada sobre o que vai assistir e nem por expectativas em cima é que as chances de decepção diminui. Pois bem, fui assistir Dark esperando um terrorzinho interessante e me deparei com uma série alemã sobre viagem no tempo.
Artisticamente a série é impecável. O design de produção com as diferentes épocas, figurinos, fotografia fúnebre, enfim, é um trabalho extremamente bonito; você consegue ver o cuidado em filmar os episódios, as tomadas aéreas, os planos sequências, todos a serviço de onde a trama quer te levar. Aliás, por alguns momentos tive a sensação de que a série tentava empurrar algumas mensagens através das cores em tela, vide Breaking Bad, mas sinceramente eu não peguei nada em específico, só a sensação. Quem entenda mais do que eu, por favor, conte-me se estou louco.
Vale ressaltar também a abertura que é bastante imersiva, te apresenta o clima da série; o idioma maravilhoso da série - alemão -; e o elenco. Não me lembro de um filme ou série com um elenco tão gigantesco e tão competente em proporção. Não há uma atuação sequer que tenha deixado a desejar, e, claro, destaque máximo pro cuidado do diretor na escolha dos atores (impressionante a semelhança de todos que interpretam os mesmos personagens em idades diferentes).
Falando do enredo, a série tem os primeiros quatro episódios extremamente arrastados, com um suspense pouco envolvente que só vai começar a chamar a atenção lá pro quinto episódio e como estamos falando de cinquenta minutos em média por capítulo, o início é penoso. Contudo, ela te recompensa do meio pro final com uma narrativa amarrada - em quase tudo -, os diálogos extensos e maravilhosos sobre viagem no tempo e o paradoxo temporal, onde a série trabalha sua trama.
A trilha sonora, embora seja incrível, com cordas dissonantes e incômodas, não combina muito com o clima da série. A trilha soa assustadora demais para o que acontece na tela. Além disso, o final soa um pouco forçado, os acontecimentos dos dois últimos episódios deixam de ser naturais, deixando a sensação de tudo só estar acontecendo para o diretor chegar na resolução que pretende. Recomendo, apesar dos apesares.
The End of the F***ing World (1ª Temporada)
3.8 818 Assista AgoraA série apresenta uma pegada sarcástica que me agrada muito, isso facilitou as coisas pra mim. Com oito episódios de pouco mais de vinte minutos, da pra dizer que é quase um filme, e de fato o andamento da série lembra um filme (não é comum um seriado girar em torno de uma única trama, pelo menos uma única verdadeiramente desenvolvida).
Dito isso, The End of the F***ing World te coloca em um universo presumido pelos dois primeiros episódios e depois começa a te surpreender, te tirando de um ponto e jogando em outro de forma gradativa e suave, o que é bom. Tudo isso orquestrada por uma trilha sonora recheada de excelentes músicas, quase todas "rock" da década de 90'.
A química entre os dois personagens principais, Alissa e James, funciona muito bem, inclusive destaque pra Jéssica Barden e Adam Brown que brilharam nessa série. Contudo, embora seja agradável vê-los atuando, o fato da série inteira girar em cima de uma única trama me passou a sensação dela ser um pouquinho longa, ainda que com episódios extremamente curtos eu cortaria um ou dois e a deixaria mais redonda (especialmente o episódio cinco que foi o único que de fato que não gostei). A série também não desenvolve os personagens que cercam os protagonistas e isso me incomoda um pouco.
Apesar dos apesares, a série encontra um desfecho justo e sincero, o que me deixou aliviado, pois achei que iriam errar a mão no final. The End of the F***ing World é uma bela aventura em cima do desenvolvimento de um relacionamento de dois completos desconhecidos. Joinha pra Netflix. Recomendo.