Douglas B. Amorim

Um produto da nova safra de filmes militantes disfarçados de drama.

A premissa prometia emoção, mas o roteiro tropeça em cada tentativa de comover, optando por diálogos forçados e silêncios que, ao invés de densidade, revelam apenas a falta de conteúdo. É um drama que confunde lentidão com profundidade e acaba sendo apenas arrastado.

A atuação é morna, a direção é previsível e a fotografia, por mais bonita que tente ser, não consegue disfarçar a fragilidade de um enredo que gira em círculos. Tudo parece feito sob medida para festivais, não para o público — como se o filme dissesse o tempo todo: “olhe como sou artístico”, quando na verdade é só monótono.

Por trás da estética lenta e da narrativa insossa, o que se vê é um panfleto emocional travestido de cinema. O filme tenta forçar empatia usando tragédias pessoais como vitrine para enaltecer um regime político falido — mais especificamente, o projeto de poder da esquerda brasileira que se recusa a admitir seus próprios fracassos.

Ao invés de contar uma história universal, o roteiro se perde tentando empurrar ao espectador uma agenda ideológica alinhada com o discurso petista — como se o único caminho para a sensibilidade fosse através da cartilha da militância. Não há espaço para nuance, apenas uma narrativa enviesada e previsível, com personagens unidimensionais e falas que mais parecem tuítes ensaiados.

O filme não emociona, não instiga, não provoca reflexão — apenas serve como um espelho para os que já estão convertidos. E para quem busca cinema de verdade, sobra só o tédio e a sensação de que assistiu a uma propaganda disfarçada de arte.

Um desastre anunciado. Ainda estou tentando entender esse figurino C&A com aquele bracinho fino de um grilo, e uma expressão apática de uma militante que já declarou publicamente detestar a magia da personagem de 1937.

O filme tenta subverter um clássico com discursos rasos travestidos de modernidade, mas o que entrega é um roteiro sem alma, uma protagonista apática e uma direção que parece envergonhada da própria história. A Disney optou por desconstruir tudo que tornou o conto atemporal, mas esqueceu de reconstruir algo minimamente cativante no lugar.

A química entre os personagens é inexistente, os efeitos são genéricos e a narrativa parece mais preocupada em agradar pautas de redes sociais do que contar uma boa história. A Branca de Neve aqui não é heroína nem inspiração — é apenas uma figura deslocada num filme que não sabe se quer ser fábula, manifesto ou reboot.

O resultado final é um longa entediante, sem emoção, e com diálogos tão artificiais quanto a floresta de CGI que serve de cenário. Uma obra feita mais para manchetes do que para o público.

O figurino dessa Branca de Neve é uma ofensa ao telespectador. Ela tá parecendo uma proletária indo pegar o busão com aquele bracinho fino que parece estar vestindo uma blusinha comprada na C&A. Nada nela lembra uma princesa, parece mais uma qualquer indo pro carnaval.

Junto a isso, a Zegler deu diversas entrevistas esnobando e fazendo carinha de nojo pra versão original, aplicando suas narrativas extremistas sobre empoderamento que simplesmente descaracterizam a magia da obra. Anti-profissional ao extremo.

Não merecia nem a meia estrela que dei.