Começou legal e foi ficando ruim... Eu juro que tinha tudo para amar essa série. A Bossa Nova me encanta, os figurinos, a temática feminista que foi proposta, a ambientação... Foi uma experiência válida, e fico até feliz por me questionar por algumas coisas na própria construção da série. Galera, que finalzinho foi esse... Além dos cortes bem secos que aconteceram na trama; confesso ter tido que voltar pra ver se estava no episódio certo de tão grande que foi o pulo na história. O que me pareceu foi que começaram a correr da metade do seriado pra frente, para conseguir fechar tudo que estava em aberto até o último episódio.
Por tratar temas pesados com certa sutileza, a série acalenta a alma - principalmente das mulheres -; nos sentimos empoderadas, felizes em saber que realmente tem alguém retratando coisas que pra nós são cotidianas. No entanto, esse retrato me parece uma característica das mídias que "seguem tendências" dentro do mercado. O feminismo está em pauta, é fato. A gente discute sobre o tema nas redes e fora delas. Bingo! Está aí a brecha que precisavámos para fazer uma série que trate sobre essa temática, seja leve e agrade nosso público. (Vide que, na direção, tem mais nome de homem que mulher.)
O que mais me preocupa nisso tudo é a forma de sua abordagem; além de deixar muitos hiatos, a série joga alguns temas sem trabalhá-los da forma como deveria. Apenas menciona-se. Acontece um estupro marital, pressão para ter e cuidar dos filhos, abandono, falta de equidade de gênero no trabalho e, como se ignorassem, todas as mulheres vão curtir um pouco de jazz na noite carioca. Sim, elas estavam lutando por seus sonhos com isso, lutando pelo que acreditam. Mas a forma que é tratada parece que sonhar encobre todos os problemas que acontecem em seus cotidianos. A noite nos enche de luxo e música boa e, de dia, tudo volta a ser como era. Símbolo de resistência ou não, acredito que o seriado, assim como uma música da Bossa Nova, é um discurso falado ao pé do ouvido, de forma leve como um barquinho a flutuar. Sua letra fala de amor e tá tudo bem, é ótima para entreter. Mas falta questionamento. O barquinho não chega a lugar nenhum. E olha que eu adoro a Bossa.
P.S.: Tive um crush enorme no casal das meninas. Pena que né.
Comprar Ingressos
Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.
Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.
A Maldição da Mansão Bly
3.9 922 Assista Agoracadê a
bancada sapatão pra vir chorar comigo toda a sofrência dessa série
Coisa Mais Linda (1ª Temporada)
4.2 401 Assista AgoraComeçou legal e foi ficando ruim...
Eu juro que tinha tudo para amar essa série. A Bossa Nova me encanta, os figurinos, a temática feminista que foi proposta, a ambientação... Foi uma experiência válida, e fico até feliz por me questionar por algumas coisas na própria construção da série. Galera, que finalzinho foi esse... Além dos cortes bem secos que aconteceram na trama; confesso ter tido que voltar pra ver se estava no episódio certo de tão grande que foi o pulo na história. O que me pareceu foi que começaram a correr da metade do seriado pra frente, para conseguir fechar tudo que estava em aberto até o último episódio.
Por tratar temas pesados com certa sutileza, a série acalenta a alma - principalmente das mulheres -; nos sentimos empoderadas, felizes em saber que realmente tem alguém retratando coisas que pra nós são cotidianas. No entanto, esse retrato me parece uma característica das mídias que "seguem tendências" dentro do mercado. O feminismo está em pauta, é fato. A gente discute sobre o tema nas redes e fora delas. Bingo! Está aí a brecha que precisavámos para fazer uma série que trate sobre essa temática, seja leve e agrade nosso público. (Vide que, na direção, tem mais nome de homem que mulher.)
O que mais me preocupa nisso tudo é a forma de sua abordagem; além de deixar muitos hiatos, a série joga alguns temas sem trabalhá-los da forma como deveria. Apenas menciona-se. Acontece um estupro marital, pressão para ter e cuidar dos filhos, abandono, falta de equidade de gênero no trabalho e, como se ignorassem, todas as mulheres vão curtir um pouco de jazz na noite carioca. Sim, elas estavam lutando por seus sonhos com isso, lutando pelo que acreditam. Mas a forma que é tratada parece que sonhar encobre todos os problemas que acontecem em seus cotidianos. A noite nos enche de luxo e música boa e, de dia, tudo volta a ser como era. Símbolo de resistência ou não, acredito que o seriado, assim como uma música da Bossa Nova, é um discurso falado ao pé do ouvido, de forma leve como um barquinho a flutuar. Sua letra fala de amor e tá tudo bem, é ótima para entreter. Mas falta questionamento. O barquinho não chega a lugar nenhum.
E olha que eu adoro a Bossa.
P.S.: Tive um crush enorme no casal das meninas. Pena que né.