Esse filme é simplesmente maravilhoso de tantas formas que é até dificil começar a tecer elogios. Um elenco de chorar, com uma beleza ímpar e simétrica. Ele cumpre seu papel na sua proposta, mas COM TODA CERTEZA o que é mais maravilhoso nele é o contraste da atmosfera de uma brincadeira teatral do filme com as citações que M. Gustave e Zero fazem (que não sei de onde são mas acredito que de obras do Zweig, porém se alguém souber me avisa!) que são de um romantismo melancólico que se assemelha até mesmo ao Poe, (inclusive uma parte lembra muito A Queda da Casa de Usher) que deixa tudo mais cômico numa jogada de mestre.
Ver Bergman dói. É como tomar rancor e vomitar mágoa. Cada diálogo é uma tradução dos monólogos mentais que se tem e que nunca vão ser pronunciados para as pessoas certas no momento certo. Todas aquelas mágoas que inundam a garganta e toda dor que rasga o peito esta ali, representada na tela. Dói, mas existe esse lado vil em mim que se sente feliz por não ser uma dor solitária.
Faltou densidade. A história poderia ser mais, os personagens poderiam ser mais. Ainda mais com a guia principal de quanto o tempo é inexorável ao que somos. Mas não é um mau filme, afinal. Só poderia ser melhor. Cumpre seu papel, a medida que você sai do filme pensando em todos os seus relacionamentos que mudaram com o tempo e o quanto você se deixou amargar. O quanto você pode ter sido frustrado na vida, com ou sem escrúpulos. E nos amarga também, ao nos fazer lembrar de todas as coisas inacabadas, tudo aquilo que não foi encerrado, apenas se deixou morrer, e no caso deles, espera 10 anos por um fim concreto ou uma nova chance. Acho que isso, é reforçado pela imagem do besouro/escaravelho. Além de sua simbologia antiga, estava sempre lá, esperando que alguém o virasse pra continuar a sua caminhada. Gostei mesmo dessa referência e da cena que o Paulo Vilhena o ajuda.
Mas uma coisa legal desse filme, sem entrar no mérito "é bom ou não é" (o que é bastante presunção) é que ele nos mostra os 2 lados de nós quando olhamos pro passado. Temos a figura do Cazé (era esse o nome?) que olha pro passado em depreciação, numa negação daquilo que foi. E temos a Drika, que olha com saudosismo para todos os seus cd's de musicas bregas dos ano 90. Em algum momento da vida, eles, somos nós. E essa é a graça dos filmes.
Acho que uma das coisas importantes que esse filme nos mostra é que não podemos simplesmente ignorar a vida dos outros depois que ela começa a fazer parte da nossa, que não é simples passar pelos sonhos e tormentos das pessoas intacto e deixá-los da mesma maneira.
E também é um exemplo consistente que a indiferença pode fazer mais estrago do que diversas outras atitudes. Não só em outras pessoas como em nós mesmos. O vazio ecoa muito mais gritos que uma inundação.
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KEsse filme é simplesmente maravilhoso de tantas formas que é até dificil começar a tecer elogios. Um elenco de chorar, com uma beleza ímpar e simétrica. Ele cumpre seu papel na sua proposta, mas COM TODA CERTEZA o que é mais maravilhoso nele é o contraste da atmosfera de uma brincadeira teatral do filme com as citações que M. Gustave e Zero fazem (que não sei de onde são mas acredito que de obras do Zweig, porém se alguém souber me avisa!) que são de um romantismo melancólico que se assemelha até mesmo ao Poe, (inclusive uma parte lembra muito A Queda da Casa de Usher) que deixa tudo mais cômico numa jogada de mestre.
Filmão, cara, filmão.
Sonata de Outono
4.5 492Ver Bergman dói. É como tomar rancor e vomitar mágoa. Cada diálogo é uma tradução dos monólogos mentais que se tem e que nunca vão ser pronunciados para as pessoas certas no momento certo. Todas aquelas mágoas que inundam a garganta e toda dor que rasga o peito esta ali, representada na tela.
Dói, mas existe esse lado vil em mim que se sente feliz por não ser uma dor solitária.
Entre Nós
3.6 619 Assista AgoraFaltou densidade. A história poderia ser mais, os personagens poderiam ser mais.
Ainda mais com a guia principal de quanto o tempo é inexorável ao que somos.
Mas não é um mau filme, afinal. Só poderia ser melhor.
Cumpre seu papel, a medida que você sai do filme pensando em todos os seus relacionamentos que mudaram com o tempo e o quanto você se deixou amargar. O quanto você pode ter sido frustrado na vida, com ou sem escrúpulos. E nos amarga também, ao nos fazer lembrar de todas as coisas inacabadas, tudo aquilo que não foi encerrado, apenas se deixou morrer, e no caso deles, espera 10 anos por um fim concreto ou uma nova chance. Acho que isso, é reforçado pela imagem do besouro/escaravelho. Além de sua simbologia antiga, estava sempre lá, esperando que alguém o virasse pra continuar a sua caminhada. Gostei mesmo dessa referência e da cena que o Paulo Vilhena o ajuda.
Mas uma coisa legal desse filme, sem entrar no mérito "é bom ou não é" (o que é bastante presunção) é que ele nos mostra os 2 lados de nós quando olhamos pro passado. Temos a figura do Cazé (era esse o nome?) que olha pro passado em depreciação, numa negação daquilo que foi. E temos a Drika, que olha com saudosismo para todos os seus cd's de musicas bregas dos ano 90. Em algum momento da vida, eles, somos nós. E essa é a graça dos filmes.
O Substituto
4.4 1,7K Assista AgoraAcho que uma das coisas importantes que esse filme nos mostra é que não podemos simplesmente ignorar a vida dos outros depois que ela começa a fazer parte da nossa, que não é simples passar pelos sonhos e tormentos das pessoas intacto e deixá-los da mesma maneira.
E também é um exemplo consistente que a indiferença pode fazer mais estrago do que diversas outras atitudes. Não só em outras pessoas como em nós mesmos. O vazio ecoa muito mais gritos que uma inundação.
Um bom filme, devo dizer, um bom filme.
As Horas
4.2 1,4KSegurem o meu coração, que não cabe mais em mim