O QUE É Elizabeth Debicki como Diana! Sempre fui bem alheia ao fascínio que se criou sobre a princesa. Achava exagerado, inclusive, mas a interpretação aqui foi tão certeira que me trouxe essa curiosidade, e agora eu própria, após pesquisar sobre Diana e entendê-la melhor, vejo-a com outros (e melhores) olhos.
No mais, concordo sobre esta ser a mais fraca das cinco temporadas, mas se mantém boa o suficiente para permanecer na minha lista de favoritos.
Estranhei um pouco o 8° episódio, "Dear Mrs. Kennedy", e decidi pesquisar a respeito. Aparentemente, a dança da rainha com Kwame Nkrumah não teve a significância e impacto que a série sugere, no sentido de interferir na relação de Gana com a União Soviética em favorecimento de uma política com os Estados Unidos e o Reino Unido.
Segundo uma matéria da National Public Radio, Nkrumah continuou a aderir ao socialismo, nos anos subsequentes, e, ao mesmo tempo, a relação do país com a União Soviética nunca foi tão radical, como pode-se inferir pelo episódio.
A matéria também afirma que a visita da rainha foi estratégica, sim, mas planejada, e não fruto de um impulso pessoal. Isto me incomodou bastante no episódio: tornar o fato uma consequência de um conflito entre mulheres poderosas, influentes, e uma necessidade de provação.
Estou ciente de que a série não se propõe a ser 100% factual, mas baseada em fatos reais, e é claro que é de se esperar que haja um "exagero" ou dramatização de determinadas coisas. Mas, em uma produção desse tipo, eu acredito ser necessário estabelecer um limite, nesse aspecto, até porque o caráter — em parte — factual é o que atrai grande parte dos espectadores.
The Crown está envolvida em algumas outras polêmicas sobre o que de fato aconteceu e o que foi retratado, mas, até então, eu só havia lido sobre questões menores, que a meu ver poderiam estar submetidas à liberdade criativa dos roteiristas. Porém, em se tratando de um fato histórico que envolve uma falsa influência de uma soberana branca sobre um líder africano, negro, a partir de nada mais que uma dança, além de uma relação que sugere rivalidade feminina entre duas figuras importantes, eles talvez tenham ido longe demais. São questões que, além de políticas e históricas, tocam também em aspectos raciais e se mostram até um tanto machistas.
Mas isso não tira o mérito da série. A segunda temporada mantém o nível da primeira e segue impressionando pela qualidade técnica, um espetáculo visual! Caracterização, figurino, direção de arte, além, é claro, do roteiro... tudo maravilhoso, muito bem-feito! A semelhança física entre os atores e as personalidades que interpretam sem sombra de dúvidas dificultou bastante o trabalho de casting e, ainda assim, conseguiram um elenco incrível. Ansiosa pela terceira temporada.
(Caso alguém tenha interesse, a matéria em questão leva o título "'The Crown' Says One Dance Changed History. The Truth Isn't So Simple").
Incomoda profundamente, no caso Sandra Rozzo, a maneira como Morgan questiona Ashley, desqualificando suas afirmações sobre o comportamento controlador e manipulador de Tracey. Claro que Ashley é a assassina, mas isso não significa que ela não tenha sido vítima de um comportamento abusivo do cara. O histórico criminal de Tracey e o próprio fato de Sandra Rozzo tê-lo acusado de estupro e cárcere privado já sustentam as afirmações de Ashley, além de depoimentos de outras pessoas que os conheciam. Num geral, Piers Morgan assume uma postura bastante tendenciosa (como já dito em um comentário anterior), o que nem sempre é algo a ser condenado, em entrevistas desse tipo, mas que aqui se constitui sim em um problema, em determinados momentos chegando a ser antiprofissional.
É uma temporada realmente mais fraca pela falta de adrenalina, de algo que nos surpreenda, mas é politicamente mais madura ao colocar em pauta questões tão importantes e urgentes.
Foram problematizados temas como aborto, transfobia, representatividade negra, estupro e violência contra a mulher, liberdade e fanatismo religioso, privatização, sistema carcerário, abandono de crianças pelos pais, depressão, machismo, entre outros. Todos bastante pertinentes e que necessitam ser pensados e discutidos. Além disso, a série abriu espaço para personagens menos frequentes e com histórias muito interessantes. Big Boo e Doggett são exemplos disso. E juntas, ainda, elas formaram uma dupla que se sobressaiu na temporada.
O que realmente decepcionou foi o núcleo Piper-Alex-Stella.
Com tanto alarde sobre a Ruby Rose, eu esperava uma espécie de triângulo amoroso excitante, mas a Stella simplesmente surgiu no 6° episódio e serviu mais como um deslize sem graça de Piper. Toda aquela coisa com a Norma também começou a ficar meio cansativa a partir de certo ponto, mas serviu pra mostrar a vulnerabilidade das detentas e a necessidade de agarrar-se a algo que lhes dê esperança. E ainda temos a saída da Nicky, após ter sido movida para a segurança máxima. Ela fez falta, espero que volte logo na quarta temporada. E só pra constar, a cena do lago foi realmente linda, tão poética <3
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The Crown (5ª Temporada)
3.8 98 Assista AgoraO QUE É Elizabeth Debicki como Diana!
Sempre fui bem alheia ao fascínio que se criou sobre a princesa. Achava exagerado, inclusive, mas a interpretação aqui foi tão certeira que me trouxe essa curiosidade, e agora eu própria, após pesquisar sobre Diana e entendê-la melhor, vejo-a com outros (e melhores) olhos.
No mais, concordo sobre esta ser a mais fraca das cinco temporadas, mas se mantém boa o suficiente para permanecer na minha lista de favoritos.
The Crown (2ª Temporada)
4.5 254 Assista AgoraEstranhei um pouco o 8° episódio, "Dear Mrs. Kennedy", e decidi pesquisar a respeito. Aparentemente, a dança da rainha com Kwame Nkrumah não teve a significância e impacto que a série sugere, no sentido de interferir na relação de Gana com a União Soviética em favorecimento de uma política com os Estados Unidos e o Reino Unido.
Segundo uma matéria da National Public Radio, Nkrumah continuou a aderir ao socialismo, nos anos subsequentes, e, ao mesmo tempo, a relação do país com a União Soviética nunca foi tão radical, como pode-se inferir pelo episódio.
A matéria também afirma que a visita da rainha foi estratégica, sim, mas planejada, e não fruto de um impulso pessoal. Isto me incomodou bastante no episódio: tornar o fato uma consequência de um conflito entre mulheres poderosas, influentes, e uma necessidade de provação.
Estou ciente de que a série não se propõe a ser 100% factual, mas baseada em fatos reais, e é claro que é de se esperar que haja um "exagero" ou dramatização de determinadas coisas. Mas, em uma produção desse tipo, eu acredito ser necessário estabelecer um limite, nesse aspecto, até porque o caráter — em parte — factual é o que atrai grande parte dos espectadores.
The Crown está envolvida em algumas outras polêmicas sobre o que de fato aconteceu e o que foi retratado, mas, até então, eu só havia lido sobre questões menores, que a meu ver poderiam estar submetidas à liberdade criativa dos roteiristas. Porém, em se tratando de um fato histórico que envolve uma falsa influência de uma soberana branca sobre um líder africano, negro, a partir de nada mais que uma dança, além de uma relação que sugere rivalidade feminina entre duas figuras importantes, eles talvez tenham ido longe demais. São questões que, além de políticas e históricas, tocam também em aspectos raciais e se mostram até um tanto machistas.
Mas isso não tira o mérito da série. A segunda temporada mantém o nível da primeira e segue impressionando pela qualidade técnica, um espetáculo visual! Caracterização, figurino, direção de arte, além, é claro, do roteiro... tudo maravilhoso, muito bem-feito! A semelhança física entre os atores e as personalidades que interpretam sem sombra de dúvidas dificultou bastante o trabalho de casting e, ainda assim, conseguiram um elenco incrível. Ansiosa pela terceira temporada.
(Caso alguém tenha interesse, a matéria em questão leva o título "'The Crown' Says One Dance Changed History. The Truth Isn't So Simple").
Mulheres Assassinas com Piers Morgan (2ª Temporada)
3.1 7Incomoda profundamente, no caso Sandra Rozzo, a maneira como Morgan questiona Ashley, desqualificando suas afirmações sobre o comportamento controlador e manipulador de Tracey. Claro que Ashley é a assassina, mas isso não significa que ela não tenha sido vítima de um comportamento abusivo do cara. O histórico criminal de Tracey e o próprio fato de Sandra Rozzo tê-lo acusado de estupro e cárcere privado já sustentam as afirmações de Ashley, além de depoimentos de outras pessoas que os conheciam.
Num geral, Piers Morgan assume uma postura bastante tendenciosa (como já dito em um comentário anterior), o que nem sempre é algo a ser condenado, em entrevistas desse tipo, mas que aqui se constitui sim em um problema, em determinados momentos chegando a ser antiprofissional.
Orange Is The New Black (3ª Temporada)
4.2 793 Assista AgoraÉ uma temporada realmente mais fraca pela falta de adrenalina, de algo que nos surpreenda, mas é politicamente mais madura ao colocar em pauta questões tão importantes e urgentes.
Foram problematizados temas como aborto, transfobia, representatividade negra, estupro e violência contra a mulher, liberdade e fanatismo religioso, privatização, sistema carcerário, abandono de crianças pelos pais, depressão, machismo, entre outros. Todos bastante pertinentes e que necessitam ser pensados e discutidos. Além disso, a série abriu espaço para personagens menos frequentes e com histórias muito interessantes. Big Boo e Doggett são exemplos disso. E juntas, ainda, elas formaram uma dupla que se sobressaiu na temporada.
O que realmente decepcionou foi o núcleo Piper-Alex-Stella.
Com tanto alarde sobre a Ruby Rose, eu esperava uma espécie de triângulo amoroso excitante, mas a Stella simplesmente surgiu no 6° episódio e serviu mais como um deslize sem graça de Piper. Toda aquela coisa com a Norma também começou a ficar meio cansativa a partir de certo ponto, mas serviu pra mostrar a vulnerabilidade das detentas e a necessidade de agarrar-se a algo que lhes dê esperança. E ainda temos a saída da Nicky, após ter sido movida para a segurança máxima. Ela fez falta, espero que volte logo na quarta temporada. E só pra constar, a cena do lago foi realmente linda, tão poética <3