O filme "Three O'Clock High" (em português, "Te Pego Lá Fora") é um filme norte-americano de 1987 dirigido por Phil Joanou, um diretor que ficou famoso por seus videoclipes para a banda U2. O filme conta a história de Jerry Mitchell (Casey Siemaszko), um garoto tímido do ensino médio, que tem um dia terrível. Ele começa mal o dia acordando atrasado, quase bate o carro indo para a escola Weaver High School com a sua irmã Brei (Stacey Glick) e sua amiga Franny (Anne Ryan).
Nesse dia, nos corredores da escola, há um burburinho sobre um rapaz novo que está integrando ao corpo discente. O garoto chama Buddy Revell (Richard Tyson), um deliquente juvenil que foi transferido pois havia sido expulso de outras escolas. Por fazer parte do jornal estudantil, o seu amigo e editor Vincent Costello (Jonathan Wise) pede para Mitchell fazer um artigo sobre o novo aluno.
Por motivos não explicados, Buddy não gosta de ser tocado. E, acidentemente, Mitchell toca em seu ombro. Esse simples fato faz com que o valentão desafie o garoto para um duelo às 15h na saída da escola. A partir daí, Mitchell tenta fazer de tudo para não brigar com Revell.
Na minha opinião, o filme é bom para quem quer assistir com objetivo de entretenimento, já que o mesmo não tem um teor crítico. Pelo contrário, se formos analisarmos o conteúdo, podemos ver alguns preconceitos implícitos (e, ás vezes, explícitos) por parte de alguns personagens. Nessa película, esta presente a chamada "masculinidade tóxica" - ou seja, quando o homem tem que provar que é homem (com atitudes machistas, sexistas e etc...). Apesar de que o filme é de 1987, quando não havia ainda uma ampla discussão popular sobre esse tipo de comportamento.
Outro ponto negativo do filme é que a falta de profundidade do personagem Buddy Revell. Aparentemente, o personagem é um "vilão" burro que bate em nerds como esteriotipado em outros filmes da época, porém, em algumas cenas, aparece o mesmo personagem lendo e resolvendo problemas de matemática. Outra situação bastante peliculiar é o seu problema com o toque de outras pessoas, por quê ele fica tão incomado com o simples toque de terceiros?
O ator Casey Siemaszko fez uma performance boa - bastante diferente do filme "Admiradora Secreta" (Secret Admirer). Obviamente, o filme é recheado de clichês: o garoto nerd, o valentão briguento, a melhor amiga tomboy, a cheerleader bonitona, o diretor de escola que não escuta os alunos, e assim vai.
Concluo essa análise dizendo que o filme tem momentos divertidos, apesar de alguns furos no enredo. Recomendo que assistam já que em algumas partes do filme você também fica aflito pelo tempo passando e o perigo cada vez mais perto.
O filme "Gen Pés Descalços" é uma animação japonesa de 1983 dirigido por Mori Masaki e baseado no mangá de mesmo nome. O filme basicamente conta a história do menino de seis anos de idade, Gen Nakaoka, e sua família, composta por seu irmão menor e melhor amigo Shinji, seu pai Daikichi, sua mãe Kimie e sua irmã Eiko. A história se passa em 1945 no final da Segunda Guerra Mundial e a família mora na cidade de Hiroshima, a qual foi bombardeada por uma bomba atômica pelo avião Enola Gay.
Por eles viverem em plena guerra, o povo está pobre e a família de Gen não é diferente. Eles vivem na pobreza e têm que lutar para conseguir o alimento no final do dia. O pai de Gen, Daikichi, diz que eles devem alimentar-se com trigo, já que o mesmo cresce forte mesmo em situações difíceis. Para "ajudar" na situação dos Nakaokas, a mãe deles está grávida e precisando, obviamente, mais de alimento. Apesar de ser curto, quase metade do filme passa-se com Gen e Shinji lutando para encontrar um pouco de comida (arroz e peixe) para alimentar-se e alimentar a sua mãe gestante.
Quase que diariamente, soam sirenes na cidade de Hiroshima para alertar que há aviões inimigos - no entanto, até 6 de agosto, os aviões eram apenas espiões. Nesse fatídico dia, ocorre a tal explosão. Agora, Gen terá que se virar em uma situação ainda mais caótica.
É importante lembrar que o filme (na verdade, o mangá) é baseado na vida de seu criador, Keiji Nakazawa. E é por isso que o filme ganha um "tom" ainda mais dramático e triste. Já que milhares de pessoas inocentes que apenas estavam tentando levar, a custos, suas vidas foram bombardeadas com uma bomba nuclear. Porém, não pense que é uma espécie de revanchismo japônes com os americanos - em vários momentos, tanto do mangá quanto da animação, que os personagens acusam tanto os americanos de serem culpados por aquele triste acontencimento.
Na minha opinião, o filme tinha que ser um pouco mais comprido já que algumas partes não ficam totalmente explicados na película. É importante lembrar que é uma crítica a guerra, pois inicialmente o pai de Gen mostra descontentamento com a guerra, sendo inclusive chamado de traidor por seus conterranêos, e depois da explosão, a mãe também faz uma crítica a guerra, dessa vez, a rendição tardia dos japoneses na Grande Guerra. Em relação a animação em si, por ser de 1983, não podemos esperar uma qualidade de desenho usual dos desenhos japoneses como Ghost in the Shell ou o belíssimo Your Name (Kimi no Na wa), apesar de que pelo próprio tema, a qualidade gráfica fica em segundo plano.
A direção é boa, apesar de ser lenta no começo e acelerada no final. Por isso, no começo, há um detalhamento gigantesco da vida dos Nakaokas e, já para o final, há uma pouca exploração das consequências daquela explosão na vida dos personagens. O grande problema está na duração, já que o filme não tem 90 minutos.
Mas, concluindo, a animação é excelente e recomendo a todos que assistam pelo menos uma vez esse filme.
O filme "Admiradora Secreta" (Secret Admirer) foi uma produção norte-americana de 1985. A história, apesar de estar "recheada" de clichês, é boa o suficiente para prender o espectador pelos seus pouco mais de 90 minutos de duração.
A película conta a história de Michael Ryan (C. Thomas Howell), um adolescente de 16 anos, que é apaixonado pela menina mais bonita do colégio, Deborah Ann Fimple (Kelly Preston). O único problema é que ela apenas saí com garotos mais velhos. No entanto, a trama começa a desenrolar quando Michael recebe um bilhete anônimo de uma admiradora secreta - com a "ajuda" de seu amigo Roger Despard (Casey Siemaszko) e da sua própria esperança, ele acredita que essa pessoa secreta seja Deborah. Enquanto isso, a sua melhor amiga, Toni (Lori Loughlin), que é a verdadeira escritora da carta, vive ajudando o rapaz nas suas bagunças - como, por exemplo, reescrever suas cartas e evitar que um outro rapaz lhe batesse.
No entanto, na minha opinião, a comédia, em si, não está aí. A comédia começa quando o irmão menor de Michael vai atrás de um dinheiro dele e fica com a primeira carta. Para esconder de sua mãe, ele coloca-a em um livro. Acontece que esse livro é de seu pai. Aí a bagunça já está feita - e durante o filme mais trocas de cartas, ocorrendo literalmente uma bagunça por causa dessas cartas.
Em tese, não é um filme que faz você refletir sobre a sua vida. No entanto, pelo simples ato de diversão e de entretenimento, o filme é extremamente válido - podendo ser considado uma espécie de "Sessão da Tarde" para assistir com a família enquanto degusta de uma boa pipoca. Em termos técnicos, tanto os atores como o diretor David Greenwalt (não é John Hughes, apesar de ter um estilo parecido) não deram um show, mas também não deixaram a desejar.
Uma das melhores adaptações de Stephen King dos últimos anos. Excelente tanto em questão de atuações (com destaque para a atuação excelente de Thomas Jane) e a fotografia é excelente (começando com o cenário com cores mais saturadas até com cores frias para representar a angústia e solidão dos personagens), além de que os cenários são incríveis.
Na minha opinião, o tema principal do filme é a ganância. Todos os personagens, com exceção de poucos secundários, são gananciosos e agiam conforme a sua vontade. Entre os personagens principais podemos exemplificar: A Arlette não era uma pessoa gananciosa, pois até queria fazer um acordo com Wilfred, apesar dos advogados garantirem que a terra era dela (e portanto não teria que dar um "centavo" para o marido). Porém, ela se encaixa no segundo perfil: agir conforme a sua vontade. Ela queria ir para a cidade e abrir uma boutique, e mesmo o filho e o marido não querendo sair da fazenda, ela estava determinada em vender a fazenda e fazer a SUA vontade (pois era a única que queria sair de lá). Wilfred, insatisfeito com a separação e com a possível venda da fazenda, convence seu filho Harry (Hank) a ajudá-lo matar a esposa e ficar com os hectares. Com essa ação, ocorre uma transformação: tornam-se pessoas que não conseguem mais viver tranquilamente (como viviam antigamente). Na minha opinião, Wilfred fica louco - perde uma mão por uma acidente com um rato, vende a tão desejada fazenda e, como o mundo gira, é obrigado a viver na cidade que tanto detestava, além de se matar no final. Harry agiu de forma gananciosa duas vezes na trama: quando mata a própria mãe e quando rouba junto com Shannon. A vizinha Shannon engravida do menino e os dois partem para tentar a sorte, pois o pai da menina iria mandá-la para uma espécie de convento e a obrigaria a doar sua criança. Quando ele e a menina tentam roubar mais uma pessoa, ela é baleada. A menina infelizmente morre e o menino sem qualquer estrutura familiar se mata ao lado de sua jovem namorada. Harlan, o pai de Shannon, também agiu de forma gananciosa, pois sabia que a família de Harry era pobre portanto não queria que a sua filha se casasse com o menino. Ou seja, teoricamente falando, ele foi pivô da morte da filha e de Harry. É óbvio que outros sentimentos como culpa e loucura estão presente na obra, principalmente com o "aparecimento" dos ratos. A minha opinião é que os ratos representam o peso na consciência de Wilfred, já que a sua ganância fez com que ele matasse a sua mulher e perdesse seu filho (que foi comido depois de morto por ratos). Além disso, a casa pode também ser vista como alegoria para a família - no começo da trama, ela parecia grande e radiante com cores vivas. Com o passar da trama, a casa vai tornando-se fria e isolada (tem uma cena em que mostra a pequena casinha para o tamanho daqueles hectares, o que demonstra um sentimento de solidão que estava em todos os personagens da família), ademais a casa vai ruindo (bem como o relacionamento dos membros) com infiltrações, problemas de encanamento e infestações de ratos. O milharal também tem um grande significado, pois, no começo, parece "controlado" e com o passar do filme, para que ele vai "engoli-los". Por esses motivos, a fotografia do filme é excelente. Já que o cenário consegue dizer exatamente como os personagens estão se sentindo. Certamente, o filme também tem pontos negativos. Não há uma exploração mais aprofundada da relação de Harry-Shannon, por exemplo. Além de que o personagem Harry não consegue transmitir seus pensamentos e emoções tão bem como seu pai. Outro ponto "negativo" é que o filme não pode ser descrito como um terror sobrenatural, porém mais como um drama-suspense - diferente de outros clássicos de King, em que o terror está mais "impregnado" -, apesar de ter um tom "sombrio".
Aos que não assistiram, recomendo fortemente que assistiam a película e reflitam sobre ela.
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Te Pego Lá Fora
3.6 518O filme "Three O'Clock High" (em português, "Te Pego Lá Fora") é um filme norte-americano de 1987 dirigido por Phil Joanou, um diretor que ficou famoso por seus videoclipes para a banda U2. O filme conta a história de Jerry Mitchell (Casey Siemaszko), um garoto tímido do ensino médio, que tem um dia terrível. Ele começa mal o dia acordando atrasado, quase bate o carro indo para a escola Weaver High School com a sua irmã Brei (Stacey Glick) e sua amiga Franny (Anne Ryan).
Nesse dia, nos corredores da escola, há um burburinho sobre um rapaz novo que está integrando ao corpo discente. O garoto chama Buddy Revell (Richard Tyson), um deliquente juvenil que foi transferido pois havia sido expulso de outras escolas. Por fazer parte do jornal estudantil, o seu amigo e editor Vincent Costello (Jonathan Wise) pede para Mitchell fazer um artigo sobre o novo aluno.
Por motivos não explicados, Buddy não gosta de ser tocado. E, acidentemente, Mitchell toca em seu ombro. Esse simples fato faz com que o valentão desafie o garoto para um duelo às 15h na saída da escola. A partir daí, Mitchell tenta fazer de tudo para não brigar com Revell.
Na minha opinião, o filme é bom para quem quer assistir com objetivo de entretenimento, já que o mesmo não tem um teor crítico. Pelo contrário, se formos analisarmos o conteúdo, podemos ver alguns preconceitos implícitos (e, ás vezes, explícitos) por parte de alguns personagens. Nessa película, esta presente a chamada "masculinidade tóxica" - ou seja, quando o homem tem que provar que é homem (com atitudes machistas, sexistas e etc...). Apesar de que o filme é de 1987, quando não havia ainda uma ampla discussão popular sobre esse tipo de comportamento.
Outro ponto negativo do filme é que a falta de profundidade do personagem Buddy Revell. Aparentemente, o personagem é um "vilão" burro que bate em nerds como esteriotipado em outros filmes da época, porém, em algumas cenas, aparece o mesmo personagem lendo e resolvendo problemas de matemática. Outra situação bastante peliculiar é o seu problema com o toque de outras pessoas, por quê ele fica tão incomado com o simples toque de terceiros?
O ator Casey Siemaszko fez uma performance boa - bastante diferente do filme "Admiradora Secreta" (Secret Admirer). Obviamente, o filme é recheado de clichês: o garoto nerd, o valentão briguento, a melhor amiga tomboy, a cheerleader bonitona, o diretor de escola que não escuta os alunos, e assim vai.
Concluo essa análise dizendo que o filme tem momentos divertidos, apesar de alguns furos no enredo. Recomendo que assistam já que em algumas partes do filme você também fica aflito pelo tempo passando e o perigo cada vez mais perto.
Gen Pés Descalços
4.4 143O filme "Gen Pés Descalços" é uma animação japonesa de 1983 dirigido por Mori Masaki e baseado no mangá de mesmo nome. O filme basicamente conta a história do menino de seis anos de idade, Gen Nakaoka, e sua família, composta por seu irmão menor e melhor amigo Shinji, seu pai Daikichi, sua mãe Kimie e sua irmã Eiko. A história se passa em 1945 no final da Segunda Guerra Mundial e a família mora na cidade de Hiroshima, a qual foi bombardeada por uma bomba atômica pelo avião Enola Gay.
Por eles viverem em plena guerra, o povo está pobre e a família de Gen não é diferente. Eles vivem na pobreza e têm que lutar para conseguir o alimento no final do dia. O pai de Gen, Daikichi, diz que eles devem alimentar-se com trigo, já que o mesmo cresce forte mesmo em situações difíceis. Para "ajudar" na situação dos Nakaokas, a mãe deles está grávida e precisando, obviamente, mais de alimento. Apesar de ser curto, quase metade do filme passa-se com Gen e Shinji lutando para encontrar um pouco de comida (arroz e peixe) para alimentar-se e alimentar a sua mãe gestante.
Quase que diariamente, soam sirenes na cidade de Hiroshima para alertar que há aviões inimigos - no entanto, até 6 de agosto, os aviões eram apenas espiões. Nesse fatídico dia, ocorre a tal explosão. Agora, Gen terá que se virar em uma situação ainda mais caótica.
É importante lembrar que o filme (na verdade, o mangá) é baseado na vida de seu criador, Keiji Nakazawa. E é por isso que o filme ganha um "tom" ainda mais dramático e triste. Já que milhares de pessoas inocentes que apenas estavam tentando levar, a custos, suas vidas foram bombardeadas com uma bomba nuclear. Porém, não pense que é uma espécie de revanchismo japônes com os americanos - em vários momentos, tanto do mangá quanto da animação, que os personagens acusam tanto os americanos de serem culpados por aquele triste acontencimento.
Na minha opinião, o filme tinha que ser um pouco mais comprido já que algumas partes não ficam totalmente explicados na película. É importante lembrar que é uma crítica a guerra, pois inicialmente o pai de Gen mostra descontentamento com a guerra, sendo inclusive chamado de traidor por seus conterranêos, e depois da explosão, a mãe também faz uma crítica a guerra, dessa vez, a rendição tardia dos japoneses na Grande Guerra. Em relação a animação em si, por ser de 1983, não podemos esperar uma qualidade de desenho usual dos desenhos japoneses como Ghost in the Shell ou o belíssimo Your Name (Kimi no Na wa), apesar de que pelo próprio tema, a qualidade gráfica fica em segundo plano.
A direção é boa, apesar de ser lenta no começo e acelerada no final. Por isso, no começo, há um detalhamento gigantesco da vida dos Nakaokas e, já para o final, há uma pouca exploração das consequências daquela explosão na vida dos personagens. O grande problema está na duração, já que o filme não tem 90 minutos.
Mas, concluindo, a animação é excelente e recomendo a todos que assistam pelo menos uma vez esse filme.
Admiradora Secreta
3.5 213 Assista AgoraO filme "Admiradora Secreta" (Secret Admirer) foi uma produção norte-americana de 1985. A história, apesar de estar "recheada" de clichês, é boa o suficiente para prender o espectador pelos seus pouco mais de 90 minutos de duração.
A película conta a história de Michael Ryan (C. Thomas Howell), um adolescente de 16 anos, que é apaixonado pela menina mais bonita do colégio, Deborah Ann Fimple (Kelly Preston). O único problema é que ela apenas saí com garotos mais velhos. No entanto, a trama começa a desenrolar quando Michael recebe um bilhete anônimo de uma admiradora secreta - com a "ajuda" de seu amigo Roger Despard (Casey Siemaszko) e da sua própria esperança, ele acredita que essa pessoa secreta seja Deborah. Enquanto isso, a sua melhor amiga, Toni (Lori Loughlin), que é a verdadeira escritora da carta, vive ajudando o rapaz nas suas bagunças - como, por exemplo, reescrever suas cartas e evitar que um outro rapaz lhe batesse.
No entanto, na minha opinião, a comédia, em si, não está aí. A comédia começa quando o irmão menor de Michael vai atrás de um dinheiro dele e fica com a primeira carta. Para esconder de sua mãe, ele coloca-a em um livro. Acontece que esse livro é de seu pai. Aí a bagunça já está feita - e durante o filme mais trocas de cartas, ocorrendo literalmente uma bagunça por causa dessas cartas.
Em tese, não é um filme que faz você refletir sobre a sua vida. No entanto, pelo simples ato de diversão e de entretenimento, o filme é extremamente válido - podendo ser considado uma espécie de "Sessão da Tarde" para assistir com a família enquanto degusta de uma boa pipoca. Em termos técnicos, tanto os atores como o diretor David Greenwalt (não é John Hughes, apesar de ter um estilo parecido) não deram um show, mas também não deixaram a desejar.
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3.2 797 Assista AgoraUma das melhores adaptações de Stephen King dos últimos anos. Excelente tanto em questão de atuações (com destaque para a atuação excelente de Thomas Jane) e a fotografia é excelente (começando com o cenário com cores mais saturadas até com cores frias para representar a angústia e solidão dos personagens), além de que os cenários são incríveis.
Na minha opinião, o tema principal do filme é a ganância. Todos os personagens, com exceção de poucos secundários, são gananciosos e agiam conforme a sua vontade. Entre os personagens principais podemos exemplificar:
A Arlette não era uma pessoa gananciosa, pois até queria fazer um acordo com Wilfred, apesar dos advogados garantirem que a terra era dela (e portanto não teria que dar um "centavo" para o marido). Porém, ela se encaixa no segundo perfil: agir conforme a sua vontade. Ela queria ir para a cidade e abrir uma boutique, e mesmo o filho e o marido não querendo sair da fazenda, ela estava determinada em vender a fazenda e fazer a SUA vontade (pois era a única que queria sair de lá).
Wilfred, insatisfeito com a separação e com a possível venda da fazenda, convence seu filho Harry (Hank) a ajudá-lo matar a esposa e ficar com os hectares. Com essa ação, ocorre uma transformação: tornam-se pessoas que não conseguem mais viver tranquilamente (como viviam antigamente). Na minha opinião, Wilfred fica louco - perde uma mão por uma acidente com um rato, vende a tão desejada fazenda e, como o mundo gira, é obrigado a viver na cidade que tanto detestava, além de se matar no final.
Harry agiu de forma gananciosa duas vezes na trama: quando mata a própria mãe e quando rouba junto com Shannon. A vizinha Shannon engravida do menino e os dois partem para tentar a sorte, pois o pai da menina iria mandá-la para uma espécie de convento e a obrigaria a doar sua criança. Quando ele e a menina tentam roubar mais uma pessoa, ela é baleada. A menina infelizmente morre e o menino sem qualquer estrutura familiar se mata ao lado de sua jovem namorada.
Harlan, o pai de Shannon, também agiu de forma gananciosa, pois sabia que a família de Harry era pobre portanto não queria que a sua filha se casasse com o menino. Ou seja, teoricamente falando, ele foi pivô da morte da filha e de Harry.
É óbvio que outros sentimentos como culpa e loucura estão presente na obra, principalmente com o "aparecimento" dos ratos. A minha opinião é que os ratos representam o peso na consciência de Wilfred, já que a sua ganância fez com que ele matasse a sua mulher e perdesse seu filho (que foi comido depois de morto por ratos). Além disso, a casa pode também ser vista como alegoria para a família - no começo da trama, ela parecia grande e radiante com cores vivas. Com o passar da trama, a casa vai tornando-se fria e isolada (tem uma cena em que mostra a pequena casinha para o tamanho daqueles hectares, o que demonstra um sentimento de solidão que estava em todos os personagens da família), ademais a casa vai ruindo (bem como o relacionamento dos membros) com infiltrações, problemas de encanamento e infestações de ratos.
O milharal também tem um grande significado, pois, no começo, parece "controlado" e com o passar do filme, para que ele vai "engoli-los". Por esses motivos, a fotografia do filme é excelente. Já que o cenário consegue dizer exatamente como os personagens estão se sentindo.
Certamente, o filme também tem pontos negativos. Não há uma exploração mais aprofundada da relação de Harry-Shannon, por exemplo. Além de que o personagem Harry não consegue transmitir seus pensamentos e emoções tão bem como seu pai. Outro ponto "negativo" é que o filme não pode ser descrito como um terror sobrenatural, porém mais como um drama-suspense - diferente de outros clássicos de King, em que o terror está mais "impregnado" -, apesar de ter um tom "sombrio".
Aos que não assistiram, recomendo fortemente que assistiam a película e reflitam sobre ela.