Um filme sobre o desejo que não se atém ao pudor e não se abstém da aparente contradição: o ato do crime não impacta tanto quanto a consciência dele. Mas o perigo não recalca o desejo; pulsões de vida e morte se confundem.
Achei que o filme reduziu a grandiosidade da obra de Dostoiévski. Mudou elementos, cortou outros, o que se pode dizer que é necessário, visto que em duas horas não é possível reproduzir os detalhes com fidedignidade; ainda assim, acredito que o tempo e o orçamento poderiam ser melhor aproveitados. Por exemplo: durante capítulos do livro, eu senti a culpa de Rodya e a entendi; no filme, eu quis mais que ele fugisse e se safasse. O tempo transcorrido entre o crime e o castigo não foi suficiente para criar empatia ou ódio por qualquer personagem. Exceto uma aversão a aparência de Aliena (e isto é um ponto positivo, afinal, matar velhinhas com cara de Dona Benta nos faria odiar o pobre Rodya). Também achei engraçada a interpretação de alguns personagens.
De qualquer forma, mesmo um orçamento hollywoodiano não conseguiria alcançar o nível artístico e a profundidade das emoções descritas por Dostoiévski. Como livros e filmes são coisas distintas, compará-los não seria muito diferente de comparar um quadro a uma música. Neste caso específico, um quadro de Frida Kahlo e uma música do É o Tchan.
Dei 2 estrelas e meia ao filme, porque acho que ele só fez metade do trabalho que se propôs; na verdade fez ainda menos que isso. Discute a descriminalização de usuários de drogas, mas por outro lado os estigmatiza como doentes, ignorando o uso recreativo de substâncias. É engraçado como um filme que se propõe a quebrar um tabu acaba criando mais um. Como diz a matéria da CartaCapital, o filme fuma, mas não traga. Leiam-na e tirem melhores conclusões antes de assistir este filme contraditório: http://www.cartacapital.com.br/politica/quebrando-o-tabu-fuma-mas-nao-traga
Um Estranho no Lago
3.3 465 Assista AgoraUm filme sobre o desejo que não se atém ao pudor e não se abstém da aparente contradição: o ato do crime não impacta tanto quanto a consciência dele. Mas o perigo não recalca o desejo; pulsões de vida e morte se confundem.
O Preço do Amanhã
3.6 2,9K Assista AgoraA ideia é maravilhosa.
O desenvolver é mais ou menos:
muito clichê, muito lugar comum
Mas é um filme comercial; o final não surpreende.
Crime e Castigo
3.1 22Achei que o filme reduziu a grandiosidade da obra de Dostoiévski. Mudou elementos, cortou outros, o que se pode dizer que é necessário, visto que em duas horas não é possível reproduzir os detalhes com fidedignidade; ainda assim, acredito que o tempo e o orçamento poderiam ser melhor aproveitados. Por exemplo: durante capítulos do livro, eu senti a culpa de Rodya e a entendi; no filme, eu quis mais que ele fugisse e se safasse. O tempo transcorrido entre o crime e o castigo não foi suficiente para criar empatia ou ódio por qualquer personagem. Exceto uma aversão a aparência de Aliena (e isto é um ponto positivo, afinal, matar velhinhas com cara de Dona Benta nos faria odiar o pobre Rodya). Também achei engraçada a interpretação de alguns personagens.
De qualquer forma, mesmo um orçamento hollywoodiano não conseguiria alcançar o nível artístico e a profundidade das emoções descritas por Dostoiévski. Como livros e filmes são coisas distintas, compará-los não seria muito diferente de comparar um quadro a uma música. Neste caso específico, um quadro de Frida Kahlo e uma música do É o Tchan.
Quebrando o Tabu
4.0 255Dei 2 estrelas e meia ao filme, porque acho que ele só fez metade do trabalho que se propôs; na verdade fez ainda menos que isso. Discute a descriminalização de usuários de drogas, mas por outro lado os estigmatiza como doentes, ignorando o uso recreativo de substâncias. É engraçado como um filme que se propõe a quebrar um tabu acaba criando mais um. Como diz a matéria da CartaCapital, o filme fuma, mas não traga. Leiam-na e tirem melhores conclusões antes de assistir este filme contraditório: http://www.cartacapital.com.br/politica/quebrando-o-tabu-fuma-mas-nao-traga