Luan Gabriel

O filme é bastante interessante, nonsense puro! O que me choca nos comentários aqui é a falta de sensibilidade para perceber que ele é feito sob uma ironia absurda, que coloca o bizarro, a hipérbole de um lado e a crítica contundente de outro. O depoimento espontâneo das pessoas no começo e no final do filme só servem para aproximarmos a nós, brasileiros, desse lado bizarro, hiperbólico. Somos tão afins a esse exagero que não consigo entender porque algumas pessoas não conseguem se identificar com o enredo enquanto parte desta sociedade tal como ela é: cruel e inescrupulosa.
Agora, quanto à crítica à qualidade técnica, a que chamam de amadorismo, deve ser justificada pelo fato de o filme ter sido feito sob um orçamento baixíssimo (13 mil reais) e os atores terem atuado sem cachê. Acho que isso influencia muito na catarse final, e não deve ser entendido como defeito, mas como um predicado que ali deve estar.
Em suma, acho que o filme atende perfeitamente à proposta para a qual foi feito e ainda se sobressai com uma réstia de genialidade!

Não sei se assisto pela Tautou ou pela trilha sonora, pois o enredo já o sei de trás para frente!

Realmente incrível, como tudo que envolve o Bresson. Agora, uma coisa: o nome do Padre!