“Why do we fall, Bruce? So we can learn to pick ourselves up”. O ensinamento de Thomas Wayne ao pequeno Bruce é basicamente a essência do primeiro capítulo desta trilogia iniciada em 2005 pro Christopher Nolan em Batman Begins, mas, curiosamente, serve também de base para este último episódio, ainda que aplicada a um Batman estruturalmente maduro. Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge encerra, satisfatoriamente, a trilogia de Nolan, ainda que possua tropeços pontuais e fique à sombra do seu segundo e mais incrível momento: O Cavaleiro das Trevas.
Talvez a pior escolha deste "O Espetacular Homem-Aranha", que, por sinal, não tem nada de espetacular, seja apresentar um vilão com potencial a esta altura da história. Em 2005, Christopher Nolan ensinou uma importante lição sobre o reboot de uma série de super-herói com seu ótimo Batman Begins: apresentar um vilão importante, logo de cara, é perder as oportunidades de explorar ao máximo as origem de seu protagonista, que, neste momento, são importantes alicerces para seus filmes vindouros. Não que O Lagarto seja um grande vilão, cheio de conflitos complexos e interessantes, importantes para o desenvolvimento da narrativa, na verdade ele não passa de uma mistura medíocre do Doende Verde e do Dr. Octopus, mas sua inserção em outro momento da história, talvez pudesse ser mais bem aproveitada.
Além disso, apostar em contar a história da origem dos pais de Peter, como se isso fosse relevante para a origem do futuro herói, é dar outro tiro no pé. Além de não saberem conduzir o “mistério“ por trás do desaparecimento dos pais, é uma grande perda de tempo, que poderia ser melhor distribuído na importante relação de Peter com seus tios.
Além disso, o casting de atores com seus quase 30 anos, interpretando adolescentes de 17, não só não convencem, como fazem de Emma Stone (24) e Andrew Garfield (29) imitações bobas de um comportamento desta idade, cheio de caretas. Isso não significa que Andrew não interprete bem seu personagem, pelo contrario. Ainda que com um visual e comportamento “hipster” a seu Peter, deixando o clássico nerd de lado, Andrew parece fisicamente mais fiel com o Aranha visto nos quadrinhos. Por sinal, comparar Tobey Maguire com Andrew é uma grande bobagem, visto que ambos são igualmente carismáticos e possuem identidades singulares, construindo diferentes (e igualmente bons) “homens-aranha“ neste curto intervalo de 10 anos. Contudo, a escolha de Sally Field e Martin Sheen para interpretar os tios de Peter, é inteligente e eficiente, ainda que não ganhem muito espaço no roteiro rasteiro de Steve Kloves, Alvin Sargent e James Vanderbilt.
Fraco, bobo e ineficiente, este O Espetacular Homem-Aranha retoma o sucesso do trunfo da Sony, no qual ainda deve render continuações enquanto houver sucesso nas bilheterias (leia: dinheiro). Esperamos que Marc Webb, ou seja lá quem assuma a direção das seqüências, aprenda com os erros e nos apresente um herói a altura do icônico e amado personagem criado nos anos 1960 por Stan Lee e retratado de forma pontual por Sam Raimi nos cinemas.
Tão bom assistí-lo em Blu-ray 11 anos depois de seu lançamento e notar como o filme envelheceu bem. O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel é um filme impecável.
John Carter é uma grande decepção. Tanta expectativa em torno de uma produção realizada por grandes nomes do Cinema não conseguiu superar a fraqueza da narrativa, das atuações e dos personagens rasteiros e mal desenvolvidos. John Carter é um personagem tolo que não possui argumentos plausíveis para fazer tudo o que é levado a fazer, tanto na Terra quanto em Marte.
Contudo, é válido contemplar a beleza das criações dos departamentos de arte e efeitos especiais, que desempenham um papel fundamental na realização deste projeto. Porém, fica a dúvida se aqueles ambientes que somos apresentados (ambientes, não criaturas) não poderiam ser encontrados perfeitamente num deserto bem mais próximo do que os vários pixels que os compõe digitalmente.
Convertido para o 3D de forma pobre e sem a menor sensibilidade para o uso da técnica, John Carter é totalmente dispensável na terceira dimensão, que aqui é praticamente vista apenas nas legendas flutuantes.
E sair do cinema me questionando como uma mulher consegue passar 3 dias de incessante caminhada debaixo do um sol forte e continuar maquiada e com os cabelos recém saídos de um comercial de shampoo me faz concluir que tem alguma coisa errada num filme desse porte, onde a sensação de aventura deveria estar pulsando pelo corpo, assim como experimentamos em Piratas do Caribe, Os Incríveis, até mesmo no fraco Tron e tantos outros projetos bem desenvolvidos pela mesma Disney/Pixar.
Drive não é um filme de ação. É uma analise de um personagem. Dizer que o filme é menor que o personagem é não compreender a proposta do roteiro. Excelente trabalho.
22 anos após o lançamento do universo Star Wars no cinema, George Lucas volta a nos contar a história de seus Jedi e Sith com o primeiro episódio de uma saga de 6 filmes que começou do meio para o fim e retorna do inicio para o meio. Complicado?
Este Episódio I – A Ameaça Fantasma é cheio de altos e baixos e é difícil concluir se o filme seria auto suficiente se ignorado o peso cultural de seus antecessores. Se este fosse o primeiro filme da saga a ser apresentado ao público, dificilmente hoje conceberíamos Star Wars com toda sua magnitude. Este episódio é fraco e em muitos momentos bobo. A começar por nos apresentar, logo no início, Jar Jar Binks, que falarei adiante.
Sem a menor disposição para dirigir seus atores, Lucas aposta na produção das cenas onde os efeitos especiais prevalecem. Afinal de contas, um dos motivos do estrondoso sucesso de Star Wars, ainda nos anos 70, se deu pelos efeitos vanguardistas empregados com propriedade pelo diretor. Desta forma, os intérpretes dos jovens personagens que conhecemos a partir da metade da série, são reduzidos à leitura de textos medíocres e com pouco desenvolvimento de seus personagens, criando diálogos rasos e sem emoção. No meio desse caos de interpretações, temos o desprazer de conhecer uma criatura chamada Jar Jar Binks, que é apresentada por George com a tentativa de re-criar o sucesso de seus R2-D2 e C-3PO, que cativaram o público ao longo dos três últimos filmes da saga. Jar Jar é sem dúvida um dos personagens mais chatos e irritantes que conheci, que gastou boa parte do tempo de projeção deste esperado primeiro episódio com bobagens que não só não tem graça, como também não auxiliam no desenvolvimento da narrativa.
Jake Lloyd é escolhido para interpretar o jovem Anakin Skywalker, que, futuramente se tornaria um dos vilões mais interessantes e icônicos do cinema. A má escolha do ator somada à falta de orientação de George e aos diálogos bobos, criam um Anakin que não apresenta nenhum indício da personalidade de seu futuro personagem, como deveria ser.
Contudo, George Lucas mostra que desenvolveu personagens interessantes e que durante este período entre-filmes teve tempo suficiente para criar interessantes cenas de ação. Conhecemos Darth Maul, que, apesar da falta de desenvolvimento, teria potencial de se tornar um vilão tão interessante e imponente quanto Darth Vader. Pena ter sido descartado tão cedo. A cena da luta entre Maul contra Obi-Wan e Qui-Gon é excelente e merece créditos de coreografia e direção.
Mesmo com falhas grosseiras, personagens bobos e atuações medíocres, este “A Ameaça Fantasma” é um bom filme, que da re-início à série que merece grande respeito.
O Artista é a celebração máxima do amor à sétima arte. Negar seu brilhantismo é comprovar a incapacidade de análise crítica de um filme de absoluta qualidade. Perfeitamente impecável.
Guillermo del Toro ensinando mais uma vez a fazer cinema de terror. Não Tenha Medo do Escuro prova que utilizar de criaturas oitentistas sob o comando de uma boa produção, consegue ser mais eficiente que qualquer filme com espíritos, aliens ou demônios, tão insistentemente praticados atualmente.
O filme conta a historia de Sally, uma garota que passa a morar com seu pai e a namorada e descobre que na nova casa moram sinistras criaturas que pretendem levá-la para a escuridão da casa. Ela precisa convencer os adultos de que não se trata de uma fantasia e sim de uma estranha e assustadora realidade.
O roteiro, assinado a quatro mãos por Guillermo del Toro e Matthew Robbins, peca em não elaborar uma boa trama envolvendo a relação dos pais da menina e amarrar a história com uma melhor justificativa. Além disso, as atuações não convincentes de Katie Holmes e Guy Pearce não colaboram com os diálogos rasos, deixando-os à sombra da grande atuação da pequena Bailee Madison, que impressiona com a maturidade ao interpretar a triste Sally. A produção de del Toro, sempre minimalista, produz um ambiente claustrofóbico e propício ao sufocamento e tensão que iremos vivenciar nos 94 minutos de projeção, permitindo que os departamentos de arte, decoração, figurino, maquiagem e fotografia brilhem em suas criações.
Se comparado ao incrível O Labirinto do Fauno, também de del Toro, este Não Tenha Medo do Escuro deixa a desejar, mas é altamente recomendado aos fãs do cinema de terror feito com paixão. Três estrelas e meia em cinco.
Concebido a partir da adaptação do primeiro livro da trilogia Best-Seller mundial Millennium de Stieg Larsson, esse Os Homens Que Não Amavam as Mulheres seria um excelente exemplar do gênero policial não fosse pelo seu maior trunfo: apresentar uma personagem tão complexa quanto sua própria história, transformando-o em um drama psicológico que utiliza da sua ótima trama apenas para apresentar personagens absolutamente interessantes.
Escrito a quatro mãos por Nikolaj Arcel e Rasmus Heisterberg, o longa dirigido por Niels Arden Oplev, conta a história do jornalista Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist), contratado pelo bem sucedido industrial Henrik Vanger (Sven-Bertil Taube) para investigar de um misterioso crime ocorrido 40 anos antes, jamais solucionado.
Mas a história (aparentemente) secundária é que merece o maior destaque. Interpretada pela pontual Noomi Rapace, somos apresentados a complexa Lisbeth Salander e aos recortes de suas experiências que, aos poucos, justificam suas atitudes e comportamentos. E é na junção de Lisbeth com a investigação de Mikael que podemos experimentar uma Lisbeth lidando com seus próprios medos e conflitos de uma vida que, ainda jovem, é marcada por traumas. Traumas estes que justificam e dão sentido às escolhas de Harriet, a tal garota nunca encontrada que Mikael investiga.
Traduzido de forma incorreta na distribuição norte-americana (The Girl With the Dragon Tattoo), o título original (sueco) não poderia ser mais apropriado, pois são justamente esses “homens que odeiam mulheres” os responsáveis pelos conflitos causados nas mentes dessas personagens tão incrivelmente complexas.
Este exemplar do cinema não-americano, ainda que com diversos elementos hollywoodianos, merece não apenas cinco estrelas em cinco, como um lugar de destaque na estante de grandes realizações do cinema.
Dirigido por Terrence Malick a partir de seu próprio roteiro (leia: próprias experiências), Árvore da Vida é a perfeita reunião de memórias e sentimentos de uma família em busca de explicações para a perda de um de seus membros. E se o filme é impecável, um dos seus segredos está em seus interpretes, que, de forma realista, dão vida àqueles personagens. Destaque para o estreante Hunter McCracken, que tem a difícil missão de carregar o peso emocional do filme, através de seus olhos expressivos e sinceros, que é continuada pelo veterano Sean Penn na fase adulta.
Utilizando de imagens para ilustrar os questionamentos (e as respostas) mais íntimos (as) de cada ser humano, Árvore da Vida é um poema cinematográfico, que funciona em cada espectador de forma única por ser livre de interpretações acerca da forma como nos ligamos a Deus ou a uma força maior que, aqui, é retratada como um vasto “você“.
Árvore da Vida é a desconstrução dos conceitos fundamentais praticados pelos filmes de Hollywood. Talvez por isso seja tão difícil ser assistido por alguns espectadores. Neste último trabalho de Malick, não existe a pretensão de atingir o público em massa, nem de contar uma história com tramas lineares. Aqui, experimentamos as memórias de seu protagonista Jack em três importantes épocas da sua vida. E são essas experiências que refletem neste Jack adulto, deixando claro que nossas memórias mais antigas continuam moldando quem nos tornamos a cada dia.
Impossível não se lembrar de 2001: Uma Odisséia do Espaço, de Kubrick, pois ambos transcendem os limites rasteiros de contar uma simples história e nos fazem filosofar sobre nossa própria existência, forçando-nos a perceber o pequeno tamanho que somos diante da imensidão e beleza do nosso planeta.
Assim como Edvard Munch e sua pintura (leia: auto-retrato) Melancolia, de 1894, Lars Von Trier utiliza da sua arte para nos contar sua própria visão sobre este sentimento. O filme deve ser encarado como uma grande analogia, uma representação de um sentimento e não como uma história linear, contada de forma rasteira, caso contrário, não será compreendido. Munch e Von Trier são dois grandes artistas que pintaram e filmaram este sentimento de forma primorosa. 5 estrelas em 5.
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Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4.2 6,4K Assista Agora“Why do we fall, Bruce? So we can learn to pick ourselves up”. O ensinamento de Thomas Wayne ao pequeno Bruce é basicamente a essência do primeiro capítulo desta trilogia iniciada em 2005 pro Christopher Nolan em Batman Begins, mas, curiosamente, serve também de base para este último episódio, ainda que aplicada a um Batman estruturalmente maduro. Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge encerra, satisfatoriamente, a trilogia de Nolan, ainda que possua tropeços pontuais e fique à sombra do seu segundo e mais incrível momento: O Cavaleiro das Trevas.
Sombras da Noite
3.1 4,0K Assista AgoraSombras da Noite é um embrulho bonito de um presente sem graça.
O Espetacular Homem-Aranha
3.4 4,9K Assista AgoraTalvez a pior escolha deste "O Espetacular Homem-Aranha", que, por sinal, não tem nada de espetacular, seja apresentar um vilão com potencial a esta altura da história. Em 2005, Christopher Nolan ensinou uma importante lição sobre o reboot de uma série de super-herói com seu ótimo Batman Begins: apresentar um vilão importante, logo de cara, é perder as oportunidades de explorar ao máximo as origem de seu protagonista, que, neste momento, são importantes alicerces para seus filmes vindouros. Não que O Lagarto seja um grande vilão, cheio de conflitos complexos e interessantes, importantes para o desenvolvimento da narrativa, na verdade ele não passa de uma mistura medíocre do Doende Verde e do Dr. Octopus, mas sua inserção em outro momento da história, talvez pudesse ser mais bem aproveitada.
Além disso, apostar em contar a história da origem dos pais de Peter, como se isso fosse relevante para a origem do futuro herói, é dar outro tiro no pé. Além de não saberem conduzir o “mistério“ por trás do desaparecimento dos pais, é uma grande perda de tempo, que poderia ser melhor distribuído na importante relação de Peter com seus tios.
Além disso, o casting de atores com seus quase 30 anos, interpretando adolescentes de 17, não só não convencem, como fazem de Emma Stone (24) e Andrew Garfield (29) imitações bobas de um comportamento desta idade, cheio de caretas. Isso não significa que Andrew não interprete bem seu personagem, pelo contrario. Ainda que com um visual e comportamento “hipster” a seu Peter, deixando o clássico nerd de lado, Andrew parece fisicamente mais fiel com o Aranha visto nos quadrinhos. Por sinal, comparar Tobey Maguire com Andrew é uma grande bobagem, visto que ambos são igualmente carismáticos e possuem identidades singulares, construindo diferentes (e igualmente bons) “homens-aranha“ neste curto intervalo de 10 anos. Contudo, a escolha de Sally Field e Martin Sheen para interpretar os tios de Peter, é inteligente e eficiente, ainda que não ganhem muito espaço no roteiro rasteiro de Steve Kloves, Alvin Sargent e James Vanderbilt.
Fraco, bobo e ineficiente, este O Espetacular Homem-Aranha retoma o sucesso do trunfo da Sony, no qual ainda deve render continuações enquanto houver sucesso nas bilheterias (leia: dinheiro). Esperamos que Marc Webb, ou seja lá quem assuma a direção das seqüências, aprenda com os erros e nos apresente um herói a altura do icônico e amado personagem criado nos anos 1960 por Stan Lee e retratado de forma pontual por Sam Raimi nos cinemas.
O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel
4.4 1,9K Assista AgoraTão bom assistí-lo em Blu-ray 11 anos depois de seu lançamento e notar como o filme envelheceu bem. O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel é um filme impecável.
John Carter: Entre Dois Mundos
3.2 1,6K Assista AgoraJohn Carter é uma grande decepção. Tanta expectativa em torno de uma produção realizada por grandes nomes do Cinema não conseguiu superar a fraqueza da narrativa, das atuações e dos personagens rasteiros e mal desenvolvidos. John Carter é um personagem tolo que não possui argumentos plausíveis para fazer tudo o que é levado a fazer, tanto na Terra quanto em Marte.
Contudo, é válido contemplar a beleza das criações dos departamentos de arte e efeitos especiais, que desempenham um papel fundamental na realização deste projeto. Porém, fica a dúvida se aqueles ambientes que somos apresentados (ambientes, não criaturas) não poderiam ser encontrados perfeitamente num deserto bem mais próximo do que os vários pixels que os compõe digitalmente.
Convertido para o 3D de forma pobre e sem a menor sensibilidade para o uso da técnica, John Carter é totalmente dispensável na terceira dimensão, que aqui é praticamente vista apenas nas legendas flutuantes.
E sair do cinema me questionando como uma mulher consegue passar 3 dias de incessante caminhada debaixo do um sol forte e continuar maquiada e com os cabelos recém saídos de um comercial de shampoo me faz concluir que tem alguma coisa errada num filme desse porte, onde a sensação de aventura deveria estar pulsando pelo corpo, assim como experimentamos em Piratas do Caribe, Os Incríveis, até mesmo no fraco Tron e tantos outros projetos bem desenvolvidos pela mesma Disney/Pixar.
Uma pena, John.
Drive
3.9 3,5K Assista AgoraDrive não é um filme de ação. É uma analise de um personagem. Dizer que o filme é menor que o personagem é não compreender a proposta do roteiro. Excelente trabalho.
Os Descendentes
3.5 1,3K Assista AgoraRasteiro e medíocre.
Star Wars, Episódio I: A Ameaça Fantasma
3.6 1,2K Assista Agora22 anos após o lançamento do universo Star Wars no cinema, George Lucas volta a nos contar a história de seus Jedi e Sith com o primeiro episódio de uma saga de 6 filmes que começou do meio para o fim e retorna do inicio para o meio. Complicado?
Este Episódio I – A Ameaça Fantasma é cheio de altos e baixos e é difícil concluir se o filme seria auto suficiente se ignorado o peso cultural de seus antecessores. Se este fosse o primeiro filme da saga a ser apresentado ao público, dificilmente hoje conceberíamos Star Wars com toda sua magnitude. Este episódio é fraco e em muitos momentos bobo. A começar por nos apresentar, logo no início, Jar Jar Binks, que falarei adiante.
Sem a menor disposição para dirigir seus atores, Lucas aposta na produção das cenas onde os efeitos especiais prevalecem. Afinal de contas, um dos motivos do estrondoso sucesso de Star Wars, ainda nos anos 70, se deu pelos efeitos vanguardistas empregados com propriedade pelo diretor. Desta forma, os intérpretes dos jovens personagens que conhecemos a partir da metade da série, são reduzidos à leitura de textos medíocres e com pouco desenvolvimento de seus personagens, criando diálogos rasos e sem emoção. No meio desse caos de interpretações, temos o desprazer de conhecer uma criatura chamada Jar Jar Binks, que é apresentada por George com a tentativa de re-criar o sucesso de seus R2-D2 e C-3PO, que cativaram o público ao longo dos três últimos filmes da saga. Jar Jar é sem dúvida um dos personagens mais chatos e irritantes que conheci, que gastou boa parte do tempo de projeção deste esperado primeiro episódio com bobagens que não só não tem graça, como também não auxiliam no desenvolvimento da narrativa.
Jake Lloyd é escolhido para interpretar o jovem Anakin Skywalker, que, futuramente se tornaria um dos vilões mais interessantes e icônicos do cinema. A má escolha do ator somada à falta de orientação de George e aos diálogos bobos, criam um Anakin que não apresenta nenhum indício da personalidade de seu futuro personagem, como deveria ser.
Contudo, George Lucas mostra que desenvolveu personagens interessantes e que durante este período entre-filmes teve tempo suficiente para criar interessantes cenas de ação. Conhecemos Darth Maul, que, apesar da falta de desenvolvimento, teria potencial de se tornar um vilão tão interessante e imponente quanto Darth Vader. Pena ter sido descartado tão cedo. A cena da luta entre Maul contra Obi-Wan e Qui-Gon é excelente e merece créditos de coreografia e direção.
Mesmo com falhas grosseiras, personagens bobos e atuações medíocres, este “A Ameaça Fantasma” é um bom filme, que da re-início à série que merece grande respeito.
O Artista
4.2 2,1K Assista AgoraO Artista é a celebração máxima do amor à sétima arte. Negar seu brilhantismo é comprovar a incapacidade de análise crítica de um filme de absoluta qualidade. Perfeitamente impecável.
Não Tenha Medo Do Escuro
2.8 857 Assista AgoraGuillermo del Toro ensinando mais uma vez a fazer cinema de terror. Não Tenha Medo do Escuro prova que utilizar de criaturas oitentistas sob o comando de uma boa produção, consegue ser mais eficiente que qualquer filme com espíritos, aliens ou demônios, tão insistentemente praticados atualmente.
O filme conta a historia de Sally, uma garota que passa a morar com seu pai e a namorada e descobre que na nova casa moram sinistras criaturas que pretendem levá-la para a escuridão da casa. Ela precisa convencer os adultos de que não se trata de uma fantasia e sim de uma estranha e assustadora realidade.
O roteiro, assinado a quatro mãos por Guillermo del Toro e Matthew Robbins, peca em não elaborar uma boa trama envolvendo a relação dos pais da menina e amarrar a história com uma melhor justificativa. Além disso, as atuações não convincentes de Katie Holmes e Guy Pearce não colaboram com os diálogos rasos, deixando-os à sombra da grande atuação da pequena Bailee Madison, que impressiona com a maturidade ao interpretar a triste Sally. A produção de del Toro, sempre minimalista, produz um ambiente claustrofóbico e propício ao sufocamento e tensão que iremos vivenciar nos 94 minutos de projeção, permitindo que os departamentos de arte, decoração, figurino, maquiagem e fotografia brilhem em suas criações.
Se comparado ao incrível O Labirinto do Fauno, também de del Toro, este Não Tenha Medo do Escuro deixa a desejar, mas é altamente recomendado aos fãs do cinema de terror feito com paixão. Três estrelas e meia em cinco.
Os Homens que não Amavam as Mulheres
4.1 1,5KConcebido a partir da adaptação do primeiro livro da trilogia Best-Seller mundial Millennium de Stieg Larsson, esse Os Homens Que Não Amavam as Mulheres seria um excelente exemplar do gênero policial não fosse pelo seu maior trunfo: apresentar uma personagem tão complexa quanto sua própria história, transformando-o em um drama psicológico que utiliza da sua ótima trama apenas para apresentar personagens absolutamente interessantes.
Escrito a quatro mãos por Nikolaj Arcel e Rasmus Heisterberg, o longa dirigido por Niels Arden Oplev, conta a história do jornalista Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist), contratado pelo bem sucedido industrial Henrik Vanger (Sven-Bertil Taube) para investigar de um misterioso crime ocorrido 40 anos antes, jamais solucionado.
Mas a história (aparentemente) secundária é que merece o maior destaque. Interpretada pela pontual Noomi Rapace, somos apresentados a complexa Lisbeth Salander e aos recortes de suas experiências que, aos poucos, justificam suas atitudes e comportamentos. E é na junção de Lisbeth com a investigação de Mikael que podemos experimentar uma Lisbeth lidando com seus próprios medos e conflitos de uma vida que, ainda jovem, é marcada por traumas. Traumas estes que justificam e dão sentido às escolhas de Harriet, a tal garota nunca encontrada que Mikael investiga.
Traduzido de forma incorreta na distribuição norte-americana (The Girl With the Dragon Tattoo), o título original (sueco) não poderia ser mais apropriado, pois são justamente esses “homens que odeiam mulheres” os responsáveis pelos conflitos causados nas mentes dessas personagens tão incrivelmente complexas.
Este exemplar do cinema não-americano, ainda que com diversos elementos hollywoodianos, merece não apenas cinco estrelas em cinco, como um lugar de destaque na estante de grandes realizações do cinema.
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraDirigido por Terrence Malick a partir de seu próprio roteiro (leia: próprias experiências), Árvore da Vida é a perfeita reunião de memórias e sentimentos de uma família em busca de explicações para a perda de um de seus membros. E se o filme é impecável, um dos seus segredos está em seus interpretes, que, de forma realista, dão vida àqueles personagens. Destaque para o estreante Hunter McCracken, que tem a difícil missão de carregar o peso emocional do filme, através de seus olhos expressivos e sinceros, que é continuada pelo veterano Sean Penn na fase adulta.
Utilizando de imagens para ilustrar os questionamentos (e as respostas) mais íntimos (as) de cada ser humano, Árvore da Vida é um poema cinematográfico, que funciona em cada espectador de forma única por ser livre de interpretações acerca da forma como nos ligamos a Deus ou a uma força maior que, aqui, é retratada como um vasto “você“.
Árvore da Vida é a desconstrução dos conceitos fundamentais praticados pelos filmes de Hollywood. Talvez por isso seja tão difícil ser assistido por alguns espectadores. Neste último trabalho de Malick, não existe a pretensão de atingir o público em massa, nem de contar uma história com tramas lineares. Aqui, experimentamos as memórias de seu protagonista Jack em três importantes épocas da sua vida. E são essas experiências que refletem neste Jack adulto, deixando claro que nossas memórias mais antigas continuam moldando quem nos tornamos a cada dia.
Impossível não se lembrar de 2001: Uma Odisséia do Espaço, de Kubrick, pois ambos transcendem os limites rasteiros de contar uma simples história e nos fazem filosofar sobre nossa própria existência, forçando-nos a perceber o pequeno tamanho que somos diante da imensidão e beleza do nosso planeta.
Billy Elliot
4.2 967 Assista AgoraImpecável.
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraAssim como Edvard Munch e sua pintura (leia: auto-retrato) Melancolia, de 1894, Lars Von Trier utiliza da sua arte para nos contar sua própria visão sobre este sentimento. O filme deve ser encarado como uma grande analogia, uma representação de um sentimento e não como uma história linear, contada de forma rasteira, caso contrário, não será compreendido. Munch e Von Trier são dois grandes artistas que pintaram e filmaram este sentimento de forma primorosa. 5 estrelas em 5.