“O curta conta a história de uma jovem mineira com Síndrome Down que sonha em ir para Guarapari, litoral do Espirito Santo”, declarou o diretor Cássio Pereira dos Santos. Durante os 17 minutos de “Marina não vai à praia”, o espectador depara-se com as emoções e desafios de uma adolescente especial. Como tema central, a trama explora questões de liberdade e transgressão.
Partindo do princípio de que ser diferente é normal, Cássio Santos opta por retratar a condição de Marina de maneira afetuosa e positiva. Para exemplificar esse fato, os desejos negados da protagonista são justificados com explicações livres de conotações preconceituosas, como a situação financeira da mãe ou conflitos comuns entre irmãs. Além disso, a garota estabelece boas relações sociais e constrói um universo particular, repleto de detalhes, sutilezas e valorização do ordinário (vide cenas com as rosas e insetos).
No ato final, a mensagem do filme é clara. Ao realizar seu desejo de ir à praia, Marina torna-se consciente de sua liberdade, até então, desconhecida pela superproteção de seus familiares e amigos. As tomadas envolvendo sua ida ao oceano são vivas, únicas e repletas de movimentos/sons. Presente nelas, há a ruptura de barreiras e determinação em contraposição à claustrofobia e inseguranças de cenas anteriores, ao as quais a câmera estática mostrava um ambiente vazio, escuro e silencioso.
Junto a “Que horas ela volta?”, o curta mostra ao espectador a capacidade de pequenas produções em transmitir grandes e ricas reflexões, repletas de críticas, sensibilidade e autoria.
“I was always being urged to have Mickey burst out of the 2d as early as possible, in case we lose the mainstream audience” comentou a diretora Lauren MacMullan. A declaração se refere à produção “Get a Horse”, curta metragem que retrata personagens clássicos do universo Disney misturando recriações de desenhos a mão da década de 20 e computação gráfica em terceira dimensão.
Concorrente ao Oscar de melhor animação em 2014, o filme tem como missão entreter, agradar e causar nostalgia aos amantes da Disney, ou seja, grande parte da sociedade de massa. Seu ponto alto são as primeiras animações de Mickey Mouse, ainda em preto e branco com dublagem original do próprio Walt. Tais desenhos foram redesenhados com fidelidade aos de 1928, ano de sua criação. Apesar disso, a preocupação em atingir um público amplo não deixou muito espaço a essa homenagem, pois logo somos surpreendidos com cartoons modernos, que ao contrário dos anteriores, são “desajeitados” e frustram por apresentarem um design diferente do contemporâneo, famoso devido ao longa “Fantasia”, de 1940.
Segundo o blogueiro Sam Adams (IndieWire), “Quando o 2D cede lugar a seu sucessor, é como se o curta quisesse dizer a seus espectadores que o formato clássico é algo a ser esperado com paciência até a verdadeira ação começar”. Isso se deve ao fato do público mainstream estar cada vez menos exigente e crítico. Tal fator muitas vezes o impede de realizar questionamentos como a necessidade do uso da violência excessiva e algumas atitudes abusivas dos protagonistas (vide a cena de dança entre Mickey e Minnie, citada por Sam em sua crítica).
“Hora de Viajar” faz alusão tanto a aventura vivida pelas personagens quanto a trajetória percorrida no tempo pelos espectadores ao relembrar momentos da infância. A produção é eficiente no quesito distração, mas não provoca saudades em um público mais jovem e perde seu encanto e ousadia quando visto fora das salas de cinema 3D.
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Marina Não Vai à Praia
3.9 5“O curta conta a história de uma jovem mineira com Síndrome Down que sonha em ir para Guarapari, litoral do Espirito Santo”, declarou o diretor Cássio Pereira dos Santos. Durante os 17 minutos de “Marina não vai à praia”, o espectador depara-se com as emoções e desafios de uma adolescente especial. Como tema central, a trama explora questões de liberdade e transgressão.
Partindo do princípio de que ser diferente é normal, Cássio Santos opta por retratar a condição de Marina de maneira afetuosa e positiva. Para exemplificar esse fato, os desejos negados da protagonista são justificados com explicações livres de conotações preconceituosas, como a situação financeira da mãe ou conflitos comuns entre irmãs. Além disso, a garota estabelece boas relações sociais e constrói um universo particular, repleto de detalhes, sutilezas e valorização do ordinário (vide cenas com as rosas e insetos).
No ato final, a mensagem do filme é clara. Ao realizar seu desejo de ir à praia, Marina torna-se consciente de sua liberdade, até então, desconhecida pela superproteção de seus familiares e amigos. As tomadas envolvendo sua ida ao oceano são vivas, únicas e repletas de movimentos/sons. Presente nelas, há a ruptura de barreiras e determinação em contraposição à claustrofobia e inseguranças de cenas anteriores, ao as quais a câmera estática mostrava um ambiente vazio, escuro e silencioso.
Junto a “Que horas ela volta?”, o curta mostra ao espectador a capacidade de pequenas produções em transmitir grandes e ricas reflexões, repletas de críticas, sensibilidade e autoria.
É Hora de Viajar
4.1 71 Assista Agora“I was always being urged to have Mickey burst out of the 2d as early as possible, in case we lose the mainstream audience” comentou a diretora Lauren MacMullan. A declaração se refere à produção “Get a Horse”, curta metragem que retrata personagens clássicos do universo Disney misturando recriações de desenhos a mão da década de 20 e computação gráfica em terceira dimensão.
Concorrente ao Oscar de melhor animação em 2014, o filme tem como missão entreter, agradar e causar nostalgia aos amantes da Disney, ou seja, grande parte da sociedade de massa. Seu ponto alto são as primeiras animações de Mickey Mouse, ainda em preto e branco com dublagem original do próprio Walt. Tais desenhos foram redesenhados com fidelidade aos de 1928, ano de sua criação. Apesar disso, a preocupação em atingir um público amplo não deixou muito espaço a essa homenagem, pois logo somos surpreendidos com cartoons modernos, que ao contrário dos anteriores, são “desajeitados” e frustram por apresentarem um design diferente do contemporâneo, famoso devido ao longa “Fantasia”, de 1940.
Segundo o blogueiro Sam Adams (IndieWire), “Quando o 2D cede lugar a seu sucessor, é como se o curta quisesse dizer a seus espectadores que o formato clássico é algo a ser esperado com paciência até a verdadeira ação começar”. Isso se deve ao fato do público mainstream estar cada vez menos exigente e crítico. Tal fator muitas vezes o impede de realizar questionamentos como a necessidade do uso da violência excessiva e algumas atitudes abusivas dos protagonistas (vide a cena de dança entre Mickey e Minnie, citada por Sam em sua crítica).
“Hora de Viajar” faz alusão tanto a aventura vivida pelas personagens quanto a trajetória percorrida no tempo pelos espectadores ao relembrar momentos da infância. A produção é eficiente no quesito distração, mas não provoca saudades em um público mais jovem e perde seu encanto e ousadia quando visto fora das salas de cinema 3D.