rodrigo diniz

Assistido em 22/10/22, no catálogo MUBI. Mesmo em situações e circunstâncias desfavoráveis, é um recado de sobrevivência e resiliência, neste caso principalmente, femininas. Longe dos seus parceiros - muitos presos e mortos pela "indústria" do crime - com amontoados de filhos, e desassistidas pelo estado, essas mulheres, uma vez expelidas para as áreas afastadas e para as favelas, em que uma bala perdida pode vir a qualquer momento, mostram-se verdadeiras guerreiras. Este documentário/drama chama mais atenção pelo assunto do que tem em mão do que pelas habilidades narrativas. Ainda percebe o desconforto de alguns diante da câmera e nem sempre o improviso dos diálogos, provavelmente gerado em colaboração por laboratório pela equipe, ganha força (por vezes soa birrento...). Quando parte para os relatos, o filme melhora. obs: Felipe Rangel Soares, que faz o personagem Negão rouba todas as cenas...

A melhor temporada do ano de 2022! Se no ano passado foi a temporada da Espanha a chamar atenção e a entender os rumos de Drag race, esse ano foi o olhar filipino para as estruturas da competição (roteirizada), mas a sua cultura e verdadeiro frenesi de dramas, amor a arte drag do seu próprio país (deixando tudo mais respirado e mais orgânico, longe das tretas já armadas das temporadas dos Eua). Elenco magistral de competidoras com várias favoritas caindo do cavalo e criando em nós uma imprevisibilidade muito bem-vinda em quem iria vencer! também é compreensível a vitoriosa pelo contexto, embora a segunda colocada poderia ter vencido tranquilamente.

Nicky Doll surpreendeu como apresentadora, finalmente reconhecida e a vontade - na temporada dela era tímida e distante (provavelmente por sua limitações com o idioma dos Eua), mas solidamente fashion. sobre a temporada bastante marcante com as escolhas das queens, e com um excelente top 5. Lolita Banana poderia ter sido mais valorizada.