Não é um filme excelente, como os episódios 5 e 6, mas também não é horrível, como o 2. Acredito que a ideia inicial do J.J Abrams era de uma releitura total da trilogia clássica, ao se ver o episódio 7, que foi igual o 4. O filme 9 repete o 5 em
ter uma revelação de uma relação entre um protagonista "do bem" com alguém "do mal", como acontece com o Luke, que tem meio que o gene do mal haha e o próprio Ben.
Acho que pro Abrams esse desenvolvimento era pra ter acontecido no 8, e é por isso que é totalmente corrido nesse episódio 9 e repete o 6
Acho que na trilogia pensada pelo Abrams OU 1. o Palpatine não voltaria, seria o Snoke mesmo a tentar corromper a Rey (porque ele não teria morrido), como o Imperador tenta fazer com o Luke, e iria incitá-la a matá-la o Kylo, como o Imperador fez com o Luke (2) (pra repetir a estrutura da trilogia original, como eu disse) OU 2. o Palpatine voltaria mesmo pra ser esse plot.
Quanto à ascendência da Rey, talvez o Abrams tenha quisto isso que aconteceu no 9 desde o início - para mim, ele falou para o Rian Johnson que
a Rey tinha o "bem e o mal" dentro de si, como o Luke tinha, e pode ser que a forma que isso se daria seria, de fato, ela ser uma Palpatine
. No 7 fica MUITO CLARO que ela era "alguém".
Bem, então o jeito que o Abrams encontrou de voltar à ideia original foi esse, o que deixou o filme totalmente corrido e com visíveis inconsistências com o episódio anterior. É muito evidente que o 8 é "apagado", sendo a única coisa mantida a
relação Kylo Ren-Rey, que de fato eu acho muito interessante. Também acho que o desenvolvimento romântico que muitos reclamaram já estava previsto, só que é meio insatisfatório ter criado aquela paixão platônica do Finn, essa sim achei desnecessária e nem foi desenvolvida
.
Em suma, o filme é bastante apressado porque tenta compactar dois episódios em um, originalmente pensados pelo J.J Abrams, mas que foram subvertidos no 8.
a aparição de personagens mortas, tipo, okay, talvez não era pra ser assim, mas aí isso meio que relativiza tais mortes. Além disso, não é nada explicada a volta do Imperador, o plano dele é meio estranho por ter sido pouco desenvolvida a possibilidade/o meio dessa coisa de "agora todos os Sith vivem em mim"..
.
É um filme bom, pouco inovador - mais seguro, já que foi isso que os fãs pediram. Quem gostou do 8 (eu gostei) talvez fique um pouco decepcionado, porque o fechamento definitivamente não foi feito para ele. Eu não me desapontei tanto porque não tinha altas expectativas, então ta tudo okay haha.
Vi comentários de algumas pessoas dizendo que foi "superestimado" só porque "demorou doze anos para ser feito". Primeiro: não, é um ótimo filme, é um filme que conta uma história aparentemente simples - e é justamente esse o seu diferencial. Em uma era que a indústria de Hollywood vive uma certa decadência - é só ver pela quantidade enorme de reboots, remakes e da importação de outras mídias como jogos e HQ's para as telas do cinema, sempre com uma quantidade enorme de efeitos especiais para preencher roteiros vazios, esse filme que nos faz "voltar" para a realidade, em detrimento do que é ofertado.
Além disso, os "doze anos" apenas demonstram a preocupação com uma arte que parece não ser mais tratada como tal, que é o cinema. Em uma mídia em que tudo foi banalizado, cada um envolvido nesse projeto demonstra o zelo e cuidado para com o cinema. Boyhood nos proporciona uma experiência no cinema há muito perdida. Ele nos afasta de tudo que é apenas para "distrair", ainda que seja apenas um filme, nos transporta, ou ao menos parece nos transportar, para uma vida. Tudo ali é verossímil, nos reconecta com uma simplória história de pessoas simples, e, através disso, nos reconecta com nós mesmos.
Boyhood mostra uma vida humana. Mas é, acima de tudo, uma proposta de nos reconectarmos com nossa humanidade, através das coisas mais simples. Então não, não acho que tenha sido superestimado.
Asiáticos sendo asiáticos em revenge movies! Oldboy, Confessions (que é japonês, antes que alguém fale haha) e agora esse. Simplesmente eles são mestres, não tem nem o que questionar.
"Só Deus Perdoa". E com esse nome chamativo começamos bem. Ou não.
Um pouco de historinha antes de começar: na bíblia, por vezes, não é Deus em si quem executa a sua "vingança" (ou, na linguagem da mesma, "derrama sua ira"). Muitas das vezes, quem tem esse "trabalho" de dizimar/aniquilar inimigos são os anjos, em especial,o Anjo Miguel, que é tido como o "arcanjo guerreiro" de Deus. Então beleza.
A sinopse dada aqui mesmo no filmow resume bem o filme: é uma história de vingança. Interessante é Refn ter utilizado essa história não no mundo ocidental e sim na Tailândia. Okay, eu não quero dar uma de espertinha cinéfila cult e blabla, mas acredito que muitos aqui conhecem os "revenge movies", depois do grande sucesso do sul-coreano Oldboy. Eu acredito que o diretor quis justamente "mesclar" esses dois mundos em forma de contraposição mesmo. Uma coisa que é notável nesse filme é que a vingança do "Anjo" é dada por ele mesma, ou seja, com suas próprias mãos, enquanto a ocidental (vingança da mãe, interpretada pela excelente Kristin Scott Thomas) é atribuída a "outras pessoas" a se fazer.
Os aspectos técnicos são lindos, a fotografia maravilhosa, dá pra ver beem que é o diretor de Drive, mas também só basicamente por isso. E pela trilha sonora. Na minha opinião, houve um certo "excesso" da utilização da trilha sonora, não precisa ser uma constante no filme, mas pra compensar, há ótimos momentos que mesclam com a cena rodando (por exemplo, a cena da
ficar olhando mulheres se masturbarem e com atitude de peixe morto pra todo mundo, tamanho exagero que chega a irritar
. Eu não gostei dessa atuação dele, e não é que eu ache que necessariamente uma poker face é uma atuação ruim, e com isso, desculpem, mas terei que citar "Cosmopolis", que é igualmente parado e igualmente "sem expressão" por parte do Robert Pattinson (que muitos atribuem a inexpressividade natural dele, e não como atuação), mas que, ao meu ver, aquela apatia ali tinha um propósito. Em "Only God Forgives", eu não consegui achar nenhum propósito pro cara ter cara de nada. Eu posso estar beeem errada quanto a isso. Tudo bem, ele é um cara "oprimido" pela mãe. Tudo bem, ele sempre foi o filho desfavorito. Mas, mesmo assim, pra mim não se justifica...
Preciso nem dizer que o complexo de Édipo é mais que explorado no filme. Aí agora já é uma interpretação minha, quanto a Julian
ficar vendo as mulheres se masturbando, e suas mãos atadas, ou ele distante, apenas olhando, uma referência ao prazer que queria sentir com a mãe, mas não pôde, por ter sido dado apenas ao irmão. Ou ele chegou sim a ter, mas não queria isso
. Aliás, o único momento em que vemos uma alteração nele é quanto Mai
, com uma resposta bem enérgica. E ah, no começo do filme, só eu percebi o que o formato daquela parede no clube fazia com a luz/sombra? Também depois no diálogo entre Jenna e Julian (diálogo lol), em que ela pede pra Julian "tomar conta", dá pra ver atrás dela formatos de pintos. Ou eu que tenho a mente muito poluída, hahaha.
Agora, eu fiquei com uma dúvida: existe algum "deus perdoador" do filme? Se eu tivesse que chutar alguma coisa, seria o
Julian, porque afinal de contas, ele não achava que devia vingar o irmão, a justiça tinha sido feita por si só, ele "deixou passar", "perdoou". Além disso, por último, ele entrega suas mãos pois acredita ser o mais justo, pra ele mesmo não mais cometer erros...
Mas eu posso estar viajando. Outra possível viagem minha é utilização da figura "forte" da mãe, toda a tensão sexual ao redor dela (que tá uma bela de uma milf), remetendo a Freud e todos esses conceitos da psicanálise que "rompeu" com diversas crenças religiosas (por exemplo, a inocência completa da criança) a até mesmo a "castidade" de Maria, a mãe de Deus. Mas como eu disse, só to viajando!!
Enfim, visualmente lindo lindo, Kristin Scott kickando some asses com sua atuação, o tailandês foda que é o principal foco mas não é o protagonista (?), e Nicolas Winding Refn dando uma tentativa de fazer uma obra mais "conceitual"/"simbólica", a exemplo de Darren Aronofsky com seu "Fonte da Vida", não gostei muito, mas respeito quem gosta, porque certamente é um estilo de filme.
Entendi a proposta e tudo mais, só não consegui gostar tanto assim. Não quer dizer que seja ruim. Também não acho que o Von Trier é misógino, eu acho que os filmes dele - mais esse, especificamente - são uma crítica a essa misoginia, ao machismo, etc. Mas isso é só uma interpretação "otimista", pode ser que ele seja, eu não o conheço, então não dá pra afirmar nem uma coisa nem outra.
É um filme que com certeza choca, perturba e você sente os três mendigos (paralelos aos três rei magos) intensamente ao longo do filme: dor, desespero, e luto. Os diálogos são importantes para a interpretação do filme, também.
o sexo, como a Igreja Católica propaga, que resulta em mortes; o orgasmo em contraposição à dor; o prazer carnal que só pode ser expiado com o sofrimento mental; e, por fim, a mulher como "culpada" pelos males (morte do filho, dor do marido) - Lars Von Trier mostra como a religião que mais influenciou o Ocidente até hoje demonstra resquícios do homem (gênero) como superior.
Mas que homem é esse? É o homem como animal, o homem após a Queda, que se equiparou aos meros animais irracionais. Importante detalhe é que "
ele" é um terapeuta, ou seja, tenta buscar soluções racionais para os problemas da mulher, quando ela mesma diz que não é possível fazer isso - por isso ela o chama de "arrogante". A natureza, como instinto da mulher, a natureza má dela é que prevalece.
a libertação do homem, ao se livrar da mulher. Ao assistir, me peguei pensando "Deus, que mulher louca!". E acho que é justamente essa a sensação que Von Trier quer nos passar: se livra dessa mulher, cara, essa daí já era!
Enfim, muito a se pensar, a se refletir... Talvez eu não tenha gostado tanto pela "secura" do filme, ou não muito da proposta em si, mas foi uma experiência interessante hahaha.
Nada é por acaso nesse filme, tudo tem (e DEVE ter) um propósito - bem como no capitalismo atual.
Em primeiro lugar: a primeira meia hora realmente não é fácil. Talvez seja por isso que eu não tenha dado 4 estrelas, e ainda estou pensando em mudar essa nota. Mas como eu disse anteriormente: ela também tem uma razão de ser (no caso, estar) nesse filme. Li em algum comentário abaixo: "o filme é um monte de nada - dinheiro - sexo - mais nada - sexo - mais dinheiro". E não é esse o ciclo da atualidade? Não é como as pessoas desejam viver, e por vezes vivem? Não é justamente o que o capitalismo vende? É o ápice da "modernidade líquida". Tive a sorte de ter que ler alguns livros sobre o capitalismo atual e a "nova modernidade" (sem querer soar pedante), e acho que por isso gostei tanto das metáforas construídas ao longo do filme (e que é, em si, também o filme).
Entendo se alguém entendeu todas as "metáforas" embutidas e simplesmente não gostou. Alguns acharam o personagem principal extremamente arrogante. Mas essa é justamente um dos fundamentos do filme! Eric Parker É o capitalismo atual: predatório, que mete medo em um monte de gente, implacável, arrogante, indiferente, individualista, egocêntrico. A atitude "blasé" dele é justamente a postura do capitalismo atual em si, e de todas as pessoas que vivem nesse sistema.
Uma coisa muito importante de se observar foi a "desconstrução" de Parker. Ao longo do filme, ele vai perdendo vários e vários objetos, "integrantes" de sua personalidade - ou mesmo símbolos dela, afinal, no capitalismo, muito se associa o que você tem ao que você é. Eric Parker é a máxima disso.
O tédio do personagem, o colocar-se em risco tanto fisica quanto "monetariamente" (coisa que o capitalismo EXIGE é justamente o RISCO), o pedido de se mostrar "algo que eu não conheça", o jamais sair de seu "templo pessoal" (sua limosine, no caso) que ele mesmo construiu ao redor de si, o colocar a disposição de si todos os outros personagens e acontecimentos, isso verificado com a sensação de que cada personagem com quem ele interage parece "aparecer do nada" - você realmente fica com a impressão: what the fuck? mas a mulher dele taí? que essa muié apareceu do nada? DO NADA - justamente para demonstrar que ele tem o que quer onde quer quando quer (inclusive pessoas), tudo isso é magistralmente uma grande metáfora do que se vive hoje.
E, novamente, eu entendo caso você não goste dessa "presunção" do diretor ou da obra de DeLillo, mas eu achei muito bom! A presunção faz parte do jogo...
Sobre a atuação de Robert Pattinson, não achei nada espetacular, talvez pelo fato de que eu não o subestimo como ator, como a maioria das pessoas. Ele estava consistente no papel, e embora muitos aqui tenham focado na "poker face" do personagem (que atribuíram ao ator), nos momentos intensos (sim! depois da primeira hora há momentos intensos! acredite!), ele conseguiu fazer o papel direitinho.
Destaque para Paul Giamatti. Não consigo ver outra pessoa melhor naquele papel (talvez, claro, Philip Seymour Hoffman). O diálogo final pra mim foi o melhor. Foi o ápice de todo o filme, foi o clímax, realmente o momento de "desfecho final" que eu estava esperando. Aquele diálogo retoma coisas que parecem desconexas da primeira meia hora. É muito bom ver a última meia hora retomando a primeira meia hora.
Frases que mais gostei (com um significado especial pra mim):
"This is a protest against future!" - protestar contra a ordem vigente, hoje em dia, é um protesto direto ao futuro. Talvez por isso as pessoas tenham se tornado tão conformadas - não há outra escapatória, não há outra alternativa a não ser esse sistema. "Show me something I don't know" - acho que a frase fala por si só, quando pensando a personificação do capitalismo que Eric é. "my prostate is asymmetric" - essa frase é explicada no final, muito bom.
"I thought you could save me!" (acho que é isso, mas se não for igualzinha, é a ideia) - passa realmente a ideia de que as pessoas "normais", que "compraram" e acreditaram na promessa do capitalismo de que ele realmente fosse salvá-lo. Giamatti ótimo dizendo isso!
Comprar Ingressos
Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.
Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.
Star Wars, Episódio IX: A Ascensão Skywalker
3.2 1,3K Assista AgoraNão é um filme excelente, como os episódios 5 e 6, mas também não é horrível, como o 2. Acredito que a ideia inicial do J.J Abrams era de uma releitura total da trilogia clássica, ao se ver o episódio 7, que foi igual o 4. O filme 9 repete o 5 em
ter uma revelação de uma relação entre um protagonista "do bem" com alguém "do mal", como acontece com o Luke, que tem meio que o gene do mal haha e o próprio Ben.
Acho que pro Abrams esse desenvolvimento era pra ter acontecido no 8, e é por isso que é totalmente corrido nesse episódio 9
e repete o 6
na redenção do vilão
Acho que na trilogia pensada pelo Abrams OU 1. o Palpatine não voltaria, seria o Snoke mesmo a tentar corromper a Rey (porque ele não teria morrido), como o Imperador tenta fazer com o Luke, e iria incitá-la a matá-la o Kylo, como o Imperador fez com o Luke (2) (pra repetir a estrutura da trilogia original, como eu disse) OU 2. o Palpatine voltaria mesmo pra ser esse plot.
Quanto à ascendência da Rey, talvez o Abrams tenha quisto isso que aconteceu no 9 desde o início - para mim, ele falou para o Rian Johnson que
a Rey tinha o "bem e o mal" dentro de si, como o Luke tinha, e pode ser que a forma que isso se daria seria, de fato, ela ser uma Palpatine
Bem, então o jeito que o Abrams encontrou de voltar à ideia original foi esse, o que deixou o filme totalmente corrido e com visíveis inconsistências com o episódio anterior. É muito evidente que o 8 é "apagado", sendo a única coisa mantida a
relação Kylo Ren-Rey, que de fato eu acho muito interessante. Também acho que o desenvolvimento romântico que muitos reclamaram já estava previsto, só que é meio insatisfatório ter criado aquela paixão platônica do Finn, essa sim achei desnecessária e nem foi desenvolvida
Em suma, o filme é bastante apressado porque tenta compactar dois episódios em um, originalmente pensados pelo J.J Abrams, mas que foram subvertidos no 8.
Algo que achei que ficou ruim foi
a aparição de personagens mortas, tipo, okay, talvez não era pra ser assim, mas aí isso meio que relativiza tais mortes. Além disso, não é nada explicada a volta do Imperador, o plano dele é meio estranho por ter sido pouco desenvolvida a possibilidade/o meio dessa coisa de "agora todos os Sith vivem em mim"..
É um filme bom, pouco inovador - mais seguro, já que foi isso que os fãs pediram. Quem gostou do 8 (eu gostei) talvez fique um pouco decepcionado, porque o fechamento definitivamente não foi feito para ele. Eu não me desapontei tanto porque não tinha altas expectativas, então ta tudo okay haha.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraVi comentários de algumas pessoas dizendo que foi "superestimado" só porque "demorou doze anos para ser feito". Primeiro: não, é um ótimo filme, é um filme que conta uma história aparentemente simples - e é justamente esse o seu diferencial. Em uma era que a indústria de Hollywood vive uma certa decadência - é só ver pela quantidade enorme de reboots, remakes e da importação de outras mídias como jogos e HQ's para as telas do cinema, sempre com uma quantidade enorme de efeitos especiais para preencher roteiros vazios, esse filme que nos faz "voltar" para a realidade, em detrimento do que é ofertado.
Além disso, os "doze anos" apenas demonstram a preocupação com uma arte que parece não ser mais tratada como tal, que é o cinema. Em uma mídia em que tudo foi banalizado, cada um envolvido nesse projeto demonstra o zelo e cuidado para com o cinema. Boyhood nos proporciona uma experiência no cinema há muito perdida. Ele nos afasta de tudo que é apenas para "distrair", ainda que seja apenas um filme, nos transporta, ou ao menos parece nos transportar, para uma vida. Tudo ali é verossímil, nos reconecta com uma simplória história de pessoas simples, e, através disso, nos reconecta com nós mesmos.
Boyhood mostra uma vida humana. Mas é, acima de tudo, uma proposta de nos reconectarmos com nossa humanidade, através das coisas mais simples. Então não, não acho que tenha sido superestimado.
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista AgoraFilmow, tem como dar 5,5 estrelas?
O Caçador
4.1 313Asiáticos sendo asiáticos em revenge movies! Oldboy, Confessions (que é japonês, antes que alguém fale haha) e agora esse. Simplesmente eles são mestres, não tem nem o que questionar.
Apenas Deus Perdoa
3.0 632 Assista Agora"Só Deus Perdoa". E com esse nome chamativo começamos bem. Ou não.
Um pouco de historinha antes de começar: na bíblia, por vezes, não é Deus em si quem executa a sua "vingança" (ou, na linguagem da mesma, "derrama sua ira"). Muitas das vezes, quem tem esse "trabalho" de dizimar/aniquilar inimigos são os anjos, em especial,o Anjo Miguel, que é tido como o "arcanjo guerreiro" de Deus. Então beleza.
A sinopse dada aqui mesmo no filmow resume bem o filme: é uma história de vingança. Interessante é Refn ter utilizado essa história não no mundo ocidental e sim na Tailândia. Okay, eu não quero dar uma de espertinha cinéfila cult e blabla, mas acredito que muitos aqui conhecem os "revenge movies", depois do grande sucesso do sul-coreano Oldboy. Eu acredito que o diretor quis justamente "mesclar" esses dois mundos em forma de contraposição mesmo. Uma coisa que é notável nesse filme é que a vingança do "Anjo" é dada por ele mesma, ou seja, com suas próprias mãos, enquanto a ocidental (vingança da mãe, interpretada pela excelente Kristin Scott Thomas) é atribuída a "outras pessoas" a se fazer.
Os aspectos técnicos são lindos, a fotografia maravilhosa, dá pra ver beem que é o diretor de Drive, mas também só basicamente por isso. E pela trilha sonora. Na minha opinião, houve um certo "excesso" da utilização da trilha sonora, não precisa ser uma constante no filme, mas pra compensar, há ótimos momentos que mesclam com a cena rodando (por exemplo, a cena da
luta entre Julian e Chang)
Cada personagem busca fazer o que acha que é certo. O personagem de Ryan Gosling, pelo visto, acha que justiça é
ficar olhando mulheres se masturbarem e com atitude de peixe morto pra todo mundo, tamanho exagero que chega a irritar
Preciso nem dizer que o complexo de Édipo é mais que explorado no filme. Aí agora já é uma interpretação minha, quanto a Julian
ficar vendo as mulheres se masturbando, e suas mãos atadas, ou ele distante, apenas olhando, uma referência ao prazer que queria sentir com a mãe, mas não pôde, por ter sido dado apenas ao irmão. Ou ele chegou sim a ter, mas não queria isso
o "enfrenta" a respeito de sua mãe
Agora, eu fiquei com uma dúvida: existe algum "deus perdoador" do filme? Se eu tivesse que chutar alguma coisa, seria o
Julian, porque afinal de contas, ele não achava que devia vingar o irmão, a justiça tinha sido feita por si só, ele "deixou passar", "perdoou". Além disso, por último, ele entrega suas mãos pois acredita ser o mais justo, pra ele mesmo não mais cometer erros...
Enfim, visualmente lindo lindo, Kristin Scott kickando some asses com sua atuação, o tailandês foda que é o principal foco mas não é o protagonista (?), e Nicolas Winding Refn dando uma tentativa de fazer uma obra mais "conceitual"/"simbólica", a exemplo de Darren Aronofsky com seu "Fonte da Vida", não gostei muito, mas respeito quem gosta, porque certamente é um estilo de filme.
Evangelion 3.33: Você (Não) Pode Refazer
3.9 108 Assista AgoraA minha reação a esse filme é a mesma em toda série: quase nunca consigo entender tudo...
Mas quase sempre não deixo de ficar admirada!
Hahahaha tenho que digerir ainda.
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraEntendi a proposta e tudo mais, só não consegui gostar tanto assim. Não quer dizer que seja ruim. Também não acho que o Von Trier é misógino, eu acho que os filmes dele - mais esse, especificamente - são uma crítica a essa misoginia, ao machismo, etc. Mas isso é só uma interpretação "otimista", pode ser que ele seja, eu não o conheço, então não dá pra afirmar nem uma coisa nem outra.
É um filme que com certeza choca, perturba e você sente os três mendigos (paralelos aos três rei magos) intensamente ao longo do filme: dor, desespero, e luto. Os diálogos são importantes para a interpretação do filme, também.
Usando metáforas bíblicas -
o sexo, como a Igreja Católica propaga, que resulta em mortes; o orgasmo em contraposição à dor; o prazer carnal que só pode ser expiado com o sofrimento mental; e, por fim, a mulher como "culpada" pelos males (morte do filho, dor do marido) - Lars Von Trier mostra como a religião que mais influenciou o Ocidente até hoje demonstra resquícios do homem (gênero) como superior.
Mas que homem é esse? É o homem como animal, o homem após a Queda, que se equiparou aos meros animais irracionais. Importante detalhe é que "
ele" é um terapeuta, ou seja, tenta buscar soluções racionais para os problemas da mulher, quando ela mesma diz que não é possível fazer isso - por isso ela o chama de "arrogante". A natureza, como instinto da mulher, a natureza má dela é que prevalece.
E, por fim, temos
a libertação do homem, ao se livrar da mulher. Ao assistir, me peguei pensando "Deus, que mulher louca!". E acho que é justamente essa a sensação que Von Trier quer nos passar: se livra dessa mulher, cara, essa daí já era!
Enfim, muito a se pensar, a se refletir... Talvez eu não tenha gostado tanto pela "secura" do filme, ou não muito da proposta em si, mas foi uma experiência interessante hahaha.
Bottoms
1.2 40tem como dar meia estrela?
e tanta bunda melhor no mundo.. HSUAHSAHSASHAIUSHA eu não consigo parar de rir.
Cosmópolis
2.7 1,0K Assista AgoraNada é por acaso nesse filme, tudo tem (e DEVE ter) um propósito - bem como no capitalismo atual.
Em primeiro lugar: a primeira meia hora realmente não é fácil. Talvez seja por isso que eu não tenha dado 4 estrelas, e ainda estou pensando em mudar essa nota. Mas como eu disse anteriormente: ela também tem uma razão de ser (no caso, estar) nesse filme.
Li em algum comentário abaixo: "o filme é um monte de nada - dinheiro - sexo - mais nada - sexo - mais dinheiro".
E não é esse o ciclo da atualidade? Não é como as pessoas desejam viver, e por vezes vivem? Não é justamente o que o capitalismo vende? É o ápice da "modernidade líquida". Tive a sorte de ter que ler alguns livros sobre o capitalismo atual e a "nova modernidade" (sem querer soar pedante), e acho que por isso gostei tanto das metáforas construídas ao longo do filme (e que é, em si, também o filme).
Entendo se alguém entendeu todas as "metáforas" embutidas e simplesmente não gostou. Alguns acharam o personagem principal extremamente arrogante. Mas essa é justamente um dos fundamentos do filme! Eric Parker É o capitalismo atual: predatório, que mete medo em um monte de gente, implacável, arrogante, indiferente, individualista, egocêntrico. A atitude "blasé" dele é justamente a postura do capitalismo atual em si, e de todas as pessoas que vivem nesse sistema.
Uma coisa muito importante de se observar foi a "desconstrução" de Parker. Ao longo do filme, ele vai perdendo vários e vários objetos, "integrantes" de sua personalidade - ou mesmo símbolos dela, afinal, no capitalismo, muito se associa o que você tem ao que você é. Eric Parker é a máxima disso.
O tédio do personagem, o colocar-se em risco tanto fisica quanto "monetariamente" (coisa que o capitalismo EXIGE é justamente o RISCO), o pedido de se mostrar "algo que eu não conheça", o jamais sair de seu "templo pessoal" (sua limosine, no caso) que ele mesmo construiu ao redor de si, o colocar a disposição de si todos os outros personagens e acontecimentos, isso verificado com a sensação de que cada personagem com quem ele interage parece "aparecer do nada" - você realmente fica com a impressão: what the fuck? mas a mulher dele taí? que essa muié apareceu do nada? DO NADA - justamente para demonstrar que ele tem o que quer onde quer quando quer (inclusive pessoas), tudo isso é magistralmente uma grande metáfora do que se vive hoje.
E, novamente, eu entendo caso você não goste dessa "presunção" do diretor ou da obra de DeLillo, mas eu achei muito bom! A presunção faz parte do jogo...
Sobre a atuação de Robert Pattinson, não achei nada espetacular, talvez pelo fato de que eu não o subestimo como ator, como a maioria das pessoas. Ele estava consistente no papel, e embora muitos aqui tenham focado na "poker face" do personagem (que atribuíram ao ator), nos momentos intensos (sim! depois da primeira hora há momentos intensos! acredite!), ele conseguiu fazer o papel direitinho.
Destaque para Paul Giamatti. Não consigo ver outra pessoa melhor naquele papel (talvez, claro, Philip Seymour Hoffman). O diálogo final pra mim foi o melhor. Foi o ápice de todo o filme, foi o clímax, realmente o momento de "desfecho final" que eu estava esperando. Aquele diálogo retoma coisas que parecem desconexas da primeira meia hora. É muito bom ver a última meia hora retomando a primeira meia hora.
Frases que mais gostei (com um significado especial pra mim):
"This is a protest against future!" - protestar contra a ordem vigente, hoje em dia, é um protesto direto ao futuro. Talvez por isso as pessoas tenham se tornado tão conformadas - não há outra escapatória, não há outra alternativa a não ser esse sistema.
"Show me something I don't know" - acho que a frase fala por si só, quando pensando a personificação do capitalismo que Eric é.
"my prostate is asymmetric" - essa frase é explicada no final, muito bom.
e a que mais gostei:
"I thought you could save me!" (acho que é isso, mas se não for igualzinha, é a ideia) - passa realmente a ideia de que as pessoas "normais", que "compraram" e acreditaram na promessa do capitalismo de que ele realmente fosse salvá-lo. Giamatti ótimo dizendo isso!