Sara

A dicotomia entre a vida pública e privada... aqui a última é angustiante... sem nenhuma perspectiva. A mais comovente versão de "New York, New York" que já escutei. Do mesmo diretor de "12 anos de escravidão", Steve McQueen, só que neste filme busca-se outro tipo de fuga...Michael Fassbender mais uma vez impressiona como ator, excelentíssimo!

É um marco por se tratar do primeiro longa norte americano e por ser adaptação de um livro que narra o contexto entre família durante a guerra de secessão e o surgimento da Ku Klux Klan. A
mega produção, os figurinos, os cenários, os aspectos técnicos foram importantes, mas é gritante o conteúdo racista, sexista desse filme. Imaginei as pessoas da década de 10 e 20 assistindo e reinterando suas atitudes racistas. O filme justifica a segregação e fundamenta a Ku Klux Klan como meio de salvar e guardar a ordem e a harmonia dos lares. Os negros na maioria das cenas parecem seres grotescos ou com algum tipo de deficiência, ou estão nas ruas, ou nos bares bebendo, são vagabundos ascendentes a cargos oficiais, responsáveis pelos males da nova nação . Os brancos possuem famílias, valores estabelecidos, trabalham e são vitimados pelo caos instalado por negros e abolicionista. É evidente que os personagens negros são representados por atores brancos com expressões caricatas de "boi da cara preta". Eu não sei se o diretor era ou não racista, mas acredito que a sétima arte tem grande influência na sociedade. No início do filme fiquei puta com a forma bestial da qual o negro fora retratado, mas fui até o fim p saber até onde iria... "simpatizantes da Ku Klux Klan vítimas da horda de negros"... Do ponto de vista técnico arrojado, inovador, mas com conteúdo maléfico.

Deve ter sido o primeiro filme de faroeste. Pelo menos os principais elementos que geralmente compõe esse tipo de filme estão aí. Só faltou uma donzela. Estou achando fantástica a experiência de assistir esses filmes precursores, com certeza a emoção provocada pela telona era indescritível, ainda é...