Saulo Castilho

A série é ótima e diferente do desenho da década de 80 você sente a sensação de perigo.

O esqueleto é ameaçador, tá tudo dando ruim, o grande herói foi pro beleléu e a TRETA FOI INSTAURADA.

A produção acertou em cheio porque criou suspense, fez uma história emocionante e com o final de tirar o fôlego.

Existe por aí um chororô, uma murmuração que diz ser lacração, representavididade, "queria ver o He-Man"... bla bla bla. BALELA. Não sejam assim tão frágeis e deem uma chance porque vale a pena, ainda tem lenha pra queimar e o arco narrativo vai além de um episódio de 20-25 minutos.

Ali no meio tem uma parte mais arrastada, mas é também o momento de desenvolvimento de personagens.

Assisti o filme a primeira vez há 10 anos e achei bacana, surpreendente. As imagens e cenas de ação eram legais na época, mas hoje, com o tanto de cortes e jogos de câmera que dominam o cinema, elas parecem sacais as vezes.

O filme é interessante, as atuações são boas, mas, apesar de parecer muito complexo, não desenvolve. A proposta é realmente bacana, tem essa ideia das diferentes camadas de sonhos, entretanto, a pretensão do filme é muito maior do que ele entrega. Os diálogos não são grande coisa, a explicação dos universos dos sonhos são ok, mas têm outras que você simplesmente precisa aceitar (a forma como o tempo se comporta em cada uma das camadas de sonhos é assim porque é). Além disso, o problema do filme, embora pareça desafiador, seria muito facilitado caso o protagonista procurasse terapia, o que faria todo sentido pra alguém que lida com sonhos, subconsciente, etc. Isto é, o protagonista é um cara que rouba sonhos, que conhece profundamente a capacidade da mente humana, mas ao mesmo tempo é simplória a forma como ele usa os conceitos que fala, resultando em um diálogo bobinho e expositivo.

Por fim, o último problema pra mim é o tempo. 2:30h... não precisava pra essa história.

O documentário tem um viés e como tudo na vida vai seguir por um lado. Quem espera por imparcialidade vai morrer esperando porque desconheço uma produção, qualquer que seja, que não tenha lado, que não exponha uma visão ou apresente um encadeamento de pensamento. Se você acha que viu uma produção destas "imparcial" é porque muito provavelmente gosta de ser enganado.

Passando ao documentário, posso dizer que as imagens são boas e elas embalam uma narrativa que, apesar de pessoal, é comum a milhões de pessoas que viveram um momento de esperança pós 2002. Petra Costa remonta muito bem o clima que vivíamos quando o Brasil ganhou grande destaque por seu programa de combate a fome e as desigualdades, se tornou a 6ª maior economia do mundo e teve um papel internacional reconhecido por grandes líderes. Esta esperança, o vôo, no entanto, foi só um pequeno rasgo no tempo do que foi o Brasil até hoje. As imagens da vertigem, que passam pela posse de 2010 a derrubada da Dilma, por sua vez são realmente chocantes, mesmo que para nós elas sejam conhecidas.

A duração do filme é longa, mas isso não quer dizer que seja arrastado, afinal de contas como dar conta de tantas tramas em tão pouco espaço de tempo? Por fim, o documentário é honesto com o que ele propõe, é bem construído e vale a pena assistir.