Vitor Tenório

Conseguiram manter a mesma essência do primeiro filme, trazendo um toque mais moderno e momentos engraçados, - em sua maioria protagonizados pela Babs - como sempre. A crítica à indústria alimentícia está mais forte do que nunca. A cultura da "criação feliz" para promover uma carne de melhor qualidade é discutida há anos e o filme acerta em cheio em apontar essa questão. Especialmente quando ele não apresenta nenhum humano sentindo pena das galinhas, ficando a cargo do telespectador, que provavelmente consome carne e novamente desperta a hipocrisia.

O filme força você reconhecer seu lado hipócrita, afinal a maioria das pessoas comem carne e é unanime a torcida para que as galinhas fujam do seu "destino cruel", que é virar torta. É uma das possíveis interpretações. Esse filme traz um aspecto bem sombrio e me remeteu em vários momentos a campos de concentração, comparação essa que já vi que é bem popular em torno desse filme.

Gostaria de ter visto mais sobre o processo de criação das músicas, foram as partes mais interessantes. Eu penso que pra fazer um documentário você precisa já ter uma certa bagagem, são poucos os artistas que tem. No máximo todo esse documentário poderia virar um vídeo de 30 min no YouTube.