A série é uma maravilhosa antítese à Making A Murderer, é uma história tão incrível que as vezes é difícil acreditar que seja real.
Os produtores tiveram muito cuidado com os detalhes, quando se assiste as gravações da época isso é notável, e o foco dado nos personagens centrais da trama, Johnnie Cochran e Marcia Clark foi um grande acerto, dando um ar de bastidor, colocando o espectador numa posição privilegiada em relação a quem acompanhou o caso na época.
Não acredito que o veredito tenha sido injusto, venceu quem errou menos na condução do caso, e soube aproveitar melhor todas as polêmicas que envolvia o caso e seus personagens.
Sobre a série não tem nem o que dizer, bem feita, sabendo acelerar e dar uma freada na hora certa, muito bem documentada, já sobre o caso prepara que vem textão:
O caso Steven Avery parece uma história de cinema de tão inacreditável, mas para nos lembrar que se trata de uma história real termina nos dando um soco no estomago, com duas condenações, o final feliz esperado nunca vem.
A verdade é que o caso Steven Avery se tornou uma merda tão grande e que federia pra tanta gente se fosse remexida que dificilmente haverá alguma mudança. A maior prova disto é que nem as instancias superiores de justiça, nem as organizações de ajuda à condenados (que já haviam ajudado Steven na sua primeira condenação) querem ter nenhuma ligação com este caso.
Não que eu tenha certeza que Steven seja inocente, mas o caso montado pela promotoria baseado principalmente na confissão de Brendan Dassey, que eles não usaram no julgamento por ser "inconsistente" teve tantos buracos mal explicados que fica impossível ter a convicção necessária para condena-lo a prisão perpétua. São discursos muito conflitantes entre si, Steven Avery é acusado de ter limpado a cena do crime de vestígios de sangue (sem deixar um só resquício de sangue), mas não foi capaz de destruir o carro e esconde-lo melhor entre as centenas que haviam no local ou limpa-lo com o mesmo cuidado que limpou a garagem e a casa. Se Teresa Halbach foi morta no local porquê havia sangue dela no fundo do carro, e a maior questão de todas, se a polícia de Calumet foi chamada para investigar o caso, pois havia um conflito de interesses entre Steven e a polícia de Manitowoc, porquê a polícia de Manitowoc continuou participando da investigação de forma tão efetiva que foram seus policiais que acharam as poucas provas físicas usadas pela promotoria, provas estas que só foram encontradas dias após começarem as buscas, em locais relativamente fáceis de serem encontrados, e curiosamente sempre durante as visitas de James Lenk ao local.
Sobre Brendan Dassey o que posso dizer é que aquilo foi uma das coisas mais absurdas que já vi na minha vida, fica tão claro que ele foi levado a inventar um história, que ele estava tentando adivinhar o que os policiais queriam ouvir, e que ele não fazia ideia da gravidade de se confessar um crime (ele pergunta aos policiais após confessar ter estuprado e matado uma mulher se ele poderia voltar à aula para entregar um trabalho de escola) que dá vergonha ver a promotoria usar esta confissão. Ao final da série quando fica provado que o ADVOGADO DE DEFESA Len Kachinsky e seu investigador trabalharam para a PROMOTORIA para facilitar a confissão e a condenação de Brendan Dassey, pra mim não resta dúvidas do mal caratismo dos envolvidos neste caso.
O que fica demostrado na série sobre a justiça americana é que ela é um sistema que realmente busca a condenação de seus acusados e que se isto levar a um erro (ou dois) não existe problema pois os que estão dentro do sistema serão protegidos por ele, e quem está fora dele que torça para nunca ser acusado de um crime.
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American Crime Story: O Povo Contra O.J. Simpson (1ª Temporada)
4.5 582 Assista AgoraA série é uma maravilhosa antítese à Making A Murderer, é uma história tão incrível que as vezes é difícil acreditar que seja real.
Os produtores tiveram muito cuidado com os detalhes, quando se assiste as gravações da época isso é notável, e o foco dado nos personagens centrais da trama, Johnnie Cochran e Marcia Clark foi um grande acerto, dando um ar de bastidor, colocando o espectador numa posição privilegiada em relação a quem acompanhou o caso na época.
Não acredito que o veredito tenha sido injusto, venceu quem errou menos na condução do caso, e soube aproveitar melhor todas as polêmicas que envolvia o caso e seus personagens.
Making a Murderer (1ª Temporada)
4.4 282 Assista AgoraSobre a série não tem nem o que dizer, bem feita, sabendo acelerar e dar uma freada na hora certa, muito bem documentada, já sobre o caso prepara que vem textão:
O caso Steven Avery parece uma história de cinema de tão inacreditável, mas para nos lembrar que se trata de uma história real termina nos dando um soco no estomago, com duas condenações, o final feliz esperado nunca vem.
A verdade é que o caso Steven Avery se tornou uma merda tão grande e que federia pra tanta gente se fosse remexida que dificilmente haverá alguma mudança. A maior prova disto é que nem as instancias superiores de justiça, nem as organizações de ajuda à condenados (que já haviam ajudado Steven na sua primeira condenação) querem ter nenhuma ligação com este caso.
Não que eu tenha certeza que Steven seja inocente, mas o caso montado pela promotoria baseado principalmente na confissão de Brendan Dassey, que eles não usaram no julgamento por ser "inconsistente" teve tantos buracos mal explicados que fica impossível ter a convicção necessária para condena-lo a prisão perpétua.
São discursos muito conflitantes entre si, Steven Avery é acusado de ter limpado a cena do crime de vestígios de sangue (sem deixar um só resquício de sangue), mas não foi capaz de destruir o carro e esconde-lo melhor entre as centenas que haviam no local ou limpa-lo com o mesmo cuidado que limpou a garagem e a casa.
Se Teresa Halbach foi morta no local porquê havia sangue dela no fundo do carro, e a maior questão de todas, se a polícia de Calumet foi chamada para investigar o caso, pois havia um conflito de interesses entre Steven e a polícia de Manitowoc, porquê a polícia de Manitowoc continuou participando da investigação de forma tão efetiva que foram seus policiais que acharam as poucas provas físicas usadas pela promotoria, provas estas que só foram encontradas dias após começarem as buscas, em locais relativamente fáceis de serem encontrados, e curiosamente sempre durante as visitas de James Lenk ao local.
Sobre Brendan Dassey o que posso dizer é que aquilo foi uma das coisas mais absurdas que já vi na minha vida, fica tão claro que ele foi levado a inventar um história, que ele estava tentando adivinhar o que os policiais queriam ouvir, e que ele não fazia ideia da gravidade de se confessar um crime (ele pergunta aos policiais após confessar ter estuprado e matado uma mulher se ele poderia voltar à aula para entregar um trabalho de escola) que dá vergonha ver a promotoria usar esta confissão. Ao final da série quando fica provado que o ADVOGADO DE DEFESA Len Kachinsky e seu investigador trabalharam para a PROMOTORIA para facilitar a confissão e a condenação de Brendan Dassey, pra mim não resta dúvidas do mal caratismo dos envolvidos neste caso.
O que fica demostrado na série sobre a justiça americana é que ela é um sistema que realmente busca a condenação de seus acusados e que se isto levar a um erro (ou dois) não existe problema pois os que estão dentro do sistema serão protegidos por ele, e quem está fora dele que torça para nunca ser acusado de um crime.