Conta a história de seis amigos em torno de 30 anos, bem-sucedidos, solteiros, "bem-apessoados" e independentes. João (Borges), Maria (Lemmertz), Pedro (Ricca), Lulu (Goffman) e Tônio (Benício) são exemplos do sucesso numa sociedade capitalista.
Zaragoza cria uma tensão interessante ao desvendar a sombra desses "vencedores": a solidão. Se num contexto, eles seriam definidos como pertencentes à classe A, no aspecto afetivo, entretanto, vivem outra realidade: a indefinição. Esse conflito é motivado, sobretudo, pela deterioração das relações familiares, que foram reduzidas a referências. Perderaram seu efeito acolhedor.
Por outro lado, há nos personagens um desinteresse pela reprodução dos papéis familiares. E é nesse espaço vago que surgem os dois elementos estruturais do filme: o desamparo e a amizade.
São justamente as relações fraternas – e, às vezes, sexuais – entre os seis amigos que transformam o dia-a-dia em algo vitalizado. Nesse caso, ponto positivo para a direção de atores, ao imprimir cumplicidade ao elenco. Betty Goffman destaca-se ao transferir para sua Lulu, sempre em busca de um amor, um misto de humor e angústia.