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Nikolai Gogol

Nomes Alternativos: Nikolai Vasilievich Gogol

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Nascimento: 20 de Março de 1809 (42 years)

Falecimento: 21 de Fevereiro de 1852

Poltava - Ucrânia

Nikolai Gogol, (em russo: Николай Васильевич Гоголь; em ucraniano: Микола Васильович Гоголь, transliteração: Mykola Vassyliovytch Hohol, Poltava).

Nikolai Vasilievich Gogol, foi um proeminente escritor do Império Russo. Sua nacionalidade é motivo de polêmica, pois sua cidade natal fazia parte do Império Russo na época, mas atualmente pertence à Ucrânia. Como consequência, tanto a Rússia quanto a Ucrânia reivindicam a sua nacionalidade.

A vida de Nikolai Vassílievitch Gógol (1809-1852) tem despertado na crítica um interesse considerável nos últimos anos. A UNESCO anunciou no ano de 2009 como “o ano de Gógol” e inúmeras exposições e eventos aconteceram naquele ano na Rússia e no mundo todo em comemoração ao bicentenário do nascimento deste gigante da literatura russa.

Personalidade bastante singular, altamente enigmática, Gógol deixa-se revelar em muitos de seus últimos escritos, textos esparsos e correspondências com amigos (em particular, em sua Confissão de um autor e Trechos escolhidos de correspondências com amigos) como um homem de educação profundamente religiosa e cristã, expressa indubitavelmente no seu medo patológico da morte e do castigo.

Acrescente-se ainda o papel importante da mãe em sua formação e a grande dificuldade de suas relações afetivas e amorosas. Os aspectos “doentios” da personalidade de Gógol (e de seus personagens) costumam ser fundamentados no processo autodestrutivo que o escritor manifestou no final de sua vida, deixando-se morrer de inanição.

Há quem veja nas deformações de acontecimentos e pessoas de seus relatos uma forma de libertação dos próprios recalques psicológicos do escritor, que faria do riso um meio eficaz de liberação. Até mesmo a ausência, em grande parte de sua obra, de personagens femininos plenamente desenvolvidos e de enredos de amor, ao lado do medo flagrante na maioria dos heróis gogolianos perante a mulher, o amor e o casamento, é um convite a uma interpretação analítica que focalize na própria obra a figura do artista.

Embora Gógol apresentasse uma simbiose com todo o contexto histórico-cultural que lhe serviu de pano de fundo (e daí sua ligação com a “Escola Natural”, que tão claramente refletia o pensamento russo da época), ao mesmo tempo ele transcendeu em seus textos literários todas as tendências que estavam então em curso e, sem deixar jamais de evidenciá-las, construiu uma obra artística solidamente plantada em seu tempo, mas que escapa dos seus limites, apontando, ainda hoje, para a sua modernidade.

Neste sentido, se a obra de Gógol como um todo tem sido considerada por uma parcela da crítica (basta pensar em O capote, Almas mortas, O nariz e O inspetor geral) como expressão satírica da realidade russa na primeira metade do século 19, é necessário detectar, para uma abordagem mais acurada de seus textos, sua maneira peculiar de “ver” o mundo e as coisas, isto é, sua “óptica desarmonizante”.

Gógol foi, sem dúvida, um dos intérpretes mais agudos do período petersburguês da história russa sob as ordens do czar Nicolau I. Seus contos, novelas e peças de teatro metaforizam, por assim dizer, o caráter sinistro, estranho, absurdo e espectral que adquirira o império russo e a sua capital-símbolo, São Petersburgo, durante o regime de um dos mais autocratas governantes da Rússia czarista.

Assim, especialmente a fase petersburguesa da obra gogoliana nos apresenta histórias ambientadas no espaço urbano da capital (O capote, O nariz, A avenida Niévski, O retrato, O diário de um louco), onde personagens um tanto estranhas rondam pela “capital do nosso vasto império”, como Gógol se referia à cidade, e vagam em busca de um sentido jamais encontrado e que parece se esvair a todo o momento em meio à névoa sinistra que encobre a cidade.

Com efeito, a literatura de Gógol nos apresenta mais do que temas e ideias, um verdadeiro prodígio de procedimentos artísticos. Porque a verdadeira intriga em seus textos reside no estilo, na estruturação interna de suas anedotas, no ritmo musical e na sonoridade expressiva de seu discurso.

É dessa espécie de exercício de linguagem e da sua consequente organização artística que pode irromper aquele caos mágico e poético, em que o absurdo e o irracional nada mais são, afinal, do que um correlato da tessitura “disforme” e cômico-grotesca do próprio discurso. Assim, o universo que se revela parece ser a contrafação grotesca da própria realidade apresentada, pois às “deformidades” do discurso gogoliano correspondem, certamente, as imperfeições e absurdos da vida enquanto tal. Os textos de Gógol são, portanto, poesia em ação e, como tal, podem desvelar os mistérios do irracional, mesmo que, muitas vezes, sob as máscaras da racionalidade.

Apesar de muitos de seus trabalhos terem sido influenciados pela tradição ucraniana, Gogol escreveu em russo e sua obra é considerada herança da literatura russa. Toda a sua obra é fundada no realismo, mas um realismo muito próprio, com rasgos do que viria a ser o surrealismo. Sua obra fez, de Nikolai Gogol, o maior escritor russo da primeira metade do século XIX, o verdadeiro introdutor do realismo na literatura russa e o precursor genial de todos os grandes escritores russos que se lhe seguiram. Como disse Dostoiévski: "Todos nós saímos de O Capote de Gógol". Toda a literatura russa, que já muito devia a Púchkin, colherá, em Gógol, os maiores ensinamentos..

Morreu em 21 de fevereiro de 1852. Foram-lhe concedidas cerimônias e reconhecimento únicos: seu corpo embalsamado segue insepulto por mais de um dia, carregado pelos estudantes, que oferecem homenagens acaloradas em memória do grande escritor. Está enterrado no Cemitério Novodevichy, em Moscovo.

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