Últimas opiniões enviadas
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Os Iniciados é um filme brutal, forte e potente. Longe de ser uma questão de "cultura africana" (em si, o termo já não ajuda muito por ser, extremamente, reducionista), mas, sim, de ser algo muito maior. Nós, considerados ocidentais e civilizados, de certa forma, passamos por esses rituais de iniciação que demarcam, desde muito cedo, os contornos do que deve ser o homem. Do que é o aceitável e do que só pode acontecer nas sombras, longe da visão da sociedade, nem que para isso você precise renegar os seus desejos.
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Eu assisti esse filme sozinho em uma sala de cinema e a experiência que ele me trouxe foi incrível. Se você se deixa conduzir por essa grande metalinguagem, então, cada afirmação, contradição e provocação dentro das entrevistas sobre a linguagem cinematográfica, faz a mesma ser potencializada como um organismo vivo e que pode ser acessada por cada um de um forma muito particular. Ao meu ver, Béla Tarr que abre e fecha as discussões é uma voz dissidente, no sentido de que ele é o único que tem posições muito diferentes, pelo menos nas suas falas. Quando um outro diretor termina sua fala, Béla é trazido como um ponto que tenciona a afirmação anterior. E, nesse sentido, não é sem intenção que ele é fotografado em preto e branco e os outros em cores e, só na sua última aparição, ele se torna colorido. O filme é uma aula para aqueles que amam cinema.
Últimos recados
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Tarkovsky segue sendo um dos maiores poetas visuais que o cinema já teve. Chris Marker capta um retrato preciso entre obra, vida e autor. O cinema da vida ou a vida no cinema. Não por coincidência, Bergman disse: "Tarkovski para mim é o maior [de todos nós], aquele que inventou uma nova linguagem, fiel à natureza do cinema, uma vez que capta a vida como um reflexo, a vida como um sonho"