Allan Silva

Diferente, instigante e ousada por apresentar um universo diferente das animações comerciais que enchem nossos cinemas todos os anos, "A Viagem de Chihiro" é uma mostra impecável de como pode-se ter uma história que foge de muitos clichês e passa várias mensagens que podem ser aproveitadas por todas as idades que o público tiver. Sem parecer bobinho e sem menosprezar a inteligência de ninguém, traz personagens exóticos e carismáticos que incrementam esta fábula imperdível a todo bom cinéfilo que goste ou não de animações. É Mágico.

"É só uma questão de perspectiva, senhor. De onde está pode ser diferente. Mas as mãos não se enganam. Peço, simplesmente, que use todos os seus sentidos antes de me julgar."

Uma experiência cinematográfica exemplar, onde linguagem e estética são perfeitamente desenvolvidas, o longa entra para a História ao retratar com crueza, mas sem perder a sensibilidade, de um dos períodos mais infames de todos os tempos. Assim, Steve McQueen realiza um filme obrigatório. A cena final, simplesmente arrepiante, dá a esperança de que um dia o mundo possa ser menos cruel e que o amor resolva boa parte dos nossos problemas.

Os piratas têm boas participações, como “30 mil dólares? Eu tenho cara de mendigo?” ou “Ninguém aqui é Al Qaeda”. Entretanto, o grande destaque é sem dúvida Tom Hanks. Ele é tão convincente que consegue se “camuflar” entre atores menos famosos sem chamar atenção. Nos dois primeiros atos ele aparece seguro, porém em uma atuação contida. No entanto, no terceiro ato, quando precisa retratar a desconstrução física e principalmente psicológica que atravessou, o ator transborda talento. Em determinado momento, ele é capaz de levar o espectador às lágrimas sem pronunciar uma palavra sequer. Relembrando grandes atuações com náufrago e o Clássico o Resgate do Soldado Ryan, Brilhante.