Henrique Gonçalves do Carmo

Cimério, espartano, capitão pirata e jornalista, devora filmes e tem poucos, mas bons amigos.

Gostaria de ter feito muitas coisas, como aprender a tocar guitarra e gaita, a falar latim e sindarin, à matar com as mãos e comer boinas verdes no café da manhã, mas é dono de uma preguiça somente comparável a seu asco por repolho e gengibre, fatos que o quase o impediram de atingir esses objetivos. Agora está dando adeus à vida sedentária e se tornando um mercenário (dos que matam gente por dinheiro, e não dos que perdem os escrúpulos por ele).

Escapou, na sua fase fora-da-lei, do estupro coletivo no banheiro da cadeia, das surras dos guardas e da fuga ousada, uma vez que nunca foi pego. Foi ladrão de orelhões públicos, demolidor de caixas de correio, furtador de cones, cinzeiros e extintores. Agora apenas rouba a paciência dos que lhe conhecem.

Possui um amor quase inabalável pela vagabundagem e por cerveja. Normalmente é hipnotizado pela visão de uma Guinness. São paulino, paulista e paulistano, tem um ciúme mortal de sua coleção de gibis do Conan e dos seus Comandos em Ação (guardados em lugar secreto com o Snake Eyes vigiando - e o filme é LEGALZINHO. Só.), e pode facilmente aleijar em prol da conservação dos mesmos.

Acredita que, ao lado de abracadabra, o "foda-se" é a palavra mais mágica do mundo e pode mover montanhas. Tenta, com sucesso crescente, ser uma amálgama de quem idolatra, como Capitão América, James Bond, Jack Bauer, Jesse Custer e Frank Castle, porém sente-se um tanto envergonhado por seus maiores ídolos serem personagens de ficção e não de carne e osso - com a honrosa exceção de seus avôs, que pisavam em cima da pegada dos amigos pra onça que vier de trás sentir que ali tem macho (história verídica: pergunte).

Se diz roteirista de filmes. É jogador estrelinha de futebol de final de semana e fala que bate com as duas. É um profanador das religiões alheias e spammer de suas próprias mensagens em seu blog demoníaco. Foge de alcunhas como nerd e geek, mas joga RPG e é cinéfilo.

Vê em seu futuro a queda de cabelos, a barriga e a melancolia ocasional que acompanha os escritores fracassados - embora encare isso com bom humor e um certo escárnio. É bruto e cara-de-pau, mas de um jeito bondoso. E odeia machismo, mesmo querendo ser um cowboy e morrer a caminho do pôr-do-sol.