Já não cabe mais explorar a violência gráfica de um tiroteio em massa, faz muito tempo.
Já se tornou de mal gosto o interesse doentio da mídia em focar a narrativa desses acontecimentos do ponto de vista dos perpetradores, que não nunca foram a raiz do problema.
Porém, a discussão em torno desses fenômenos horrendos não pode parar, até haver uma real mudança. Portanto, a abordagem delicada e a perspectiva autocrítica que The Fallout trouxe pra esse fenômeno terrível é algo tão doloroso quanto necessário.
Não esperava que a carga emocional desse filme me afetaria tanto. A verossimilhança dos personagens chega a ser um tanto desconcertante, de tão real.
A cena final, embora tão cruel, consagra o filme como um ato político além de uma obra de arte. Kudos pra Megan Park e Jenna Ortega por um trabalho incrível e marcante.
Fazia literalmente anos que eu não me divertia tanto numa sessão de cinema. A atmosfera geral do povo que tava na sala parecia unânime: Everything Everywere é uma experiência única, autêntica, visualmente caótica e surpreendentemente coerente.
Esse filme é um respiro fundo e merecido pra crise de scripts que hollywood vem sofrendo nos últimos 10 anos e o que me deixa mais feliz é que a obra fez isso com um núcleo principal de personagens inteiramente não-brancos.
Espero que o hype continue e Eveything receba toda atenção e adoração que merece Everywhere, All AT ONCE!
O Marco Berger é o Dan Brow do cinema gay: várias histórias iguais que só muda o título.
Eu fui assistir esse filme já sabendo de tudo o que ia acontecer só de ler a sinopse: pocs fora do meio se comendo por olhares até alguém ceder > brotheragem estilizada com nu frontal > o início de um sonho > deu tudo errado.
Mas aí é que tá. Previsibilidade nem sempre precisa ser algo ruim, se tiverem outros aspectos que deem uma compensada. Falei disso também quando comentei sobre Matthias e Maxime. Aqui, o destaque claramente não é o plot, e sim o personagem que dá título ao filme.
O ator do Gabriel fez um bom trabalho conseguindo transmitir sentimentos e reagindo a situações diversas só com olhares, comunicação corporal e o total de, sei lá, 10 sentenças inteiras que ele fala em quase 2 horas de filme. Isso não é uma tarefa fácil.
E eu sinceramente não entendo quem assiste filme super realista e se incomoda com as cenas de silêncio/apatia/diálogos rasos. Isso faz parte da proposta da coisa toda. Não gostar do filme só por causa desses aspectos é só resultado de uma expectativa infundada, e não uma falha da obra em si.
De qualquer maneira, mesmo que "Un Rubio" não mude vidas ou ~abale~ a comunidade cinematográfica, considero uma reciclagem refinada, delicada e bem vinda, aos personagens e arquétipos que o Marco Berger adora tanto representar.
E, de fato, o último diálogo do filme meio que fez tudo valer a pena, pra mim. Não é nenhum plot twist, nenhuma epifania, só uma interação que traz um gostinho final surpresa, muito docinho, pra uma experiência que até então é um tanto azeda (SO-SOUR CANDY).
Recomendo, sim, pra quem não tem medo de lidar com sutilezas.
É, a gente teve Modern Love e uns episódios de séries fofinhas aqui e ali, nos últimos anos, mas eu nem me lembro a última vez que um filme live-action me deixou com o coração tão quentinho.
Aqui, a simplicidade do plot e a dinâmica incrível do Duplass com a Morales se tornam chaves pra assuntos e situações que vão do corriqueiro e trivial até o trágico e complexo. Tudo feito de uma forma muito coerente.
Nunca falta romance água com açúcar e de comédias rasas por aí, mas acho raríssimo achar um script com uma sensibilidade afinada pra falar de amizade, de uma maneira natural, fluida e reconhecível, como Language Lessons faz.
Uma pena que esse tipo de produção ainda seja tão nichada. Se você está lendo esse comentário e gostou do filme como eu, vamos disseminar nosso privilégio e compartilhar esse filme com todos :D
Se eu fosse a Pixar eu me preocuparia sim, porque isso aqui ficou IMPECAVEL.
Cheguei esperando uma série bobinha com a qualidade de animação de comercial da Casas Bahia e recebi uma obra de arte completa. A melhor animação mainstream que eu assisti desde o Aranha-Verso.
É autentica, original, visualmente incrível, inesperadamente ousada e coerente pra uma série que teoricamente foca no público infanto-juvenil. Teve alguns momentos que eu simplesmente fiquei confuso no sentido de: "osh, mas isso aconteceu mesmo? Numa série de criança?!"
Merece muito mais barulho e divulgação! Maya, pode vir receber o seu prêmio de divisor de águas da indústria.
Finalmente fizeram uma sitcom com um work environment super atualizado. Eu fiquei animado, só de ler a sinopse, imaginando todas as tretas e possibilidades que Mythic Quest poderia explorar.
E ainda que algumas situações até tenham sido bem pensadas, especialmente nos primeiros episódios, todos os personagens centrais são tão desprovidos de carisma que no final da temporada eu já queria pedir demissão.
Pleno 2021 e colocaram um personagem macho escroto como protagonista? Tem como gostar do Ian Grimm ou da Poppy? Dois insuportáveis, meudeus do céu.
As únicas pessoas minimamente agradáveis daquele escritório são as beta testers e a community manager, e elas nem aparecem tanto - todo o resto é chorume.
E não dá nem pra dizer que é um desagradavel engraçado ou cringe, pra mim. São só personagens caricatos e sem muito desenvolvimento pra que a gente crie realmente um laço, ou carinho por eles. Agora to na duvida se continuo, mas no geral achei essa primeira temporada um desperdício imenso de uma idéia incrível. :(
Assim que a série começou: MDS COMO EU AMO A PHOEBE WALLER BRIDGE. Assim que a série acabou: MDS COMO EU DETESTO A PHOEBE WALLER BRIDGE.
Spoiler: É claro que a temporada termina num cliffhanger. Tudo o que eu queria era encontrar essa mulher na rua, toca-la gentilmente nos ombros e com meus olhos marejados dizer: "Porque você é assim?"
Assim = Genial. Curta. Inconstante. Porém, genial.
Devia ser crime alguém escrever tão bem e só fazer mini-série, que ódio.
Ok, a gente tá saturado dessa ladainha clichê de filme gay onde tem uma poc interessada e outra que só faz merda e fica em negação. Pelo menos eu tô. É o tipo de coisa que acontece em TODOS os filmes de "coming of age" LGBT de meninos.
E, bem, é exatamente o que se repete aqui. Porém, como é de praxe do Xavier, o foco do filme claramente não estava em criar um plot inédito e livre de clichês, mas nas sutilezas e na forma como algumas dinâmicas que já saturaram os filmes teens conseguem apresentar facetas muito mais interessantes quando aplicadas a personagens mais velhos, de determinada camada social, de uma cultura específica, etc.
Então, mesmo já sabendo tudo o que aconteceria depois de assistir os primeiros 15 minutos do filme, eu não me importei.
A verossimilhança daquele grupo de amigos (homi ht é igual em todo lugar né? mds), a naturalidade absurda dos diálogos e a delicadeza do dilema da história me cativaram demais.
Com isso, meu ódio pelo Dolan só aumenta, claro. A bisha tem 31 anos e já fez uma penca de filme incrível, vsf. Se eu vejo na rua eu dou é um socão na boca. - zuera.
Matt and Maxime é ótimo, assista num dia frio com um cházinho, vale a pena. <3
Poxa, tinha tudo pra ser incríveeeeeeel, se tivesse terminado na primeira hora.
Não é só giallo, acho que esse é um dos primeiros filmes com budget consideravel que dá pra ver claramente uma influencia pesada de vaporwave, mesmo que inconsciente, tanto na estética quanto na trilha sonora, que ficou lindo demais.
Os takes dos manequins nos comerciais me lembravam os clipes da SOPHIE, as atendentes, o "gerente" e toda a atmosfera por trás da loja eram uma clara referência a Suspiria, Rosemary e senti até uma pitada forte de Rocky Horror.
Enfim, várias nuances inteligentes e autenticas, que, pra mim, se perderam quando o filme se estendeu através de um segundo ato bem sem graça, sem rumo, bem desnecessário, uma pena.
I will never be satisfied, mas to satisfeitíssimo com essa gravação PERFEITA de um musical que eu venero e nunca achei que fosse assistir! Ainda sonho em ver live, tho.
ANGÉLICA FAZ TUDO. VOCÊ MERECE O MUNDO INTEIRO, ENTENDA.
Poxa, mesmo entre as tantas pragas do Egito que recebemos em 2020, a CN novamente conseguiu dar um presente inesperado pro mundo das animações.
Que show lindo! É cheio de vida, cheio de movimento, repleto de possibilidades e LOTADO de personalidade (e até representatividade <3).
Sério, os marmanjo boomer nostalgia podem chorar e gritar o quanto quiserem, mas uma coisa que ninguém pode fazer depois de assistir ThunderCats Roar inteiro, é dizer que ele não foi feito com muito carinho e cuidado.
Esse carinho ficou tão claro, pra mim, nos 10 minutinhos de cada episodio, cada cena de ação inesperada, cada referência irreverente ao cânon da mitologia original, em cada piadinha calculada pra medida certa de besteirol, que, sério, não consigo ver uma pessoa que curte cartoons negando as qualidades desse desenho.
É bem verdade que sou um entusiasta declarado da nova geração da animação e... bem, pelo jeito continuarei sendo! E um ainda mais apaixonado, graças a esse show. Que venham muitas temporadas mais!
Uma dia, super atrasado pro trabalho, saí de casa correndo e fiquei feliz que consegui pegar um ônibus assim que cheguei no ponto. O ônibus estava cheio e logo nas primeiras curvas deu pra perceber que ia dar ruim.
O motor morreu uma vez, duas. Algumas pessoas desistiram nessa segunda, desceram do ônibus pra esperar o próximo. O motorista, ao contrário do que se espera, parecia querer insistir em continuar seguindo com o negócio quebrado, mesmo com o cobrador reclamando.
Eu não desci. Acreditei que iria me atrasar mais, se fosse esperar outro ônibus e, afinal, se o motorista tava confiante pra seguir viagem, então é porque ia dar certo, né?
Óbvio que não. O ônibus quebrou de vez numa ladeira, claro, e eu me atrasei mais do que se tivesse descido e esperado outro antes. Saí xingando, frustrado com o ônibus, o motorista e a minha burrice.
Assistir The Lighthouse foi exatamente a mesma experiência:
Estar num veículo enguiçado, que engasga em seu próprio combustível, afoga à cada engate, morre à cada troca de marcha e, no meio disso tudo, dois condutores gritando coisas sem sentido.
Anda aos trancos e nunca chega ao seu destino. Não desce da ladeira simplesmente por sequer conseguir chegar ao topo de uma.
Pra mim, foi um ótimo exemplo de como NÃO se desenvolver um enredo e de como a falta de instrumentos básicos de narrativa, como nó e desenlace, pode destruir qualquer ideia interessante.
Se essa estagnação de plot foi proposital, parabéns, funcionou, ficou péssimo. Se não foi, pior ainda, é patético. Não tem atuação ou frame bonito que salve uma história ruim.
Minha única alegria relacionada a esse filme é saber que eu não paguei pra ver isso no cinema.
Se você tem chance, não faça igual eu, se salva, desce do ônibus, corre (e assiste Parasite).
Fui assistir sem saber quase nada sobre o filme, além da premissa inicial de "pai louco + criança presa + o que tem lá fora (?)", meio sci-fi, meio thriller, coisa e tal. Inclusive achei esse conceito bem parecido com 10 Cloverfield Lane /e algumas outras produções por aí, né? Não é uma idéia nova.
Porém, qualquer história cujo enredo começa questionando a realidade de si mesma já têm a minha empatia instantânea, então, foi isso que me manteve interessado em continuar assistindo e... que bom!
Finalmente um sci-fi de plot REALMENTE interessante, que não entrega de bandeja tudo o que tem debaixo da manga (serão Zumbis, Aliens, Robos?) mas quando entrega, dá uma refeição completa com sobremesa e cafézinho pra completar.
Achei todas as referências nas quais o filme claramente se baseia deliciosas, desde Akira a Elfen Lied e, bem, se eu citar outras talvez vire spoiler.
A atmosfera geral ficou super marcada como algo vindo de quadrinhos, pra mim, e teve um momento em que eu quase achei que estivesse vendo algo oriundo do Mark Millar, o que tornou minha experiência de ver Freaks ainda melhor.
To bem feliz de saber que o filme foi bem reconhecido lá fora e, por mim, recomendadíssimo pra quem curte um sci-fi inteligente.
É como se tivessem conseguido achar uma forma de transformar um abraço quentinho em 30 minutos de episódio, gente.
Sinceramente eu esperava ver algo muito mais leviano e superficial, e nem teria problema se fosse assim, eu só queria ver algo feel good, pra passar o tempo.
Fiquei super feliz ao perceber que a série realmente abrangeu outras formas de amor, outras maneiras de amar, que não apenas aquele dentro de um relacionamento afetivo entre homem e mulher. Nada extremamente ousado, claro, mas tudo muito delicado, coerente e franco.
A trilha pra lá de fofa, as estações do ano em Nova York e, acima de tudo isso, Anne Hathaway no que, pra mim, foi uma de suas performances mais estonteantes: O Emmy vem!
Único pecado foi ter só 8 episódios. Animado pela segunda temporada, quero ver ainda mais diversidade, minhas lágrimas já tão prontas, aqui. <3
"Years and Years" é o tipo de coisa que te faz perceber a proporção medonha que os nossos medos alcançaram.
Hoje em dia, nada me parece tão ameaçador quanto o futuro, nada é tão desanimador como o presente, nada é tão assustador quanto o tempo, em si; a passagem dele e o que ele trás.
Juntar esses aspectos e retratar a dinâmica entre eles através do olhar de uma família de classe média (mesmo que culturalmente tão distante da realidade do Brasil) tornou a experiência de assistir essa série aterrorizante, pra mim, por ser tão real, tão verossímil, por tornar minha desesperança tão palpável.
É uma temporada simplesmente perfeita, surpreendentemente com começo, meio e fim (aprendam, Netflix e Amazon), sem rodeios. Enredo, composição e atuações incríveis.
Minha única crítica seria ao personagem do Viktor. Ele é uma peça importante e achei a construção dele bem rasa, se comparada a todos os outros do núcleo da história: todos esses outros, de uma maneira ou de outra, apaixonantes.
Ainda assim, no quadro geral, pela autenticidade da ideia, pela diversidade e representatividade absurda dos personagens, pela genialidade da trama e pela ousadia de falar e criticar o momento em que vivemos de uma maneira tão inteligente, "Years and Years" merece 5, 10, todas as estrelas e notas máximas que existirem.
Petra pegou todas as atrocidades políticas das nossas vidas, desde o golpe até a chegada do palhaço ao poder, colocou num liquidificador e bateu bem, sempre se preocupando em manter uma narrativa coerente e direta.
O resultado é um líquido muito amargo, muito azedo, e extremamente difícil de tomar.
Ainda assim, de uma forma contraditória e meio assustadora, é um produto visualmente prazeroso e hipnótico, ao se consumir. Um copo cheio de lágrimas e desesperança.
Assim como não existem argumentos contra os FATOS apresentados nesse documentário, nenhuma pedra vai ser capaz de destruir o monumento jornalístico ou destituir a importância histórica que essa obra representa, para o Brasil.
Fui ver sem nenhum cuidado, não esperando muito mais do que humor non-sense com muito dedo no cy e gritaria. Terminei com um puta trabalho bem feito, tocante, ORIGINAL *em caixa alta*, tratando de tantos assuntos atuais e importantes de forma surpreendentemente inteligente e delicada.
Eu olhei pra Tuca and Bertie e gritei: OBRA PRIMA!
Um beijo pra todas as Vanellopes da vida real que também sobreviveram a um relacionamento/amizade abusivo com alguém tão chato e egoísta quanto o Ralph.
A única coisa que realmente valeu a pena nesse filme foi ver as princesas juntas. O mensageirinho do Ebay tem mil vezes mais carisma que Ralph e a menina juntos. Pelo menos não é da Pixar, então não preciso me decepcionar porque não tinha expectativas.
A Vida Depois
3.4 158 Assista AgoraJá não cabe mais explorar a violência gráfica de um tiroteio em massa, faz muito tempo.
Já se tornou de mal gosto o interesse doentio da mídia em focar a narrativa desses acontecimentos do ponto de vista dos perpetradores, que não nunca foram a raiz do problema.
Porém, a discussão em torno desses fenômenos horrendos não pode parar, até haver uma real mudança. Portanto, a abordagem delicada e a perspectiva autocrítica que The Fallout trouxe pra esse fenômeno terrível é algo tão doloroso quanto necessário.
Não esperava que a carga emocional desse filme me afetaria tanto. A verossimilhança dos personagens chega a ser um tanto desconcertante, de tão real.
A cena final, embora tão cruel, consagra o filme como um ato político além de uma obra de arte. Kudos pra Megan Park e Jenna Ortega por um trabalho incrível e marcante.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraFazia literalmente anos que eu não me divertia tanto numa sessão de cinema. A atmosfera geral do povo que tava na sala parecia unânime: Everything Everywere é uma experiência única, autêntica, visualmente caótica e surpreendentemente coerente.
Esse filme é um respiro fundo e merecido pra crise de scripts que hollywood vem sofrendo nos últimos 10 anos e o que me deixa mais feliz é que a obra fez isso com um núcleo principal de personagens inteiramente não-brancos.
Espero que o hype continue e Eveything receba toda atenção e adoração que merece Everywhere, All AT ONCE!
Um Loiro
3.7 77O Marco Berger é o Dan Brow do cinema gay: várias histórias iguais que só muda o título.
Eu fui assistir esse filme já sabendo de tudo o que ia acontecer só de ler a sinopse: pocs fora do meio se comendo por olhares até alguém ceder > brotheragem estilizada com nu frontal > o início de um sonho > deu tudo errado.
Mas aí é que tá. Previsibilidade nem sempre precisa ser algo ruim, se tiverem outros aspectos que deem uma compensada. Falei disso também quando comentei sobre Matthias e Maxime. Aqui, o destaque claramente não é o plot, e sim o personagem que dá título ao filme.
O ator do Gabriel fez um bom trabalho conseguindo transmitir sentimentos e reagindo a situações diversas só com olhares, comunicação corporal e o total de, sei lá, 10 sentenças inteiras que ele fala em quase 2 horas de filme. Isso não é uma tarefa fácil.
E eu sinceramente não entendo quem assiste filme super realista e se incomoda com as cenas de silêncio/apatia/diálogos rasos. Isso faz parte da proposta da coisa toda. Não gostar do filme só por causa desses aspectos é só resultado de uma expectativa infundada, e não uma falha da obra em si.
De qualquer maneira, mesmo que "Un Rubio" não mude vidas ou ~abale~ a comunidade cinematográfica, considero uma reciclagem refinada, delicada e bem vinda, aos personagens e arquétipos que o Marco Berger adora tanto representar.
E, de fato, o último diálogo do filme meio que fez tudo valer a pena, pra mim. Não é nenhum plot twist, nenhuma epifania, só uma interação que traz um gostinho final surpresa, muito docinho, pra uma experiência que até então é um tanto azeda (SO-SOUR CANDY).
Recomendo, sim, pra quem não tem medo de lidar com sutilezas.
A Um Clique de Distância
3.6 4 Assista AgoraÉ, a gente teve Modern Love e uns episódios de séries fofinhas aqui e ali, nos últimos anos, mas eu nem me lembro a última vez que um filme live-action me deixou com o coração tão quentinho.
Aqui, a simplicidade do plot e a dinâmica incrível do Duplass com a Morales se tornam chaves pra assuntos e situações que vão do corriqueiro e trivial até o trágico e complexo. Tudo feito de uma forma muito coerente.
Nunca falta romance água com açúcar e de comédias rasas por aí, mas acho raríssimo achar um script com uma sensibilidade afinada pra falar de amizade, de uma maneira natural, fluida e reconhecível, como Language Lessons faz.
Uma pena que esse tipo de produção ainda seja tão nichada. Se você está lendo esse comentário e gostou do filme como eu, vamos disseminar nosso privilégio e compartilhar esse filme com todos :D
Maya e os 3 Guerreiros (1ª Temporada)
4.1 16Se eu fosse a Pixar eu me preocuparia sim, porque isso aqui ficou IMPECAVEL.
Cheguei esperando uma série bobinha com a qualidade de animação de comercial da Casas Bahia e recebi uma obra de arte completa. A melhor animação mainstream que eu assisti desde o Aranha-Verso.
É autentica, original, visualmente incrível, inesperadamente ousada e coerente pra uma série que teoricamente foca no público infanto-juvenil. Teve alguns momentos que eu simplesmente fiquei confuso no sentido de: "osh, mas isso aconteceu mesmo? Numa série de criança?!"
Merece muito mais barulho e divulgação! Maya, pode vir receber o seu prêmio de divisor de águas da indústria.
Mythic Quest (1ª Temporada)
3.9 15 Assista AgoraFinalmente fizeram uma sitcom com um work environment super atualizado. Eu fiquei animado, só de ler a sinopse, imaginando todas as tretas e possibilidades que Mythic Quest poderia explorar.
E ainda que algumas situações até tenham sido bem pensadas, especialmente nos primeiros episódios, todos os personagens centrais são tão desprovidos de carisma que no final da temporada eu já queria pedir demissão.
Pleno 2021 e colocaram um personagem macho escroto como protagonista? Tem como gostar do Ian Grimm ou da Poppy? Dois insuportáveis, meudeus do céu.
As únicas pessoas minimamente agradáveis daquele escritório são as beta testers e a community manager, e elas nem aparecem tanto - todo o resto é chorume.
E não dá nem pra dizer que é um desagradavel engraçado ou cringe, pra mim. São só personagens caricatos e sem muito desenvolvimento pra que a gente crie realmente um laço, ou carinho por eles. Agora to na duvida se continuo, mas no geral achei essa primeira temporada um desperdício imenso de uma idéia incrível. :(
Crashing (1ª Temporada)
3.9 142 Assista AgoraAssim que a série começou: MDS COMO EU AMO A PHOEBE WALLER BRIDGE.
Assim que a série acabou: MDS COMO EU DETESTO A PHOEBE WALLER BRIDGE.
Spoiler: É claro que a temporada termina num cliffhanger. Tudo o que eu queria era encontrar essa mulher na rua, toca-la gentilmente nos ombros e com meus olhos marejados dizer: "Porque você é assim?"
Assim = Genial. Curta. Inconstante. Porém, genial.
Devia ser crime alguém escrever tão bem e só fazer mini-série, que ódio.
Sobre a Eternidade
3.6 22- Isn't it quite fantastic?
- What?
- Everything.
Matthias & Maxime
3.4 132 Assista AgoraOk, a gente tá saturado dessa ladainha clichê de filme gay onde tem uma poc interessada e outra que só faz merda e fica em negação. Pelo menos eu tô. É o tipo de coisa que acontece em TODOS os filmes de "coming of age" LGBT de meninos.
E, bem, é exatamente o que se repete aqui. Porém, como é de praxe do Xavier, o foco do filme claramente não estava em criar um plot inédito e livre de clichês, mas nas sutilezas e na forma como algumas dinâmicas que já saturaram os filmes teens conseguem apresentar facetas muito mais interessantes quando aplicadas a personagens mais velhos, de determinada camada social, de uma cultura específica, etc.
Então, mesmo já sabendo tudo o que aconteceria depois de assistir os primeiros 15 minutos do filme, eu não me importei.
A verossimilhança daquele grupo de amigos (homi ht é igual em todo lugar né? mds), a naturalidade absurda dos diálogos e a delicadeza do dilema da história me cativaram demais.
Com isso, meu ódio pelo Dolan só aumenta, claro. A bisha tem 31 anos e já fez uma penca de filme incrível, vsf. Se eu vejo na rua eu dou é um socão na boca. - zuera.
Matt and Maxime é ótimo, assista num dia frio com um cházinho, vale a pena. <3
Vestido Maldito
2.6 202 Assista AgoraPoxa, tinha tudo pra ser incríveeeeeeel, se tivesse terminado na primeira hora.
Não é só giallo, acho que esse é um dos primeiros filmes com budget consideravel que dá pra ver claramente uma influencia pesada de vaporwave, mesmo que inconsciente, tanto na estética quanto na trilha sonora, que ficou lindo demais.
Os takes dos manequins nos comerciais me lembravam os clipes da SOPHIE, as atendentes, o "gerente" e toda a atmosfera por trás da loja eram uma clara referência a Suspiria, Rosemary e senti até uma pitada forte de Rocky Horror.
Enfim, várias nuances inteligentes e autenticas, que, pra mim, se perderam quando o filme se estendeu através de um segundo ato bem sem graça, sem rumo, bem desnecessário, uma pena.
Hamilton
4.5 256 Assista AgoraI will never be satisfied, mas to satisfeitíssimo com essa gravação PERFEITA de um musical que eu venero e nunca achei que fosse assistir! Ainda sonho em ver live, tho.
ANGÉLICA FAZ TUDO. VOCÊ MERECE O MUNDO INTEIRO, ENTENDA.
ThunderCats Roar (1ª Temporada)
3.6 4Poxa, mesmo entre as tantas pragas do Egito que recebemos em 2020, a CN novamente conseguiu dar um presente inesperado pro mundo das animações.
Que show lindo! É cheio de vida, cheio de movimento, repleto de possibilidades e LOTADO de personalidade (e até representatividade <3).
Sério, os marmanjo boomer nostalgia podem chorar e gritar o quanto quiserem, mas uma coisa que ninguém pode fazer depois de assistir ThunderCats Roar inteiro, é dizer que ele não foi feito com muito carinho e cuidado.
Esse carinho ficou tão claro, pra mim, nos 10 minutinhos de cada episodio, cada cena de ação inesperada, cada referência irreverente ao cânon da mitologia original, em cada piadinha calculada pra medida certa de besteirol, que, sério, não consigo ver uma pessoa que curte cartoons negando as qualidades desse desenho.
É bem verdade que sou um entusiasta declarado da nova geração da animação e... bem, pelo jeito continuarei sendo! E um ainda mais apaixonado, graças a esse show. Que venham muitas temporadas mais!
Planeta dos Humanos
4.1 10 Assista AgoraRita Von Hunty me mandou aqui e não sei se devo agradecer ou não.
Minha sorte é já estar desprovido de qualquer esperança na humanidade muito antes de ver o doc. Então... water off a duck's back.
Ainda assim, de uma forma meio masoquista, é mesmo muito interessante ver como as coisas podem ser realmente ainda piores do que você imagina.
Nesse sentido, tô recomendando pra todos os meus amigos que não tem medo de olhar direto no fundo do abismo.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraUma dia, super atrasado pro trabalho, saí de casa correndo e fiquei feliz que consegui pegar um ônibus assim que cheguei no ponto. O ônibus estava cheio e logo nas primeiras curvas deu pra perceber que ia dar ruim.
O motor morreu uma vez, duas. Algumas pessoas desistiram nessa segunda, desceram do ônibus pra esperar o próximo. O motorista, ao contrário do que se espera, parecia querer insistir em continuar seguindo com o negócio quebrado, mesmo com o cobrador reclamando.
Eu não desci. Acreditei que iria me atrasar mais, se fosse esperar outro ônibus e, afinal, se o motorista tava confiante pra seguir viagem, então é porque ia dar certo, né?
Óbvio que não. O ônibus quebrou de vez numa ladeira, claro, e eu me atrasei mais do que se tivesse descido e esperado outro antes. Saí xingando, frustrado com o ônibus, o motorista e a minha burrice.
Assistir The Lighthouse foi exatamente a mesma experiência:
Estar num veículo enguiçado, que engasga em seu próprio combustível, afoga à cada engate, morre à cada troca de marcha e, no meio disso tudo, dois condutores gritando coisas sem sentido.
Anda aos trancos e nunca chega ao seu destino. Não desce da ladeira simplesmente por sequer conseguir chegar ao topo de uma.
Pra mim, foi um ótimo exemplo de como NÃO se desenvolver um enredo e de como a falta de instrumentos básicos de narrativa, como nó e desenlace, pode destruir qualquer ideia interessante.
Se essa estagnação de plot foi proposital, parabéns, funcionou, ficou péssimo. Se não foi, pior ainda, é patético. Não tem atuação ou frame bonito que salve uma história ruim.
Minha única alegria relacionada a esse filme é saber que eu não paguei pra ver isso no cinema.
Se você tem chance, não faça igual eu, se salva, desce do ônibus, corre (e assiste Parasite).
Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraTranseuntes na rua: ...
Eu: "Bom dia, você já ouviu falar da palavra de Bacurau hoje?"
Testemunha de Lunguinha, sim, com muito orgulho.
PS: Eu nunca achei que um dia algo me faria querer esquecer como se fala inglês. Ver Bacurau no cinema me deixou assim.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraPois é, 2020 começou comigo aprendendo que o hype, meus amigos, o hype é merecido, sim, em alguns casos.
PARASITE é absolutamente um desses casos. Se eu ficar pensando muito sobre o filme eu começo a bater palma inconscientemente.
"Ki-woon, sabe que tipo de plano nunca falha? Nenhum plano."
Aberrações
3.2 139 Assista AgoraFui assistir sem saber quase nada sobre o filme, além da premissa inicial de "pai louco + criança presa + o que tem lá fora (?)", meio sci-fi, meio thriller, coisa e tal. Inclusive achei esse conceito bem parecido com 10 Cloverfield Lane /e algumas outras produções por aí, né? Não é uma idéia nova.
Porém, qualquer história cujo enredo começa questionando a realidade de si mesma já têm a minha empatia instantânea, então, foi isso que me manteve interessado em continuar assistindo e... que bom!
Finalmente um sci-fi de plot REALMENTE interessante, que não entrega de bandeja tudo o que tem debaixo da manga (serão Zumbis, Aliens, Robos?) mas quando entrega, dá uma refeição completa com sobremesa e cafézinho pra completar.
Achei todas as referências nas quais o filme claramente se baseia deliciosas, desde Akira a Elfen Lied e, bem, se eu citar outras talvez vire spoiler.
A atmosfera geral ficou super marcada como algo vindo de quadrinhos, pra mim, e teve um momento em que eu quase achei que estivesse vendo algo oriundo do Mark Millar, o que tornou minha experiência de ver Freaks ainda melhor.
To bem feliz de saber que o filme foi bem reconhecido lá fora e, por mim, recomendadíssimo pra quem curte um sci-fi inteligente.
Amor Moderno (1ª Temporada)
4.2 587É como se tivessem conseguido achar uma forma de transformar um abraço quentinho em 30 minutos de episódio, gente.
Sinceramente eu esperava ver algo muito mais leviano e superficial, e nem teria problema se fosse assim, eu só queria ver algo feel good, pra passar o tempo.
Fiquei super feliz ao perceber que a série realmente abrangeu outras formas de amor, outras maneiras de amar, que não apenas aquele dentro de um relacionamento afetivo entre homem e mulher. Nada extremamente ousado, claro, mas tudo muito delicado, coerente e franco.
A trilha pra lá de fofa, as estações do ano em Nova York e, acima de tudo isso, Anne Hathaway no que, pra mim, foi uma de suas performances mais estonteantes: O Emmy vem!
Único pecado foi ter só 8 episódios. Animado pela segunda temporada, quero ver ainda mais diversidade, minhas lágrimas já tão prontas, aqui. <3
Bacurau
4.3 2,8K Assista Agora"EXECUÇÕES PÚBLICAS NO VALE DO ANHANGABAÚ CONTINUAM HOJE AS 14HRS"
Hoje eu vou dormir muito mal.
Years and Years
4.5 270"Years and Years" é o tipo de coisa que te faz perceber a proporção medonha que os nossos medos alcançaram.
Hoje em dia, nada me parece tão ameaçador quanto o futuro, nada é tão desanimador como o presente, nada é tão assustador quanto o tempo, em si; a passagem dele e o que ele trás.
Juntar esses aspectos e retratar a dinâmica entre eles através do olhar de uma família de classe média (mesmo que culturalmente tão distante da realidade do Brasil) tornou a experiência de assistir essa série aterrorizante, pra mim, por ser tão real, tão verossímil, por tornar minha desesperança tão palpável.
É uma temporada simplesmente perfeita, surpreendentemente com começo, meio e fim (aprendam, Netflix e Amazon), sem rodeios. Enredo, composição e atuações incríveis.
Minha única crítica seria ao personagem do Viktor. Ele é uma peça importante e achei a construção dele bem rasa, se comparada a todos os outros do núcleo da história: todos esses outros, de uma maneira ou de outra, apaixonantes.
Ainda assim, no quadro geral, pela autenticidade da ideia, pela diversidade e representatividade absurda dos personagens, pela genialidade da trama e pela ousadia de falar e criticar o momento em que vivemos de uma maneira tão inteligente, "Years and Years" merece 5, 10, todas as estrelas e notas máximas que existirem.
O Segredo de Brokeback Mountain
3.9 2,2K Assista Agora"Jack, I swear..." 💔
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KPetra pegou todas as atrocidades políticas das nossas vidas, desde o golpe até a chegada do palhaço ao poder, colocou num liquidificador e bateu bem, sempre se preocupando em manter uma narrativa coerente e direta.
O resultado é um líquido muito amargo, muito azedo, e extremamente difícil de tomar.
Ainda assim, de uma forma contraditória e meio assustadora, é um produto visualmente prazeroso e hipnótico, ao se consumir. Um copo cheio de lágrimas e desesperança.
Assim como não existem argumentos contra os FATOS apresentados nesse documentário, nenhuma pedra vai ser capaz de destruir o monumento jornalístico ou destituir a importância histórica que essa obra representa, para o Brasil.
Tuca & Bertie (1ª Temporada)
4.3 58Fui ver sem nenhum cuidado, não esperando muito mais do que humor non-sense com muito dedo no cy e gritaria. Terminei com um puta trabalho bem feito, tocante, ORIGINAL *em caixa alta*, tratando de tantos assuntos atuais e importantes de forma surpreendentemente inteligente e delicada.
Eu olhei pra Tuca and Bertie e gritei: OBRA PRIMA!
WiFi Ralph: Quebrando a Internet
3.7 739 Assista AgoraUm beijo pra todas as Vanellopes da vida real que também sobreviveram a um relacionamento/amizade abusivo com alguém tão chato e egoísta quanto o Ralph.
A única coisa que realmente valeu a pena nesse filme foi ver as princesas juntas. O mensageirinho do Ebay tem mil vezes mais carisma que Ralph e a menina juntos. Pelo menos não é da Pixar, então não preciso me decepcionar porque não tinha expectativas.