Já não cabe mais explorar a violência gráfica de um tiroteio em massa, faz muito tempo.
Já se tornou de mal gosto o interesse doentio da mídia em focar a narrativa desses acontecimentos do ponto de vista dos perpetradores, que não nunca foram a raiz do problema.
Porém, a discussão em torno desses fenômenos horrendos não pode parar, até haver uma real mudança. Portanto, a abordagem delicada e a perspectiva autocrítica que The Fallout trouxe pra esse fenômeno terrível é algo tão doloroso quanto necessário.
Não esperava que a carga emocional desse filme me afetaria tanto. A verossimilhança dos personagens chega a ser um tanto desconcertante, de tão real.
A cena final, embora tão cruel, consagra o filme como um ato político além de uma obra de arte. Kudos pra Megan Park e Jenna Ortega por um trabalho incrível e marcante.
Fazia literalmente anos que eu não me divertia tanto numa sessão de cinema. A atmosfera geral do povo que tava na sala parecia unânime: Everything Everywere é uma experiência única, autêntica, visualmente caótica e surpreendentemente coerente.
Esse filme é um respiro fundo e merecido pra crise de scripts que hollywood vem sofrendo nos últimos 10 anos e o que me deixa mais feliz é que a obra fez isso com um núcleo principal de personagens inteiramente não-brancos.
Espero que o hype continue e Eveything receba toda atenção e adoração que merece Everywhere, All AT ONCE!
O Marco Berger é o Dan Brow do cinema gay: várias histórias iguais que só muda o título.
Eu fui assistir esse filme já sabendo de tudo o que ia acontecer só de ler a sinopse: pocs fora do meio se comendo por olhares até alguém ceder > brotheragem estilizada com nu frontal > o início de um sonho > deu tudo errado.
Mas aí é que tá. Previsibilidade nem sempre precisa ser algo ruim, se tiverem outros aspectos que deem uma compensada. Falei disso também quando comentei sobre Matthias e Maxime. Aqui, o destaque claramente não é o plot, e sim o personagem que dá título ao filme.
O ator do Gabriel fez um bom trabalho conseguindo transmitir sentimentos e reagindo a situações diversas só com olhares, comunicação corporal e o total de, sei lá, 10 sentenças inteiras que ele fala em quase 2 horas de filme. Isso não é uma tarefa fácil.
E eu sinceramente não entendo quem assiste filme super realista e se incomoda com as cenas de silêncio/apatia/diálogos rasos. Isso faz parte da proposta da coisa toda. Não gostar do filme só por causa desses aspectos é só resultado de uma expectativa infundada, e não uma falha da obra em si.
De qualquer maneira, mesmo que "Un Rubio" não mude vidas ou ~abale~ a comunidade cinematográfica, considero uma reciclagem refinada, delicada e bem vinda, aos personagens e arquétipos que o Marco Berger adora tanto representar.
E, de fato, o último diálogo do filme meio que fez tudo valer a pena, pra mim. Não é nenhum plot twist, nenhuma epifania, só uma interação que traz um gostinho final surpresa, muito docinho, pra uma experiência que até então é um tanto azeda (SO-SOUR CANDY).
Recomendo, sim, pra quem não tem medo de lidar com sutilezas.
É, a gente teve Modern Love e uns episódios de séries fofinhas aqui e ali, nos últimos anos, mas eu nem me lembro a última vez que um filme live-action me deixou com o coração tão quentinho.
Aqui, a simplicidade do plot e a dinâmica incrível do Duplass com a Morales se tornam chaves pra assuntos e situações que vão do corriqueiro e trivial até o trágico e complexo. Tudo feito de uma forma muito coerente.
Nunca falta romance água com açúcar e de comédias rasas por aí, mas acho raríssimo achar um script com uma sensibilidade afinada pra falar de amizade, de uma maneira natural, fluida e reconhecível, como Language Lessons faz.
Uma pena que esse tipo de produção ainda seja tão nichada. Se você está lendo esse comentário e gostou do filme como eu, vamos disseminar nosso privilégio e compartilhar esse filme com todos :D
Ok, a gente tá saturado dessa ladainha clichê de filme gay onde tem uma poc interessada e outra que só faz merda e fica em negação. Pelo menos eu tô. É o tipo de coisa que acontece em TODOS os filmes de "coming of age" LGBT de meninos.
E, bem, é exatamente o que se repete aqui. Porém, como é de praxe do Xavier, o foco do filme claramente não estava em criar um plot inédito e livre de clichês, mas nas sutilezas e na forma como algumas dinâmicas que já saturaram os filmes teens conseguem apresentar facetas muito mais interessantes quando aplicadas a personagens mais velhos, de determinada camada social, de uma cultura específica, etc.
Então, mesmo já sabendo tudo o que aconteceria depois de assistir os primeiros 15 minutos do filme, eu não me importei.
A verossimilhança daquele grupo de amigos (homi ht é igual em todo lugar né? mds), a naturalidade absurda dos diálogos e a delicadeza do dilema da história me cativaram demais.
Com isso, meu ódio pelo Dolan só aumenta, claro. A bisha tem 31 anos e já fez uma penca de filme incrível, vsf. Se eu vejo na rua eu dou é um socão na boca. - zuera.
Matt and Maxime é ótimo, assista num dia frio com um cházinho, vale a pena. <3
Poxa, tinha tudo pra ser incríveeeeeeel, se tivesse terminado na primeira hora.
Não é só giallo, acho que esse é um dos primeiros filmes com budget consideravel que dá pra ver claramente uma influencia pesada de vaporwave, mesmo que inconsciente, tanto na estética quanto na trilha sonora, que ficou lindo demais.
Os takes dos manequins nos comerciais me lembravam os clipes da SOPHIE, as atendentes, o "gerente" e toda a atmosfera por trás da loja eram uma clara referência a Suspiria, Rosemary e senti até uma pitada forte de Rocky Horror.
Enfim, várias nuances inteligentes e autenticas, que, pra mim, se perderam quando o filme se estendeu através de um segundo ato bem sem graça, sem rumo, bem desnecessário, uma pena.
I will never be satisfied, mas to satisfeitíssimo com essa gravação PERFEITA de um musical que eu venero e nunca achei que fosse assistir! Ainda sonho em ver live, tho.
ANGÉLICA FAZ TUDO. VOCÊ MERECE O MUNDO INTEIRO, ENTENDA.
Uma dia, super atrasado pro trabalho, saí de casa correndo e fiquei feliz que consegui pegar um ônibus assim que cheguei no ponto. O ônibus estava cheio e logo nas primeiras curvas deu pra perceber que ia dar ruim.
O motor morreu uma vez, duas. Algumas pessoas desistiram nessa segunda, desceram do ônibus pra esperar o próximo. O motorista, ao contrário do que se espera, parecia querer insistir em continuar seguindo com o negócio quebrado, mesmo com o cobrador reclamando.
Eu não desci. Acreditei que iria me atrasar mais, se fosse esperar outro ônibus e, afinal, se o motorista tava confiante pra seguir viagem, então é porque ia dar certo, né?
Óbvio que não. O ônibus quebrou de vez numa ladeira, claro, e eu me atrasei mais do que se tivesse descido e esperado outro antes. Saí xingando, frustrado com o ônibus, o motorista e a minha burrice.
Assistir The Lighthouse foi exatamente a mesma experiência:
Estar num veículo enguiçado, que engasga em seu próprio combustível, afoga à cada engate, morre à cada troca de marcha e, no meio disso tudo, dois condutores gritando coisas sem sentido.
Anda aos trancos e nunca chega ao seu destino. Não desce da ladeira simplesmente por sequer conseguir chegar ao topo de uma.
Pra mim, foi um ótimo exemplo de como NÃO se desenvolver um enredo e de como a falta de instrumentos básicos de narrativa, como nó e desenlace, pode destruir qualquer ideia interessante.
Se essa estagnação de plot foi proposital, parabéns, funcionou, ficou péssimo. Se não foi, pior ainda, é patético. Não tem atuação ou frame bonito que salve uma história ruim.
Minha única alegria relacionada a esse filme é saber que eu não paguei pra ver isso no cinema.
Se você tem chance, não faça igual eu, se salva, desce do ônibus, corre (e assiste Parasite).
Fui assistir sem saber quase nada sobre o filme, além da premissa inicial de "pai louco + criança presa + o que tem lá fora (?)", meio sci-fi, meio thriller, coisa e tal. Inclusive achei esse conceito bem parecido com 10 Cloverfield Lane /e algumas outras produções por aí, né? Não é uma idéia nova.
Porém, qualquer história cujo enredo começa questionando a realidade de si mesma já têm a minha empatia instantânea, então, foi isso que me manteve interessado em continuar assistindo e... que bom!
Finalmente um sci-fi de plot REALMENTE interessante, que não entrega de bandeja tudo o que tem debaixo da manga (serão Zumbis, Aliens, Robos?) mas quando entrega, dá uma refeição completa com sobremesa e cafézinho pra completar.
Achei todas as referências nas quais o filme claramente se baseia deliciosas, desde Akira a Elfen Lied e, bem, se eu citar outras talvez vire spoiler.
A atmosfera geral ficou super marcada como algo vindo de quadrinhos, pra mim, e teve um momento em que eu quase achei que estivesse vendo algo oriundo do Mark Millar, o que tornou minha experiência de ver Freaks ainda melhor.
To bem feliz de saber que o filme foi bem reconhecido lá fora e, por mim, recomendadíssimo pra quem curte um sci-fi inteligente.
Petra pegou todas as atrocidades políticas das nossas vidas, desde o golpe até a chegada do palhaço ao poder, colocou num liquidificador e bateu bem, sempre se preocupando em manter uma narrativa coerente e direta.
O resultado é um líquido muito amargo, muito azedo, e extremamente difícil de tomar.
Ainda assim, de uma forma contraditória e meio assustadora, é um produto visualmente prazeroso e hipnótico, ao se consumir. Um copo cheio de lágrimas e desesperança.
Assim como não existem argumentos contra os FATOS apresentados nesse documentário, nenhuma pedra vai ser capaz de destruir o monumento jornalístico ou destituir a importância histórica que essa obra representa, para o Brasil.
Um beijo pra todas as Vanellopes da vida real que também sobreviveram a um relacionamento/amizade abusivo com alguém tão chato e egoísta quanto o Ralph.
A única coisa que realmente valeu a pena nesse filme foi ver as princesas juntas. O mensageirinho do Ebay tem mil vezes mais carisma que Ralph e a menina juntos. Pelo menos não é da Pixar, então não preciso me decepcionar porque não tinha expectativas.
Pra mim, ver "Us" foi como assistir uma obra arquitetônica sendo concebida, desde a base até os ornamentos. E, como toda boa obra, "Us" se mantém firme, sólido, de pé, por meio de alicerces muito poderosos, sendo exemplos:
Ok, tentando ser mais direto, apesar de, sim, Lupita Nyong'o contribuir com maestria para a imensidão do quanto este filme é bom, é muito fácil perceber que outros fatores asseguram que o enredo flua sem obstáculos;
Não é um filme art-house, mas também não é um filme totalmente comercial, não no sentido que conhecemos, daí o fato de haverem pouquíssimos clichês; Não deixa de haver referências a outros filmes de terror de invasão /duplos malignos, daí o fator que o torna, de certa maneira, familiar, ao menos pra amantes de terror.
Mas a palavra que mais define tudo, aqui, pra mim, é ~ autenticidade ~. A autenticidade de Us é *GRI TAN TE, visualmente, sonoramente e criativamente falando. Acho impossível, pra qualquer um, negar isso.
É por isso que, na minha cabeça, eu só consigo associar a experiência que é ver esse filme com a construção de algo grandioso, clássico, minucioso, quase sacro, como uma arte renascentista - só que atual, só que mindfuck, só que de terror - ou seja? Perfeição, migues, só aceita. ¯\_(ツ)_/¯
Ano passado, "A Casa Que Jack Construiu", do Von Trier, foi até interessante. Mas olha, O FILME GENIAL QUE O JORDAN PEELE CONSTRUIU, pqp, é histórico.
Violência estilizada? Ateísmo? Diálogos existenciais? A voz de telesexo do Willem Dafoe? Natalie Portman sendo o Cisne Negro full time, NIILISMO EXACERBADO E TUDO ISSO JUNTO COM MÚSICA POP E PERFORMANCE?!!
GENTE?! Como assim?! Esse filme foi feito pra mim e por mim! Só faltou enfiar umas bruxaria no meio e teria tudo o que eu gosto num filme só, eu tô até assustado, sério.
Fora minha histeria, ok, eu sei que cada um tem seu gosto e tal, ache o que você quiser, mas simplesmente não dá pra dizer que esse filme não é ÚNICO. E só por poder dizer isso eu já favoritei, foi de-mais.
Tô super feliz que eu presenciei esse momento no cinema!
O momento em que a indústria da animação MUDOU PRA SEMPRE.
Porque é simplesmente isso, migues, Spiderverse fez o que até a Pixar não conseguiu fazer, nos últimos 5 anos: trazer a animação para um outro nível, tanto em técnica, quanto em produção, quanto em direção e diversidade.
Só de lembrar eu já quero sair aplaudindo, de tão satisfeito que eu to por participar de um evento tão importante pra um gênero que eu amo tanto! Maravilhoso.
Eu não sei dizer exatamente o que foi. Porque teve tanta coisa. Tanta informação.
A coreografia absurda, é sem dúvida a minha maior aposta. A Tilda Swinton de lace preta, talvez. Bruxaria é definitivamente um ponto fraco, pra mim. Mas, o que mais? O satanismo matriarcal? As cores? O choque? O sangue?
Aqui, a estrutura do script tá uma verdadeira bagunça; várias incoerências no enredo e subplots completamente desnecessárias. Parece que o diretor quis dançar mais do que ele deveria (badum-tsss).
Mas, de novo: Não, sei. Eu não sei o que foi; só sei que esse filme me pegou de jeito. E mesmo tão defeituoso eu não consigo não favoritar.
Seja qual for o encantamento que usaram aqui, funcionou em mim. Suspiria é único e incrível. Uma nova e interessante experiência pra qualquer amante de terror.
Eu to muito grato que Overlord, junto com "Upgrade", tão aí pra provar que ainda dá pra fazer um filme de ação bem divertido e despretensioso, sem ser trash demais.
É o típo de título que tu vai lembrar de mencionar numa conversa casual com amigos que não curtem filmes cabeça, mas que também não são completamente rasos, (lol).
Merece ainda mais reconhecimento pelo protagonista não-branco e pela personagem mulher que simplesmente não precisa de nenhum homem pra fazer cenas FODAS.
Gente, magina, não era LSD na sangria, não, era Hype, sossega. Hype do bom.
Tão agindo como se fosse o primeiro filme de galera passando mal, mano, ué.
/Ou hype ou sou eu que não me impressiono com mais nada. ¯\_(ツ)_/¯
E, se for esse o caso, a culpa também é do Gaspar Noé, porque eu nunca superei Irréversible e, evidentemente, ele também não. Talvez nunca superemos. Tudo bem.
2 horas e 20 depois e eu tô só o meme do John Travolta tentando achar o filme bom que disseram que tava aqui.
Deve ter algum engano, não pode ser o Drew Goddard de The Cabin, Buffy e Daredevil. Essa história foi claramente escrita por uma criança de 10 anos, de tão infantil e incoerente.
Migo, não precisava tentar refazer Os Oito Odiados, supera. To bem triste com esse flop.
A Vida Depois
3.4 158 Assista AgoraJá não cabe mais explorar a violência gráfica de um tiroteio em massa, faz muito tempo.
Já se tornou de mal gosto o interesse doentio da mídia em focar a narrativa desses acontecimentos do ponto de vista dos perpetradores, que não nunca foram a raiz do problema.
Porém, a discussão em torno desses fenômenos horrendos não pode parar, até haver uma real mudança. Portanto, a abordagem delicada e a perspectiva autocrítica que The Fallout trouxe pra esse fenômeno terrível é algo tão doloroso quanto necessário.
Não esperava que a carga emocional desse filme me afetaria tanto. A verossimilhança dos personagens chega a ser um tanto desconcertante, de tão real.
A cena final, embora tão cruel, consagra o filme como um ato político além de uma obra de arte. Kudos pra Megan Park e Jenna Ortega por um trabalho incrível e marcante.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraFazia literalmente anos que eu não me divertia tanto numa sessão de cinema. A atmosfera geral do povo que tava na sala parecia unânime: Everything Everywere é uma experiência única, autêntica, visualmente caótica e surpreendentemente coerente.
Esse filme é um respiro fundo e merecido pra crise de scripts que hollywood vem sofrendo nos últimos 10 anos e o que me deixa mais feliz é que a obra fez isso com um núcleo principal de personagens inteiramente não-brancos.
Espero que o hype continue e Eveything receba toda atenção e adoração que merece Everywhere, All AT ONCE!
Um Loiro
3.7 76O Marco Berger é o Dan Brow do cinema gay: várias histórias iguais que só muda o título.
Eu fui assistir esse filme já sabendo de tudo o que ia acontecer só de ler a sinopse: pocs fora do meio se comendo por olhares até alguém ceder > brotheragem estilizada com nu frontal > o início de um sonho > deu tudo errado.
Mas aí é que tá. Previsibilidade nem sempre precisa ser algo ruim, se tiverem outros aspectos que deem uma compensada. Falei disso também quando comentei sobre Matthias e Maxime. Aqui, o destaque claramente não é o plot, e sim o personagem que dá título ao filme.
O ator do Gabriel fez um bom trabalho conseguindo transmitir sentimentos e reagindo a situações diversas só com olhares, comunicação corporal e o total de, sei lá, 10 sentenças inteiras que ele fala em quase 2 horas de filme. Isso não é uma tarefa fácil.
E eu sinceramente não entendo quem assiste filme super realista e se incomoda com as cenas de silêncio/apatia/diálogos rasos. Isso faz parte da proposta da coisa toda. Não gostar do filme só por causa desses aspectos é só resultado de uma expectativa infundada, e não uma falha da obra em si.
De qualquer maneira, mesmo que "Un Rubio" não mude vidas ou ~abale~ a comunidade cinematográfica, considero uma reciclagem refinada, delicada e bem vinda, aos personagens e arquétipos que o Marco Berger adora tanto representar.
E, de fato, o último diálogo do filme meio que fez tudo valer a pena, pra mim. Não é nenhum plot twist, nenhuma epifania, só uma interação que traz um gostinho final surpresa, muito docinho, pra uma experiência que até então é um tanto azeda (SO-SOUR CANDY).
Recomendo, sim, pra quem não tem medo de lidar com sutilezas.
A Um Clique de Distância
3.6 4 Assista AgoraÉ, a gente teve Modern Love e uns episódios de séries fofinhas aqui e ali, nos últimos anos, mas eu nem me lembro a última vez que um filme live-action me deixou com o coração tão quentinho.
Aqui, a simplicidade do plot e a dinâmica incrível do Duplass com a Morales se tornam chaves pra assuntos e situações que vão do corriqueiro e trivial até o trágico e complexo. Tudo feito de uma forma muito coerente.
Nunca falta romance água com açúcar e de comédias rasas por aí, mas acho raríssimo achar um script com uma sensibilidade afinada pra falar de amizade, de uma maneira natural, fluida e reconhecível, como Language Lessons faz.
Uma pena que esse tipo de produção ainda seja tão nichada. Se você está lendo esse comentário e gostou do filme como eu, vamos disseminar nosso privilégio e compartilhar esse filme com todos :D
Sobre a Eternidade
3.6 22- Isn't it quite fantastic?
- What?
- Everything.
Matthias & Maxime
3.4 132 Assista AgoraOk, a gente tá saturado dessa ladainha clichê de filme gay onde tem uma poc interessada e outra que só faz merda e fica em negação. Pelo menos eu tô. É o tipo de coisa que acontece em TODOS os filmes de "coming of age" LGBT de meninos.
E, bem, é exatamente o que se repete aqui. Porém, como é de praxe do Xavier, o foco do filme claramente não estava em criar um plot inédito e livre de clichês, mas nas sutilezas e na forma como algumas dinâmicas que já saturaram os filmes teens conseguem apresentar facetas muito mais interessantes quando aplicadas a personagens mais velhos, de determinada camada social, de uma cultura específica, etc.
Então, mesmo já sabendo tudo o que aconteceria depois de assistir os primeiros 15 minutos do filme, eu não me importei.
A verossimilhança daquele grupo de amigos (homi ht é igual em todo lugar né? mds), a naturalidade absurda dos diálogos e a delicadeza do dilema da história me cativaram demais.
Com isso, meu ódio pelo Dolan só aumenta, claro. A bisha tem 31 anos e já fez uma penca de filme incrível, vsf. Se eu vejo na rua eu dou é um socão na boca. - zuera.
Matt and Maxime é ótimo, assista num dia frio com um cházinho, vale a pena. <3
Vestido Maldito
2.6 202 Assista AgoraPoxa, tinha tudo pra ser incríveeeeeeel, se tivesse terminado na primeira hora.
Não é só giallo, acho que esse é um dos primeiros filmes com budget consideravel que dá pra ver claramente uma influencia pesada de vaporwave, mesmo que inconsciente, tanto na estética quanto na trilha sonora, que ficou lindo demais.
Os takes dos manequins nos comerciais me lembravam os clipes da SOPHIE, as atendentes, o "gerente" e toda a atmosfera por trás da loja eram uma clara referência a Suspiria, Rosemary e senti até uma pitada forte de Rocky Horror.
Enfim, várias nuances inteligentes e autenticas, que, pra mim, se perderam quando o filme se estendeu através de um segundo ato bem sem graça, sem rumo, bem desnecessário, uma pena.
Hamilton
4.5 256 Assista AgoraI will never be satisfied, mas to satisfeitíssimo com essa gravação PERFEITA de um musical que eu venero e nunca achei que fosse assistir! Ainda sonho em ver live, tho.
ANGÉLICA FAZ TUDO. VOCÊ MERECE O MUNDO INTEIRO, ENTENDA.
Planeta dos Humanos
4.1 10 Assista AgoraRita Von Hunty me mandou aqui e não sei se devo agradecer ou não.
Minha sorte é já estar desprovido de qualquer esperança na humanidade muito antes de ver o doc. Então... water off a duck's back.
Ainda assim, de uma forma meio masoquista, é mesmo muito interessante ver como as coisas podem ser realmente ainda piores do que você imagina.
Nesse sentido, tô recomendando pra todos os meus amigos que não tem medo de olhar direto no fundo do abismo.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraUma dia, super atrasado pro trabalho, saí de casa correndo e fiquei feliz que consegui pegar um ônibus assim que cheguei no ponto. O ônibus estava cheio e logo nas primeiras curvas deu pra perceber que ia dar ruim.
O motor morreu uma vez, duas. Algumas pessoas desistiram nessa segunda, desceram do ônibus pra esperar o próximo. O motorista, ao contrário do que se espera, parecia querer insistir em continuar seguindo com o negócio quebrado, mesmo com o cobrador reclamando.
Eu não desci. Acreditei que iria me atrasar mais, se fosse esperar outro ônibus e, afinal, se o motorista tava confiante pra seguir viagem, então é porque ia dar certo, né?
Óbvio que não. O ônibus quebrou de vez numa ladeira, claro, e eu me atrasei mais do que se tivesse descido e esperado outro antes. Saí xingando, frustrado com o ônibus, o motorista e a minha burrice.
Assistir The Lighthouse foi exatamente a mesma experiência:
Estar num veículo enguiçado, que engasga em seu próprio combustível, afoga à cada engate, morre à cada troca de marcha e, no meio disso tudo, dois condutores gritando coisas sem sentido.
Anda aos trancos e nunca chega ao seu destino. Não desce da ladeira simplesmente por sequer conseguir chegar ao topo de uma.
Pra mim, foi um ótimo exemplo de como NÃO se desenvolver um enredo e de como a falta de instrumentos básicos de narrativa, como nó e desenlace, pode destruir qualquer ideia interessante.
Se essa estagnação de plot foi proposital, parabéns, funcionou, ficou péssimo. Se não foi, pior ainda, é patético. Não tem atuação ou frame bonito que salve uma história ruim.
Minha única alegria relacionada a esse filme é saber que eu não paguei pra ver isso no cinema.
Se você tem chance, não faça igual eu, se salva, desce do ônibus, corre (e assiste Parasite).
Bacurau
4.3 2,7K Assista AgoraTranseuntes na rua: ...
Eu: "Bom dia, você já ouviu falar da palavra de Bacurau hoje?"
Testemunha de Lunguinha, sim, com muito orgulho.
PS: Eu nunca achei que um dia algo me faria querer esquecer como se fala inglês. Ver Bacurau no cinema me deixou assim.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraPois é, 2020 começou comigo aprendendo que o hype, meus amigos, o hype é merecido, sim, em alguns casos.
PARASITE é absolutamente um desses casos. Se eu ficar pensando muito sobre o filme eu começo a bater palma inconscientemente.
"Ki-woon, sabe que tipo de plano nunca falha? Nenhum plano."
Aberrações
3.2 139 Assista AgoraFui assistir sem saber quase nada sobre o filme, além da premissa inicial de "pai louco + criança presa + o que tem lá fora (?)", meio sci-fi, meio thriller, coisa e tal. Inclusive achei esse conceito bem parecido com 10 Cloverfield Lane /e algumas outras produções por aí, né? Não é uma idéia nova.
Porém, qualquer história cujo enredo começa questionando a realidade de si mesma já têm a minha empatia instantânea, então, foi isso que me manteve interessado em continuar assistindo e... que bom!
Finalmente um sci-fi de plot REALMENTE interessante, que não entrega de bandeja tudo o que tem debaixo da manga (serão Zumbis, Aliens, Robos?) mas quando entrega, dá uma refeição completa com sobremesa e cafézinho pra completar.
Achei todas as referências nas quais o filme claramente se baseia deliciosas, desde Akira a Elfen Lied e, bem, se eu citar outras talvez vire spoiler.
A atmosfera geral ficou super marcada como algo vindo de quadrinhos, pra mim, e teve um momento em que eu quase achei que estivesse vendo algo oriundo do Mark Millar, o que tornou minha experiência de ver Freaks ainda melhor.
To bem feliz de saber que o filme foi bem reconhecido lá fora e, por mim, recomendadíssimo pra quem curte um sci-fi inteligente.
Bacurau
4.3 2,7K Assista Agora"EXECUÇÕES PÚBLICAS NO VALE DO ANHANGABAÚ CONTINUAM HOJE AS 14HRS"
Hoje eu vou dormir muito mal.
O Segredo de Brokeback Mountain
3.9 2,2K Assista Agora"Jack, I swear..." 💔
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KPetra pegou todas as atrocidades políticas das nossas vidas, desde o golpe até a chegada do palhaço ao poder, colocou num liquidificador e bateu bem, sempre se preocupando em manter uma narrativa coerente e direta.
O resultado é um líquido muito amargo, muito azedo, e extremamente difícil de tomar.
Ainda assim, de uma forma contraditória e meio assustadora, é um produto visualmente prazeroso e hipnótico, ao se consumir. Um copo cheio de lágrimas e desesperança.
Assim como não existem argumentos contra os FATOS apresentados nesse documentário, nenhuma pedra vai ser capaz de destruir o monumento jornalístico ou destituir a importância histórica que essa obra representa, para o Brasil.
WiFi Ralph: Quebrando a Internet
3.7 738 Assista AgoraUm beijo pra todas as Vanellopes da vida real que também sobreviveram a um relacionamento/amizade abusivo com alguém tão chato e egoísta quanto o Ralph.
A única coisa que realmente valeu a pena nesse filme foi ver as princesas juntas. O mensageirinho do Ebay tem mil vezes mais carisma que Ralph e a menina juntos. Pelo menos não é da Pixar, então não preciso me decepcionar porque não tinha expectativas.
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraPra mim, ver "Us" foi como assistir uma obra arquitetônica sendo concebida, desde a base até os ornamentos. E, como toda boa obra, "Us" se mantém firme, sólido, de pé, por meio de alicerces muito poderosos, sendo exemplos:
- Lupita Nyong'o
- Trilha sonora perfeitamente pensada
- Lupita Nyong'o
- Roteiro original
- LUPITA FUCKING NYONG'O (!!!!!!!!!1!!!!)
Ok, tentando ser mais direto, apesar de, sim, Lupita Nyong'o contribuir com maestria para a imensidão do quanto este filme é bom, é muito fácil perceber que outros fatores asseguram que o enredo flua sem obstáculos;
Não é um filme art-house, mas também não é um filme totalmente comercial, não no sentido que conhecemos, daí o fato de haverem pouquíssimos clichês; Não deixa de haver referências a outros filmes de terror de invasão /duplos malignos, daí o fator que o torna, de certa maneira, familiar, ao menos pra amantes de terror.
Mas a palavra que mais define tudo, aqui, pra mim, é ~ autenticidade ~. A autenticidade de Us é *GRI TAN TE, visualmente, sonoramente e criativamente falando. Acho impossível, pra qualquer um, negar isso.
É por isso que, na minha cabeça, eu só consigo associar a experiência que é ver esse filme com a construção de algo grandioso, clássico, minucioso, quase sacro, como uma arte renascentista - só que atual, só que mindfuck, só que de terror - ou seja? Perfeição, migues, só aceita. ¯\_(ツ)_/¯
Ano passado, "A Casa Que Jack Construiu", do Von Trier, foi até interessante. Mas olha, O FILME GENIAL QUE O JORDAN PEELE CONSTRUIU, pqp, é histórico.
Vox Lux - O Preço da Fama
2.9 223Violência estilizada? Ateísmo? Diálogos existenciais? A voz de telesexo do Willem Dafoe? Natalie Portman sendo o Cisne Negro full time, NIILISMO EXACERBADO E TUDO ISSO JUNTO COM MÚSICA POP E PERFORMANCE?!!
GENTE?! Como assim?! Esse filme foi feito pra mim e por mim! Só faltou enfiar umas bruxaria no meio e teria tudo o que eu gosto num filme só, eu tô até assustado, sério.
Fora minha histeria, ok, eu sei que cada um tem seu gosto e tal, ache o que você quiser, mas simplesmente não dá pra dizer que esse filme não é ÚNICO. E só por poder dizer isso eu já favoritei, foi de-mais.
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraTô super feliz que eu presenciei esse momento no cinema!
O momento em que a indústria da animação MUDOU PRA SEMPRE.
Porque é simplesmente isso, migues, Spiderverse fez o que até a Pixar não conseguiu fazer, nos últimos 5 anos: trazer a animação para um outro nível, tanto em técnica, quanto em produção, quanto em direção e diversidade.
Só de lembrar eu já quero sair aplaudindo, de tão satisfeito que eu to por participar de um evento tão importante pra um gênero que eu amo tanto! Maravilhoso.
Suspíria: A Dança do Medo
3.7 1,2K Assista AgoraEu não sei dizer exatamente o que foi. Porque teve tanta coisa. Tanta informação.
A coreografia absurda, é sem dúvida a minha maior aposta. A Tilda Swinton de lace preta, talvez. Bruxaria é definitivamente um ponto fraco, pra mim. Mas, o que mais? O satanismo matriarcal? As cores? O choque? O sangue?
Aqui, a estrutura do script tá uma verdadeira bagunça; várias incoerências no enredo e subplots completamente desnecessárias. Parece que o diretor quis dançar mais do que ele deveria (badum-tsss).
Mas, de novo: Não, sei. Eu não sei o que foi; só sei que esse filme me pegou de jeito. E mesmo tão defeituoso eu não consigo não favoritar.
Seja qual for o encantamento que usaram aqui, funcionou em mim. Suspiria é único e incrível. Uma nova e interessante experiência pra qualquer amante de terror.
Operação Overlord
3.3 502 Assista AgoraEu to muito grato que Overlord, junto com "Upgrade", tão aí pra provar que ainda dá pra fazer um filme de ação bem divertido e despretensioso, sem ser trash demais.
É o típo de título que tu vai lembrar de mencionar numa conversa casual com amigos que não curtem filmes cabeça, mas que também não são completamente rasos, (lol).
Merece ainda mais reconhecimento pelo protagonista não-branco e pela personagem mulher que simplesmente não precisa de nenhum homem pra fazer cenas FODAS.
Superfun!
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraGente, magina, não era LSD na sangria, não, era Hype, sossega. Hype do bom.
Tão agindo como se fosse o primeiro filme de galera passando mal, mano, ué.
/Ou hype ou sou eu que não me impressiono com mais nada. ¯\_(ツ)_/¯
E, se for esse o caso, a culpa também é do Gaspar Noé, porque eu nunca superei Irréversible e, evidentemente, ele também não. Talvez nunca superemos. Tudo bem.
Maus Momentos no Hotel Royale
3.6 339 Assista Agora... Ué?!
2 horas e 20 depois e eu tô só o meme do John Travolta tentando achar o filme bom que disseram que tava aqui.
Deve ter algum engano, não pode ser o Drew Goddard de The Cabin, Buffy e Daredevil. Essa história foi claramente escrita por uma criança de 10 anos, de tão infantil e incoerente.
Migo, não precisava tentar refazer Os Oito Odiados, supera. To bem triste com esse flop.