É meio complicado (e até desesperador) ver como uma ideia até bem interessante se mostra tão mal executada. O que temos aqui? Algum misticismo, com certo potencial, mas muito mal aproveitado; um amontoado de personagens peculiares que com o passar dos episódios se mostram sem qualquer relevância para a trama; uma série de eventos mal, pouco ou simplesmente não explicados (e não adianta pensar "ah, iriam explicar nas próximas temporadas", porque a primeira temporada se encerra sem sequer apontar para isso), e um roteiro que, do quarto episódio em diante, se perde quase que totalmente - "quase" porque ainda é mantida alguma ideia central, que liga os episódios entre si, apesar de mal explorada. A sensação que fica é que o criadores (David Milch e Kem Nunn) tinham uma ideia bem interessante, ideia essa que fica evidente no episódio piloto, escritos por eles próprios, mas que depois foi entregue a roteiristas chapados ou completamente descompromissados com algum fio narrativo minimamente razoável. Eu, como admirador do trabalho do Milch ("Deadwood" é uma das minhas séries mais queridas), só pude ficar frustrado, me perguntando onde eles queriam chegar com aquilo quase que o tempo todo. Eis um cancelamento até sensato, quanto à própria narrativa (a audiência, pelo que se sabe, até que não estava tão ruim), que desconfio já ser sabido pelos produtores de antemão, se é que existiam, em algum momento, planos para outra temporada, porque o último episódio acaba com gostinho de "já chega, já deu", deixando alguns pequenos ganchos até curiosos, mas que, para quem acompanhou a série desde o início, não animam por se saber que, daquele jeito, com aquele tratamento, não há subtrama que funcione. Ao contrário de "Luck", série posterior do Milch, cujo cancelamento precoce (mas bem justificado, considerando os diversos acidentes com animais ocorridos durante as gravações) deixa um gostinho de "quero mais", "John from Cincinnati" se encerra com gostinho de "como aguentei ver 10 episódios disso?".
A série é boa, mas peca pela execução exageradamente emotiva, com entrevistados/depoentes que falam com se tivessem lido a cartilha do "fale bem pausadamente para que possamos obter mais impacto dramático (mesmo que esse impacto venha a ser convertido em mera chateação)". A trilha sonora me pareceu bem competente (e conta até com Elza Soares e Francisco El Hombre).
Vale pelo caso e pelas informações, que são bem claras e consideram diversas perspectivas, mostrando o quão falha, politizada e manipulada pode ser nossa justiça (que novidade, hein?).
Como já diz uma certa canção...
todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade
mas você, se quiser pode cagar nesse artigo
e se tiver poder pode cagar nessa constituição
que dá nada
--- Obs.: o Raphael era inocente? Ó, dúvida cruel.
Dá para entender o motivo da nota tão baixa aqui, afinal a série mudou de rumo e tom, tornando-se praticamente um tipo de spin-off, mas eles conseguiram, de forma muito satisfatória, substituir a ausência do cinismo do Charlie com ótimos roteiros. Acho que eu não ria tanto com T&HM desde a quarta ou quinta temporada.
Não li o livro do Laclos, então não sei até onde a minissérie é ou deixa de ser fiel, mas, independentemente disso, gostei bastante. Ótimo texto e produção impecável. Só lamento pelo Selton Mello que simplesmente não convence como "Augusto, o jogador", atuando em boa parte das cenas de um jeito meio forçado, excessivamente formal. Somente em algumas cenas com Mariana, momentos em que ele se mostra mais natural, ao descobrir o verdadeiro amor (poético, não?), é que vemos o Selton que conhecemos. De resto, tudo lindo. E um final avassalador. Em resumo: "eu não me queixo, eu me vingo".
Minissérie intrigante, do tipo que te prende até o fim. Há alguns poréns, como alguma situações que soam forçadas, mas não sei até onde vai a veracidade daquilo, então me calo quanto a isso. O texto e a montagem são ótimos, só não achei interessante a ideia de colocar depoimentos de atores nos trechos documentais. Acho que os depoimentos do carcereiros reais já seriam o suficiente para manter o tom da obra. Além do fato de que essa mistura pode confundir um pouco, já que ficamos meio sem saber quem de fato é/era carcereiro ou apenas ator. Não que isso desmereça a série, de forma alguma, mas achei bem desnecessário. E agora é esperar pela adaptação de "Prisioneiras", o mais recente livro do Dráuzio Varella. Ali no final do último episódio fica a deixa. Bora torcer.
O que acho f*** nas produções da HBO? Simples: não há mocinhos ou vilões específicos, todos podem ser tanto um como outro. Há apenas personagens que tiveram que lidar com as consequências de suas escolhas, tenham elas sido apropriadas ou não (mesmo por que isso depende quase que exclusivamente da perspectiva). E no caso específico de Big Love, temos uma clara desmitificação da religião ao vermos tantos indivíduos com interpretações diferentes das mesmas "escrituras sagradas" (O Livro de Mórmon, no caso) fazendo todo tipo de coisa, legal ou ilegal/moral ou imoral, indo até as últimas consequências por "princípios" ditados por uma fé cega. Fé essa que atua apenas como uma meio de alcançar objetivos muitas vezes puramente mesquinhos e egoístas, diretamente ou não. Fico muito feliz que Big Love tenha durado tanto. Ou melhor, que tenha durado o suficiente para explorar todo o seu potencial. Às vezes, me pego imaginando no que teriam se tornado Carnivàle, Deadwood e Luck se tivessem tido a mesma oportunidade... Enfim, só me resta agradecer ao Will Scheffer e ao Mark V. Olsen por terem nos agraciado com esse tesourinho contemporâneo.
Antes de qualquer coisa, preciso admitir: sou um apaixonado inveterado pelas produções dramáticas originais da HBO. Dito isso, prossigamos... O que dizer então? Carnivàle foi um dos meus primeiros contatos com a HBO como produtora original de conteúdo. Até então eu achava que era só mais um canal de TV a Cabo. Quanto engano! E quanta surpresa, caros amigos, caros vizinhos! Uma trama da qual a gente nunca sabia o que esperar, com personagens surpreendentes e uma trilha sonora que simplesmente nos jogava dentro daquele universo. Direção e fotografia? Deliciosas. O resumo da ópera? Uma série que veio na época errada e por isso acabou não conseguindo cumprir sua jornada (cinco temporadas). Naquela época ainda não havia muito espaço na TV para ficção fantástica desse nível e aí deu no que deu, infelizmente. Agora, vendo o atual e maravilhoso estardalhaço provocado por séries desse gênero, percebo isso claramente. Sei que não há a menor possibilidade da HBO reviver Carnivàle ou mesmo pensar em um remake (não faz o tipo deles nem acho que conseguiriam fazer jus à obra original), mas nada custa torcer, não é? E pro time nós torcemos.
Nas duas primeiras temporadas eu sempre dei um tempo entre alguns episódios, mas nessa... Quanta tensão! Quase fiquei sem unhas aqui. Bill bem que poderia escrever um livro-manual tipo "Como suportar mulheres insanas, por Bill Henrickson", haha.
Linda demais! Montagem, fotografia, direção, trilha sonora... Quase tudo! Só pecou no roteiro de alguns episódios. É notável que a partir do sétimo episódio as coisas começam a acontecer rápido demais, o que, por se tratar de uma série planejada para ter cinco temporadas, achei desnecessário. Eu, sinceramente, estava achando que só veríamos um clímax como o visto nos dois últimos episódios lá pela terceira temporada (foi essa a sensação que os primeiros ótimos episódios me causaram), mas da metade em diante começou a correria. Não que isso tenha sido de todo ruim, afinal criou toda uma ansiedade louca pela segunda temporada, mas poderiam ter feito algo bem melhor, mais dramático e não necessariamente frenético. Acho também que poderiam ter dado um maior foco aos personagens descobrindo sua condição de sensate, Eles aparentemente aceitaram tudo muito rápido. Entendo que talvez isso tenha a ver com o fato de que eles possam sentir os que os outros indivíduos do grupo sentem e, por conseguinte, isso tenha facilitado a aceitação, mas ainda assim ficou muito estranho, como se meio que do nada eles já soubessem lidar com a situação e manipulá-la a seu bel prazer (o que contradiz o que o Jonas fala em um dos episódios, sobre a dificuldade de dominar as conexões por psycellium). Outra coisa que me cativou foi o humor leve e acertadamente inserido em alguns momentos (o encontro entre Lito e Will na Islândia foi apoteótico, rs), deixando a tensão um pouco menos dilacerante. Enfim, agora é esperar pela sequência e torcer para que eles sejam mais cuidadosos com roteiro e texto. E quanto às frases de efeito/autoajuda, tão presentes nos diálogos entre os sensates, vamos ser sinceros, né? Quando o assunto é aconselhar, direta ou indiretamente, todos nós abusamos da autoajuda, mesmo que aquela de algum guia ainda não escrito, e até das tão criticadas frases de efeito. E qual o problema? No final das contas, as palavras pouco importam, já que não seremos por elas julgados, mas pela coragem que há em nossos corações*.
Injustiçada. Não que merecesse uma segunda temporada (mesmo porque não fica brecha para isso), mas bem que poderia ter conseguido um pouco mais de espaço com o público, afinal temos uma ótima trama e um desenrolar bastante satisfatório. É natural que o final tenha, de certa maneira, decepcionado um pouco, já que durante vários episódios se cria uma expectativa enorme sobre a tal conspiração e depois percebemos que tudo que havia sido "planejado" por sabe-se lá quanto anos não era à prova de falhas elementais como as escavações de um arqueólogo morto há mais de vinte anos e sua possível influência na execução do Armageddon Protocol. Desde os primeiros dois episódios, era fácil perceber a inclinação de DIG à Sìndrome The Following (onde tudo dá sempre errado para os "mocinhos"). Fiquei feliz por ver que, apesar do pesares e clichês, DIG não se rendeu a isso. No final das contas, temos uma excelente minissérie com uma trama bem fechadinha, que prometia bem mais, sim, eu sei, mas que não deixa tão a desejar quanto a baixa audiência indica.
E daí voltamos à questão da expectativa... É natural que depois daquela primeira temporada fantástica, muita gente tenha meio que se decepcionado com essa. Expectativa. Só isso. Tanta coisa mudou (sim, concordo com aqueles que dizem que é praticamente outra série, afinal fica até meio difícil chamá-la de True Detective em termos restritivamente comparativos), e vejo claramente que o Nic Pizzolato nos mostrou outra de suas facetas, talvez a mais brutal/realista, com uma trama mais pé no chão mesmo. E creio que aí é que está a maior das diferenças, diferença essa que nos leva diretamente ao final apoteótico. Se no ano anterior tivemos um desenlace em que as coisas deram razoavelmente certo para (quase) todos, tivemos também dois protagonistas que indiretamente se meteram em algo bem maior que eles. Indiretamente. O que não é o caso de Ray e Frank. Ambos fizeram escolhas, ambos acabaram pagando por elas. Nada mais justo. Já Bezzerides e Woodrugh aparentemente foram dois azarados, se metendo em algo que não necessariamente os envolvia e também tiveram que pagar por isso (um mais do que outro). Claro que nem tudo foi assim tão positivo. O Nic, dessa vez, acabou criando uma trama maior que a série. Maior, melhor e extremamente mais complexa. O que dificultou visivelmente seu andamento e desfecho, mas nada que chegue a comprometê-la, muito pelo contrário. Pelo menos na opinião desse humilde Butakun, um veterano apaixonado por tramas insanas (como Baccano!, por exemplo), a expectativa por uma possível terceira temporada ou nova empreitada do Nic no mundo literário aumentou substancialmente. Resumindo: Lera Lynn ❤
É maravilhoso quando podemos ver a história de um país sendo retratada de forma tão humana, tão "pé no chão". E com tal produção e elenco, não fica difícil trazer ao mundo uma obra-prima.
Não sou fã do Batman e cia, mas entre os heróis da DC ele é um dos que menos me desagrada, por ser mais sério e menos exagerado em relação a outros tantos. Daí veio Gotham e me apaixonei pela ideia. Vi Gotham viva e não apenas os seres nela viventes. Juntando-se a isso ótimos personagens, enredos enxutos mas deliciosos e um puta climão de HQ séria que antes eu só tinha visto ser alcançado em longas me fez fã de imediato. Que venha a próxima temporada, e com ela Bruce, Alfred, Gordon, Nygma, Selina, Pinguim, Fish...
Já vi muitas séries nessa minha tenra vida, mas poucas conseguiram me fazer sentir tanto quanto The Wire. E assim, senti o peso que é jogado sobre as costas de uma sociedade moribunda por políticos cujo único objetivo é alcançar uma poltrona mais luxuosa. Senti a revolta de policiais que precisam lutar, não contra o crime, mas contra a politicagem, para conseguir fazer seu próprio trabalho. Senti a desolação de civis que não conseguem entender como as engrenagens da sociedade passaram a funcionar de uma maneira tão doentia. Senti o pesar daqueles que não tiveram saída a não ser "aprender a jogar" ou simplesmente perder o jogo. Senti, senti, senti... The Wire é assim. Ela mexe com você. Te faz pensar e rever conceitos. Te faz perceber que existem opções e escolhas, mas algumas vezes (algumas muitas vezes) não somos nós que escolhemos. É apenas o jogo. Jogo esse que, ao fim de cinco excelentes temporadas, percebemos ser imundo. É, a mensagem foi dada.
Uma ideia interessante, apesar de nada inovadora (afinal trata-se de um remake, né?). É uma pena que depois de meros cinco epísódios, que foi até onde aguentei assistir, a coisa toda se perca e nos jogue no mais completo desinteresse. Na boa, essa nem o Nick Nolte salva.
Outra que estava na minha mira há anos, mas sempre foi escanteada. Grande erro. Erro esse corrigido depois que vi que além de ser da HBO, tinha como "pais" David Simon e Ed Burns, criadores de The Wire. É notável que a intenção deles não era deixar a coisa toda mais dramática do que ela já era por si só. Não é assim que o David e o Ed costumam trabalhar. Nem a HBO. Basta ver coisas como The Sopranos, Boardwalk Empire e mesmo Band of Brothers, onde o interesse não é na ação, mas no drama real, comedido e sem qualquer exagero além do que aquele que a própria realidade expõe. Em Generation Kill, o objetivo claramente é explorar os aspectos emocionais e psicológicos dos personagens e não simplesmente transformá-los em heróis ou mártires, mesmo porque já o são apenas pelo fato de se manterem vivos e pelo que enfrentarão ao retornar para casa. E também há o fato de que tudo o que nos é mostrado parte da perspectiva do repórter, ou seja, a versão dele, como ele viu as coisas. Considerando que a Companhia Bravo (o foco da série) não participou tão ativamente da campanha, sempre executando missões "secundárias" e quase nunca participando do confronto direto, e que essa invasão ao Iraque foi uma grande tragédia de erros, a série, bem como o livro, pode ser considerada um sucesso, já que mostra bem que tanto alguns comandados como comandantes, de maneira geral, não estavam realmente preparados para o que teriam que lidar, ou seja, a realidade nua e crua de um país destroçado por décadas de tirania e ferozes disputas internas que já não sabe mais como lidar com aquilo que chamam de democracia.
Enquanto uns tantos criam apenas entretenimento (nada contra, ok?), David Simon vem com a mais pura realidade, nos golpeando com a força e a eficácia de uma voadora no peito. Foi assim em The Wire e The Corner. É assim em Treme.
Oz é simplesmente essencial para qualquer pessoa que se interesse pelos aspectos psicológicos mais intensos da humanidade nos mostrando a dura e triste realidade do sistema penitenciário norte-americano (cabe bem quanto ao daqui também, em maior ou menor grau). Mas, simplificando: quer saber por que o crime não compensa? Assista Oz. Você entenderá rapidinho. Garanto.
Adaptação linda do Madhouse. Pena que vacilaram nos dois últimos episódios. Não que tenha ficado ruim, mas aquela ideia de criar um final "alternativo" (e que mesmo assim não concluiu praticamente nada) foi bem estúpida. De qualquer forma, tenho fé. Se Berserk, Hellsing, Jojo's e Evangelion ganharam novas adaptações, por que não Claymore, né? Bora torcer.
O Estranho de Cincinnati (1ª Temporada)
2.4 2 Assista AgoraÉ meio complicado (e até desesperador) ver como uma ideia até bem interessante se mostra tão mal executada. O que temos aqui? Algum misticismo, com certo potencial, mas muito mal aproveitado; um amontoado de personagens peculiares que com o passar dos episódios se mostram sem qualquer relevância para a trama; uma série de eventos mal, pouco ou simplesmente não explicados (e não adianta pensar "ah, iriam explicar nas próximas temporadas", porque a primeira temporada se encerra sem sequer apontar para isso), e um roteiro que, do quarto episódio em diante, se perde quase que totalmente - "quase" porque ainda é mantida alguma ideia central, que liga os episódios entre si, apesar de mal explorada. A sensação que fica é que o criadores (David Milch e Kem Nunn) tinham uma ideia bem interessante, ideia essa que fica evidente no episódio piloto, escritos por eles próprios, mas que depois foi entregue a roteiristas chapados ou completamente descompromissados com algum fio narrativo minimamente razoável. Eu, como admirador do trabalho do Milch ("Deadwood" é uma das minhas séries mais queridas), só pude ficar frustrado, me perguntando onde eles queriam chegar com aquilo quase que o tempo todo. Eis um cancelamento até sensato, quanto à própria narrativa (a audiência, pelo que se sabe, até que não estava tão ruim), que desconfio já ser sabido pelos produtores de antemão, se é que existiam, em algum momento, planos para outra temporada, porque o último episódio acaba com gostinho de "já chega, já deu", deixando alguns pequenos ganchos até curiosos, mas que, para quem acompanhou a série desde o início, não animam por se saber que, daquele jeito, com aquele tratamento, não há subtrama que funcione. Ao contrário de "Luck", série posterior do Milch, cujo cancelamento precoce (mas bem justificado, considerando os diversos acidentes com animais ocorridos durante as gravações) deixa um gostinho de "quero mais", "John from Cincinnati" se encerra com gostinho de "como aguentei ver 10 episódios disso?".
Bandidos na TV
4.2 260 Assista Agora"Com quantos quilos de medo se faz uma tradição?"
A série é boa, mas peca pela execução exageradamente emotiva, com entrevistados/depoentes que falam com se tivessem lido a cartilha do "fale bem pausadamente para que possamos obter mais impacto dramático (mesmo que esse impacto venha a ser convertido em mera chateação)". A trilha sonora me pareceu bem competente (e conta até com Elza Soares e Francisco El Hombre).
Vale pelo caso e pelas informações, que são bem claras e consideram diversas perspectivas, mostrando o quão falha, politizada e manipulada pode ser nossa justiça (que novidade, hein?).
Como já diz uma certa canção...
todos são iguais perante a lei
sem distinção de qualquer natureza
garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no país
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade
mas você, se quiser
pode cagar nesse artigo
e se tiver poder
pode cagar nessa constituição
que dá nada
---
Obs.: o Raphael era inocente? Ó, dúvida cruel.
Dois Homens e Meio (9ª Temporada)
3.2 528 Assista AgoraDá para entender o motivo da nota tão baixa aqui, afinal a série mudou de rumo e tom, tornando-se praticamente um tipo de spin-off, mas eles conseguiram, de forma muito satisfatória, substituir a ausência do cinismo do Charlie com ótimos roteiros. Acho que eu não ria tanto com T&HM desde a quarta ou quinta temporada.
Broadchurch (1ª Temporada)
4.4 80Ótimo drama policial, tenso o tempo todo e com um final surpreendente.
Ligações Perigosas
3.9 51Não li o livro do Laclos, então não sei até onde a minissérie é ou deixa de ser fiel, mas, independentemente disso, gostei bastante. Ótimo texto e produção impecável. Só lamento pelo Selton Mello que simplesmente não convence como "Augusto, o jogador", atuando em boa parte das cenas de um jeito meio forçado, excessivamente formal. Somente em algumas cenas com Mariana, momentos em que ele se mostra mais natural, ao descobrir o verdadeiro amor (poético, não?), é que vemos o Selton que conhecemos. De resto, tudo lindo. E um final avassalador. Em resumo: "eu não me queixo, eu me vingo".
Carcereiros (1ª Temporada)
4.0 28Minissérie intrigante, do tipo que te prende até o fim. Há alguns poréns, como alguma situações que soam forçadas, mas não sei até onde vai a veracidade daquilo, então me calo quanto a isso. O texto e a montagem são ótimos, só não achei interessante a ideia de colocar depoimentos de atores nos trechos documentais. Acho que os depoimentos do carcereiros reais já seriam o suficiente para manter o tom da obra. Além do fato de que essa mistura pode confundir um pouco, já que ficamos meio sem saber quem de fato é/era carcereiro ou apenas ator. Não que isso desmereça a série, de forma alguma, mas achei bem desnecessário. E agora é esperar pela adaptação de "Prisioneiras", o mais recente livro do Dráuzio Varella. Ali no final do último episódio fica a deixa. Bora torcer.
Amor Imenso (5ª Temporada)
4.1 21 Assista AgoraO que acho f*** nas produções da HBO? Simples: não há mocinhos ou vilões específicos, todos podem ser tanto um como outro. Há apenas personagens que tiveram que lidar com as consequências de suas escolhas, tenham elas sido apropriadas ou não (mesmo por que isso depende quase que exclusivamente da perspectiva). E no caso específico de Big Love, temos uma clara desmitificação da religião ao vermos tantos indivíduos com interpretações diferentes das mesmas "escrituras sagradas" (O Livro de Mórmon, no caso) fazendo todo tipo de coisa, legal ou ilegal/moral ou imoral, indo até as últimas consequências por "princípios" ditados por uma fé cega. Fé essa que atua apenas como uma meio de alcançar objetivos muitas vezes puramente mesquinhos e egoístas, diretamente ou não. Fico muito feliz que Big Love tenha durado tanto. Ou melhor, que tenha durado o suficiente para explorar todo o seu potencial. Às vezes, me pego imaginando no que teriam se tornado Carnivàle, Deadwood e Luck se tivessem tido a mesma oportunidade... Enfim, só me resta agradecer ao Will Scheffer e ao Mark V. Olsen por terem nos agraciado com esse tesourinho contemporâneo.
Carnivàle (1ª Temporada)
4.3 74 Assista AgoraAntes de qualquer coisa, preciso admitir: sou um apaixonado inveterado pelas produções dramáticas originais da HBO. Dito isso, prossigamos... O que dizer então? Carnivàle foi um dos meus primeiros contatos com a HBO como produtora original de conteúdo. Até então eu achava que era só mais um canal de TV a Cabo. Quanto engano! E quanta surpresa, caros amigos, caros vizinhos! Uma trama da qual a gente nunca sabia o que esperar, com personagens surpreendentes e uma trilha sonora que simplesmente nos jogava dentro daquele universo. Direção e fotografia? Deliciosas. O resumo da ópera? Uma série que veio na época errada e por isso acabou não conseguindo cumprir sua jornada (cinco temporadas). Naquela época ainda não havia muito espaço na TV para ficção fantástica desse nível e aí deu no que deu, infelizmente. Agora, vendo o atual e maravilhoso estardalhaço provocado por séries desse gênero, percebo isso claramente. Sei que não há a menor possibilidade da HBO reviver Carnivàle ou mesmo pensar em um remake (não faz o tipo deles nem acho que conseguiriam fazer jus à obra original), mas nada custa torcer, não é? E pro time nós torcemos.
Amor Imenso (3ª Temporada)
4.2 12 Assista AgoraNas duas primeiras temporadas eu sempre dei um tempo entre alguns episódios, mas nessa... Quanta tensão! Quase fiquei sem unhas aqui. Bill bem que poderia escrever um livro-manual tipo "Como suportar mulheres insanas, por Bill Henrickson", haha.
Sense8 (1ª Temporada)
4.4 2,1K Assista AgoraLinda demais! Montagem, fotografia, direção, trilha sonora... Quase tudo! Só pecou no roteiro de alguns episódios. É notável que a partir do sétimo episódio as coisas começam a acontecer rápido demais, o que, por se tratar de uma série planejada para ter cinco temporadas, achei desnecessário. Eu, sinceramente, estava achando que só veríamos um clímax como o visto nos dois últimos episódios lá pela terceira temporada (foi essa a sensação que os primeiros ótimos episódios me causaram), mas da metade em diante começou a correria. Não que isso tenha sido de todo ruim, afinal criou toda uma ansiedade louca pela segunda temporada, mas poderiam ter feito algo bem melhor, mais dramático e não necessariamente frenético. Acho também que poderiam ter dado um maior foco aos personagens descobrindo sua condição de sensate, Eles aparentemente aceitaram tudo muito rápido. Entendo que talvez isso tenha a ver com o fato de que eles possam sentir os que os outros indivíduos do grupo sentem e, por conseguinte, isso tenha facilitado a aceitação, mas ainda assim ficou muito estranho, como se meio que do nada eles já soubessem lidar com a situação e manipulá-la a seu bel prazer (o que contradiz o que o Jonas fala em um dos episódios, sobre a dificuldade de dominar as conexões por psycellium). Outra coisa que me cativou foi o humor leve e acertadamente inserido em alguns momentos (o encontro entre Lito e Will na Islândia foi apoteótico, rs), deixando a tensão um pouco menos dilacerante. Enfim, agora é esperar pela sequência e torcer para que eles sejam mais cuidadosos com roteiro e texto. E quanto às frases de efeito/autoajuda, tão presentes nos diálogos entre os sensates, vamos ser sinceros, né? Quando o assunto é aconselhar, direta ou indiretamente, todos nós abusamos da autoajuda, mesmo que aquela de algum guia ainda não escrito, e até das tão criticadas frases de efeito. E qual o problema? No final das contas, as palavras pouco importam, já que não seremos por elas julgados, mas pela coragem que há em nossos corações*.
*frase extraída de Digimon 02 (haha)
Dig (1ª Temporada)
3.5 18Injustiçada. Não que merecesse uma segunda temporada (mesmo porque não fica brecha para isso), mas bem que poderia ter conseguido um pouco mais de espaço com o público, afinal temos uma ótima trama e um desenrolar bastante satisfatório. É natural que o final tenha, de certa maneira, decepcionado um pouco, já que durante vários episódios se cria uma expectativa enorme sobre a tal conspiração e depois percebemos que tudo que havia sido "planejado" por sabe-se lá quanto anos não era à prova de falhas elementais como as escavações de um arqueólogo morto há mais de vinte anos e sua possível influência na execução do Armageddon Protocol. Desde os primeiros dois episódios, era fácil perceber a inclinação de DIG à Sìndrome The Following (onde tudo dá sempre errado para os "mocinhos"). Fiquei feliz por ver que, apesar do pesares e clichês, DIG não se rendeu a isso. No final das contas, temos uma excelente minissérie com uma trama bem fechadinha, que prometia bem mais, sim, eu sei, mas que não deixa tão a desejar quanto a baixa audiência indica.
True Detective (2ª Temporada)
3.6 773E daí voltamos à questão da expectativa... É natural que depois daquela primeira temporada fantástica, muita gente tenha meio que se decepcionado com essa. Expectativa. Só isso. Tanta coisa mudou (sim, concordo com aqueles que dizem que é praticamente outra série, afinal fica até meio difícil chamá-la de True Detective em termos restritivamente comparativos), e vejo claramente que o Nic Pizzolato nos mostrou outra de suas facetas, talvez a mais brutal/realista, com uma trama mais pé no chão mesmo. E creio que aí é que está a maior das diferenças, diferença essa que nos leva diretamente ao final apoteótico. Se no ano anterior tivemos um desenlace em que as coisas deram razoavelmente certo para (quase) todos, tivemos também dois protagonistas que indiretamente se meteram em algo bem maior que eles. Indiretamente. O que não é o caso de Ray e Frank. Ambos fizeram escolhas, ambos acabaram pagando por elas. Nada mais justo. Já Bezzerides e Woodrugh aparentemente foram dois azarados, se metendo em algo que não necessariamente os envolvia e também tiveram que pagar por isso (um mais do que outro). Claro que nem tudo foi assim tão positivo. O Nic, dessa vez, acabou criando uma trama maior que a série. Maior, melhor e extremamente mais complexa. O que dificultou visivelmente seu andamento e desfecho, mas nada que chegue a comprometê-la, muito pelo contrário. Pelo menos na opinião desse humilde Butakun, um veterano apaixonado por tramas insanas (como Baccano!, por exemplo), a expectativa por uma possível terceira temporada ou nova empreitada do Nic no mundo literário aumentou substancialmente. Resumindo: Lera Lynn ❤
John Adams
4.3 18 Assista AgoraÉ maravilhoso quando podemos ver a história de um país sendo retratada de forma tão humana, tão "pé no chão". E com tal produção e elenco, não fica difícil trazer ao mundo uma obra-prima.
Gotham (1ª Temporada)
4.1 755 Assista AgoraNão sou fã do Batman e cia, mas entre os heróis da DC ele é um dos que menos me desagrada, por ser mais sério e menos exagerado em relação a outros tantos. Daí veio Gotham e me apaixonei pela ideia. Vi Gotham viva e não apenas os seres nela viventes. Juntando-se a isso ótimos personagens, enredos enxutos mas deliciosos e um puta climão de HQ séria que antes eu só tinha visto ser alcançado em longas me fez fã de imediato. Que venha a próxima temporada, e com ela Bruce, Alfred, Gordon, Nygma, Selina, Pinguim, Fish...
Homeland: Segurança Nacional (3ª Temporada)
4.1 368O que eu adoro em Homeland? O fato de a gente nunca saber o que porra realmente está acontecendo. =P
Irmãos de Guerra
4.7 621 Assista AgoraGory, gory, what the hell of way to die! He ain't gonna jump no more! ♪
The Wire (5ª Temporada)
4.6 113Já vi muitas séries nessa minha tenra vida, mas poucas conseguiram me fazer sentir tanto quanto The Wire. E assim, senti o peso que é jogado sobre as costas de uma sociedade moribunda por políticos cujo único objetivo é alcançar uma poltrona mais luxuosa. Senti a revolta de policiais que precisam lutar, não contra o crime, mas contra a politicagem, para conseguir fazer seu próprio trabalho. Senti a desolação de civis que não conseguem entender como as engrenagens da sociedade passaram a funcionar de uma maneira tão doentia. Senti o pesar daqueles que não tiveram saída a não ser "aprender a jogar" ou simplesmente perder o jogo. Senti, senti, senti... The Wire é assim. Ela mexe com você. Te faz pensar e rever conceitos. Te faz perceber que existem opções e escolhas, mas algumas vezes (algumas muitas vezes) não somos nós que escolhemos. É apenas o jogo. Jogo esse que, ao fim de cinco excelentes temporadas, percebemos ser imundo. É, a mensagem foi dada.
Gracepoint
3.2 22 Assista AgoraUma ideia interessante, apesar de nada inovadora (afinal trata-se de um remake, né?). É uma pena que depois de meros cinco epísódios, que foi até onde aguentei assistir, a coisa toda se perca e nos jogue no mais completo desinteresse. Na boa, essa nem o Nick Nolte salva.
Generation Kill (1ª Temporada)
4.2 29Outra que estava na minha mira há anos, mas sempre foi escanteada. Grande erro. Erro esse corrigido depois que vi que além de ser da HBO, tinha como "pais" David Simon e Ed Burns, criadores de The Wire. É notável que a intenção deles não era deixar a coisa toda mais dramática do que ela já era por si só. Não é assim que o David e o Ed costumam trabalhar. Nem a HBO. Basta ver coisas como The Sopranos, Boardwalk Empire e mesmo Band of Brothers, onde o interesse não é na ação, mas no drama real, comedido e sem qualquer exagero além do que aquele que a própria realidade expõe. Em Generation Kill, o objetivo claramente é explorar os aspectos emocionais e psicológicos dos personagens e não simplesmente transformá-los em heróis ou mártires, mesmo porque já o são apenas pelo fato de se manterem vivos e pelo que enfrentarão ao retornar para casa. E também há o fato de que tudo o que nos é mostrado parte da perspectiva do repórter, ou seja, a versão dele, como ele viu as coisas. Considerando que a Companhia Bravo (o foco da série) não participou tão ativamente da campanha, sempre executando missões "secundárias" e quase nunca participando do confronto direto, e que essa invasão ao Iraque foi uma grande tragédia de erros, a série, bem como o livro, pode ser considerada um sucesso, já que mostra bem que tanto alguns comandados como comandantes, de maneira geral, não estavam realmente preparados para o que teriam que lidar, ou seja, a realidade nua e crua de um país destroçado por décadas de tirania e ferozes disputas internas que já não sabe mais como lidar com aquilo que chamam de democracia.
Treme (1ª Temporada)
4.3 19Enquanto uns tantos criam apenas entretenimento (nada contra, ok?), David Simon vem com a mais pura realidade, nos golpeando com a força e a eficácia de uma voadora no peito. Foi assim em The Wire e The Corner. É assim em Treme.
Oz (6ª Temporada)
4.3 63Oz é simplesmente essencial para qualquer pessoa que se interesse pelos aspectos psicológicos mais intensos da humanidade nos mostrando a dura e triste realidade do sistema penitenciário norte-americano (cabe bem quanto ao daqui também, em maior ou menor grau). Mas, simplificando: quer saber por que o crime não compensa? Assista Oz. Você entenderá rapidinho. Garanto.
Hellsing Ultimate
4.3 77 Assista AgoraSimplesmente a melhor adaptação mangá-OVA/TV que já vi.
Gantz
3.9 79Ia ser nota máxima, mas por causa daquele final imbecil (espero sinceramente que façam uma nova adaptação, já que o mangá foi concluído)...
Claymore
4.3 131 Assista AgoraAdaptação linda do Madhouse. Pena que vacilaram nos dois últimos episódios. Não que tenha ficado ruim, mas aquela ideia de criar um final "alternativo" (e que mesmo assim não concluiu praticamente nada) foi bem estúpida. De qualquer forma, tenho fé. Se Berserk, Hellsing, Jojo's e Evangelion ganharam novas adaptações, por que não Claymore, né? Bora torcer.