Antes de mais nada, contrapondo alguns dos comentários: nem toda crítica negativa é baseada na incompreensão. Dito isto: um filme mediano. O filme brinca com a estética trash mas, em alguns momentos, não sabe medir a dose. A trama é simples e cheia de lacunas, e isso parece ser um efeito da hipervalorização da estética e da subjetividade que acompanha toda a narrativa. Em muitos momentos, o filme beira a fetichização. Além disso, existe uma dissonância palpável entre atuações teatrais e atuações cinematográficas que, no momento de suas interações, deixam um gosto artificial em ambas.
Não é um filme ruim, longe disso. Eu o assistiria novamente para algum tipo de análise? Possivelmente. Por prazer? Dificilmente.
Eu entendo que, para a época, foi um filme revolucionário em múltiplos aspectos. Mas o filme peca muito em manter uma lógica narrativa. Os personagens são meio unidimensionais e a verossimilhança manda lembranças em vários momentos. Dá pra ver que algumas escolhas de atuação que entraram pro corte final não foram propositais. Agora, não dá pra negar que a atuação do James Dean é MUITO boa. Aquele primeiro ato na delegacia é bom demais.
Isso aqui é uma obra prima. A primeira coisa a se fazer é pensar no contexto do cinema da época. Pode parecer um filme muito parado para alguns, mas não estamos falando da estética dos filmes atuais, onde o dinamismo impera, mesmo que ele não contribua em nada para o andamento do filme - o dinamismo por ele mesmo, para o não-tédio. As dinâmicas aqui são pontuais, fazem muito bem o trabalho de inflamar a curiosidade em nós para, posteriormente, nos fazer refletir enquanto aguardamos o próximo ponto climático. O cenário reduzido, o calor do local, a falta de ventilador, a ocupação do espaço pelos personagens, tudo isso ajuda a criar um sentimento claustrofóbico e de tensão que acompanha quem assiste durante todo o filme, deixando tudo ainda mais interessante.
Esse, no fim das contas, não é um filme sobre o julgamento. Ele é um filme sobre a discussão do júri. Aqui, o grande ponto alto é o trabalho argumentativo de cada personagem, além da interação de personas variadas (ainda que todos sejam um mesmo grupo identitário) diante de um dilema tão grande. Para além disso, ele é um filme sobre o que é dar o poder da vida de alguém nas mãos de outras pessoas.
Eu vi esse filme pela primeira vez lá no meu primeiro ano de graduação, há mais de uma década. Honestamente, é assustador observar o reflexo da personalidade de vários dos personagens em grupos muito bem demarcados na nossa sociedade contemporânea - grupos que querem apenas calcificar suas certezas, mesmo que elas não se mostrem bem embasadas, mesmo que elas signifiquem destruir outra vida.
Instigante, é a melhor palavra que consigo achar. O filme claramente bebe de algumas referências de J'ai tué ma mère e The perks of being a wallflower, e elas são muito bem trabalhadas aqui. A Buffy "falando" me causou estranhamento no começo,
Acho que nunca fiquei tão decepcionado com um filme. Eu evitei assistir pra não manter as expectativas muito altas, já que Dazed and Confused é um dos meus filmes favoritos. Mesmo esperando para abaixar minhas expectativas, Everybody Wants Some!! é uma tentativa super falha de recriar seu antecessor.
Os personagens são adaptações dos personagens de Dazed and Confused, mas sem o mesmo carisma (com exceção do Jake, do Finn, do Willoughby e da Beverly).
O absurdo caricato do Jay simplesmente não encaixa com a vibe do filme e a história do Willoughby foi um possível clímax desperdiçado.
Há bons diálogos e alguns momentos interessantes, mas o filme carece de qualquer momento de excitação. Se em Dazed and Confused a gente passa parte do filme esperando para ver como vai ser a festa organizada pelos meninos, sente tensão quando o dono da caixa de correios quebrada aparece com uma arma e cria certo vínculo com os personagens; em Everybody Wants Some!! não há nada que nos prenda ou nos cause alguma sensação inesperada. Uma pena...
Eu tô MUITO surpreso com o filme. Eu coloquei pra assistir achando que ia ser só uma comédia bobinha típica, mas o filme tem vários pontos muito fortes. Primeiro é que os dois personagens principais são, pra uma comédia romântica, muito bem construídos e apresentados. Os personagens secundários podiam ter melhor desenvolvimento, mas só acho isso necessário se fosse outro gênero de filme. Além disso, o filme mostra um bom comprometimento em falar sobre ser LGBTQIA+, abordando de estereótipos de gênero e sexualidade a relações com a própria sexualidade.
Aquele discurso do Bobby no meio do filme é ABSURDO de bom!
Pra além disso, o filme ajuda também a retratar uma coisa nítida aqui nas avaliações: as pessoas têm muita dificuldade ainda de escutar sobre histórias que foram silenciadas até hoje.
Honestamente, há tempos não via um filme pelo qual eu não dava nada e me surpreendeu tanto.
Assisti muito preso à versão original e criei grandes expectativas por isso. No entanto, não achei as atuações tão boas quanto a primeira versão e isso me deixou meio decepcionado.
Entrou no meu hall de favoritos do Dolan. A estética é absurda, é um dos filmes dele que mais trabalha o silêncio como parte importante (se bobear, mais do que em Juste la fin du monde). As dinâmicas entre os personagens são bem mais realistas do que nos filmes anteriores dele, o que adiciona uma profundidade à vibe mais lenta desse aqui.
O filme é aquele clichezão batido, mas é agradável. Tem alguns ótimos diálogos e o texto é até engraçado. Achei algumas partes um pouco corridas e os personagens secundários, especialmente os amigos do Noah, pouco desenvolvidos. No fim, é um filme divertido pra ver despretensiosamente e com a mentalidade de que (1) ele não reflete um grupo minoritário como um todo e (2) tem suas problemáticas.
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Saint-Narcisse
2.8 14Antes de mais nada, contrapondo alguns dos comentários: nem toda crítica negativa é baseada na incompreensão. Dito isto: um filme mediano. O filme brinca com a estética trash mas, em alguns momentos, não sabe medir a dose. A trama é simples e cheia de lacunas, e isso parece ser um efeito da hipervalorização da estética e da subjetividade que acompanha toda a narrativa. Em muitos momentos, o filme beira a fetichização. Além disso, existe uma dissonância palpável entre atuações teatrais e atuações cinematográficas que, no momento de suas interações, deixam um gosto artificial em ambas.
Não é um filme ruim, longe disso. Eu o assistiria novamente para algum tipo de análise? Possivelmente. Por prazer? Dificilmente.
Death Note
1.8 1,5K Assista AgoraSe a gente ignorar completamente a obra-base e pensar no filme com sua própria dinâmica, não é ruim. Dá pra entreter.
Descendentes
2.9 211Nada inovador, mas cumpre uma boa função: entretém. Tem algumas músicas muito boas para um filme da Disney.
Juventude Transviada
3.9 546 Assista AgoraEu entendo que, para a época, foi um filme revolucionário em múltiplos aspectos. Mas o filme peca muito em manter uma lógica narrativa. Os personagens são meio unidimensionais e a verossimilhança manda lembranças em vários momentos. Dá pra ver que algumas escolhas de atuação que entraram pro corte final não foram propositais. Agora, não dá pra negar que a atuação do James Dean é MUITO boa. Aquele primeiro ato na delegacia é bom demais.
12 Homens e Uma Sentença
4.6 1,2K Assista AgoraIsso aqui é uma obra prima. A primeira coisa a se fazer é pensar no contexto do cinema da época. Pode parecer um filme muito parado para alguns, mas não estamos falando da estética dos filmes atuais, onde o dinamismo impera, mesmo que ele não contribua em nada para o andamento do filme - o dinamismo por ele mesmo, para o não-tédio. As dinâmicas aqui são pontuais, fazem muito bem o trabalho de inflamar a curiosidade em nós para, posteriormente, nos fazer refletir enquanto aguardamos o próximo ponto climático. O cenário reduzido, o calor do local, a falta de ventilador, a ocupação do espaço pelos personagens, tudo isso ajuda a criar um sentimento claustrofóbico e de tensão que acompanha quem assiste durante todo o filme, deixando tudo ainda mais interessante.
Esse, no fim das contas, não é um filme sobre o julgamento. Ele é um filme sobre a discussão do júri. Aqui, o grande ponto alto é o trabalho argumentativo de cada personagem, além da interação de personas variadas (ainda que todos sejam um mesmo grupo identitário) diante de um dilema tão grande. Para além disso, ele é um filme sobre o que é dar o poder da vida de alguém nas mãos de outras pessoas.
Eu vi esse filme pela primeira vez lá no meu primeiro ano de graduação, há mais de uma década. Honestamente, é assustador observar o reflexo da personalidade de vários dos personagens em grupos muito bem demarcados na nossa sociedade contemporânea - grupos que querem apenas calcificar suas certezas, mesmo que elas não se mostrem bem embasadas, mesmo que elas signifiquem destruir outra vida.
Wildhood: Busca Pelas Raízes
4.0 9Denso e lindo. É o que dá pra dizer. Recomendadíssimo.
O Monstro no Armário
3.7 237 Assista AgoraInstigante, é a melhor palavra que consigo achar. O filme claramente bebe de algumas referências de J'ai tué ma mère e The perks of being a wallflower, e elas são muito bem trabalhadas aqui. A Buffy "falando" me causou estranhamento no começo,
mas no final eu estava chorando por causa de um hamster.
Jovens, Loucos e Mais Rebeldes
3.4 147 Assista AgoraAcho que nunca fiquei tão decepcionado com um filme. Eu evitei assistir pra não manter as expectativas muito altas, já que Dazed and Confused é um dos meus filmes favoritos. Mesmo esperando para abaixar minhas expectativas, Everybody Wants Some!! é uma tentativa super falha de recriar seu antecessor.
Os personagens são adaptações dos personagens de Dazed and Confused, mas sem o mesmo carisma (com exceção do Jake, do Finn, do Willoughby e da Beverly).
O absurdo caricato do Jay simplesmente não encaixa com a vibe do filme e a história do Willoughby foi um possível clímax desperdiçado.
Mais Que Amigos
3.3 139 Assista AgoraEu tô MUITO surpreso com o filme. Eu coloquei pra assistir achando que ia ser só uma comédia bobinha típica, mas o filme tem vários pontos muito fortes. Primeiro é que os dois personagens principais são, pra uma comédia romântica, muito bem construídos e apresentados. Os personagens secundários podiam ter melhor desenvolvimento, mas só acho isso necessário se fosse outro gênero de filme. Além disso, o filme mostra um bom comprometimento em falar sobre ser LGBTQIA+, abordando de estereótipos de gênero e sexualidade a relações com a própria sexualidade.
Aquele discurso do Bobby no meio do filme é ABSURDO de bom!
Honestamente, há tempos não via um filme pelo qual eu não dava nada e me surpreendeu tanto.
The Boys in the Band
3.5 210Assisti muito preso à versão original e criei grandes expectativas por isso. No entanto, não achei as atuações tão boas quanto a primeira versão e isso me deixou meio decepcionado.
Matthias & Maxime
3.4 132 Assista AgoraEntrou no meu hall de favoritos do Dolan. A estética é absurda, é um dos filmes dele que mais trabalha o silêncio como parte importante (se bobear, mais do que em Juste la fin du monde). As dinâmicas entre os personagens são bem mais realistas do que nos filmes anteriores dele, o que adiciona uma profundidade à vibe mais lenta desse aqui.
Fire Island: Orgulho & Sedução
3.4 87 Assista AgoraO filme é aquele clichezão batido, mas é agradável. Tem alguns ótimos diálogos e o texto é até engraçado. Achei algumas partes um pouco corridas e os personagens secundários, especialmente os amigos do Noah, pouco desenvolvidos. No fim, é um filme divertido pra ver despretensiosamente e com a mentalidade de que (1) ele não reflete um grupo minoritário como um todo e (2) tem suas problemáticas.