O filme mostra a experiência de uma criança em sua relação com os pais e a busca de aceitação, amor, carinho e amparo. Desemparado, Paul procura de diversas formas sanar esse vazio o encontrando em várias figuras masculinas. A homossexualidade poderia ser o resultado de tal desamparo (é uma leitura possível que o "desvio" se oriunde da situação de abandono da criança), mas para além dessa leitura (que não conheço tanto o diretor pra afirmar tais intenções), gostei do filme pelo caracterizar dessa busca da paixão e pela vida sem significado orgânico e alheia dele em várias situações: suas experiências com soldados alemães, os resistentes franceses, com soldados americanos, com amantes, todas são de alguma forma alienadas, há um envolvimento transitório e que deixa vazios no rapaz que não encontra o seu lugar. Por isso durante todo o filme o vemos transitar por vários espaços, nunca ficando em nenhum lugar em definitivo, sempre a espera de algum acolhimento. Paul representa a todos nós na busca de sanar nosso vazio, buscar esse acolhimento no outro, porém em um contexto bastante marginalizado, no qual sequer sua família o conseguem o enxergar enquanto sujeito - quanto mais ele. A revelia, sempre objetificado pelos outros seja no trabalho, pelas instituições ou relacionamentos, ao fim da transitoriedade e perda do afeto e lugar em construção, resta apenas a Paul dizer "azar o meu" como em pelo menos dois momentos. Muito bom! Os franceses tem uma sensibilidade incrível para mostrar a experiência humana, especialmente infantil. Me lembrou muito Tomboy!
Parece que o limite de personagens negras ou LGBT's serem tratados meramente como personagens de dramas sociais restritos a sua opressão foi atravessado. Moonlight é um filme belíssimo, com um enredo lindo, fotografia deslumbrante, direção maravilhosa e cenas impagáveis. É um filme negro e LGBT de tirar o fôlego, mas que se afirma não por tratar dessas opressões, mas como uma excelente obra prima da sétima arte! Excelente!
Muito bom. Uma viagem na luta do ser humano para sobreviver no mundo moderno. O que é lutar? O que é encontrar uma vasão para seus sentimentos, suas emoções, suas tragédias? Isto tudo é muito bem problematizado neste filme com uma pegada que, em pegada psicanalítica, poderíamos indicar que é um filme da luta do indivíduo contra si mesmo, entre seus desejos mais íntimos e aquilo que a sociedade o ensina a querer, amar, desejar. Onde está a felicidade no consumo, no trabalho ou nas relações com o outro e reafirmação de suas vontades? Até onde um indivíduo pode negar a si mesmo? Talvez precisa reencontrar a si mesmo em um "outro" para recolocar o seu lugar no mundo... Este filme trabalha isso tudo de maneira fantástica! Vale a pena demais. ;)
Me recomendaram. Me senti no dever de ver e pensei: "poxa, com esse traço deve ser um desses animes de garotas mágicas, mas bem bobinho". Comecei a assistir. No primeiro episódio já senti algo diferente. Mas nada demais. Tirando que ele tem uma composição (fotografia) incrível. As cores da cidade, os cenários, eram lindos. Sempre com um clima muito estranho no ar, de mistério. Até então, no entanto, o mundo das meninas mágicas e olhos grandes sobrepujavam. [PODE CONTER SPOILERS] Depois entendemos que o anime é uma desconstrução do gênero de Meninas Mágicas. Ele deconstrói tudo. Todos os personagens. O mundo lindo e cor de rosa, os traços fragéis e felizes, destoam do clima de mistério, do bichinho mágico, das situações vividas pelas personagens. O anime inquieta e comove. Gostei muito. Me surpreendeu do início ao fim. Gostei bastante.
Sugiro (se tiverem paciência) ler o texto do "Yurizinho" aqui embaixo.
Bom, o que dizer desse anime? Fui assistir sem grandes pretensões. Vi um episódio da Quinta temporada sem saber que eram várias. Ando evitando animes longos. Mas, gostei tanto que mesmo sabendo que eram várias, resolvi ver a primeira. Gostei muito. O anime são como contos, episódios da vida de Natsume, não temos um grande enredo que nos prende com conflitos para se resolverem ao longo dos episódios. Porém, cada etapa, cada pedaço da vida de Natsume é cheio de poesia e ns enche de reflexão e paz ao fim de cada episódio.
[Contem "spoilers"]
Natsume é capaz de ver Yokais. sua vida vira um inferno por isso. Podemos dizer que ele é marginalizado pelas pessoas, desacreditado e, para piorar, ainda é orfão, tendo migrado da casa de inúmeros parentes que, incomodados com a estranheza dessa criança, passaram sua guarda para outros. Natsume é alguém acostumado a não ter relações afetivas profundas e a ser rejeitado.
O anime se baseia no cotidiano de Natsume e outros yokais quando, por acaso, ele tira o selo de um Yokai que passa a ser seu guarda costa e acompanhar nas suas aventuras. Sem entrar em mais detalhes, podemos dizer que Natsume estabelece a primeira amizade da vida com um Yokai e com o tempo, os yokais que tanto representavam um obstáculo em sua vida, passam a ser criaturas que ele admirae que ele se sente agradecido de poder conviver. Passa a conhecer, gostar deles. O dom de ver os Youkais que ele tanto rejeitava, passa a ser algo que ele aprecia e que tem medo de perder.
Bom, nesse sentido, esses contatos são cheios de poesias, reflexões que nos trazem uma paz enorme e que evocam os mais diversos sentimentos. Na verdade, são metáforas sobre nosso cotidiano, sobre amor, amizade, sentimentos humanos e suas soluções. Os Youkais, a um homem latino como eu, parecem-me mais "humanos" (passionais) que os japoneses. O anime fala muito disso. Dessa repressão aos sentimentos dos japoneses, algo inexistentes nos Youkais que fazem as coisas mais livremente e que também não tem a limitação da vida curta humana. Natsume o tempo todo parece não perceber o seu papel e o amor dos outros, mas os demais personagens respeitam sua limitação, e vemos o personagem aprender pouco a pouco sobre os youkais, a vida e, principalmente sobre si mesmo.
Sem mais delongas, reafirmo que é um anime lindo e cheio de poesia que vale muito a pena ser assistido. Mas nessa hora faço minhas as palavras de um mestre que tive de yoga "falar da água não mata a sede, é necessário beber". Sugiro que assistam de coração aberto e apreciem!
Belíssimo. Porque não tem outra palavra mesmo para descrever. As cenas, lindas, as cores, a composição, o uso da chuva... belíssimo. Uma obra de arte. Achei a história muito interessante. Gosto da forma poética que os japoneses retratam os sentimentos... Eles são tão contidos. Uma obra prima. Queria muito poder escrever algo mais consistente, mas teria que rever. Apenas deixo aqui o registro de que vale muito a pena ver. Faz a gente ter orgulho de gostar de anime. =)
Filme sensacional! O cinema argentino tem muito a nos oferecer. Bom demais essas obras que nos permitem encher a boca pra dizer que o cinema latino americano está recheado de qualidade. Como o filme conta diversas histórias, podemos dizer que há um tema comum nelas: o autocontrole e sua perda. Há histórias de ação extremamente bem dirigidas e de ritmo intenso. Temos histórias com muita tensão e ironia e também críticas sociais profundas sobre aspectos humanos e sociais. Afinal o que é viver em uma sociedade civilizada? Quais as vantagens e o porquê de manter o autocontrole em situações extremas ou cotidianas? Afinal, por que a gente consegue se controlar perante situações das mais absurdas, mas saímos de nós mesmos em outras simples. O que justifica isso? Nossas reações são legítimas? O que é violência? Como diria a advogada de uma cena de divórcio a violência está em diversos lugares no cotidiano, nas ruas, e em várias situações. Há a violência bruta, a violência premeditada e psicótica, a violência do amor e da traição, a violência da ganância, do capitalismo e da corrupção, da luta de classes e até da burocracia. O filme matiza todas elas em histórias recheadas de humor e ironia. Propõem olhar para nós mesmos, para a violência que sofremos e exercemos e nos questionar: até onde a maior violência perder a cabeça, civilizar-se (controlar os instintos) ou não perder a cabeça diante de injustiças e abusos? Vale a pena demais assistir! ;)
Por onde começar? Pelos diálogos? Pelos atores? Pelos enquadramentos? Pela direção maravilhosa? Pelo ritmo absurdo do filme? Pelo mergulho profundo nos personagens que não tem nada de clichê ou óbvio? Não sei. Filme lindo demais para ser verdade. Desde o ritmo, dos enquadramentos, da direção, dos atores até o desenvolvimento das personagens tudo se encaixa de uma maneria simples, mas com certa profundidade e poética que não caem no óbvio nem assumem grandes pretensões. No curto intervalo de tempo que o título indica, assistimos o desenrolar de um romance efêmero como são os amores, nossas vidas, nossas expectativas, nossas dores, nossos sentimentos e também os finais de semana. O curto espaço de tempo é suficiente para mergulharmos nos personagens ou para Russel e Glen o fazerem um no outro. E, por mais que Russel seja um salva vidas, aparentemente no fluxo da vida não haverá quem o salve de se afogar no contato com o corpo e com a alma do outro. O amor, esse estranho fenômeno de identificação e estranhamento do "eu" com o "ele", vale a pena, ainda que deixe marcas e seja vivido nesse caminho de insegurança e incertezas que tipifica a vida. Lindo demais!
É um filme de samurai. Acho que depois de ver Sonhos, Viver e Dersu Uzala sempre espero ou procuro temas mais existenciais ou "profundos" nos filmes do Kurosawa. Quando vi Cão Danado me surpreendeu aquele filme noir com crítica social e ambientado na cidade. De lá para cá os que vi foram filmes de Samurai. Depois da última chuva (escrito pelo Kurosawa mas dirigido por Takashi Koizumi) e agora Sanjuro. Claro, vi antes o inesquecível Os Sete Samurais. Assim, volto a afirmar: é um filme de samurai. Tem uma história simples, ação, reviravoltas, pequenas peripécias que o grupo passa para realizar seus objetivos. Conflitos políticos e a figura forte de um samurai que ensina aos demais estratégias e lições de aparentemente vasta experiência de vida. Não teria nada demais, se não fosse justamente essa a grandeza desses filmes: uma simplicidade tão bonita, divertida, mas que carrega algo tocante. Não consigo deixar de me sentir feliz ao terminar de assistir a estes filmes e adorar a maneira como a figura do Samurai é ambiguamente desenvolvida... O homem que mata, pode até "salvar o dia", mas que parece não conseguir livrar a si mesmo das manchas de sangue que sujam a espada que leva consigo. Nota para a atuação de Mifune realmente ótima. Recomendo muito! ;)
"Poxa, que legal! Cavaleiros do Zodíaco e ainda por cima com os doze cavaleiros de ouro... Se passaram tantos anos depois da série, da saga de Hades (definitivamente superior demais as anteriores) e já tendo o exemplo anterior do Lost Canvas, essa vai ser o bicho!". (expectativa) Realidade: foi muito legal ver os doze cavaleiros de ouro e sentir que eles foram melhor explorados. Mas, me desculpem, que roteiro ruim foi esse meu deus? Não convence ninguém. Desde que Saint Seyia surgiu que eles exploram a mesma estrutura narrativa, os mesmos desfechos e soluções... Ninguém se enche o saco não? Hades foi tão melhor. E Lost Canvas, se me permitem a opinião, continua sendo a melhor coisa que já foi feita. Eu esperava bem mais do Soul of Gold. Sinceramente, é legal porque temos uma relação afetiva e nostálgica com Saint Seiya. Mas se esse fosse outro anime, com outros personagens, que eu fosse indiferente não aguentaria ver, ou se terminasse acharia ruim. Uma grande pena. Por favor, contratem melhores roteiristas Toei! O público é inteligente sim!
Vi SekaiIchi Hatsukoi depois de ter assistido outros dois Animes Yaois: Junjou Romãntica, No Money e Koisuru Boukun. Bom, após ver os dois últimos é um alívio ver um anime yaoi sem cenas de sexo explícito não consentido. Como isso é explorado no mundo yaoi... Ás vezes chega a ser incômodo. Por outro lado, como entender um anime que você começa assistindo e pensando "pera eu já vi esse personagem em Junjou..." e aí você vê que o cabelo é um pouco maior, que o outro tem um brinco, enfim. São personagens parecidos (na forma), o traço é igual (é da mesma criadora, Chiaki Kon õa é isso?). Eles poderiam ter sido um pouco mais criativos nisso aí. O problema é que a estrutura dos personagens também é parecida, os conflitos e as formas de representar os casais (novamente são vários casais). Isso me desistimulou MUITO a assistir, sentia que era um Junjou Romântica 2. Porém, ao começar a assistir, confesso que achei melhor que Junjou Romântica. Talvez seja "errado" ler uma obra comparando a outra. Mas, me darei a esse luxo. Junjou Romântica tem um desenvolvimento lento e achei Hatsukoi mais rápido. Achei que os demais personagens (que não são o casal principal) são melhor desenvolvidos. E achei as personagens melhor construídos, um pouco mais complexas. Mas, porque essa insistência no papel do uke (passivo) e seme (ativo)? Sempre os mesmos conflitos: o uke sem ser sincero e compreensivo com os próprios sentimentos e o seme como um galante príncipe encantado. Apesar de ter gostado MUITO de Hatsukoi, acho que os animes da Chiaki ganhariam mais se ela arriscasse em esquecer um pouco essa coisa do HOMEM e do GAROTINHO. Enfim, esperando a terceira temporada porque gostei muito mesmo. Se em Junjou eram os casais secundários que eram os mais legais, em Hatsukoi achei o principal mais bacana. Adoro as cenas de amor e o tom poético como os romances são descritos, não achei que fosse dizer isso, mas afinal esses toques Shoujo fazem mesmo diferença. =)
Fantástico. O título brasileiro "Além da fronteira" representa muito bem o conflito de ser homossexual tanto na Palestina quanto em Israel. Além das fronteiras, pairando no vazio, as personagens se confrontam com os limites da cidadania em um contexto político delicadíssimo. Muito bom!
Essa descrição do anime faz parecer que o menino vende por vontade própria e não é bem assim, né? O anime gira em torno de um menino que tem constantemente sua vontade e corpo violados, por mais fofinho que se mostre isso. [spoiler]
Esses dias parece que foram retirados para ver séries sobre problemas cotidianos, em geral de adolescente procurando algum lugar no mundo. Não sei exatamente como cheguei nesse anime, ele tinha um título parecido com o que acabara de assistir (Boku wa Minna Kawaisou) e ao assistir o primeiro capítulo já simpatizei bastante. Como o anterior, possui um alto teor Ecchi (pervertido, erótico) com personagens adolescentes, colegiais, chegando a ter uma erotização de personagens bem mais infantis (o que chegou a me chocar um pouco em alguns momentos, pela própria sugestão bastante sutil de incesto em um dado momento). Apesar disso (não que isso seja grande problema), adoro a forma "inocente" como os animes estetizam esse erotismo. O anime me surpreendeu MUITO com seu enredo. As personagens em um clube para fazer amigos, personagens solitárias que buscam se socializar com os outros, negando a maior parte do tempo o processo de socialização interna ao clube. Apesar do humor e de muitas situações infantis, o anime apresenta uma temática um tanto profunda, demonstrando como os personagens diferentemente possuem dificuldades de se relacionar uns com os outros, mas que são superadas pela vontade de estar juntos e fazer amigos. Foi também uma boa maneira de ampliar o olhar sobre as produções de anime e video games no Japão: aparentemente tem de tudo mesmo, e a presença da erotização do corpo feminino e de temática yaoi (homoafetiva) nos animes e video games parece bastante marcada, seja no próprio anime ou como tema interno da sua história. Abordado com leveza que me surpreendeu bastante também. Acima de tudo divertido.
Como resolvi comentar justamente na página da temporada que conclui essa série, é necessário demais dizer que adorei o final. Fiquei com medo de ser algo clichê demais e sem conflitos... mas pelo contrário, foi bom e acompanhou o ritmo e a proposta da série (me permitindo a pretensão de falar em nome da pretensão da série hehehe). Muito boa. Aprendi muito com as personagens, adorei a delicadeza e bom humor que todos os personagens (especialmente a Rae) foram tratados e por temas bastante dramáticos serem tratados com bastante leveza: o bullying, a "auto destruição" das personagens, seus medos, ânsias, etc. No fundo, no fundo, todas as incertezas e medos saturados na "gorda" personagem principal, estão em todos os demais, assim com a força (retirada sabe deus de onde) para superar os obstáculos comuns da vida. Adorei a personagem da mãe da Rachael e da Chloe, melhor amiga da protagonista, uma dessas amigas que "chegam na voadora". Não pensei que a essa altura uma série "para adolescentes" fosse me emocionar tanto. My Mad Fat Diary não deixou na mão mesmo. As lágrimas aqui foram tão merecidas quando em filmes do Bergman. ;)
Assisti poucos filmes que tratam de fé ou religião. me surpreenderam filmes que representam o sagrado de maneira viva presente no clima geral do filme seja no divino que se manifesta aos homens ou nas atitudes dos homens perante sua própria fé. Odin ou o Deus cristão pairam em todo o enredo, cobrindo as terras medievais e no direcionamento adotado pelas personagens que a partir dessas força mística se constroem e se desenvolvem. Gostei bastante.
(Gael Garcia Bernal é um grande ator. Em Má educação e outros filmes, isso fica bem claro e está presente uma ótima atuação em No. O filme é possui uma estética agradável, mas o que chama atenção aqui é seu conteúdo, especialmente político. A discussão do filme - mundo da política versus mundo da propaganda - envolve os mais diferentes conflitos de valores éticos, para mim a pergunta central é: como abordar um tema histórico? outras não menos importantes podem ser feitas: como agir perante um evento político importante? Qual a imagem que queremos da política? Que imagem a oposição quer construir para si e para os outros: eficiente ou com os símbolos que tanto preza? Etc, etc. A discussão é realizada sem polarizar, as personagens se misturam em posicionamentos políticos e na estrutura social proposta pelo filme, assumindo papéis de várias matizes que não podem ser resumidos em "bom" ou "ruim. Um roteiro bem conduzido. António Skarmeta certamente fez uma peça e tanto; e Pablo Larrain deu sua contribuição para um filme bastante interessante. Junto com Medianeiras, que vi também esta semana, fica essa indicação das maravilhas que o cinema latino americano tem a oferecer.
Um filme belíssimo com um cuidado estético fora do comum. Na verdade, não ia ver esse filme, estava apenas passando próximo a TV quando a direção com sua fotografia e silêncios chamou minha atenção. A temática do filme é simples e atual: a vida amorosa no século XXI com suas ferramentas virtuais. No entanto, esse tema é considerado com muita poesia, cuidado e com uma densidade de conteúdo fantástica.As personagens muito cativantes e bem elaboradas, presas em suas angústias que nos transferem grande empatia (um caminho bem difícil para conseguir minha atenção em filmes, diga-se de passagem). Nunca pensei que fosse torcer tanto por um happy ending. Algum destaque para o momento no qual uma das personagens observa as planta que crescem nos concretos dos prédios, uma divagação bela, poética enquanto a fotografia mostra uma maneira encantadora de ver o mundo e fazer cinema. Outra cena perturbadoramente fantástica: as janelas produzidas anos apartamentos,rompendo a individualidade das personagens no mundo da propaganda e da claustrofobia dos apartamentos argentinos, com muito humor, criatividade e, claro,uma excelente fotografia. Muitas outras cenas e momentos altos podiam ser descritos. O final é belíssimo. Muito bom gosto. Sempre me falaram muito bem do cinema argentino, é de fato, muito rico e belo.
Nadine Labaki é certamente uma roteirista e diretora fantástica. Mais uma vez consegue tratar de temas fortes e pesados,mas com uma leveza e humor que, não encontro melhor palavra, são femininos. As mulheres são as protagonistas centrais,como em Caramelo, são suas visões, dramas, dores,sonhos, mas muito amor e jogo de cintura em um mundo dominado pela irracionalidade masculina dos seres que elas tanto amam. Cenas lindíssimas com atuações muito boas de Nadine, como diretora e de uma atriz, infelizmente não achei o nome, que representa uma mãe que acaba de perder o filho, já cansada de tantos conflito. Nessa vila do Líbano, as mulheres possuem uma fé tão forte que transcende os limites da religião, em um amor maior que as categorias "muçulmano" ou "cristão". Planos belíssimos,especialmente da "Virgem Maria" chorando sangue, enquanto uma fiel reclama o filho falecido. O humor permeia todo o filme com muito bom gosto. Em suma, um grande filme, não à toa conta com diversos prêmios e está na seleção oficial de Cannes.
Tinha que registrar o desgosto de ver um filme gay tão ruim. Enredo previsível, péssimo, com aquela velha ideia de fazer um felizes juntos de dois homens gays bonitos e discretos. Péssimo como filme e péssimo como filme da temática LGBT. Fico espantado com os comentários que o elogiam quando representa o pior filme gay que já vi na vida.
Gente que Vai e Volta
3.3 125 Assista AgoraGostei bastante. Tirando alguns clichês, uma comédia que vale a pena.
Um Garoto na Multidão
3.4 16O filme mostra a experiência de uma criança em sua relação com os pais e a busca de aceitação, amor, carinho e amparo. Desemparado, Paul procura de diversas formas sanar esse vazio o encontrando em várias figuras masculinas. A homossexualidade poderia ser o resultado de tal desamparo (é uma leitura possível que o "desvio" se oriunde da situação de abandono da criança), mas para além dessa leitura (que não conheço tanto o diretor pra afirmar tais intenções), gostei do filme pelo caracterizar dessa busca da paixão e pela vida sem significado orgânico e alheia dele em várias situações: suas experiências com soldados alemães, os resistentes franceses, com soldados americanos, com amantes, todas são de alguma forma alienadas, há um envolvimento transitório e que deixa vazios no rapaz que não encontra o seu lugar.
Por isso durante todo o filme o vemos transitar por vários espaços, nunca ficando em nenhum lugar em definitivo, sempre a espera de algum acolhimento. Paul representa a todos nós na busca de sanar nosso vazio, buscar esse acolhimento no outro, porém em um contexto bastante marginalizado, no qual sequer sua família o conseguem o enxergar enquanto sujeito - quanto mais ele. A revelia, sempre objetificado pelos outros seja no trabalho, pelas instituições ou relacionamentos, ao fim da transitoriedade e perda do afeto e lugar em construção, resta apenas a Paul dizer "azar o meu" como em pelo menos dois momentos.
Muito bom! Os franceses tem uma sensibilidade incrível para mostrar a experiência humana, especialmente infantil. Me lembrou muito Tomboy!
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraParece que o limite de personagens negras ou LGBT's serem tratados meramente como personagens de dramas sociais restritos a sua opressão foi atravessado. Moonlight é um filme belíssimo, com um enredo lindo, fotografia deslumbrante, direção maravilhosa e cenas impagáveis. É um filme negro e LGBT de tirar o fôlego, mas que se afirma não por tratar dessas opressões, mas como uma excelente obra prima da sétima arte!
Excelente!
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraMuito bom.
Uma viagem na luta do ser humano para sobreviver no mundo moderno. O que é lutar? O que é encontrar uma vasão para seus sentimentos, suas emoções, suas tragédias? Isto tudo é muito bem problematizado neste filme com uma pegada que, em pegada psicanalítica, poderíamos indicar que é um filme da luta do indivíduo contra si mesmo, entre seus desejos mais íntimos e aquilo que a sociedade o ensina a querer, amar, desejar. Onde está a felicidade no consumo, no trabalho ou nas relações com o outro e reafirmação de suas vontades? Até onde um indivíduo pode negar a si mesmo? Talvez precisa reencontrar a si mesmo em um "outro" para recolocar o seu lugar no mundo... Este filme trabalha isso tudo de maneira fantástica! Vale a pena demais. ;)
Puella Magi Madoka Magica
4.4 106Me recomendaram. Me senti no dever de ver e pensei: "poxa, com esse traço deve ser um desses animes de garotas mágicas, mas bem bobinho".
Comecei a assistir. No primeiro episódio já senti algo diferente. Mas nada demais. Tirando que ele tem uma composição (fotografia) incrível. As cores da cidade, os cenários, eram lindos. Sempre com um clima muito estranho no ar, de mistério. Até então, no entanto, o mundo das meninas mágicas e olhos grandes sobrepujavam.
[PODE CONTER SPOILERS]
Depois entendemos que o anime é uma desconstrução do gênero de Meninas Mágicas. Ele deconstrói tudo. Todos os personagens. O mundo lindo e cor de rosa, os traços fragéis e felizes, destoam do clima de mistério, do bichinho mágico, das situações vividas pelas personagens. O anime inquieta e comove. Gostei muito. Me surpreendeu do início ao fim. Gostei bastante.
A Lua
4.5 544 Assista AgoraLindo. Muito profundo.
Natsume Yuujinchou (1ª Temporada)
4.5 23Sugiro (se tiverem paciência) ler o texto do "Yurizinho" aqui embaixo.
Bom, o que dizer desse anime? Fui assistir sem grandes pretensões. Vi um episódio da Quinta temporada sem saber que eram várias. Ando evitando animes longos. Mas, gostei tanto que mesmo sabendo que eram várias, resolvi ver a primeira.
Gostei muito. O anime são como contos, episódios da vida de Natsume, não temos um grande enredo que nos prende com conflitos para se resolverem ao longo dos episódios. Porém, cada etapa, cada pedaço da vida de Natsume é cheio de poesia e ns enche de reflexão e paz ao fim de cada episódio.
[Contem "spoilers"]
Natsume é capaz de ver Yokais. sua vida vira um inferno por isso. Podemos dizer que ele é marginalizado pelas pessoas, desacreditado e, para piorar, ainda é orfão, tendo migrado da casa de inúmeros parentes que, incomodados com a estranheza dessa criança, passaram sua guarda para outros. Natsume é alguém acostumado a não ter relações afetivas profundas e a ser rejeitado.
O anime se baseia no cotidiano de Natsume e outros yokais quando, por acaso, ele tira o selo de um Yokai que passa a ser seu guarda costa e acompanhar nas suas aventuras. Sem entrar em mais detalhes, podemos dizer que Natsume estabelece a primeira amizade da vida com um Yokai e com o tempo, os yokais que tanto representavam um obstáculo em sua vida, passam a ser criaturas que ele admirae que ele se sente agradecido de poder conviver. Passa a conhecer, gostar deles. O dom de ver os Youkais que ele tanto rejeitava, passa a ser algo que ele aprecia e que tem medo de perder.
Bom, nesse sentido, esses contatos são cheios de poesias, reflexões que nos trazem uma paz enorme e que evocam os mais diversos sentimentos. Na verdade, são metáforas sobre nosso cotidiano, sobre amor, amizade, sentimentos humanos e suas soluções. Os Youkais, a um homem latino como eu, parecem-me mais "humanos" (passionais) que os japoneses. O anime fala muito disso. Dessa repressão aos sentimentos dos japoneses, algo inexistentes nos Youkais que fazem as coisas mais livremente e que também não tem a limitação da vida curta humana.
Natsume o tempo todo parece não perceber o seu papel e o amor dos outros, mas os demais personagens respeitam sua limitação, e vemos o personagem aprender pouco a pouco sobre os youkais, a vida e, principalmente sobre si mesmo.
Sem mais delongas, reafirmo que é um anime lindo e cheio de poesia que vale muito a pena ser assistido. Mas nessa hora faço minhas as palavras de um mestre que tive de yoga "falar da água não mata a sede, é necessário beber". Sugiro que assistam de coração aberto e apreciem!
O Jardim das Palavras
4.0 363Belíssimo.
Porque não tem outra palavra mesmo para descrever. As cenas, lindas, as cores, a composição, o uso da chuva... belíssimo. Uma obra de arte.
Achei a história muito interessante. Gosto da forma poética que os japoneses retratam os sentimentos... Eles são tão contidos.
Uma obra prima. Queria muito poder escrever algo mais consistente, mas teria que rever. Apenas deixo aqui o registro de que vale muito a pena ver. Faz a gente ter orgulho de gostar de anime. =)
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraFilme sensacional! O cinema argentino tem muito a nos oferecer. Bom demais essas obras que nos permitem encher a boca pra dizer que o cinema latino americano está recheado de qualidade.
Como o filme conta diversas histórias, podemos dizer que há um tema comum nelas: o autocontrole e sua perda.
Há histórias de ação extremamente bem dirigidas e de ritmo intenso. Temos histórias com muita tensão e ironia e também críticas sociais profundas sobre aspectos humanos e sociais. Afinal o que é viver em uma sociedade civilizada? Quais as vantagens e o porquê de manter o autocontrole em situações extremas ou cotidianas? Afinal, por que a gente consegue se controlar perante situações das mais absurdas, mas saímos de nós mesmos em outras simples. O que justifica isso? Nossas reações são legítimas? O que é violência?
Como diria a advogada de uma cena de divórcio a violência está em diversos lugares no cotidiano, nas ruas, e em várias situações. Há a violência bruta, a violência premeditada e psicótica, a violência do amor e da traição, a violência da ganância, do capitalismo e da corrupção, da luta de classes e até da burocracia. O filme matiza todas elas em histórias recheadas de humor e ironia. Propõem olhar para nós mesmos, para a violência que sofremos e exercemos e nos questionar: até onde a maior violência perder a cabeça, civilizar-se (controlar os instintos) ou não perder a cabeça diante de injustiças e abusos?
Vale a pena demais assistir! ;)
Final de Semana
3.9 518 Assista AgoraPor onde começar? Pelos diálogos? Pelos atores? Pelos enquadramentos? Pela direção maravilhosa? Pelo ritmo absurdo do filme? Pelo mergulho profundo nos personagens que não tem nada de clichê ou óbvio? Não sei.
Filme lindo demais para ser verdade. Desde o ritmo, dos enquadramentos, da direção, dos atores até o desenvolvimento das personagens tudo se encaixa de uma maneria simples, mas com certa profundidade e poética que não caem no óbvio nem assumem grandes pretensões.
No curto intervalo de tempo que o título indica, assistimos o desenrolar de um romance efêmero como são os amores, nossas vidas, nossas expectativas, nossas dores, nossos sentimentos e também os finais de semana. O curto espaço de tempo é suficiente para mergulharmos nos personagens ou para Russel e Glen o fazerem um no outro. E, por mais que Russel seja um salva vidas, aparentemente no fluxo da vida não haverá quem o salve de se afogar no contato com o corpo e com a alma do outro. O amor, esse estranho fenômeno de identificação e estranhamento do "eu" com o "ele", vale a pena, ainda que deixe marcas e seja vivido nesse caminho de insegurança e incertezas que tipifica a vida.
Lindo demais!
Sanjuro
4.2 51É um filme de samurai.
Acho que depois de ver Sonhos, Viver e Dersu Uzala sempre espero ou procuro temas mais existenciais ou "profundos" nos filmes do Kurosawa. Quando vi Cão Danado me surpreendeu aquele filme noir com crítica social e ambientado na cidade. De lá para cá os que vi foram filmes de Samurai. Depois da última chuva (escrito pelo Kurosawa mas dirigido por Takashi Koizumi) e agora Sanjuro. Claro, vi antes o inesquecível Os Sete Samurais. Assim, volto a afirmar: é um filme de samurai.
Tem uma história simples, ação, reviravoltas, pequenas peripécias que o grupo passa para realizar seus objetivos. Conflitos políticos e a figura forte de um samurai que ensina aos demais estratégias e lições de aparentemente vasta experiência de vida. Não teria nada demais, se não fosse justamente essa a grandeza desses filmes: uma simplicidade tão bonita, divertida, mas que carrega algo tocante. Não consigo deixar de me sentir feliz ao terminar de assistir a estes filmes e adorar a maneira como a figura do Samurai é ambiguamente desenvolvida... O homem que mata, pode até "salvar o dia", mas que parece não conseguir livrar a si mesmo das manchas de sangue que sujam a espada que leva consigo. Nota para a atuação de Mifune realmente ótima.
Recomendo muito! ;)
Os Cavaleiros do Zodíaco: Alma de Ouro
3.7 89 Assista Agora"Poxa, que legal! Cavaleiros do Zodíaco e ainda por cima com os doze cavaleiros de ouro... Se passaram tantos anos depois da série, da saga de Hades (definitivamente superior demais as anteriores) e já tendo o exemplo anterior do Lost Canvas, essa vai ser o bicho!". (expectativa)
Realidade: foi muito legal ver os doze cavaleiros de ouro e sentir que eles foram melhor explorados. Mas, me desculpem, que roteiro ruim foi esse meu deus? Não convence ninguém. Desde que Saint Seyia surgiu que eles exploram a mesma estrutura narrativa, os mesmos desfechos e soluções... Ninguém se enche o saco não? Hades foi tão melhor. E Lost Canvas, se me permitem a opinião, continua sendo a melhor coisa que já foi feita. Eu esperava bem mais do Soul of Gold. Sinceramente, é legal porque temos uma relação afetiva e nostálgica com Saint Seiya. Mas se esse fosse outro anime, com outros personagens, que eu fosse indiferente não aguentaria ver, ou se terminasse acharia ruim. Uma grande pena. Por favor, contratem melhores roteiristas Toei! O público é inteligente sim!
Sekaiichi Hatsukoi (1ª Temporada)
4.3 37Vi SekaiIchi Hatsukoi depois de ter assistido outros dois Animes Yaois: Junjou Romãntica, No Money e Koisuru Boukun. Bom, após ver os dois últimos é um alívio ver um anime yaoi sem cenas de sexo explícito não consentido. Como isso é explorado no mundo yaoi... Ás vezes chega a ser incômodo. Por outro lado, como entender um anime que você começa assistindo e pensando "pera eu já vi esse personagem em Junjou..." e aí você vê que o cabelo é um pouco maior, que o outro tem um brinco, enfim. São personagens parecidos (na forma), o traço é igual (é da mesma criadora, Chiaki Kon õa é isso?). Eles poderiam ter sido um pouco mais criativos nisso aí. O problema é que a estrutura dos personagens também é parecida, os conflitos e as formas de representar os casais (novamente são vários casais). Isso me desistimulou MUITO a assistir, sentia que era um Junjou Romântica 2.
Porém, ao começar a assistir, confesso que achei melhor que Junjou Romântica. Talvez seja "errado" ler uma obra comparando a outra. Mas, me darei a esse luxo. Junjou Romântica tem um desenvolvimento lento e achei Hatsukoi mais rápido. Achei que os demais personagens (que não são o casal principal) são melhor desenvolvidos. E achei as personagens melhor construídos, um pouco mais complexas.
Mas, porque essa insistência no papel do uke (passivo) e seme (ativo)? Sempre os mesmos conflitos: o uke sem ser sincero e compreensivo com os próprios sentimentos e o seme como um galante príncipe encantado. Apesar de ter gostado MUITO de Hatsukoi, acho que os animes da Chiaki ganhariam mais se ela arriscasse em esquecer um pouco essa coisa do HOMEM e do GAROTINHO.
Enfim, esperando a terceira temporada porque gostei muito mesmo. Se em Junjou eram os casais secundários que eram os mais legais, em Hatsukoi achei o principal mais bacana. Adoro as cenas de amor e o tom poético como os romances são descritos, não achei que fosse dizer isso, mas afinal esses toques Shoujo fazem mesmo diferença. =)
Além da Fronteira
3.8 440 Assista AgoraFantástico. O título brasileiro "Além da fronteira" representa muito bem o conflito de ser homossexual tanto na Palestina quanto em Israel. Além das fronteiras, pairando no vazio, as personagens se confrontam com os limites da cidadania em um contexto político delicadíssimo. Muito bom!
No Money
3.2 8[/spoiler]
Essa descrição do anime faz parecer que o menino vende por vontade própria e não é bem assim, né? O anime gira em torno de um menino que tem constantemente sua vontade e corpo violados, por mais fofinho que se mostre isso.
[spoiler]
Boku wa Tomodachi ga Sukunai
3.8 7Esses dias parece que foram retirados para ver séries sobre problemas cotidianos, em geral de adolescente procurando algum lugar no mundo. Não sei exatamente como cheguei nesse anime, ele tinha um título parecido com o que acabara de assistir (Boku wa Minna Kawaisou) e ao assistir o primeiro capítulo já simpatizei bastante.
Como o anterior, possui um alto teor Ecchi (pervertido, erótico) com personagens adolescentes, colegiais, chegando a ter uma erotização de personagens bem mais infantis (o que chegou a me chocar um pouco em alguns momentos, pela própria sugestão bastante sutil de incesto em um dado momento). Apesar disso (não que isso seja grande problema), adoro a forma "inocente" como os animes estetizam esse erotismo.
O anime me surpreendeu MUITO com seu enredo. As personagens em um clube para fazer amigos, personagens solitárias que buscam se socializar com os outros, negando a maior parte do tempo o processo de socialização interna ao clube.
Apesar do humor e de muitas situações infantis, o anime apresenta uma temática um tanto profunda, demonstrando como os personagens diferentemente possuem dificuldades de se relacionar uns com os outros, mas que são superadas pela vontade de estar juntos e fazer amigos.
Foi também uma boa maneira de ampliar o olhar sobre as produções de anime e video games no Japão: aparentemente tem de tudo mesmo, e a presença da erotização do corpo feminino e de temática yaoi (homoafetiva) nos animes e video games parece bastante marcada, seja no próprio anime ou como tema interno da sua história. Abordado com leveza que me surpreendeu bastante também.
Acima de tudo divertido.
My Mad Fat Diary (3ª Temporada)
4.7 353Como resolvi comentar justamente na página da temporada que conclui essa série, é necessário demais dizer que adorei o final. Fiquei com medo de ser algo clichê demais e sem conflitos... mas pelo contrário, foi bom e acompanhou o ritmo e a proposta da série (me permitindo a pretensão de falar em nome da pretensão da série hehehe).
Muito boa. Aprendi muito com as personagens, adorei a delicadeza e bom humor que todos os personagens (especialmente a Rae) foram tratados e por temas bastante dramáticos serem tratados com bastante leveza: o bullying, a "auto destruição" das personagens, seus medos, ânsias, etc. No fundo, no fundo, todas as incertezas e medos saturados na "gorda" personagem principal, estão em todos os demais, assim com a força (retirada sabe deus de onde) para superar os obstáculos comuns da vida.
Adorei a personagem da mãe da Rachael e da Chloe, melhor amiga da protagonista, uma dessas amigas que "chegam na voadora".
Não pensei que a essa altura uma série "para adolescentes" fosse me emocionar tanto. My Mad Fat Diary não deixou na mão mesmo. As lágrimas aqui foram tão merecidas quando em filmes do Bergman. ;)
A Fonte da Donzela
4.3 219 Assista AgoraAssisti poucos filmes que tratam de fé ou religião. me surpreenderam filmes que representam o sagrado de maneira viva presente no clima geral do filme seja no divino que se manifesta aos homens ou nas atitudes dos homens perante sua própria fé. Odin ou o Deus cristão pairam em todo o enredo, cobrindo as terras medievais e no direcionamento adotado pelas personagens que a partir dessas força mística se constroem e se desenvolvem. Gostei bastante.
O Buda
3.7 11Gostei bastante! Me surpreendeu positivamente. Tranquilo, sem grandes pretensões e com doses de humor bacanas.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraSurpreendeu.
Não
4.2 472 Assista Agora(Gael Garcia Bernal é um grande ator. Em Má educação e outros filmes, isso fica bem claro e está presente uma ótima atuação em No.
O filme é possui uma estética agradável, mas o que chama atenção aqui é seu conteúdo, especialmente político. A discussão do filme - mundo da política versus mundo da propaganda - envolve os mais diferentes conflitos de valores éticos, para mim a pergunta central é: como abordar um tema histórico? outras não menos importantes podem ser feitas: como agir perante um evento político importante? Qual a imagem que queremos da política? Que imagem a oposição quer construir para si e para os outros: eficiente ou com os símbolos que tanto preza? Etc, etc.
A discussão é realizada sem polarizar, as personagens se misturam em posicionamentos políticos e na estrutura social proposta pelo filme, assumindo papéis de várias matizes que não podem ser resumidos em "bom" ou "ruim. Um roteiro bem conduzido. António Skarmeta certamente fez uma peça e tanto; e Pablo Larrain deu sua contribuição para um filme bastante interessante.
Junto com Medianeiras, que vi também esta semana, fica essa indicação das maravilhas que o cinema latino americano tem a oferecer.
Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual
4.3 2,3K Assista AgoraUm filme belíssimo com um cuidado estético fora do comum. Na verdade, não ia ver esse filme, estava apenas passando próximo a TV quando a direção com sua fotografia e silêncios chamou minha atenção.
A temática do filme é simples e atual: a vida amorosa no século XXI com suas ferramentas virtuais. No entanto, esse tema é considerado com muita poesia, cuidado e com uma densidade de conteúdo fantástica.As personagens muito cativantes e bem elaboradas, presas em suas angústias que nos transferem grande empatia (um caminho bem difícil para conseguir minha atenção em filmes, diga-se de passagem). Nunca pensei que fosse torcer tanto por um happy ending.
Algum destaque para o momento no qual uma das personagens observa as planta que crescem nos concretos dos prédios, uma divagação bela, poética enquanto a fotografia mostra uma maneira encantadora de ver o mundo e fazer cinema.
Outra cena perturbadoramente fantástica: as janelas produzidas anos apartamentos,rompendo a individualidade das personagens no mundo da propaganda e da claustrofobia dos apartamentos argentinos, com muito humor, criatividade e, claro,uma excelente fotografia.
Muitas outras cenas e momentos altos podiam ser descritos. O final é belíssimo. Muito bom gosto. Sempre me falaram muito bem do cinema argentino, é de fato, muito rico e belo.
E Agora, Aonde Vamos?
4.2 144Nadine Labaki é certamente uma roteirista e diretora fantástica. Mais uma vez consegue tratar de temas fortes e pesados,mas com uma leveza e humor que, não encontro melhor palavra, são femininos.
As mulheres são as protagonistas centrais,como em Caramelo, são suas visões, dramas, dores,sonhos, mas muito amor e jogo de cintura em um mundo dominado pela irracionalidade masculina dos seres que elas tanto amam. Cenas lindíssimas com atuações muito boas de Nadine, como diretora e de uma atriz, infelizmente não achei o nome, que representa uma mãe que acaba de perder o filho, já cansada de tantos conflito.
Nessa vila do Líbano, as mulheres possuem uma fé tão forte que transcende os limites da religião, em um amor maior que as categorias "muçulmano" ou "cristão".
Planos belíssimos,especialmente da "Virgem Maria" chorando sangue, enquanto uma fiel reclama o filho falecido. O humor permeia todo o filme com muito bom gosto.
Em suma, um grande filme, não à toa conta com diversos prêmios e está na seleção oficial de Cannes.
De Repente, Califórnia
4.0 821 Assista AgoraTinha que registrar o desgosto de ver um filme gay tão ruim. Enredo previsível, péssimo, com aquela velha ideia de fazer um felizes juntos de dois homens gays bonitos e discretos. Péssimo como filme e péssimo como filme da temática LGBT. Fico espantado com os comentários que o elogiam quando representa o pior filme gay que já vi na vida.