A série decaiu muito, nesta terceira temporada, ao tornar-se excessivamente tendenciosa, panfletária. Os criadores devem ter recebido alguma pressão para forçar ainda mais essa ideia de que o Reich só tem psicopata e desequilibrados, como se a busca por uma sociedade equilibrada levasse à corrupção de todos.
Até abusam da ideia de que ser conservador é mais saudável, assim confundindo a mente dos espectadores, vez que o fascismo é revolucionário, sim, mas defende valores tradicionais. Em uma cena, contrapõem o discurso de Himmler com o Bar Mitzvah de Frank. Ora, os mesmos que, em outra cena, colocam o julgamento moral da homossexualidade como algo errado, sendo que isso é também uma tradição. Em suma, estão confundindo a todos para, por meio dos sentimentos, mais uma vez, distorcer a temática. Infelizmente, a maioria das pessoas sequer estuda o assunto a sério, portanto, irão acreditar no que a série transmite, como se fosse a mais pura verdade histórica, ainda que seja uma ficção.
A ideia desta série é mesmo perfeita e profunda, vez que, assim como fora com Dexter, coloca a todos nós, telespectadores, numa situação de relativização involuntária do certo e do errado. O código de conduta que Dexter, óbvio psicopata, aprendeu com o seu pai adotivo, levou-o a ser um serial killer que escolhia apenas outros assassinos como vítimas. No caso do "professor", seu plano todo consiste em não roubar direta e conceitualmente ninguém, mas em imprimir seu próprio dinheiro, através de um sequestro à Casa da Moeda da Espanha, país que utiliza o Euro. Apesar da beleza que há no desafio ao sistema financeiro, visto que os próprios dólares são impressos à vontade, sem lastro algum, os criadores da série se equivocaram na associação desta "resistência", ato não só egoísta mas político, aos partisans, ou seja, à "resistência antifascista italiana". Sim, a canção "Bella ciao" é mui bela, mas que há de fascista no sistema financeiro? Não é a União Europeia, por sua natureza, antifascista? Não foram os fascistas contrários ao sistema financeiro? Infelizmente, ainda que excelente, esta série faz uma associação sutil entre o antifascismo -- aqui, obviamente, destaca-se a esquerda, que nada tem de verdadeiramente libertária -- e o combate ao dinheiro dos "donos do mundo". Se for para lutarmos contra o "papel", a solução passa longe de ser simplesmente "antifascista". Isto é apenas folclore esquerdista, discurso romântico.
É raro uma série ser assim tão viciante, mas essa conseguiu fazer-me um membro da resistência. he he he Fato é que se imprime dinheiro à vontade mesmo. O professor não estava mentindo. Ninguém os vê como vilões justamente porque eles não desafiaram as regras de um jogo justo, mas boicotaram o sistema financeiro cuja a essência é injusta per si.
"O que é 'tempo'? E, a propósito, o que é 'espaço'? O objetivo do trabalho científico não deveria ser apenas utilizar o mundo ao nosso redor, mas sim compreendê-lo fundamentalmente. Não importa qual uso seja feito."
"Tudo está conectado. A natureza não é um produto de Deus, a natureza é Deus. E supondo que isso é verdade, devemos concluir que o universo não é um mundo místico fora da nossa compreensão. Da menor molécula até a maior galáxia, toda pergunta deve ter uma resposta definível. E, bom, pretendo encontrar essas respostas."
"Eu não tenho talento especial algum. Mas eu sou muito curioso. Tudo o que eu faço é perguntar. Essa é a coisa mais importante. Qualquer um pode fazer isso."
Uma das melhores séries já feitas. Termino-a consciente de que hoje compreendo melhor o que movia Einstein e que essa sede também me move. Sendo assim, essa série contribuiu de forma positiva para com a minha vida. E fiquei, inclusive, curioso para saber mais sobre Einstein e sua obra.
GENIAIS, de fato, foram estes dez episódios. E bastante emocionantes também.
Escrevo isto aqui ouvindo suas músicas e emocionado com o fim desta série. Seis episódios, de fato, são muito pouco para a dimensão deste mestre do cinema, José Mojica Marins, que acabou incorporando o seu mais famoso personagem, Zé do Caixão, que é também o melhor do cinema de terror mundial, além do meu personagem de ficção preferido. Se há a decepção de que a sua biografia, Maldito, não originou um longa-metragem, como se esperava, há também a perspectiva positiva, otimista, de que, no formato de minissérie, poder-se-ia detalhar mais a sua vida, embora tendo de manipular muito a história, principalmente no quesito "personagens", que são mantidos quase todos os mesmos, para dar maior familiaridade ao telespectador. Fora isso, pode-se dizer que tudo aqui é primoroso: o roteiro ficou esplêndido, coeso; a produção é de qualidade, não deixando a desejar, sem precisar se rebaixar às da Rede Globo; a direção acertou em cheio, e a trilha sonora é perfeita; por fim, a ambientação, figurinos e demais questões estéticas estão impecáveis. Escolheram seis filmes, para, cada um deles, centrarem-se em um dos seis episódios; e essa escolha se deu porque têm maior peso, porque são mais significativas para ilustrar as fases da vida do Mojica. Desse modo, cada episódio (produção de um filme, ou melhor, "fita", como costuma dizer o mestre), acabou condensando vários outros detalhes de sua vida pessoa, que, em tese, ficariam de fora, através desse brilhante roteiro, que omitiu alguns outros detalhes de sua vida pessoal, diga-se, como as várias amantes e filhos. É impensável deixar de comentar a grandiosa atuação de Matheus Nachtergale, que, com todo o seu talento, conseguiu incorporar não só o José Mojica Marins em pessoa, mas também o seu grande personagem. É de espantar mesmo. Não há o que dizer. É surreal, tamanha a fidelidade a todas as características visíveis do Mojica. Esplêndido! José Mojica Marins tem cinema correndo no sangue, e o faz como fizera desde moleque: com o coração, com naturalidade, e de forma inocente, mas não menos ambiciosa, chegando a topar qualquer tipo de negócio para promover-se. Zé do Caixão esteve em todas as plataformas de comunicação e foi até tema de marchinha de carnaval. É um personagem sem igual na cinematografia mundial, é o maior ícone ateu que já conheci, e é completamente profundo e singular, e, muito embora o Mojica fosse pouco letrado, muitos acadêmicos o associam até mesmo com pensamentos da filosofia de Friederich Nietzsche. Zé do Caixão é eterno, e como tal, esta minissérie também será. Vida longa ao mestre! Vida eterna, pela continuidade do sangue, ao Josefel Zanatas, ao Zé do Caixão! Heil Mojica! Maldito, muito embora amado por todos nós. A vida é o princípio da morte, e a morte é o fim da vida mesma; a continuidade do sangue é a existência em si, e o sangue é toda a razão da existência. O terror é você!
A Rede Globo pelo menos uma vez por ano resolve dar espaço à criatividade, cedendo liberdades mais a seus autores (sejam em obras autorais ou adaptadas, como é o caso) e assim consegue produzir boas séries/minisséries/microsséries, diferentemente da maioria das telenovelas e outras porcarias. Inspirada em um livro provavelmente muito bom, se fora a série fiel a este. Com quase todas cenas rodadas em Salvador (capital da Bahia), minha terra natal, o que me fez ter um maior apreço pela fotografia, que conseguiu transpor a "terra do axé" para uma realidade policial, fria, misteriosa e suja, incrivelmente usando de pontos da cidade notadamente mais turísticos ou ao menos conhecidos por muitos. É uma trama bem feita, instigante, usa das personagens parcialmente cotidianas do soteropolitano, digo-o de tal maneira pois não é tão diário assim na vida de qualquer morador desta metrópole ir a terreiros de candomblé e outros locais possíveis a um certo esteriótipo do qual a série abusa por vezes. Sereia mitou, a série conseguiu tal feito.
Não tenho a capacidade de afirmar se foi fiel ao livro, por óbvia questão, porém, a nível de série, sinto-me necessitado a dizer que esta obra ficcional conseguiu entreter-me e por decerto manter este que até então fora um não-fã de obras "épicas" com guerreiros em realidades de fundo medieval, preso até os finais de suas temporadas (season/S0algumacoisa). Espero pelo seu grande retorno, assim como aguardo temporadas de Dexter. Até então, a nova modinha de jovenszinhos mais cultos e que flertam com a cultura pop (ou o que isso for) não de todo ruim, se não é absolutamente de todo bom, recomendável até.
Série única, incomparavél, insuperavél, inesquecível, uma saga épica ao mesmo tempo bem intrapessoal, profunda e genial. Final digno. Melhor série de todos os tempos, pelo conjunto todo.
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O Homem do Castelo Alto (3ª Temporada)
4.2 75 Assista AgoraA série decaiu muito, nesta terceira temporada, ao tornar-se excessivamente tendenciosa, panfletária. Os criadores devem ter recebido alguma pressão para forçar ainda mais essa ideia de que o Reich só tem psicopata e desequilibrados, como se a busca por uma sociedade equilibrada levasse à corrupção de todos.
Até abusam da ideia de que ser conservador é mais saudável, assim confundindo a mente dos espectadores, vez que o fascismo é revolucionário, sim, mas defende valores tradicionais. Em uma cena, contrapõem o discurso de Himmler com o Bar Mitzvah de Frank. Ora, os mesmos que, em outra cena, colocam o julgamento moral da homossexualidade como algo errado, sendo que isso é também uma tradição. Em suma, estão confundindo a todos para, por meio dos sentimentos, mais uma vez, distorcer a temática. Infelizmente, a maioria das pessoas sequer estuda o assunto a sério, portanto, irão acreditar no que a série transmite, como se fosse a mais pura verdade histórica, ainda que seja uma ficção.
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La Casa de Papel (Parte 1)
4.2 1,3K Assista AgoraA ideia desta série é mesmo perfeita e profunda, vez que, assim como fora com Dexter, coloca a todos nós, telespectadores, numa situação de relativização involuntária do certo e do errado.
O código de conduta que Dexter, óbvio psicopata, aprendeu com o seu pai adotivo, levou-o a ser um serial killer que escolhia apenas outros assassinos como vítimas. No caso do "professor", seu plano todo consiste em não roubar direta e conceitualmente ninguém, mas em imprimir seu próprio dinheiro, através de um sequestro à Casa da Moeda da Espanha, país que utiliza o Euro.
Apesar da beleza que há no desafio ao sistema financeiro, visto que os próprios dólares são impressos à vontade, sem lastro algum, os criadores da série se equivocaram na associação desta "resistência", ato não só egoísta mas político, aos partisans, ou seja, à "resistência antifascista italiana". Sim, a canção "Bella ciao" é mui bela, mas que há de fascista no sistema financeiro? Não é a União Europeia, por sua natureza, antifascista? Não foram os fascistas contrários ao sistema financeiro?
Infelizmente, ainda que excelente, esta série faz uma associação sutil entre o antifascismo -- aqui, obviamente, destaca-se a esquerda, que nada tem de verdadeiramente libertária -- e o combate ao dinheiro dos "donos do mundo".
Se for para lutarmos contra o "papel", a solução passa longe de ser simplesmente "antifascista". Isto é apenas folclore esquerdista, discurso romântico.
La Casa de Papel (Parte 2)
4.2 943 Assista AgoraÉ raro uma série ser assim tão viciante, mas essa conseguiu fazer-me um membro da resistência. he he he
Fato é que se imprime dinheiro à vontade mesmo. O professor não estava mentindo. Ninguém os vê como vilões justamente porque eles não desafiaram as regras de um jogo justo, mas boicotaram o sistema financeiro cuja a essência é injusta per si.
Genius: A Vida de Einstein (1ª Temporada)
4.4 52 Assista Agora"O que é 'tempo'? E, a propósito, o que é 'espaço'? O objetivo do trabalho científico não deveria ser apenas utilizar o mundo ao nosso redor, mas sim compreendê-lo fundamentalmente. Não importa qual uso seja feito."
"Tudo está conectado. A natureza não é um produto de Deus, a natureza é Deus. E supondo que isso é verdade, devemos concluir que o universo não é um mundo místico fora da nossa compreensão. Da menor molécula até a maior galáxia, toda pergunta deve ter uma resposta definível. E, bom, pretendo encontrar essas respostas."
"Eu não tenho talento especial algum. Mas eu sou muito curioso. Tudo o que eu faço é perguntar. Essa é a coisa mais importante. Qualquer um pode fazer isso."
Uma das melhores séries já feitas. Termino-a consciente de que hoje compreendo melhor o que movia Einstein e que essa sede também me move. Sendo assim, essa série contribuiu de forma positiva para com a minha vida. E fiquei, inclusive, curioso para saber mais sobre Einstein e sua obra.
GENIAIS, de fato, foram estes dez episódios. E bastante emocionantes também.
Zé do Caixão
4.0 52Escrevo isto aqui ouvindo suas músicas e emocionado com o fim desta série. Seis episódios, de fato, são muito pouco para a dimensão deste mestre do cinema, José Mojica Marins, que acabou incorporando o seu mais famoso personagem, Zé do Caixão, que é também o melhor do cinema de terror mundial, além do meu personagem de ficção preferido.
Se há a decepção de que a sua biografia, Maldito, não originou um longa-metragem, como se esperava, há também a perspectiva positiva, otimista, de que, no formato de minissérie, poder-se-ia detalhar mais a sua vida, embora tendo de manipular muito a história, principalmente no quesito "personagens", que são mantidos quase todos os mesmos, para dar maior familiaridade ao telespectador.
Fora isso, pode-se dizer que tudo aqui é primoroso: o roteiro ficou esplêndido, coeso; a produção é de qualidade, não deixando a desejar, sem precisar se rebaixar às da Rede Globo; a direção acertou em cheio, e a trilha sonora é perfeita; por fim, a ambientação, figurinos e demais questões estéticas estão impecáveis.
Escolheram seis filmes, para, cada um deles, centrarem-se em um dos seis episódios; e essa escolha se deu porque têm maior peso, porque são mais significativas para ilustrar as fases da vida do Mojica. Desse modo, cada episódio (produção de um filme, ou melhor, "fita", como costuma dizer o mestre), acabou condensando vários outros detalhes de sua vida pessoa, que, em tese, ficariam de fora, através desse brilhante roteiro, que omitiu alguns outros detalhes de sua vida pessoal, diga-se, como as várias amantes e filhos.
É impensável deixar de comentar a grandiosa atuação de Matheus Nachtergale, que, com todo o seu talento, conseguiu incorporar não só o José Mojica Marins em pessoa, mas também o seu grande personagem. É de espantar mesmo. Não há o que dizer. É surreal, tamanha a fidelidade a todas as características visíveis do Mojica. Esplêndido!
José Mojica Marins tem cinema correndo no sangue, e o faz como fizera desde moleque: com o coração, com naturalidade, e de forma inocente, mas não menos ambiciosa, chegando a topar qualquer tipo de negócio para promover-se.
Zé do Caixão esteve em todas as plataformas de comunicação e foi até tema de marchinha de carnaval. É um personagem sem igual na cinematografia mundial, é o maior ícone ateu que já conheci, e é completamente profundo e singular, e, muito embora o Mojica fosse pouco letrado, muitos acadêmicos o associam até mesmo com pensamentos da filosofia de Friederich Nietzsche.
Zé do Caixão é eterno, e como tal, esta minissérie também será.
Vida longa ao mestre! Vida eterna, pela continuidade do sangue, ao Josefel Zanatas, ao Zé do Caixão! Heil Mojica! Maldito, muito embora amado por todos nós.
A vida é o princípio da morte, e a morte é o fim da vida mesma; a continuidade do sangue é a existência em si, e o sangue é toda a razão da existência.
O terror é você!
O Canto da Sereia
4.0 309A Rede Globo pelo menos uma vez por ano resolve dar espaço à criatividade, cedendo liberdades mais a seus autores (sejam em obras autorais ou adaptadas, como é o caso) e assim consegue produzir boas séries/minisséries/microsséries, diferentemente da maioria das telenovelas e outras porcarias.
Inspirada em um livro provavelmente muito bom, se fora a série fiel a este.
Com quase todas cenas rodadas em Salvador (capital da Bahia), minha terra natal, o que me fez ter um maior apreço pela fotografia, que conseguiu transpor a "terra do axé" para uma realidade policial, fria, misteriosa e suja, incrivelmente usando de pontos da cidade notadamente mais turísticos ou ao menos conhecidos por muitos.
É uma trama bem feita, instigante, usa das personagens parcialmente cotidianas do soteropolitano, digo-o de tal maneira pois não é tão diário assim na vida de qualquer morador desta metrópole ir a terreiros de candomblé e outros locais possíveis a um certo esteriótipo do qual a série abusa por vezes.
Sereia mitou, a série conseguiu tal feito.
Game of Thrones (2ª Temporada)
4.6 1,6K Assista AgoraNão tenho a capacidade de afirmar se foi fiel ao livro, por óbvia questão, porém, a nível de série, sinto-me necessitado a dizer que esta obra ficcional conseguiu entreter-me e por decerto manter este que até então fora um não-fã de obras "épicas" com guerreiros em realidades de fundo medieval, preso até os finais de suas temporadas (season/S0algumacoisa). Espero pelo seu grande retorno, assim como aguardo temporadas de Dexter. Até então, a nova modinha de jovenszinhos mais cultos e que flertam com a cultura pop (ou o que isso for) não de todo ruim, se não é absolutamente de todo bom, recomendável até.
Família Soprano (6ª Temporada)
4.7 307 Assista AgoraSérie única, incomparavél, insuperavél, inesquecível, uma saga épica ao mesmo tempo bem intrapessoal, profunda e genial. Final digno. Melhor série de todos os tempos, pelo conjunto todo.